Perfil dos pacientes sujeitos a cirurgia bariátrica do Hospital Evangélico Goiano



A obesidade é definida como uma doença endócrino-metabólica, crônica, heterogenia e multifatorial, caracterizada pelo excesso de gordura no corpo e apresenta proporções epidêmicas globais afetando cada vez mais crianças, adolescentes e adultos. O excesso de peso representa um grave risco à saúde, pois pode levar à complicações importantes como por exemplo, hipertensão arterial e diabetes. Dessa forma, este trabalho tem como principais objetivos estabelecer a freqüência de atividades físicas, analisar o transtorno da compulsão alimentar periódica, verificar a incidência por sexo e verificar o grau de obesidade. Este artigo trata-se de uma pesquisa qualitativa e quantitativa. Foram selecionados 7 pacientes que internaram um dia antes de realizar a cirurgia bariátrica no Hospital Evangélico Goiano, Anápolis-GO no mês de abril de 2009, sendo que 71% dos pacientes entrevistados são do sexo feminino e 29% são do sexo masculino. O seu tratamento é uma tarefa árdua, e apesar de inúmeros tratamentos atualmente disponíveis, os resultados são decepcionantes, devido à redução da prática de atividades físicas e à natureza mais sedentária dos indivíduos, que têm levado a intervenção cirúrgica.
1. INTRODUÇÃO
Um dos maiores problemas de saúde mundial que afetam cada vez mais crianças, adolescentes e adultos é o excesso de peso, que apresenta proporções epidêmicas globais. Em alguns países, mais da metade da população adulta é afetada (GIBNEY; MACDONALD; ROCHE, 2006).
Para Waitzberg (2006, p. 1023), a obesidade é definida como uma "doença endócrino-metabólica, crônica, heterogênia e multifatorial, caracterizada pelo excesso de gordura no corpo". Essa doença "representa um grave risco à saúde, risco que aumenta progressivamente de acordo com o ganho de peso" (WAITZBERG, 2006, p. 1024).
Devido alguns fatores, tais como as condições socioeconômicas, níveis de atividade física e sexo, houve um aumento da predominância da obesidade (GIBNEY; MACDONALD; ROCHE, 2006).
Segundo Mahan e Escott-Stump (2005), a obesidade afeta homens e mulheres, sendo que a prevalência é maior em indivíduos do sexo feminino. A obesidade aumentou três vezes nas últimas quatro décadas, sendo 8% para os adultos. Destes, 6% para as mulheres e 2% para os homens (SILVA; MURA, 2007).
A prática de atividades físicas é uma parte extremamente importante do programa de controle de peso (MAHAN; ESCOTT-STUMP, 2005). A atividade reduz a gordura através do aumento do consumo energético (OLIVEIRA, 2005). A redução nos níveis de atividade física foi associada à natureza cada vez mais sedentária dos indivíduos e podem contribuir para o aumento de problemas de saúde, como doenças cardiovasculares (MENDONÇA; ANJOS, 2004; TEIXEIRA NETO, 2003).
Outro fator importante que contribui para o aumento de peso é o Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica (TCAP). Essa síndrome, que atinge a maioria dos obesos, é caracterizada por episódios nos quais ocorre uma ingestão, em um período limitado de tempo (até duas horas), de quantidade de comida definitivamente maior do que a maioria das pessoas consumiria, ou seja, comer até sentir-se incomodamente repleto, e geralmente, os obesos costumam sentir repulsa por si mesmo, depressão ou demasiada culpa por comer excessivamente (TEIXEIRA NETO, 2003).
Segundo a Organização Mundial de Saúde, o Índice de Massa Corporal (IMC), embora seja um método simples de identificar a obesidade, deixa de contemplar a distribuição e a localização da gordura corpórea em excesso. A obesidade pode ser classificada em Obesidade Grau I, Obesidade Grau II, Obesidade Grau III, calculando o IMC: Peso (Kg) dividido pela altura² (m) (WAITZBERG, 2006).
A Obesidade Grau III, ou Mórbida, ocorre quando o IMC de um indivíduo é e a 40 Kg/m² (SILVA; MURA, 2007). Sendo assim, obesos mórbidos estão sujeitos à diversas enfermidades, como hipertensão arterial, diabetes, esofagite de refluxo entre outros (WAITZBERG, 2006).
Devido à redução da qualidade e expectativa de vida e o fracasso de tratamentos conservadores, como a dietoterapia, a obesidade mórbida é difícil de ser tratada apenas por meio de dieta e exercícios físicos e têm levado à indicação de intervenção cirúrgica, e assim realizar a cirurgia da obesidade ou bariátrica, pelo fato de ser o tratamento mais eficiente e, com efeito, mais duradouro (WAITZBERG, 2006; SILVA; MURA, 2007).
As técnicas utilizadas para realizar a cirurgia bariátrica são a gastroplastia, banda gástrica ajustável, gastroplastia vertical com bandagem, bypass gástrico em Y-de-Roux, derivação biliopancreática de Scopinaro e Duodenal Switch (SILVA; MURA, 2007).
Este artigo está organizado em seções. A primeira seção é essa introdução, a seção 2 representa os objetivos da pesquisa. A metodologia utilizada na realização da pesquisa é apresentada na seção 3. Os resultados são descritos na seção 4. Por fim, as considerações finais são apresentadas na seção 5.

