CONHECIMENTOS DEMONSTRADO PELOS ALUNOS DO CURSO DE NUTRIÇÃO E LICENCIATURA DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS SOBRE TRANSGÊNICOS



LIANA TIEMI HIRAI MIYATAKE

Conhecimento demonstrado pelos alunos do curso de Nutrição e Licenciatura de Ciências Biológicas sobre Transgênicos:

Benefícios versus Malefícios




Apucarana

2009



LIANA TIEMI HIRAI MIYATAKE













Conhecimento demonstrado pelos alunos do curso de Nutrição e Licenciatura de Ciências Biológicas sobre Transgênicos:

Benefícios versus Malefícios










Monografia apresentada à FAP ? Faculdade de Apucarana, ao Curso de Ciências Biológicas, como exigência para conclusão do curso, sob orientação do professor e orientador Msc. Daniel Meneguello Limeira.


















Apucarana

2009


LIANA TIEMI HIRAI MIYATAKE






Conhecimento demonstrado pelos alunos do curso de Nutrição e Licenciatura de Ciências Biológicas sobre Transgênicos:

Benefícios versus Malefícios





Monografia apresentada ao Curso de Ciências Biológicas da Faculdade de Apucarana ? FAP, como requisito parcial para obtenção do Grau de Licenciado em Ciências Biológicas.


Orientador: Prof. Msc. Daniel Meneguello Limeira






COMISSÃO EXAMINADORA




Prof. Orientador Prof. Msc. Daniel Meneguello Limeira
Faculdade de Apucarana



Prof. Membro 2
Faculdade de Apucarana



Prof. Membro 3
Faculdade de Apucarana








Apucarana, _____de ___________de 2009.



























Dedico esse trabalho as pessoas mais importantes da minha vida...

Aos meus pais Henrique e Luiza; as minhas irmãs Leilane e Lissa; e aos meus amigos... Companheiros de todas as horas.


AGRaDECIMENTOS


A Deus, o que seria de mim sem a fé que eu tenho nele.


Aos meus pais, Henrique e Luiza e minhas irmãs Leilane e Lissa que sempre incentivaram meus sonhos e estiveram sempre ao meu lado.


Ao meu orientador Prof. MS. Daniel Meneguello Limeira, que me acompanhou e auxilio, transmitindo-me conhecimento e tranqüilidade.


A Diretora Geral e Acadêmica e Prof. MS. Joseane Balan, pessoa que admiro e respeito como profissional e amiga; que sempre esteve presente em vários momentos decisivos da minha vida.


Aos meus queridos amigos, Anna Carla, Maira, Bruno e Rodrigo, que sempre estiveram comigo em todas as horas, me proporcionando sempre momentos de alegria. Que a nossa amizade seja eterna!


A Priscilla, que mesmo distante, me apoiou e ajudou nas pesquisas, ficando comigo ate de madrugada.


A Lidia e Renata pela amizade constante, e por sempre se disponibilizarem a me ajudar no que precisava.


A Thamires, que me ajudou nas montagens dos gráficos, e me fazer acreditar que "tudo é possível...".


A Anna Perón pela dedicação e carinho com que me ajudou a concretizar o trabalho.


Ao Edson Fontes por me ajudar tirando as minhas duvidas sempre que necessitei.


Aos meus colegas de classe e demais formandos pela amizade e companheirismo que recebi.

























"Sabemos como é a vida: num dia dá tudo certo e no outro as coisas já não são tão perfeitas assim. Altos e baixos fazem parte da construção do nosso caráter. Afinal, cada momento, cada situação, que enfrentamos em nossas trajetórias é um desafio, uma oportunidade única de aprender, de se tornar uma pessoa melhor. Só depende de nós, das nossas escolhas... Não sei se estou perto ou longe de mais, se peguei o rumo certo ou errado. Sei apenas que sigo em frente, vivendo dias iguais de forma diferente. Já não caminho mais sozinha, levo comigo cada recordação, cada vivência, cada lição e uma nova paixão no coração. E, mesmo que tudo não ande da forma que eu gostaria, saber que já não sou a mesma de ontem, me faz perceber que valeu a pena!"



Felizatti














MIYATAKE, Liana Tieme Hirai. Conhecimento demonstrado pelos alunos do curso de nutrição e licenciatura de ciências biológicas sobre transgênicos: benefícios versus malefícios. 2009. 61 fls. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Ciências Biológicas) Faculdade de Apucarana ? FAP. Apucarana, PR.



RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo investigar o conjunto de conhecimentos dos acadêmicos da área de saúde da Faculdade de Apucarana (Ciências Biológicas e Nutrição) acerca dos alimentos transgênicos, no que se refere à legislação associada, mitos e verdades, destacando seus malefícios e benefícios. Foi elaborado e aplicado um questionário aos alunos dos dois cursos, com questões referentes pertinentes aos temas selecionados. Do total de 277 alunos, 73% participaram da pesquisa. Paralelamente à aplicação do questionário foi realizada uma revisão bibliográfica, com auxilio de livros, periódicos científicos e sites relacionados ao assunto. Este estudo justifica-se pela atual importância de se aprimorar o conjunto de conhecimentos, ferramentas e métodos referentes aos OGMs no âmbito da biotecnologia, para que estas informações possam subsidiar esses profissionais ligados à saúde na tomada de decisões a respeito de aplicações relacionadas aos transgênicos.





Palavras ? Chave: Biotecnologia. Transgênicos. Alimentos. Benefícios. Malefícios.
























MIYATAKE, Liana Tieme Hirai. Knowledge demonstrated by students of nutrition and bachelor of sciences on GM crops: benefits versus harms. 2009. 61 fls. Conclusion Course (Degree in Biological Sciences) Faculty of Apucarana - FAP. Apucarana, PR.




ABSTRACT

The present work has as objective to investigate the set of knowledge of the academics from the health area of Faculdade de Apucarana (Biological Sciences and Nutrition) concerning the genetically modified foods, in what it refers to the associated legislation, myths and truths, highlighting their harms and benefits. It was elaborated and applied a questionnaire to the students of both courses, with pertinent referring subjects to the selected themes. From the total of 277 students, 73% participated in the research. Parallel to the application of the questionnaire, a bibliographical revision was accomplished, using books, scientific newspapers and sites related to the subject. This study is justified by the current importance of improving the group of knowledge, tools and methods regarding GMOs in the biotechnology extent, so that this information can subsidize professionals linked to health to make decisions regarding to applications related to genetically modified foods.





Key-words: Biotechnology.Genetically Modified Foods. Food. Benefits. Harms.
























LISTA DE FIGURAS














































LISTA DE GRÁFICOS






















lista de tabelas








































sumário
INTRODUÇÃO



Os OGMs (Organismos Geneticamente Modificados) são organismos vivos, sejam eles plantas animais ou microorganismos, cujo seu material genético (ácidos desoxirribonucléico-DNA e ribonucléico ? RNA) foi alterado pela introdução de seqüencias de DNA ou RNA, podendo ser proveniente de qualquer outro organismo (TOZZINI, 2004 apud CONCEIÇÃO et al., 2006).

Esta modificação pode por qualquer técnica de engenharia genética, ao passo que esta, por sua vez, é a atividade de manipulação de moléculas DNA/RNA recombinante (art. 3º, inciso IV e V da Lei 8.964/1995). Basicamente para produzir um organismo transgênico, primeiramente deve selecionar o gene/genes de interesse; que dará a característica desejada ao novo organismo. Recorrendo aos vários métodos e técnicas de obtenção.

Segundo Nodari e Guerra (2003), o cultivo de plantas transgênicas, assim como o consumo humano e animal de seus derivados, é um evento recente, constituído de um tema sobre o qual predomina as discussões científicas, éticas, econômicas e políticas.

De acordo com Nodari e Guerra (2000), a transgenia e uma técnica que pode contribuir de forma significativa para o melhoramento genético de plantas, visando à produção de alimentos, fibras e óleos, como também a fabricação de fármacos e outros produtos industriais (apud Nodari et al, 2003).

Todas essas pesquisas, para serem realizadas, devem observar uma série de normas estabelecidas pela legislação brasileira de biossegurança. A principal norma vigente Neste aspecto é a Lei nº 8.974/95 (Lei de Biossegurança), alterada pela Medida Provisória Nº 2.191-9/2001, e seu decreto regulamentador (Decreto nº 1.752/95).

A existência de riscos associados aos organismos geneticamente modificados (OGM) tem sido questionada há vários anos, muito antes de qualquer produto transgênico chegar ao mercado, gerando grandes discussões que envolveram governos, agricultores, comerciantes, entre outros (CAVALLI, 2001).

Portanto devido à importância da transgênia para a produção de alimentos e devido a grande polêmica gerada em torno dessa técnica, tornou-se relevante avaliar o conhecimento dos alunos dos cursos de Nutrição e Licenciatura em Ciências Biológicas da Faculdade Apucarana sobre o assunto.

































REVISAO BIBLIOGRÁFICA
Biotecnologia



De acordo com a Biotechnology Industry Organization (BIO), o termo biotecnologia é um conjunto de técnicas que potencializa as melhores características das células, como a capacidades produtivas, e disponibilizam moléculas biológicas, como DNA e proteínas, para lhe conferir características desejadas.

