O VELÓRIO DA NATUREZA



Amigos de Uraí, a grande consideração e estima que tenho por todos é que me leva a partilhar com vocês este singelo texto no qual vai imprimido um pouco da minha pessoa e da minha forma de pensar.
Foi aqui neste pedaço de chão que vivi a minha infância. Aqui cresci, constitui família, criei meus filhos e estou até hoje. Entre os quase doze mil habitantes não tenho um inimigo sequer, isso é motivo de muita alegria. Agradeço a Deus por ter a ficha limpa, isso faz minha vida ser maravilhosa.
Nasci no mês de setembro, o que é para mim um privilégio, pois é o mês da primavera. Nascer em setembro é despertar para a vida.
Setembro é o mês mais bonito do ano, mês em que termina o inverno e o frio arrepiante aos poucos vai dando lugar ao calor. Com a chegada da primavera inicia-se o ciclo das flores. O sol brilha com mais intensidade, trazendo mais alegria para as pessoas e até mesmo para os passarinhos.
Em setembro começa também o período das chuvas mais intensas o que faz com que as árvores se renovem e o verde se torne mais vivo tornando a natureza ainda mais bela.
Talvez o fato de ter nascido no mês da primavera é que me fez um eterno admirador das flores, das árvores e do verde. O amor pela natureza certamente não é obra do destino.
Portanto meus amigos, quando me verem plantando ou regando árvores pelas ruas, não se espantem e nem pensem que há algum interesse por trás dessa atitude. Não! O que faço é por amor e com muita humildade, sem esperar honrarias ou recompensa.
Plantar árvores para mim não é motivo de vangloria e nem estou dizendo que isso é um exemplo de humildade, apenas quero contribuir para que as futuras gerações tenham um planeta melhor. No meu entendimento cada árvore plantada é uma sombra a mais para o irmão que passa descansar e retomar suas forças antes de prosseguir sua caminhada. Plantar árvores é embelezar e florir nossas ruas. É construir abrigo para os pássaros. Plantar árvores é o mesmo que plantar amor.
A cadeira em que nos sentamos, a mesa sobre a qual colocamos nossos alimentos, nosso guarda-roupas, a cama na qual repousamos, tudo isso é feito da madeira que as árvores nos fornecem. São elas ainda que nos dão os frutos e as flores. Flores que embelezam nossa vida e enfeitam nossa morte. E por fim, a árvore está presente até em nosso último repouso, porque é num caixão de madeira que nosso corpo volta à terra de onde veio.
Amigos, a natureza é a vida de nossa cidade, e essa vida está sendo decapitada pelo corte das árvores. Eu estou tentando fazer a minha parte para não ter que assistir ao velório da natureza. Quem ama a vida não derruba uma árvore. Quem ama a vida não destrói a natureza.

Autor: Jair Garcia Martins


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