2.OBJETIVO
Verificar a incidência da obesidade por sexo;
Analisar a prática de atividade física e sua frequência;
Analisar a incidência de pacientes que possuem o transtorno da compulsão alimentar periódica;
Verificar o grau de obesidade dos indivíduos inseridos no programa.

3.METODOLOGIA
Este artigo trata-se de uma pesquisa qualitativa e quantitativa.
A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas por questionário semi-estruturado, pois permite uma descrição mais completa e detalhada dos aspectos qualitativos e quantitativos, assim é possível verificar a veracidade das respostas (DAMASO, 2003). As informações obtidas foram gravadas com um aparelho gravador de voz.
Foram entrevistados 7 pacientes no mês de abril de 2009. Como critério de inclusão, foram selecionados os pacientes que internaram um dia antes de realizar a cirurgia bariátrica no Hospital Evangélico Goiano, Anápolis-GO.
A faixa etária foi de 23 a 58 anos.
Os resultados serão apresentados em forma de gráficos desenvolvidos pelo site http:www.chartgizmo.com.

4.RESULTADOS
Após realizar as entrevistas com 7 pacientes, verificou-se que 5 (71%) são do sexo feminino e 2 (29%) são do sexo masculino. A análise dos pacientes revelou que a prevalência é maior em mulheres. Este último dado é similar ao descrito na literatura que descreve o sexo feminino como o alvo preferencial da obesidade (MAHAN; ESCOTT-STUMP, 2005).
Em relação à prática de atividades físicas, verificou-se que 43% praticam atividades físicas e 57% não praticam nenhum tipo de atividade. Dos pacientes que praticam atividades físicas, 67% praticam regularmente, como futebol e musculação.
Na figura 3, pode-se verificar que, em média, 57% dos obesos possuem o transtorno da compulsão alimentar periódica e 43% não possuem.
Em relação à classificação da obesidade, verificou-se que 14% dos pacientes possuem Obesidade Grau I, 14% possuem Obesidade Grau II e 72% possuem Obesidade Grau III. Dos obesos mórbidos, 29% realizaram a cirurgia bariátrica devido à enfermidades, como hipertensão arterial e diabetes, e 71% realizaram a cirurgia em busca de uma melhor qualidade de vida.

Figura 1.

Figura 2.

Figura 3.



Figura 4.

5.CONSIDERAÇÕES FINAIS
A obesidade é uma doença crônica e degenerativa. Segundo a Organização Mundial da Saúde, esse estado nutricional seria o resultado de uma complexa interação entre a ingestão alimentar, a saúde geral do indivíduo e o ambiente em que ele vive (TEIXEIRA NETO, 2003).
Nesta pesquisa, observou-se que a falta da prática de atividades físicas e a má alimentação, decorrido do transtorno da compulsão alimentar periódica, resulta em um significativo aumento de peso, como se pode verificar na grande porcentagem de pacientes obesos, principalmente mórbidos.
O seu tratamento é uma tarefa árdua, pois trata-se de uma doença de graves conseqüências. Apesar de inúmeros tratamentos atualmente disponíveis, os resultados são decepcionantes, devido à redução da prática de atividades físicas e à natureza mais sedentária dos indivíduos, que têm levado a intervenção cirúrgica (TEIXEIRA NETO, 2003; GIBNEY; MACDONALD; ROCHE, 2006; WAITZBERG, 2006).

REFERÊNCIAS
DAMASO, Ana. Obesidade. 1. ed. Medsi, 2003.
GIBNEY, Michael J.; MACDONALD, Ian A.; ROCHE, Helen M. Nutrição e Metabolismo. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
MAHAN, L. Kathleen; ESCOTT-STUMP, Sylvia. Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. São Paulo: Roca, 2005.
MENDONÇA, Cristina Pinheiro; ANJOS, Luiz Antonio dos. Aspectos das Práticas Alimentares e da Atividade Física como Determinantes do Crescimento do Sobrepeso/Obesidade no Brasil. Cadernos de Saúde Pública. Vol. 20. Nº 03. Rio de Janeiro, maio/junho 2004. Disponível em: . Acesso em: 25 maio 2009.
OLIVEIRA, Ricardo Jacó de. Saúde e Atividade Física. Rio de Janeiro: Shape, 2005.
SILVA, Sandra Maria Chemim Seaba da; MURA, Joana D?Arc Pereira. Tratado de Alimentação, Nutrição e Dietoterapia. São Paulo: Roca, 2007.
TEIXEIRA NETO, Faustino. Nutrição Clínica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.
WAITZBERG, Dan Linetzky. Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática Clínica. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2006.


Autor: Jessica Roberta


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