Segundo a CIB (Conselho de informação sobre Biotecnologia)

[...] a biotecnologia moderna propriamente dita surgiu em 1970, com pesquisas científicas realizadas nos Estados Unidos. A técnica consiste na interferência controlada e intencional do DNA (ácido desoxirribonucléico), o ?código da construção biológica' de cada ser vivo. Isso significa que os cientistas podem inserir genes de interesse específico em qualquer organismo ou mesmo retirá-lo. Por esse motivo, diz-se alimento geneticamente modificado, transgênico ou de DNA recombinante. O termo é novo, mas seus princípios são anteriores à Era Cristã. Gregos e egípcios produziam vinho e cerveja por meio da fermentação da uva e da cevada. Os produtos, expostos ao ar livre, apresentam reações orgânicas que resultavam nas bebidas. O processo já era uma forma primitiva de biotecnologia. Os estudos dessa ciência foram sistematizados a partir do século 17, quando o inglês Robert Hooke comprovou a existência das células e publicou o livro Micrographia, obra pioneira na observação microscópica de organismos. A segunda metade do século 19 trouxe a Era Microbiana, com as técnicas de pasteurização de Louis Pasteur, o descobrimento do DNA por Friedrich Miescher e, sobretudo, as experiências com o cruzamento de ervilhas por Gregor Mendel, apontado como o pai da genética. [...] (CIB, 2009).

Para ISAAA (Serviço internacional de aquisição de biotecnologia aplicada em agriculturas),

biotecnologia, é qualquer técnica que faça uso de organismo, ou parte desse organismo para produzir ou modificar produtos, melhorar plantas ou animais, e desenvolver microorganismos afim de obter propósitos específicos (ISAAA, 2009).

Os experimentos do monge austríaco, Gregor Mendel, deram início à ciência chamada genética, entre eles podem ser citado os resultados obtidos com as experiências com ervilhas de cores diferentes, gerando conhecimentos que possibilitaram o desenvolvimento da biotecnologia, a meados do século XIX (Damasceno, 2007).


Alguns estudos que deram início ao melhoramento genético



Em 1953 Watson e Crick, dois cientistas da universidade de Cambrigde, na Inglaterra, descreveram a estrutura helicoidal do DNA ? molécula fundamental de qualquer ser vivo, portadora das informações genéticas. No início dos anos 70, ocorreu a primeira transferência de genes entre espécies diferentes. A comunidade científica estabeleceu regras de biossegurança para a pesquisa e o desenvolvimento de produtos com modificações genéticas (CIB, 2009).

Um fato importante para que a biotecnologia de fato adentrasse ao mercado foi em 1980, onde a suprema Corte Norte Americana, concedeu a primeira patente a um ser vivo, uma linhagem de bactérias capazes de digerir petróleo em acidentes (LEITE, 2000).

Dois anos depois, segundo a CIB (2009), em 1982 foi desenvolvido a insulina por biotecnologia, produzida por bactérias modificadas.

Em 1983, os EUA permitiu a pioneira liberação internacional de um OGM no ambiente. Trata-se de uma linhagem de bactérias da espécie Pseudomonas syringae, geneticamente alterada para impedir a formação de cristais de gelo na superfície das plantas, para regiões agrícolas sujeitas a geadas. Desenvolvida na Universidade de Califórnia, pela equipe de Steven Lindow (LEITE, 2000).

Em 1993, os Estados Unidos lançou o primeiro cultivo desenvolvido pela biotecnologia: um tomate longa vida, chamado tomate FlavSavr, produzido pela empresa Calgene. Nos anos de 1996 ocorreu o primeiro plantio comercial da soja geneticamente modificada, nos Estados Unidos. Em 1997, o primeiro plantio da soja geneticamente modificada na Argentina. Já no ano de 1998, a CTNBio11 recebeu o primeiro pedido de liberação da empresa Monsanto para o comércio da soja OGM Roundup Ready, resistente ao herbicida Roundup12, fabricado pela mesma empresa. O pedido foi aceito, pois segundo a Comissão Técnica, não havia nenhum problema de biossegurança (CIB, 2009).

Segundo a ISAAA (2009) no ano de 2001, as plantas geneticamente modificadas ocupavam mais de 50 milhões de hectares em todo o mundo. Já em 2005 ocupavam cerca de 90 milhões de hectares. Em 2008 são 25 os países a cultivar comercialmente essas plantas e já ocupam mais de 125 milhões de hectares (ver tabela 1).


Tabela 1 - Área global de lavouras GM em 2007: por País (milhões ha.)14 mega-países biotecnológicos produzindo 50.000 hectares ou mais de culturas biotecnológicas

Posição Pais Áreas em milhões de hectares Culturas Biotecnologicas
1º EUA* 62,5 Soja, milho, algodão, canola, abóbora, papaia, alfafa, beterraba
2º Argentina* 21,0 Soja, milho, algodão
3º Brasil* 15,8 Soja, milho, algodão
4º Índia* 7,6 Algodão
5º Canadá* 7,6 Canola, milho, soja, beterraba
6º China* 3,8 Algodão, tomate, álamo, petúnia, papaia, pimentão
7º Paraguai* 2,7 Soja
8º África do sul* 1,8 Milho, soja, algodão
9º Uruguai * 0,7 Soja, milho
10º Bolívia* 0,6 Soja
11º Philipinas* 0,4 Milho
12º Austrália* 0,2 Algodão, canola, cravo
13º México* 0,1 Algodão e soja
14º Espanha* 0,1 Milho
15º Chile <0,1 Milho , soja e canola
16º Colômbia <0,1 Algodão e cravo
17º Honduras <0,1 Milho
18º Burkina Faso <0,1 Algodão
19º Republica Tcheca <0,1 milho
20º Romênia <0,1 Milho
21º Portugal <0,1 Milho
22º Alemanha <0,1 Milho
23º Polônia <0,1 Milho
24º Eslováquia <0,1 Milho
25º Egito <0,1 milho

Fonte: ISAAA - International Service for the Acquisi tion of Agri-biotech Applications (Serviço internacional de aquisiçao de biotecnologia aplicada em agriculturas), 2009.



Transgênicos



Os OGMs (Organismos Geneticamente Modificados) são organismos vivos, sejam eles plantas animais ou microorganismos, cujo seu material genético (ácidos desoxirribonucléico ? DNA e ribonucléico ? RNA) foi alterado pela introdução de seqüencias de DNA ou RNA, podendo ser proveniente de qualquer outro organismo (TOZZINI, 2004 apud CONCEIÇÃO et al., 2006).

De acordo com Nodari e Guerra (2000), a transgenia e uma técnica que pode contribuir de forma significativa para o melhoramento genético de plantas, visando à produção de alimentos, fibras e óleos, como também a fabricação de fármacos e outros produtos industriais (apud NODARI et al, 2003).

Esta modificação pode se dar por qualquer técnica de engenharia genética, ao passo que esta, por sua vez, é a atividade de manipulação de moléculas DNA/RNA recombinante (art. 3º, inciso IV e V da Lei 8.964/1995).

Basicamente para produzir um organismo transgênico, primeiramente deve selecionar o gene/genes de interesse que dará a característica desejada ao novo organismo, recorrendo aos vários métodos e técnicas de obtenção.

Segundo Bespalhok F., et al Guerra e Oliveira (2000):

"Os métodos de transformação de plantas podem ser divididos em: indiretos (através do uso da Agrobacterium tumefaciens) e diretos (bombardeamento)" (BESPALHOK F., et al GUERRA; OLIVEIRA, 2000)


Métodos Indiretos
Agrobacterium tumefaciens



A transferência de DNA por meio da Agrobacterium tumefaciens é o método mais usado na obtenção de plantas dicotiledôneas transgênicas (BESPALHOK F., et al GUERRA; OLIVEIRA, 2000).

O gênero Agrobacterium pertence à família Rhizobiaceae, e possui diversas espécies, como: A. tumefaciens, que é o agente causal da doença conhecida como a galha da coroa ("crown gall"); A. rhizogenes, agente da síndrome da raiz em cabeleira ("hairy root"); A. rubi, que induz tumores nas partes aéreas da planta; A. vitis, que induz tumores somente em videiras e A. radiobacter que não é patogênica (BRASILEIRO, 1995).

A transformação genética se dá pela transferência de uma cópia da fita simples do T-DNA da bactéria do plasmídeo Ti-desarmado para o núcleo da planta (TINLAND et al., 1994; YUSIBOV et al., 1994; CITOVSKY & ZAMBRYSKI, 1995; GURALNICK et al.1996).

A eficiência do processo de transformação via A. tumefaciens implica em poder selecionar e regenerar plantas a partir de uma única célula transformada, o mais rápido possível, para diminuir a manipulação in vitro, e evitar o aparecimento de plantas quiméricas (BRASILEIRO, 1995).

Por meio da manipulação genética do plasmídeo Ti, foi possível a substituição das seqüências nativas na região de transferência do plasmídeo (T-DNA) por genes de interesse. Assim, quando o Agrobacterium tumefaciens contendo um plasmídeo Ti manipulado infecta uma célula vegetal, ele transferirá o gene de interesse para dentro da célula transformada. (BESPALHOK F., et al GUERRA; OLIVEIRA, 2000).

A infecção com esta bactéria, geralmente é feita em tecidos vegetais tais como folhas. Em geral, coloca-se a mesma em co-cultivo (técnica de cultivo in vitro) com o tecido a ser transformado por 24-48 horas, sendo em seguida transferido para meio com antibióticos com a finalidade de matar a bactéria e selecionar as células transformadas, que serão então regeneradas. (BESPALHOK F., et al GUERRA; OLIVEIRA, 2000).

