Feliz pra cachorro!



UCS - Pós Graduação - Estudo e Produção Textual
Aluna: Elisângela Ferri Tröes
Crônica

Feliz pra cachorro

Faz seis anos que convivo com cachorros. E só eu sei a satisfação que isso me traz. Na verdade, não é só prazer que eles me proporcionam, mas também já aprendi muito com meus cães. E, há algumas semanas, aprendi mais uma lição: felicidade é estar com quem se ama.
Nas segundas-feiras à tarde, volto para casa mais cedo. Leciono, nesse dia, no Seminário, e a aula termina às 15 horas. Chegando em casa, aproveito para soltar minhas duas cadelas. Que festa! Parece que eu estava há meses viajando. Deixo-as brincar um pouco até que troco de roupa para ir à academia, organizo minha casa, meus livros, etc, e saio. Aproximadamente uma hora e meia depois estou de volta. Abro o portão e, novamente, solto a Pink e a Capitu para aproveitarem o resto do dia em minha companhia. Entro no pátio, e, meu Deus!, a alegria invade os olhinhos daqueles animais que, mais uma vez, me recebem com festejos dignos para um sobrevivente de guerra. A diferença é que fazia pouco mais de uma hora que elas não me viam. Não importa, a felicidade é tanta que é preciso demonstrá-la.
Seres humanos são superiores a animais, lógico. Possuem racionalidade, memória, criatividade... Estudam, trabalham, casam, ganham dinheiro, tiram férias. Como ninguém é perfeito, possuem vícios, deixam-se levar pela gula, cometem alguns excessos, obtêm alguns luxos... Erram, brigam, guardam rancores... E têm um objetivo em comum: alcançar a felicidade.
Cachorros são seres irracionais, não fazem planos, não pensam no futuro, não encontram a cura para doenças, não falam de métodos para acabar com o aquecimento global. Também não têm vícios, não cometem excessos ? a não ser alguns que não podem ver o seu dono com comida ?, não se impressionam com luxo, com joias, com carros importados, com roupas de marca. Além disso, se errarem, demonstrarão na cara que estão arrependidos, se brigarem não guardarão rancor e, se forem agredidos, bastará um chamamento que logo estarão de volta, batendo o rabinho de satisfação... Vivem sem objetivos. Mas, se tiverem alimento suficiente para viver e o amor do dono, perfeito: viverão felizes para sempre.
Como os humanos precisam aprender sobre felicidade com os cães! Fazemos tanto para obtê-la. Mas não agimos como nossos cachorros. Não festejamos a chegada em casa de nosso marido ou esposa (pelo menos não todos os dias). Não pulamos no colo de nossos familiares quando retornam do trabalho. Mas deveríamos! Afinal, quantas pessoas saem de casa todos os dias para cumprir suas obrigações e não voltam, vítimas da violência, do trânsito, do destino? É, parece que mais uma vez a demonstração de amor precisou ser justificada. Os cães não fazem isso; eles não pensam, simplesmente amam.
Quem sabe o maior defeito do ser humano seja justamente a sua racionalidade. Talvez se pensássemos menos, amaríamos mais e, consequentemente, seríamos tão felizes quanto Pink ou Capitu.
Autor: Elisangela Ferri Tröes


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