"Bicho-homem"!



Existem algumas coisas que são comuns aos homens e aos animais, mas isso não quer dizer que os animais possam se tornar homens, ao contrário dos homens que por vezes podem se tornar animais, e é assim que somos classificados cientificamente, ou seja, somos animais humanizados. Entre essas coisas, se destacam duas: o instinto de sobrevivência e a vontade de sobreviver. Nos animais, esses ingredientes fundamentais à vida, fazem com que eles se adéqüem ao "meio" no qual são "lançados", e como que não tivessem medo de mostra que são guiados por esses instintos naturais, se lançam em uma corrida desenfreada dia após dia em busca da sobrevivência. Entra em ação a lei do mais forte! Mas essa lei entre os animais não chega a ser tão cruel quanto se possa pensar, visto que o mais forte depende da fraqueza do mais fraco pra sobreviver e o mais fraco por sua vez, se torna superior pelo simples fato de não ser alcançado. "Que força pode haver em um leão que morre por falta de comida?" O instinto de sobrevivência acaba equilibrando as coisas! Já no homem, o simples acréscimo de um ingrediente a essa receita, deu um resultado diferente. Esse ingrediente chama-se "intelecto". A união entre o instinto, a vontade de viver e o intelecto, torna o homem humano. Diferentemente dos animais, o homem tem a capacidade de adequar o "meio" aos seus instintos e com isso, tenta fazer com que tudo gire em torno de si, e como que negando os instintos naturais de sobrevivência inerente a todas as espécies, figuram como grande dominador do mundo em sua volta. A esses instintos juntam-se os desejos, que no homem, nada mais são do que a vontade de viver. E quando o homem tenta negar esses desejos - ao invés de controlá-los (adequá-los ao "meio") - no intuito de, quem sabe, tornar-se um "super-homem", torna-se animal que só sabe o que é sobreviver, não sabem nada sobre "viver", só conhecem o instinto de "sobrevivência". A lei do mais forte entre os homens é bem mais cruel, pois ela transpõe o espaço físico. O homem mais forte existe em função do mais fraco e ele só se dá conta disso quando se torna fraco também. E ele ? o homem forte ? age de forma sufocante sobre o fraco, e como uma formiga que come todo estoque antes do inverno, segue como que querendo eliminar o fraco sem se dar conta de que isso será o seu declínio - quem plantará se só há senhores? - essa é a fraqueza dos fortes. Já os fracos, desejosos de serem fortes (instinto de "poder") esquecem que também eles são essenciais para que haja equilíbrio - quem plantará se só há senhores? ? essa é a fraqueza dos fracos. Por se sentir tão superior, o homem destrói até o próprio "meio" em que vive como que querendo mostrar sua força e da mesma forma, também o fraco, com seu instinto de superioridade sufocado pelos fortes, tenta se vingar no "meio" e ambos (o forte e o fraco) dizem: "quem manda aqui sou eu"!! Sequer se dão conta de que o "meio" é essencial aos instintos e à vontade de viver (desejos), e que o próprio "meio" tem seus instintos de sobrevivência também! Dessa forma os homens tornam-se animais destrutivos e como em meio aos animais o homem também desponta como superior, os próprios animais incluindo o próprio homem, sentem na pele a vingança dos instintos do "meio". Vingança que para o homem soa como algo destrutivo, mas para o "meio", nada mais é que uma forma de torna as coisas como eram naturalmente, simplesmente instinto de sobrevivência. Prevalece a lei do mais forte, de uma forma ou de outra o "meio" sempre existira, mesmo que seja insuportável a homens e animais. Esse é o resultado do instinto que o homem criou, o instinto de querer ser "Deus".

Jônatas Félix da Silva.
Autor: Jônatas Félix Da Silva


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