O número de espécies transformadas por A. tumefaciens é muito grande, entre as quais estão incluídas as seguintes: tomate, soja e algodão. Uma limitação na utilização deste, é que essa bactéria não consegue infectar de forma eficiente a maioria das monocotiledôneas. Por isso foram desenvolvidos métodos alternativos de transformação de plantas. (BESPALHOK F., et al GUERRA; OLIVEIRA, 2000).

A determinação da melhor combinação patógeno-hospedeiro para um dado genótipo é uma etapa inicial importante para o desenvolvimento de metodologias que visem a obtenção de plantas transgênicas através do sistema Agrobacterium (LACORTE; MANSUR, 1993).

Métodos Diretos



Os métodos de transferência direta de genes utilizam processos físicos ou químicos que causam modificações nas paredes e membranas celulares, facilitando a introdução de DNA exógeno. Diversos métodos diretos têm sido propostos, variando em sua eficiência e praticidade. Entre eles, os métodos que resultaram em maior número de espécies transformadas foram a eletroporação de protoplastos, a transformação por polietilenoglicol e o bombardeamento de particulas (FISK; DANDEKAR, 1993).


Bombardeamento



A transformação por meio do bombardeamento de micro-projéteis (pequenos projétil com o DNA) é um método mecânico de introdução de DNA que pode ser usado na maioria das espécies ou genótipos. Ela pode ser usada em espécies que não são infectadas de forma eficiente por A. tumefaciens, tais como os cereais. Esse método de transformação é constituído de um acelerador (também chamado de canhão) que impeli micro-projéteis metálicos (partículas) carregando DNA para dentro de células, tecidos ou órgãos vegetais intactos, que são posteriormente regenerados (BESPALHOK F., et al GUERRA; OLIVEIRA, 2000).

Existem vários modelos de aceleradores, mas os mais utilizados atualmente utilizam o gás hélio comprimidos para gerar a força necessária para a aceleração de partículas (SANFORD et al., 1991).

Entre os protótipos mais utilizados temos o "Biolistic ? PDS 1000/He" da empresa BioRad que utiliza altas pressões de hélio. As partículas metálicas mais utilizadas no bombardeamento são as de tungstênio e ouro. (BESPALHOK F., et al GUERRA; OLIVEIRA, 2000)

As partículas são preparadas com a precipitação do DNA. O método mais utilizado para precipitação de DNA utiliza CaCl2 e espermidina associado com partículas de tungstênio. A transformação por bombardeamento ocorre sob vácuo, para aumentar a eficiência de penetração das partículas (SANFORD et al., 1991).

Por esse método foram transformadas várias espécies tais como soja e milho. O bombardeamento de partículas também tem sido utilizado para a transformação de cloroplastos e mitocôndrias (BESPALHOK F., et al GUERRA; OLIVEIRA, 2000).

Marcadores de seleção são necessários para aumentar a produção de células e plantas transgênicas. Um marcador de seleção permite o crescimento preferencial das células transformadas na presença do agente seletivo, evitando o crescimento das células não transformadas. Genes que conferem resistência a antibióticos ou herbicidas podem ser usados como marcadores de seleção. (BESPALHOK F., et al GUERRA; OLIVEIRA, 2000).

Genes de resistência a herbicidas também tem sido usados com freqüência como marcadores de seleção. Entre os mais usados, temos o gene BAR que confere resistência ao herbicida Basta ® (princípio ativo fosfonotricina ou PPT) (BESPALHOK F., et al GUERRA; OLIVEIRA, 2000).

Para cada protocolo de transformação, é necessário determinar a dose do agente seletivo adequada para a espécie e tipo celular usados. Uma dosagem muito alta pode provocar a morte de todas as células e uma sub-dosagem pode levar ao aparecimento de escapes (plantas não transformada) (BESPALHOK F., et al GUERRA; OLIVEIRA, 2000).

O uso do processo biolístico é bastante amplo e, quando comparado com a maioria dos métodos diretos de introdução de DNA em plantas, o bombardeamento de partículas apresenta várias vantagens. É uma técnica altamente versátil e de fáciladaptação, podendo ser aplicada a grande variedade de células e tecidos, incluindo suspensões (Klein et al., 1989; Fromm et al., 1990), calos (Vasil et al., 1985), tecidos meristemáticos (McCabe & Martinelli, 1993), embriões imaturos (Southgate et al., 1998) e embriões somáticos (Finer & McMullen, 1991; Santarém & Ferreira, 1997).

Essa técnica tem permitido a regeneração de plantas transgênicas de maneira reproduzível e com menos variabilidade entre experimentos (Luthra et al., 1997).



Eletroporação de Protoplastos



A eletroporação de protoplastos é um método utilizado para introduzir macromoléculas em células vegetais. Protoplastos são células desprovidas de paredes celulares, e, teoricamente, podem ser isoladas de qualquer tecido vegetal. Em condições bem estabelecidas de cultura de tecidos, os protoplastos reconstituem suas paredes, dividem-se, formam colônias, calos e regeneram plantas, por embriogênese ou organogênese (ABDULLAH et al., 1985; PANIS et al., 1993).

A eletroporação consiste na aplicação de um pulso de alta voltagem a uma solução contendo DNA e protoplastos em suspensão, induzindo poros reversíveis nas membranas celulares, resultando em fluxos de íons e moléculas através da membrana deformada (CHANG, 1989). FROMM et al. (1985) utilizaram a técnica de eletroporação em protoplastos de milho e fumo, oferecendo assim uma alternativa de transformação de plantas, já que o sistema Agrobacterium era considerado ineficiente em monocotiledôneas.


POLIETILENOGLICOL (PEG)



Polietilenoglicol (PEG), usado em combinaçãocom Ca+2, Mg+2 e pH alcalino, promove a ligação do DNA exógeno à superfície dos protoplastos. O DNA é absorvido pela célula por endocitose. O PEG pode atuar, também, na proteção do DNA contra a atividade das nucleases (FINER et al., 1996).

O tratamento com PEG pode danificar grande número de células, reduzindo a capacidade de regeneração. (FINER et al., 1996).

A desvantagem dessa técnica é a dependência de um sistema eficiente de regeneração de plantas completas a partir de protoplastos, atualmente restrito a poucas espécies. Apesar das limitações da técnica, algumas espécies, como fumo, arroz, foram transformadas (FISK; DANDEKAR, 1993).


Biossegurança - segurança alimentar



Segundo o conselho de informação de Biotecnologia (CIB), Biossegurança é a ciência que estuda os riscos potenciais da biotecnologia para a saúde humana e animal, bem como para o ambiente. Às Comissões de Biossegurança compete regulamentar e monitorar esses riscos.

Internacionalmente, a segurança alimentar é garantida por entidades como a Organização para Agricultura e Alimentos (FAO), a Organização Mundial da Saúde (OMS), e no âmbito nacional, o Ministério da Saúde (MS), da Agricultura e Abastecimento (MA) e o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC) (Cavalli, 2001).

Para avaliação dos produtos geneticamente modificados, os procedimentos técnicos de biossegurança, devem envolver a investigação das seguintes variáveis: quantidade provável do alimento a serem consumidas pela população, incluindo o consumo médio e o extremo; descrição do alimento e do seu processo produtivo; histórico de qualquer possível efeito adverso à saúde humana relacionada ao organismo que está sendo modificado; descrição do processo de modificação genética; avaliação de possíveis efeitos adversos ? nutricionais toxicológicos ou microbiológicos do alimento modificado; avaliação de dados obtidos com pessoas alimentadas com o alimento modificado em condições controladas (Pessanha, 2003).

Segundo Traavik (1999), o impacto de um transgene no ambiente e na saúde humana deve ser criteriosamente avaliado via análise de risco. O autor classifica este termo como: "Risco é tecnicamente a probabilidade de um evento danoso multiplicado pelo dano causado". Então, se o dano é grande, mesmo uma baixa probabilidade pode significar um risco inaceitável (apud Nodari; Guerra, 2003).

Cerca de 2% dos adultos e 4% a 6% das crianças sofrem de alergias a algum tipo de alimento, mas 90% desses casos são provocados por um grupo exclusivo de alimentos: leite, ovos, peixes, frutos do mar, nozes, trigos, legumes, soja, amendoim. Como reações alérgicas podem ter conseqüências graves, é necessário um estudo aprofundado. Com base nisso, os biotecnólogos, consideram-se capazes de detectar, com um grau de segurança, qualquer alérgeno que venha a ser incorporado a um alimento geneticamente alterado (Leite, 2000).

Outro receio freqüente é a resistência a antibióticos, que diz respeito ao risco de que genes de resistência a antibióticos se transfiram para microorganismos patológicos. Quando se insere genes num organismo, os engenheiros genéticos nunca sabem ao certo onde, exatamente, eles vão ser incorporados, existem chances de não funcionarem, ou seja, que a proteína pretendida não seja produzida pelo vegetal transgênico, ou não alcance a quantidade desejada para gerar o efeito desejado. Porém os cientistas necessitam de um meio para selecionar as inserções mais bem-sucedidas e, para isso, incluem os melhores genes que possua imunidade diante a um antibiótico desejado, dando origens a vegetais que darão sementes das primeiras gerações de transgênicos. O problema e que esses genes serão ingeridos com o alimento transgênico e entrarão em contato com as bactérias do trato intestinal, por exemplo. Já comprovaram que o DNA inserido em alimento transgênicos possa "sobreviver" por ate seis minutos, estando disponível para ser absorvido por bactérias, podendo dar origens a linhagens de bactérias resistentes.

