O PROFESSOR DA EJA E SUA FORMAÇÃO




A formação continuada é condição para a aprendizagem permanente e para o desenvolvimento pessoal, cultural e profissional de professores e especialistas em educação. É na escola, no contexto de trabalho, que os professores enfrentam e resolvem problemas, promovendo mudanças pessoais e profissionais. Segundo Libâneo (2004, p.227):

O termo formação continuada vem acompanhado de outro, a formação inicial, pois esta refere ? se ao ensino de conhecimentos teóricos e práticos destinados à formação profissional, completados de estágios, enquanto que a continuada é o prolongamento da inicial visando ao aperfeiçoamento profissional teórico e prático no próprio contexto de trabalho e ao desenvolvimento de uma cultura geral mais ampla, para além do exercício profissional.
Ler não é fácil. Mas estudos mostram que é possível explorar na escola os diferentes tipos de texto que usamos dia-a-dia e, principalmente em classes de Educação de Jovens e Adultos, e o professor precisa está preparado para esta modalidade de ensino, por ser ele o grande mentor dessa história.
Tomando por base as colocações feitas por autores como Freire (1989), Bamberger (1995) e Soares (2002), pode-se afirmar que o papel do professor não é fazer a leitura pelo aluno, mas indicar e apontar o caminho pelo qual deve seguir. O professor deve oferecer as ferramentas necessárias e o ambiente adequado para que o aluno tome o gosto pelo ato de ler.
O professor, no desempenho de seu papel de formador de consciência crítica, deve ter clareza de que é preciso chamar a atenção também para a questão da crítica mesmo quando a leitura é feita exclusivamente por ele. Nesse caso, todo texto utilizado é adequado, já que o professor atua como mediador entre o texto e o aluno. Nessa experiência, a leitura proporciona expectativas e desejos no aluno, portanto deve ser realizada de maneira a valorizar o prazer de ler, principalmente em classes da Eja.
É importante também observar a atuação do professor quanto à leitura oral, já que esta permite ao aluno a produção de textos oralmente, mesmo que ele não saiba ainda ler. O contato com histórias orais permite que tome gosto pela leitura. Por isso o texto deve ser representativo do diálogo entre seu criador e o mundo.
A adequação do texto ao leitor permite que ele possa fazer a leitura de maneira mais eficiente, sabendo como explorar cada ponto do texto. Mas isso não significa que devemos simplificar os textos para adaptá-los às possibilidades atuais do aprendiz. A leitura deve utilizar textos originais, verdadeiros, aqueles escritos pelos autores e não adaptações que subtraem o teor narrativo da história. Assim, é preciso que se leve em conta que a leitura deve sempre realizar um trabalho que contemple as possibilidades de significação existente nos textos, ou seja, o aluno Eja precisa se familiarizar com o livro, afim de que possa desenvolver uma história a partir do que escutou, leu e ou observou.
Esse processo permite o alcance de um estágio criativo com a narrativa que escuta. A partir dai o professor poderá experimentar novas possibilidades, novas relações a partir da vivência do leitor, permitindo a concretização do diálogo no ato de ler e consequentemente de escrever. Desse modo é bom frisar que, a promoção da leitura é uma responsabilidade de todo o corpo docente de uma escola e não apenas dos professores de língua portuguesa.
Indaga Silva (2008, p.24) "não se supera uma dificuldade ou uma crise com ações isoladas", uma vez que quando se fala de interesse, se fala também de interdisciplinaridade, de construção coletiva de conhecimento, na busca da integração e trocas de valores, até por que, a educação do professor é um processo difícil. Sendo assim, é importante que se perceba o que está acontecendo na sociedade brasileira de hoje. O professor está se reeducando em grande parte por sua ação política e de redefinição perante a escola e comunidade. A formação do professor determina práticas escolares efetivas no processo de ensino e nos procedimentos metodológicos.
Assim, as técnicas para a introdução de textos fornecem um referencial para a ação e atuação do professor em sala de aula da Eja. Vale ressaltar que, a formação do professor é contínua e é um processo que tem comparado à atividade de pesquisa no processo ensino aprendizagem. Kleiman e Signorini (2000, p. 207) afirmam que "a formação é um instrumento extremamente eficiente em relação a esses objetivos è a análise da interação em sala de aula".
Dessa forma, sua intervenção no processo permeia simultaneamente a teoria e a prática, e esse é o grande desafio do professor, isto é, entender como deve ser sua atuação junto ao desenvolvimento de cada aluno da Eja, buscando para isso, um embasamento teórico. Assim, o professor não deve esquecer que o interesse e o conhecimento de mundo do aluno são importantíssimos no processo ensino aprendizagem.


Autor: Teoniza Leite Amorim


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