E agora, José? - Derrota de José Serra à Presidência da República



Por Fernando Grecco
"E agora, José? A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou, e agora, José?" (Carlos Drummond de Andrade)

Felizmente as forças do mal foram derrotadas. José Serra sai da campanha eleitoral humilhado, destronado, lançado à masmorra, ao desprezo e à indiferença do povo brasileiro. Não poderia ser diferente, o representante de uma direita fascista, antipopular e mentirosa jamais poderia angariar a simpatia de uma população que, embora seja ignorante, tem consciência que se tornou bem mais miserável durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.
Os tucanos optaram, o tempo todo, por uma campanha eleitoral abominável, calcada em demagogias, sensacionalismos e discursos que não persuadem ninguém. Apelaram para temas controversos como o aborto, atribuindo a ele uma prática adversa ao pensamento religioso, e não o caracterizando como um problema sério de educação e saúde pública como deve ser debatido. Mentiram, criaram factóides, passaram-se por vítimas em circunstâncias que nem de longe seriam. Por que foram tão baixos? Por que reduziram o nível a um ponto que não é possível distingui-los? Sabemos que a direita mente, é ávida pelo poder e para tal paga qualquer preço, mas não imaginávamos que os tucanos passariam por palhaços frente à opinião pública.
Mas graças ao mínimo de bom-senso que ainda há nesse País, Serra foi dispensado. Quiçá pudéssemos extirpar de vez siglas como PSDB, DEM, PTB, PP etc., partidos que nunca representaram os interesses da maioria, mas somente de uma classe social privilegiada que é a linha-mestre da desigualdade social que impera no Brasil. Infelizmente, São Paulo ainda convive com o fascismo diariamente, perdurando essa situação por longos e penosos anos. Até quando isso persistirá? Oxalá não ultrapasse mais quatro anos com esse sujeito novamente eleito governador.
Quem também sai desmoralizada, indigna de credibilidade, é a imprensa brasileira em sua maioria. Juntaram-se a trupe tucana no intuito de difundir mentiras contra o governo, falácias e mesmices que tentaram transformar em verdades. Fracassaram, deixando transparecer aquilo que o presidente Lula denominou de "neutralidade disfarçada". Em nenhum momento a grande imprensa se manifestou sobre as eleições de modo informativo, crítico e inteligente. Limitou-se a caluniar Dilma Rousseff relembrando a ditadura militar, período negro da história brasileira. Foi o caminho mais óbvio agredir, já que mostrar qualidades e benfeitorias de Serra é humanamente impossível.
O que nos entusiasma é assistir, por derradeiro, a essa elite arrogante ser sobrepujada. Dessa vez, José Serra e seus acólitos não caminharão rumo ao poder que tanto almejam, mas tomarão de vez, e para o regozijo de todos, o caminho do inferno.

Fernando Grecco é articulista da Folha de Votorantim.
E-mail: [email protected]
Autor: Fernando Grecco


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