"A boa prática biotecnológica tende agora a exigir que tais genes sejam de modo "desligado" ou silenciado" no produto final (Leite, 2000).

Segundo Cavalli (2001), pode ser desencadeado um aumento das substâncias tóxicas quando o gene de uma planta ou de um microorganismo for utilizado em um alimento, e é possível que o nível dessas toxinas aumente inadvertidamente causando mal às pessoas, aos insetos benéficos e aos animais, caso já constatado com o milho transgênico "Bt", levando a Áustria a proibir o seu plantio.

Segundo o Greenpeace (2009), não existem estudos que comprovem a segurança ou que esses alimentos transgênicos não sejam seguros para a saúde humana.








Benefícios versus malefícios
Benefícios



Nos países industrializados, há claras evidencias de que o uso de culturas GM (geneticamente Modificadas), resulta em benefícios significativos como o maior rendimento das culturas, custos agrícolas reduzidos, melhorias no meio ambiente, e alimentos que beneficiam o consumidor (ISAAA, 2008).

O pesquisador que acredita nos benefícios dos transgênicos fala que

antes de mais nada, vamos esclarecer que os alimentos geneticamente modificados (GMs) foram desenvolvidos e comercializados por apresentarem vantagens ao produtor e/ou consumidor, tais como menor custo de produção, menor preço, maior valor nutricional e durabilidade do produto. Não há evidências de que novas proteínas, presentes em alimentos GMs, sejam mais alergênicas que proteínas tradicionais. O emprego dessas novas tecnologias,aliados ao alto grau de segurança imposto pela Lei Nacional de Biossegurança, permitirá o desenvolvimento de novos medicamentos, vacinas e insumos, trazendo melhor qualidade de vida ao cidadão (MACHADO, 2009).


Segundo Valois (2001) as principais vantagens que as técnicas de engenharia genética e os transgênicos podem proporcionar:

- Aumento da produção e produtividade com redução de custos;

- Melhoria da qualidade dos produtos agrícolas;

- Plena abertura de oportunidades para evitar o aparecimento de monopólios ou oligopólios na produção de sementes melhoradas;

Melhor controle ambiental, especialmente pela redução ou extinção do uso de agrotóxicos. Os transgênicos requerem uma aplicação única de herbicida, enquanto uma plantação normal necessita de três a quatro pulverizações em épocas distintas. Empresas Multinacionais como a Monsanto, dizem que a biotecnologia minimiza impactos da estiagem e impulsiona o plantio direto, prática que preserva solo e economiza recursos híbridos.
Alternativa para comercialização de produtos agrícolas;
Incremento da capacidade comparativa e competitiva na comercialização de produtos agrícolas diante de um mercado globalizado;
Aumento da variabilidade genética pela inserção de genes exógenos em genomas funcionais;
Proporcionar maior velocidade na geração de novas cultivares;
Tornar os programas de melhoramento genético direcionados adequadamente;
Promover melhores condições para vencer impedimentos de ordem biótica e abiótica;
Consistente alternativa para contribuir com a mitigação ou extinção da fome, pobreza e miséria absoluta que assolam cerca de18% da população mundial.
Para Bespalhok F et al Guerra e Oliveira (2000) a principal vantagem da utilização de transgênicos parece ser a possibilidade da utilização de genes que não poderiam ser obtidos pela hibridação.

Outra vantagem é a possibilidade de inserir um gene especificam sem a necessidade de um cruzamento e retro cruzamento (Cruzar um híbrido de primeira geração com um dos progenitores ou com um indivíduo que tem a mesma composição genética deste), diminuindo gerações e conseqüentemente tempo. O produtor rural pode ser beneficiado também, pelo baixo custo de produção e a diminuição de agrotóxicos, diminuindo a poluição ambiental (BESPALHOK F., Guerra; Oliveira, 2000)

Para Alves (2004) os principais benefícios dos Organismos geneticamente modificados são:

O aumento da produtividade das colheitas: algo ainda bastante discutido pelos cientistas. Porém a análise de alguns casos mostra que os OGMs produzem mais que os convencionais. Um caso interessante a ser destacado é o trabalho desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), foi introduzido no feijão um gene do vírus responsável pelas viroses que prejudicavam a lavoura levando a uma redução de 40% a 60% da produção. Dessa forma, pode-se obter até 100% da produção, dependendo do período do cultivo em que ocorre a infestação.
Alta resistência as pragas: As pesquisas têm mostrado uma evolução significativa nesse campo. As principais estratégias buscam a produção de proteínas hidrolíticas, proteínas dos patógeno, proteínas antimicrobianas, cuja finalidade é aumentar a resistência de animais e vegetais à ação de pragas que infestam as lavouras e os animais de corte.
Aumento do potencial nutricional dos alimentos: A engenharia genética tem se preocupado com a questão da desnutrição no planeta. Dessa forma, tem modificado plantas para produzirem uma maior concentração de vitaminas (A, C e E) e aminoácidos essenciais.
Redução do uso de agrotóxicos: O Brasil está entre os três maiores consumidor de agrotóxicos do mundo. À medida que se produz plantas mais resistentes à ação de pragas como insetos, formigas, fungos e vírus, ocorrem uma redução natural na utilização de agrotóxicos para fazer a defesa da lavoura.
Síntese de plásticos e outros materiais: Já se discute a possibilidade de se produzir plásticos biodegradáveis a partir de polímeros de soja e fibra de cana-de-açúcar, tendo a participação de bactérias geneticamente modificadas.
Há muitos estudos em andamento, envolvendo a modificação genética de plantas, podendo-se citar: melhorar a utilização de nitrogênio; melhorar a tolerância a condições ambientais externas não biológicas (seca, enchentes, mudanças de temperatura, salinidade, acidez, alcalinidade e metais pesados); aumentar o rendimento; reduzir a concentração de fatores antinutricionais; alergênicos e toxinas; reduzir o conteúdo de lignina em árvores (aumentando a eficiência da polpa na produção de papel); desenvolver flores mais duráveis e em cores não tradicionais; melhorar/intensificar o sabor e o aroma de frutas; produzir enzimas, plásticos e pigmentos; produzir anticorpos, vacinas comestíveis e proteínas terapêuticas; recuperar espécies em risco de extinção (PEW INITIATIVE ON FOOD AND BIOTECHNOLOGY, 2001).

Malefícios



Para Weyermüller (2004) Se por um lado existem argumentos positivos por parte dos defensores dos benefícios que tais produtos podem trazer para a humanidade, existem por outro lado importantes argumentos contrários a esse entendimento, revelando de forma mais visível a imprevisibilidade e o risco pela falta de certeza científica.

Estudos têm demonstrado que a inserção de genes resistentes aos agrotóxicos em alguns alimentos transgênicos confere às pragas e às ervas daninhas maior resistência, tornando-as "super-pragas", desequilibrando os ecossistemas, implicando uso de uma maior quantidade de agrotóxicos, que resultará no aumento de resíduos nos alimentos, rios e solos (CAVALLI, 2001)

Existem riscos de ordem econômica, ecológica e na área da saúde conforme Guerrante (2003).

Os riscos econômicos são verificados, por exemplo, como o possível aumento da necessidade de utilização de defensivos agrícolas (aumentando os custos em vez de diminuí-los) em culturas com determinadas condições específicas, devido ao aumento da resistência de ervas daninhas e de insetos, por meio de transferência de genes de resistência para esses organismos. Pode-se citar ainda, um aumento no preço final dos produtos (ao contrário do que afirmam os defensores da aplicação de OGMs), não só com a utilização de mais defensivos agrícolas, mas também com os custos de classificação e rotulagem, a qual se faz necessária principalmente para garantir o direito de informação do consumidor final.
Sob a ótica ecológica, temos a utilização de OGMs, quando inseridos nos ecossistemas, poderia gerar a aparição de superpragas e novas substâncias, antes desconhecidas ou verificadas em pequenas quantidades na natureza.
Na área da saúde ha incertezas das conseqüências sobre a saúde dos animais e dos seres humanos, pois a tecnologia ainda é recente e não se conhece sua conseqüência em longo prazo.
Quanto aos riscos identificados nos alimentos transgênicos, destacam-se segundo Goldim (1999):

Toxicidade em grandes populações e a dificuldade de execução de estudos de monitoramento; alergenicidade, que não será resolvida pela simples rotulagem (selo que informa ao consumidor a presença de transgênico)
Hibridação de espécies nativas com plantas transgênicas, repassando a característica para uma outra espécie, ao acaso. O principal risco envolvido é a transmissão de resistência à substâncias químicas, tipo herbicidas, podendo gerar novas pragas resistentes; e dependência dos produtores e conseqüentemente, da própria sociedade, de um reduzido número de indústrias que produzem sementes patenteadas, com replantio impedido por contrato ou por geração de pagamento de royalties".


Para Alves (2004) os principais malefícios dos Organismos geneticamente modificados são:

A geração de novas pragas e plantas daninhas- a modificação das plantas poderá levar ao surgimento de novas pragas uma vez que a nova planta passará a produzir substâncias nutritivas diferentes que levarão ao aparecimento de novos parasitas antes não existentes. Do mesmo modo, determinados genes podem passar através do pólen de uma transgênica para uma filogeneticamente relacionada, resultado numa espécie nociva ao meio ambiente. Um caso já conhecido ocorreu em 1996, quando os escoceses constataram que o pólen da uma variedade de canola transgênica poderia ser achado em um raio de dois quilômetros. A canola (Brasica napus) é parente de uma erva daninha, a Brasica campestris, e as duas espécies cruzam com certa facilidade.
Alteração da dinâmica dos ecossistemas com a introdução de uma nova espécie em um meio e as monoculturas podem levar ao desaparecimento de outras espécies da cadeia alimentar que utilizavam o meio natural para a alimentação e reprodução.
Produção de substâncias tóxicas pode ocorrer após a degradação incompleta de produtos químicos perigosos codificados pelos genes modificados.
Perda da biodiversidade devido a manipulação de genes poderá propiciar o aparecimento de novas espécies melhores adaptadas ao meio ambiente. Isto poderá levar ao desaparecimento de espécies mais frágeis em relação à adaptação ao meio ambiente, através de uma seleção "natural".
Como já referido, existem aspectos positivos, porém em contrapartida, existem graves restrições na utilização de OGMs, devido aos riscos produzidos pelo próprio desenvolvimento da ciência nessa área.


Leis da biossegurança no brasil



A lei de biossegurança é obrigatória e de efeito geral, que disciplina o uso de regras apropriadas à análise de risco nas fases de pesquisa e de liberação comercial dos OGMs, para evitar danos decorrentes de seu uso e disseminação. A lei de biossegurança classifica, por grau de risco, os diferentes tipos de OGM, e cria a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança ? CTNBio, outorgando-lhe competência legal para efetuar a análise de risco de OGM, caso a caso.

As pessoas jurídicas, públicas e privadas, interessadas em pesquisa ou na produção industrial ou agrícola de OGM são obrigadas por força da lei de biossegurança a apresentarem os resultados de inúmeros testes com base nos quais a CTNBio analisa se o OGM sob análise é seguro ou se causa dano à saúde humana, animal e ao meio ambiente (Comissão Técnica de biossegurança)

Os aspectos de segurança são avaliados durante cada uma das etapas de desenvolvimento e produção das plantas. Os resultados das pesquisas e dos testes específicos são revisados e avaliados pelas entidades de regulamentação antes desses produtos serem aprovados para consumo. Apenas os produtos considerados seguros são aprovados em escala comercial (MONSANTO, 2009).

Todas essas pesquisas, para serem realizadas, devem observar uma série de normas estabelecidas pela legislação brasileira de biossegurança. A principal norma vigente Neste aspecto é a Lei nº 8.974/95 (Lei de Biossegurança), alterada pela Medida Provisória Nº 2.191-9/2001, e seu decreto regulamentador (Decreto nº 1.752/95).

LEI Nº 11.105, DE 24 DE MARÇO DE 2005. Art. 1o Esta Lei estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização sobre a construção, o cultivo, a produção, a manipulação, o transporte, a transferência, a importação, a exportação, o armazenamento, a pesquisa, a comercialização, o consumo, a liberação no meio ambiente e o descarte de organismos geneticamente modificados. OGM e seus derivados, tendo como diretrizes o estímulo ao avanço científico na área de biossegurança e biotecnologia, a proteção à vida e à saúde humana, animal e vegetal, e a observância do princípio da precaução para a proteção do meio ambiente. Art. 2o As atividades e projetos que envolvam OGM e seus derivados, relacionados ao ensino com manipulação de organismos vivos, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico e à produção industrial ficam restritos ao âmbito de entidades de direito público ou privado, que serão responsáveis pela obediência aos preceitos desta Lei e de sua regulamentação, bem como pelas eventuais conseqüências ou efeitos advindos de seu descumprimento.

Tais normas criaram a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBIO), que editou, de 1996 até 2002, 20 instruções normativas que regulam a matéria. Além disso, também tem interface com a questão à legislação ambiental, em especial, o disposto na Lei nº 6.938/81 e no Anexo da Lei nº 10.165/2000. Para regulamentar a matéria do ponto de vista ambiental foi editada a Resolução nº 305/2002 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), além de Instruções Normativas específicas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (IBAMA).

Outra legislação que apresenta interface com a de biossegurança é a de

Agrotóxicos, em especial a Lei nº 7.802/89 e o Decreto nº 4.074/2002. No caso específico dos organismos geneticamente modificados, existem três normas que regulam a concessão do Registro Especial Temporário de OGM: a Instrução Normativa Conjunta nº 02/2002 do mapa/ANVISA/IBAMA, a Instrução Normativa nº 24/2002 do IBAMA e a Resolução nº 57/2002 da ANVISA.


Rotulagem



Além destas normas, existe ainda o Decreto nº 4.680/2003, que regula a questão da rotulagem de produtos que contêm organismos geneticamente modificados ou derivados em sua composição e as Leis nº 10.688/2003 e nº 10.814/2003, que tratam da questão do plantio e da comercialização de soja transgênica no País, nas safras 2002/2003 e 2003/2004 (Amâncio, 2004).

A rotulagem dos transgênicos é obrigatória, tendo sido prescrita na nova Lei 11.105/05 art. 40, sendo exigência do Governo Federal, com a finalidade de não ferir os direitos dos consumidores, e a oportunidade de livre escolha no consumo dos transgênicos. Desta forma, todo organismo geneticamente modificado que seja para consumo humano ou animal, deve, obrigatoriamente, vir rotulado com o símbolo específico dos transgênicos, definido como padrão para não haver qualquer distorção sobre deste assunto, que se simboliza por um triângulo eqüilátero com a letra ?T? (figura 1) na cor preta no meio e fundo interno amarelo, o que como protocolo da Cartagena em maio de 2002 estabeleceu o limite de 1% (um por cento) de transgenia para que seja obrigatória a rotulação.





Figura 1 ? Símbolo do transgênico


Ética e bioética



Os maiores filósofos das Ciências como; Sócrates, Pitágoras, Arquimedes, Hipócrates, Aristóteles, Platão, Diógenes, e muitos outros, deram ênfase ao estudo dessa fração da ciência.

A palavra ética é originária da Grécia, deriva da palavra Ethike (ética), que engloba dois sentidos: o primeiro se traduz por morada (permanência habitual); e o segundo, hábito, costume, caráter (GONTIJO, 2006).

Segundo Cloted (2008), a história do pensamento ético nas últimas décadas vem crescendo através do interesse nas soluções de problemas individuais e coletivas da humanidade. Pois no geral, ser ético implica em ter a conduta certa ou errada, com um ato bom ou um ato mau.

Segundo Carmo (2006) A ética, na sua definição mais singela, é a parte da filosofia que estuda os deveres do homem para com Deus e a sociedade. É o aspecto genérico.

Bioética é derivado das palavras gregas bios (vida) e ethike (ética), cuja definição ? segundo Pessini e Barchifontaine (1997)

o estudo sistemático das dimensões morais incluindo visão, decisão, conduta e normas morais das ciências da vida e da saúde, utilizando uma variedade de metodologias éticas num contexto interdisciplinar (Pessini e Barchifontaine, 1997).

Segundo Garrafa, a caracterização da bioética

caracteriza-se, assim, por proceder à análise processual dos conflitos a partir de uma ética minimalista que possa proporcionar na medida do possível - a mediação e a solução pacífica das diferenças. Em situações nas quais 'estranhos morais' cheguem a posições inconciliáveis no contexto de temos situado nas últimas fronteiras do diálogo, como o aborto, por exemplo, e em alguns momentos o tema dos transgênicos, nos quais provavelmente durante um bom tempo ainda estaremos trabalhando para a construção de um consenso universal, as únicas saídas parecem ser o diálogo e a tolerância. O diálogo exaustivo e a tolerância, exercidos com responsabilidade são assim algumas das categorias utilizadas pela bioética para possibilitar a construção de um convívio pacífico entre indivíduos e coletividades de visões e posturas morais diferentes (GARRAFA, 2000).

A bioética se relaciona com os transgênicos, porque os cientistas não sabem até que ponto isso pode afetar a humanidade. Pois não há uma afirmação de ausência de riscos. Vivemos em uma época marcada pela hegemonia da ciência e da tecnologia carregada de questões a espera de respostas, para que o futuro da humanidade seja alcançado de forma segura e sustentável.

O objetivo geral da bioética, e a busca de benefícios e da garantia da integridade do ser humano, tendo como principio básica a defesa da dignidade humana. Considera-se ético o que, alem de bom, e o melhor para o ser humano e a humanidade em um dado momento (OLIVEIRA, 1997).


MATERIAL E MÉTODOS
Objeto de Estudo



A pesquisa foi realizada por meio de revisão bibliográfica, com auxilio de livros, periódicos científicos e sites relacionados ao assunto. Alem da revisão bibliográfica, realizou-se uma pesquisa que teve a participação dos acadêmicos de todos os semestres (2009/2) do curso de Licenciaturas em Ciências Biológicas e Nutrição, totalizando 277 alunos com idades entre 17 e 31 anos da faculdade de Apucarana ? FAP que responderam um questionário com questões referentes pertinentes aos temas selecionados (Anexo 1).

Do total de 277 alunos dos dois cursos, 132 são do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas; e 98 são do curso de Nutrição. Deste conjunto, 202 alunos (Ciências Biológicas: 2º Semestre (39 alunos) 4º Semestre (30 alunos); 6º Semestre (36 alunos); 8º Semestre (27 alunos); Nutrição: 2º Semestre (11 alunos); 4º Semestre (25 alunos); 6º Semestre (34 alunos)) responderam o questionário. (anexo 1)

Estes cursos foram escolhidos, pois o biólogo atua em várias áreas científicas, entre elas a biotecnologia, que em franca ascensão abrange a genética, botânica, microbiologia, zoologia, disciplinas presentes na grade curricular deste docente. E o Nutricionista por ser um profissional responsável pela avaliação da qualidade dos alimentos, enfrenta permanentes desafios determinados pelo incessante surgimento de produtos que concorrem para novos efeitos na saúde humana. Por este motivo o biólogo e o nutricionista estão aptos a desenvolver metodologias biotecnológicas, mas para isso é importante o conhecimento destes profissionais, adquirido durante sua graduação para que esta área possa ser entendida.




Análise dos dados



A tabulação dos dados, formulação de gráficos e tabelas foram feitos no programa Microsoft Excel.


Questionários



O questionário foi elaborado de forma com que o objetivo dessa pesquisa fosse alcançado, ou seja, identificar e verificar o nível de conhecimento dos discentes do curso de licenciatura de Ciências Biológicas e Nutrição.

Foi adotado um questionário com questões objetivas, com 19 questões. Que teve a aplicação aos alunos durante o período de aula, por uma parcela de tempo que foi cedida pelos professores.


















Resultado e discussão



O objetivo da primeira questão foi saber o nível de conhecimento desses alunos. Em cada alternativa havia definições simples ou mais complexas, sobre a definição de Transgênico. Os resultados podem ser observados na tabela 2, nota-se um acréscimo do conhecimento em alunos do oitavo semestre de C.B (ver gráfico 1) e sexto semestre de Nutrição (ver gráfico 2).


Tabela 2 - Distribuição porcentual das respostas obtidas na questão 1 dos Alunos de C.B e Nutrição.

Conceitos Citados Percentual total dos Entrevistados
C.B. (132 alunos) Nutrição (70 alunos)

"Organismos que contenham um ou mais genes de outro organismo". 6% 7%
"São organismos vivos, sejam eles plantas, animais ou microorganismos, cujo seu material genético foi alterado pela introdução de seqüenciais de DNA ou RNA, podendo ser proveniente de qualquer outro organismo". 35% 42%
"São organismos que recebem genes de outras espécies, através de técnicas de engenharia genética ou de cruzamento entre espécies aparentadas". 36% 19%
"Os transgênicos, são obtidos através de engenharia genética, por meio de "transplantes" de segmentos de DNA". 15% 26%
Não tenho conhecimento sobre o assunto.
8%
6%

Fonte: Elaborado pelo autor com base na pesquisa deste trabalho.







Gráfico 1 - Respostas dos Alunos do Curso de C.B quando perguntados "o que você entende por transgênicos?"






Gráfico 2 - Respostas dos Alunos do Curso de Nutrição quando perguntados "o que você entende por transgênicos?"




Foi apresentado uma situação de escolha, em que os alunos puderam optar entre um Alimento Transgênico e um Não transgênico. Diante dessa situação, 87% dos alunos (112 do curso de C.B; 64 do curso de Nutrição totalizando176 alunos dos 202) optaram por alimentos não transgênicos pelo fato de desconhecerem os riscos que os transgênicos possam causar à saúde.

Os 13% dos alunos (20 do curso de C.B; 6 do curso de Nutrição totalizando 26 alunos) que optaram por alimentos transgênicos, escolheram esse tipo de alimento por conter um valor nutricional maior ou devido ao fato de não haver uso de agrotóxico.

Na próxima questão, foi perguntado aos alunos se eles já consumiram ou consomem algum tipo de alimento transgênico. Destes, 44% (54 alunos de C.B; 36 alunos de Nutrição; totalizando 90 alunos) responderam que sim, que já consumiram ou consomem este tipo de alimento e 49% (67 alunos de C.B; 30 alunos de Nutrição; totalizando 97 alunos) responderam que não sabem. Do total, 7% (11 alunos de C.B; 4 alunos de Nutrição; totalizando 15 alunos) responderam que não consomem alimentos transgênicos.

Na questão 11, foi perguntado aos entrevistados se a população brasileira estaria consumindo alimentos transgênicos sem ter o conhecimento, e como resultado, obtivemos 100% das respostas positivas.

Se todos os alunos acham que nós, consumidores brasileiros estamos consumindo alimentos transgênicos sem conhecimento, como esses 7% tem certeza que nunca consumiram nenhum tipo OGM.

Provas mais contundente foram apresentadas à sociedade quando testes efetuados em 2000 e 2001 com alguns produtos (ver lista de produtos 2 em anexo), a pedido do Greenpeace e do IDEC ? Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor ? mostraram que o brasileiro ingere alimentos transgênicos sem ter conhecimento, sem saber o que está consumindo. (Greenpeace, 2001)

Considerando que há divergências na comunidade científica, quanto aos riscos dos OGM para o meio ambiente e para a saúde humana, a questão número 5 pergunta o que deveria ser feito em relação ao plantio desses organismos enquanto as dúvidas não são esclarecidas.

Diante disso 50% (69 alunos de C.B; 32 alunos de Nutrição; Totalizando 101 alunos) dos alunos responderam que deveria ser proibido, 15% (24 alunos de C.B; 6 alunos de Nutrição; Totalizando 30 alunos) dos alunos responderam que não deveria ser proibido e 35% (39 alunos de C.B; 32 alunos de Nutrição; Totalizando 71 alunos) dos alunos não sabiam, ou não opinaram.

Há muitas controvérsias em relação aos benefícios e malefícios dos transgênicos, pois se por um lado existem os defensores apresentando vantagens nesses alimentos, por outro existem os que são contra os OGMs mostrando as desvantagens; por esse motivo a questão número 6.

A questão número 6, questionou a conseqüência do uso de transgênicos à saúde humana. Observou-se que 9% dos alunos (14 alunos de C.B; 4 alunos de Nutrição; Totalizando 18 alunos) acreditam que os Alimentos transgênicos trazem benefícios a saúde, 37% (41 alunos de C.B; 34 alunos de Nutrição; Totalizando 75 alunos) que esses alimentos trazem malefícios à saúde e 38% (52 alunos de C.B; 25 alunos de Nutrição; Totalizando 77 alunos) responderam que é indiferente, não trazem nem benefícios e nem malefícios a saúde, e 16% (25 alunos de C.B; 7 alunos de Nutrição; Totalizando 32 alunos) não responderam ou não tiveram opinião sobre o assunto.





Gráfico 3 - Resposta dos alunos do curso de Ciências Biológicas e Nutrição referente à questão 6



Ainda sobre a questão dos benefícios e malefícios, as perguntas 7 e 8 investiga que noções o aluno tem sobre o assunto. A questão 7, inquire os benefícios desses OGM, na qual foram citados benefícios reais e fictício que os mesmos podem apresentar. Diante disso 23% dos alunos (26 alunos de C.B; 21alunos de Nutrição; Totalizando 47 alunos) assinalaram que um dos benefícios dos transgênicos é obter Alimentos com características desejáveis que permanecessem com sua consistência e sabor inalterados por vários dias, 2% (1 aluno de C.B; 2 alunos de Nutrição; Totalizando 3 alunos) acham que um único alimento com diversos sabores é um dos benefícios dos alimentos transgênicos, 26% (34 alunos de C.B; 19 alunos de Nutrição; Totalizando 53 alunos) acreditam no aumento da produtividade , 42% (61 alunos de C.B; 24alunos de Nutrição; Totalizando 85 alunos) diz que os transgênicos podem diminuir o uso de agrotóxico e 7% (10 alunos de C.B; 4 alunos de Nutrição; Totalizando 14 alunos) acham que não há benefícios em alimentos transgênicos.

Constatou-se que, embora seja de uma pequena parcela, ainda existem alunos que desconhecem sobre o assunto, visto que uma pequena percentagem assinalou: "um único alimento com diversos sabores", o qual ainda não pode ser considerado como realidade.

Em seguida, tomamos conhecimento sobre os malefícios que os OGM podem causar, usei a mesma estratégia da questão anterior ? citando malefícios reais e fictício ? e obtive o seguinte resultado: 54% dos alunos (70 alunos de C.B; 39 alunos de Nutrição; Totalizando 109 alunos) assinalaram que podem possibilitar um aumento de alergias. 24% (29 alunos de C.B; 19 alunos de Nutrição; Totalizando 48 alunos) acham que podem diminuir os nutrientes dos alimentos. 8% (14 alunos de C.B; 2 alunos de Nutrição; Totalizando 16 alunos) acham que pode obter maior gasto na produção agrícola. 14% (19 alunos de C.B; 10 alunos de Nutrição; Totalizando 29 alunos) acham que não há malefícios em alimentos transgênicos.

Podendo observar que há também um desconhecimento por parte de alguns dos entrevistados, na qual marcaram: "Podem diminuir os nutrientes dos alimentos", no qual não se constata pelos cientistas/pesquisadores a possibilidade de "diminuir", mas sim de aumentar esses nutrientes.

A variedade de espécies de plantas geneticamente modificadas hoje no mundo é grande, na questão 9, foram aqui citadas algumas dessas variedades, para saber quais os alunos tem conhecimento. Os resultados podem ser mais bem visualizados no gráfico 4 e 5.








Gráfico 4 - Resposta dos alunos do curso de Ciências Biológicas referente à questão 9






Gráfico 5 - Resposta dos alunos do curso de Nutrição referente à questão 9



Dentre as espécies de plantas citadas, atualmente no mundo as principais espécies de plantas que possuem variedades transgênicas são a soja, o milho, algodão e canola (JAMES, 2000).

No Brasil são poucas as culturas liberadas pela CTNBIO (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança), a questão 10 refere se os alunos têm conhecimento de quais são essas culturas liberadas. Foram citadas as mesmas culturas da questão anterior.





Gráfico 6 - Resposta dos alunos do curso de Ciências Biológicas referente à questão 10






Gráfico 7 - Resposta dos alunos do curso de Nutrição referente à questão 10



Conforme o resultado, observou-se que os alunos de ambos os cursos, não tem conhecimento de quais as culturas liberadas no Brasil pela CTNBIO ? Comissão Técnica Nacional de Biotecnologia ? uma instância colegiada multidisciplinar, criada através da lei nº 11.105, de 24 de março de 2005, cuja finalidade é prestar apoio técnico consultivo e assessoramento ao Governo Federal na formulação, atualização e implementação da Política Nacional de Biossegurança relativa a OGM, bem como no estabelecimento de normas técnicas de segurança e pareceres técnicos referentes à proteção da saúde humana, dos organismos vivos e do meio ambiente, para atividades que envolvam a construção, experimentação, cultivo, manipulação, transporte, comercialização, consumo, armazenamento, liberação e descarte de OGM e derivados (CTNBIO)

Soja, milho e algodão são culturas liberadas no Brasil pela CTNBIO. (CTNBIO)

A rotulagem dos transgênicos é obrigatória com presença acima do limite de 1% de OGM, tendo sido prescrita na nova Lei 11.105/05 art. 40. Ainda assim, 100% dos entrevistados acham que a população brasileira estaria consumindo alimentos transgênicos sem ter conhecimento. Porem, 86% dos entrevistados, (109 alunos de C.B; 64 alunos de Nutrição; Totalizando 173 alunos) disseram não observar no rotulo dos produtos se há informação sobre transgenia. Somente 14% (23 alunos de C.B; 6 alunos de Nutrição; Totalizando 29 alunos) observam os rótulos dos produtos à procura do símbolo que identifica a utilização de transgênicos.

O símbolo específico dos transgênicos, definido como padrão, simboliza por um triângulo eqüilátero com a letra ?T? na cor preta no meio e fundo interno amarelo.

A questão 14 pedia aos alunos que marcasse qual dos símbolos abaixo simbolizava um OGM. E o resultado foi 99% dos entrevistados marcaram o símbolo correto (figura 2) Apenas 1% (1 aluno de C.B; 1 aluno de Nutrição; Totalizando 2 alunos) dos entrevistados marcaram que o símbolo seria o símbolo da "radiação" (figura 3).




Figura 2 ? Símbolo do Transgênico










Figura 3 ? Símbolo da Radiação



A partir disso foi perguntando aos entrevistados: Se você encontrasse o símbolo de transgênicos no produto, qual seria sua reação. Como já esperado 68% (79 alunos de C.B; 59 alunos de Nutrição; Totalizando 138 alunos) trocariam por outro produto que não seja transgênico, e 32% (53 alunos de C.B; 11 alunos de Nutrição; Totalizando 64 alunos) consumiriam o produto, mesmo sabendo que ele e constituído por OGM.

Um dos assuntos mais polêmicos da transgenia em minha opinião é se essa biotecnologia pode afetar ou não o meio ambiente. Diante disso perguntei aos entrevistados se eles acreditam nisso, caso a resposta fosse positiva, citei alguns danos citados por outros autores. E obtive os seguintes resultado: 24% (36 alunos de C.B; 13 alunos de Nutrição; Totalizando 49 alunos) dos alunos responderam que não acreditam que os transgênicos afetam o meio ambiente, 76% (96 alunos de C.B; 57 alunos de Nutrição; Totalizando 153 alunos) acreditam que os transgênicos podem afetar o meio ambiente de alguma forma. 40% (43 alunos de C.B; 18 alunos de Nutrição; Totalizando 61 alunos) acha que afetam o meio ambiente Desequilibrando as cadeias alimentares das regiões onde as plantas estão inseridas; 21% (13 alunos de C.B; 19 alunos de Nutrição; Totalizando 32 alunos) dizem que ha Vantagem competitiva dos transgênicos em relação às populações naturais; 20% (13 alunos de C.B; 18 alunos de Nutrição; Totalizando 61 alunos) acham que podem ocorrer transferências de genes para plantas selvagens; 15% (13 alunos de C.B; 11 alunos de Nutrição; Totalizando 24 alunos) marcaram que os transgênicos produz substancias tóxicas que se acumulam ao longo da cadeia alimentar; 4% (5 alunos de C.B) optou por contaminação dos recursos naturais, por exemplo os lençóis freáticos.

Outro assunto de grande polemica, são que os transgênicos seria uma alternativa de "controlar" a fome no mundo, Uma das principais argumentações alegadas pelos defensores dos transgênicos seria o aumento da produtividade e a possibilidade de finalmente a fome no mundo ser debelada. Foi questionado aos alunos se eles acreditavam nessa hipótese, e 69% (80 alunos de C.B; 59 alunos de Nutrição; Totalizando 139 alunos) não acreditam nessa possibilidade; somente 31% (52 alunos de C.B; 11 alunos de Nutrição; Totalizando 63 alunos) acreditam que os alimentos transgênicos podem erradicar a fome no mundo.

A ultima questão foi direcionado a cada curso. Perguntando se futuramente como profissionais; como Biólogos, Nutricionistas ou Professores, eles recomendariam o consumo de alimentos transgênicos.





Gráfico 8 - Resposta dos alunos do curso de Ciências Biológicas referente à questão 19






Gráfico 9 - Resposta dos alunos do curso de Nutrição referente à questão 19



E como podemos observar (gráficos 8 e 9 ) a maioria dos docentes não recomendaria o uso desses alimentos.

Conclusão



O presente trabalho pode constatar que os discentes do curso de Ciências Biológicas e Nutrição, não demonstram conhecimento e opiniões contundentes sobre o tema transgênicos. Sendo necessária talvez uma inovação nas metodologias do ensino, pois a aprendizagem vai além do conteúdo especifico, significa também formar cidadãos capazes de responder aos desafios da sociedade atual. Percebe-se também uma falta de interesse dos estudantes sobre o assunto, pelo fato que a maioria dos entrevistados é "contra" os alimentos transgênicos, mas não se preocupam em observar os rótulos dos produtos para saber se estão levando um produto GM ou não.

Segundo Lajolo e Nutti (2003) a engenharia genética, bem utilizada, junto com outras técnicas convencionais de melhoramento e manejo, tem enorme potencial para aumentar a atividade agrícola, beneficiar o meio ambiente e melhorar a qualidade dos alimentos. Os OGMs mostraram-se seguros para a saúde humana e animal. Mesmo assim, criou-se polêmica sobre o seu uso, abrangendo aspectos sociais, econômicos, culturais e ambientais, além dos científicos, polemica que só será resolvida com a transparência e o encontro entre todos os setores: governo, indústria, consumidores e cientistas.

Para finalizar, lembremos do relatório da British Medical Association (British 1999) sobre os impactos e riscos dos OGM.

"Nada na vida é livre de riscos."

Contudo são necessárias informações reais, e estudos que comprovem os benefícios e malefícios que os OGMs podem trazer a saúde humana, animal e ao meio ambiente. Enquanto isso é necessário ter precaução, agir cautelosamente ao preparar a liberação de um OGM e principalmente desencadear estudos e pesquisas que aumente a compreensão sobre o assunto.






REFERÊNCIAS


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apêndice











APÊNDICE ? QUESTIONÁRIO

Este questionário faz parte da pesquisa de TCC com o tema Conhecimentos demonstrados pelos alunos do curso de Nutrição e Licenciaturas em Ciências Biológicas sobre Transgênico: Benefícios versus Malefícios. Sua participação é importante para a complementação deste trabalho. Obrigada.


Aluna: Liana Tiemi Hirai Miyataki.

Orientador: Daniel Meneguello Limeira.


Instruções:

Leia atentamente o questionário

Marque somente uma alternativa em cada questão.


Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino

Idade:

Curso: Semestre:


O que você entende por transgênicos?


a) ( ) Organismos que contenham um ou mais genes de outro organismo.

b) ( ) São organismos vivos, sejam eles plantas, animais ou microorganismos, cujo seu material genético foi alterado pela introdução de seqüenciais de DNA ou RNA, podendo ser proveniente de qualquer outro organismo.

c) ( ) São organismos que recebem genes de outras espécies, através de técnicas de engenharia genética ou de cruzamento entre espécies aparentadas.

d) ( ) Os transgênicos, são obtidos através de engenharia genética, por meio de "transplantes" de segmentos de DNA.

e) ( ) Não tenho conhecimento sobre o assunto.


Caso você pudesse escolher entre um alimento transgênico, e um alimento não transgênico, qual deles escolheria? Por quê?
a) ( ) Alimentos Transgênicos. (responda a questão 3A)

b) ( ) Alimentos não transgênicos. (responda a questão 3B)


3A) Escolheria por que?


a) ( ) Porque é mais saudável

b) ( ) Porque contem um valor nutricional maior

c) ( ) Porque não há uso de agrotóxico.

d) ( ) não sei / não opinou


3B) não escolheria Por que?


a) ( ) Porque tenho medo dos alimentos transgênicos.

b) ( ) Porque não conheço os riscos que um alimentos transgênico pode causar a saúde.

c) ( ) Porque não é consumido por todos.

d) ( ) não sei / não opinou


Você consome ou já consumiu alimentos transgênicos?
a) ( ) Sim.

b) ( ) Não

c) ( ) Não sei


Considerando que há divergências na comunidade científica quanto aos riscos dos organismos transgênicos para o meio ambiente e para a saúde humana, o que você acha que deveria ser feito em relação ao plantio destes organismos, enquanto as dúvidas não forem esclarecidas?


( ) Deveria ser proibido
( ) Não deveria ser proibido
( ) Não sabe/ Não opinou



Você acredita que os alimentos transgênicos trazem:
( ) Benefícios a saúde
( ) Malefício a saúde
( ) Indiferente
( ) Não tem opinião


Dentre os benefícios dos alimentos transgênicos, assinale os que você tem conhecimento.


( ) Alimentos com características desejáveis que permanecessem com sua consistência e sabor inalterados por vários dias.
( ) Um único alimento com diversos sabores.
( ) Aumento da produtividade.
( ) Diminuição do uso de agrotóxicos.
( ) Não há benefícios em alimentos transgênicos.


Dentre os malefícios dos alimentos transgênicos quais das opções abaixo você tem conhecimento


( ) Podem possibilitar um aumento de alegrias
( ) Podem diminuir os nutrientes dos alimentos.
( ) Maior gasto na produção agrícola
( ) Não há malefícios em alimentos transgênicos.


Marque abaixo as alternativas que trazem espécies de plantas que possuem variedades transgênicas (Nessa questão você pode marcar mais de uma alternativa).


( ) Trigo ( ) Feijão ( ) Tomate ( ) Milho

( ) Soja ( ) Arroz ( ) Batata ( ) Algodão

( ) Cacau ( ) Grão de Bico ( ) Maçã ( ) cana-de-açúcar



Marque as alternativas abaixo que trazem culturas liberadas pela CTNBIO (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) no Brasil. (Nessa questão você pode marcar mais de uma alternativa).



( ) Trigo ( ) Feijão ( ) Tomate ( ) Milho

( ) Soja ( ) Arroz ( ) Batata ( ) Algodão

( ) Cacau ( ) Grão de Bico ( ) Maçã ( ) cana-de-açúcar



Em sua opinião a população brasileira estaria consumindo alimentos transgênicos sem ter o conhecimento?


( ) Sim ( ) Não



Você acredita que Alimentos transgênicos podem afetar o meio ambiente?
( ) Sim. ( ) Não.



Se você marcou sim na questão acima, quais danos ao meio ambiente você tem conhecimento?
a) ( ) Transferência de genes para as plantas selvagens.

b) ( ) Desequilíbrio das cadeias alimentares das regiões onde as plantas estão inseridas.

c) ( ) Vantagem competitiva dos transgênicos em relação às populações naturais.

d) ( ) Produção substâncias tóxicas que se acumulam ao longo da cadeia alimentar.

e) ( ) Contaminação dos recursos naturais, por exemplo os lençóis freáticos.



14) Quais desses símbolos abaixo e o símbolo de Alimento Transgênico.


a) b) c) d)

15) Você observa o rótulo dos alimentos à procura do símbolo que identifica a utilização de transgênicos?


( ) Sim ( ) Não



16) Se você encontrar o símbolo de "transgênico" no alimento, qual é sua atitude?


a) ( ) consumir mesmo sabendo que ele é constituído por produtos transgênicos.

b) ( ) trocar por outro alimento que não seja transgênico.


17) A rotulagem dos alimentos transgênicos e necessária?


( ) Sim ( ) Não


18) Segundo o recente artigo da FAO, "World Agriculture: towards 2015/2030 - summary report 2003", os alimentos transgênicos também podem ser mais uma alternativa no combate à fome e à pobreza nos países em desenvolvimento. Você acredita que os alimentos transgênicos podem "controlar" a fome no mundo?


( ) Sim ( ) Não


19) Responda somente se você cursa Ciências Biológicas.

Como biólogos ou futuros professores, você recomendaria o consumo de alimentos transgênicos?


( ) Sim ( ) Não


19) Responda somente se você cursa Nutrição.

Como futuros nutricionistas, você colocaria Alimentos transgênicos na dieta das pessoas?


( ) Sim ( ) Não



























anexos























ANEXO A ? Lista de produtos contendo OGM (ano 2000/2001)

Em junho de 2000; Greenpeace e Idec - Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor - divulgam que análises de 42 alimentos comercializados no Brasil, encomendadas pelas duas entidades em laboratórios suíços e austríacos, detectaram a presença de transgênicos nos seguintes produtos: Nestogeno, da Nestlé do Brasil, fórmula infantil à base de leite e soja para lactentes, contaminado com 0,1% de soja RR; Pringles Original, da Procter & Gamble, batata frita contaminada com milho Bt 176 da Novartis; Salsicha Swift, da Swift Armour, salsichas tipo Viena contaminadas com 3,9% de soja RR; Sopa Knorr, da Refinações de Milho Brasil, mistura para sopa sabor creme de milho verde contaminada com 4,7% de soja RR; Cup Noodles, da Nissin Ajinomoto, macarrão instantâneo sabor galinha contaminado com 4,5% de soja RR; Cereal Shake Diet, da Olvebra Industrial, alimento para dietas contaminado com 1,5% de soja RR; Bac?Os da Gourmand Alimentos (dois lotes diferentes), chips sabor bacon contaminados com 8,7% de soja RR; ProSobee, da Bristol-Myers, fórmula não láctea à base de proteína de soja, contaminada com 1,9% de soja RR; Soy Milk, da Ovebra Industrial, alimento à base de soja contaminado com menos de 0,1% de soja RR; Supra Soy, da Jospar, alimento à base de soro de leite e proteína isolada de soja, contaminado com 0,7% de soja RR. Em setembro, o Greenpeace divulga nova lista de produtos em que foi detectada a presença de soja RR e de milho Bt 176: sopão de galinha da Knorr, sopa de galinha Pokémon da Arisco, Ovomaltine cereais e fibras da Novartis e mistura para bolo de chocolate da Sadia.

Em agosto de 2001, o Greenpeace divulgou novos laudos que comprovam a presença de transgênicos em produtos comercializados no Brasil. A análise foi feita pelo Laboratório Interlabor Belp Ag, da Suíça, e detectou a presença de soja geneticamente modificada Roundup Ready, da Monsanto, em 7 produtos: Salsichas Hot-Dog da Sadia, Salsichas tipo Viena da Perdigão, Hambúrguer Superbom, Hambúrguer Da Granja, Sopão de Galinha com Macarrão e Legumes, da Knorr, além de dois produtos da Nestlé - Sopão de Carne com Macarrão e Legumes da Maggi e Ração para Gatos da Friskes .



ANEXO B - PRODUTOS QUE PODEM CONTER TRANSGENICOS SEGUNDO A ONG GREANPEACE

As empresas listadas no Guia do Consumidor receberam uma correspondência do Greenpeace, questionando sobre a utilização de soja e/ou milho transgênicos na fabricação de seus produtos. As marcas/empresas que não responderam à carta do Greenpeace, as que não fazem controle sobre a procedência dos ingredientes transgênicos e as que rotulam seus produtos como transgênicos foram colocadas na lista deste Guia. Isso vale para todas as marcas e versões (light ou não) das empresas.


Tabela 3 - Guia do consumidor Lista de produtos que podem ser Geneticamente modificados.

ÓLEO

Aro (Makro)

Carmelita (Vigor)

Liza (Cargill)

Mazola (Cargill)

Oliva (Cargill)

Olivares (Paladar)

Primor (Bunge)

Salada (Bunge)

Soya (Bunge)

Veleiro (Cargill)

ABC de MINAS

Perdigão
MOLHOS E CONDIMENTOS
Ajinomoto

Gourmet (Cargill)

Hondashi (Ajinomoto

Liza (Cargill)

Luppini

Mesa (Vigor)Vigor

Primor (Bunge)

Quero

Sazon (Ajinomoto)

Soya (Bunge)

Virmont
CHOCOLATES E BALAS
Adams

Cadbury

Dan Top

Dizioli

Duitt

Garoto

Halls

Santa Edwiges

Trident

Biscoitos e salgadinhos
Adria

Ebicen (Glico)

Zabet
MATINAIS E CEREAIS
Café do Ponto

Diet Shake (Nutrilatina)

Kellog´s

Linea

Melitta

Pro Sobee (Bristol & Meyers)

Quero

Sustagen (Bristol & Meyers
SOPAS E PRATOS PRONTOS
Hemmer

La Table D'or

Vigor

ENLATADOS
Quero

FARINHAS E GRÃOS

Aro (Makro)

Quero
PÃES E BOLOS
Ana Maria (Pullman)

Pullman

Santa Edwiges
BEBIDAS
All Day (Bunge)

Cyclus (Bunge)

SOBREMESAS
Dona Benta

Leco (Vigor)

Linea

Vigor

Virmont
LATICÍNEOS E MARGARINAS
All Day (Bunge)

Amélia (Vigor)

Cyclus (Bunge)

Delícia (Bunge)

Franciscano (Vigor)

Leco (Vigor)

Mesa (Vigor)

Mila (Bunge)

Primor (Bunge)

Soya (Bunge)

Vigor
MASSAS
Adria

Frescarini (General Mills)

Pastitex

Santa Branca


Fonte: GREENPEACE. Disponível em , 2009.







Autor: Liana Tiemi Hirai Miyatake


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