Gestão de pessoas e do conhecimento em serviços de saúde



FACULDADES INTEGRADAS DE JACAREPAGUÁ

NÚCLEO DE ESTUDOS À DISTÂNCIA - NEAD







TEMA: GESTÃO DE PESSOAS E DO CONHECIMENTO EM SERVIÇOS DE SAÚDE








ALUNO: EMILIO PRADO DA FONSECA

POLO: DIVINÓPOLIS ? MG

O mundo do trabalho está sujeito aos efeitos das transformações tecnológicas, econômicas e sociais que ocorrem a todo o momento. Estas transformações constituem um grande desafio para a gestão de recursos humanos e de pessoas. A forma arcaica e conservadora como os recursos humanos estão sendo conduzidos dentro dos serviços de saúde proporcionam resultados ineficientes e insatisfatórios.
Os diversos modelos teóricos que influenciam os sistemas administrativos dos recursos humanos das organizações de saúde são os mesmos que são aplicados nas organizações de um modo geral.
Alguns modelos obtiveram grande sucesso em virtude de ter conquistado melhores resultados de aumento de produtividade. Entretanto este aumento de produtividade tem sido atingido através de um alto custo humano, reduzindo os trabalhadores a números e não muito mais que seres autômatos.
Apesar do indiscutível sucesso desses modelos, as organizações, assim estruturadas, possuem grandes limitações para sobreviverem no mundo competitivo atual. Possuem dificuldades de se adaptarem a situações de mudança porque foram planejadas para atingirem objetivos predeterminados e não foram preparadas para a inovação. Os enfoques de administração foram concebidos para uma gestão de situações estáveis e previsíveis.
O processo de globalização trouxe o incremento da competitividade e conseqüente necessidade de aprimoramento da capacidade de produção das organizações. A evolução da tecnologia possibilita a introdução de novas composições de trabalho exigindo assim, uma forte capacidade de adaptação organizacional. A flexibilização das relações de trabalho e dos modelos gerenciais necessitam de novas atitudes a cada momento. Neste contexto de instabilidade e competitividade das relações, as estruturas tradicionais tornaram-se vulneráveis, impondo a adoção de sistemas inovadores de gestão.
No Brasil as diversidades regionais, culturais e econômicas não são possíveis visualizar um modelo organizacional predominante. Essa diversificação da realidade brasileira constitui um grande desafio para as organizações dos serviços de saúde principalmente no que tange as modificações estruturais, culturais e praticas. Sendo quase sempre mudanças superficiais. Os resultados dessas reformas são insatisfatórios e geram decepções e frustrações na prática e na necessidade de modernização que o contexto mundial exige. A complexidade do ambiente organizacional e os impactos do desenvolvimento tecnológico têm provocado a necessidade de se redimensionar o papel da administração dos recursos humanos. O novo paradigma gerencial indica que a excelência não está na submissão do saber a um manual, nem na rigidez e racionalidade tecnicista ou tecnocrática que castram a criatividade do profissional de saúde e refletem sobre o usuário. A figura do administrador fechado em seu gabinete, ligado à organização por meio de relatórios, organogramas, manuais de normas e procedimentos tornando-se uma figura folclórica frente a esta nova realidade.
Este novo contexto redireciona a atuação da área de recursos humanos, onde, deve ser entendida como uma função gerencial de responsabilidade de todos os níveis de direção e não exclusiva do especialista em recursos humanos. A motivação e a realização deverão ser alcançadas através do trabalho e não através de mecanismos paliativos, sendo necessário que se busquem alternativas gerenciais que combinem produtividade com reconhecimento e realização do individuo. Diante desta nova realidade, as relações de trabalho devem ser pautadas pela comunicação, diálogo e negociação, pois, a confrontação de forças resulta em desgastes e perdas para ambos os lados.
Com o processo de descentralização ocorrido nas últimas décadas tornou-se necessário a adoção de medidas que superem o amplo conjunto de distorções existentes na área de gestão dos recursos humanos em saúde. Dentre os problemas é possível destacar:
? Processo seletivo com conteúdo inadequado às necessidades dos serviços públicos de saúde;
? Alta rotatividade e distribuição inadequada dos servidores;
? Despreparo das gerências das unidades assistenciais, no que se refere à gestão de pessoas;
? Inexistência ou falha nos de mecanismos de avaliação de desempenho para os trabalhos executados;
? Carências de concursos públicos para alocação de profissionais nos serviços públicos de saúde;
? Precárias condições de trabalho;
? Existência de trabalhadores com vínculos informais ou indicados por meio de interferências políticas.
Outra situação enfrentada pelos gestores dos serviços públicos de saúde é a terceirização dos recursos humanos através da contratação de empresas privadas ou de cooperativas de trabalhadores. O que acarreta em: aumento dos contratos temporários; coexistência de diferentes regimes de trabalho; diferentes jornadas de trabalho; diminuição de postos de trabalho estáveis.
Redirecionar as práticas tradicionais de gestão não é tarefa simples, uma vez que estão arraigadas na formação ortodoxa de administração. Lidar com pessoas requer articulação e negociação entre os diversos níveis de uma organização e envolve diferentes atores com as mais diversas responsabilidades.
O trabalho na saúde possui diversos padrões estabelecidos e mitos difíceis de quebrar, como o domínio do médico nas instituições hospitalares, um domínio não de cargo ou autoridade, mas de poder, um domínio cultural que vai além do entendimento racional.
Os serviços de saúde, enquanto organizações prestadoras de serviço representam sistemas psicosociais, bem diferentes de outras organizações encarregadas da produção ou comercialização de bens. Convivem diretamente com problemas e dificuldades de outras pessoas, com sofrimento, dor e até mesmo a morte. Em consequência disto, os funcionários são de alguma maneira afetada, pois sentem e comprometem-se.
Portanto, muitos setores da saúde deixam a desejar em questões importantes para o fortalecimento das relações interpessoais e grupais, havendo a necessidade de oferecer aos trabalhadores condições acessíveis de melhoria do desempenho individual e consequentemente organizacional. Este caminho melhora a eficácia da administração de pessoal dos serviços de saúde. As técnicas de gestão e desenvolvimento de recursos humanos são importantes para o eficiente desempenho das pessoas, mediante políticas de incentivo e de segurança voltadas para o trabalhador. O planejamento das atividades da organização torna dinâmico todo o processo de trabalho, permitindo assim que os funcionários sintam-se envolvidos com a rotina do serviço e tenham cada vez mais orgulho de fazer parte de uma organização que prioriza o bem estar físico, psíquico e social de seus colaboradores.














BIBLIOGRAFIA

1. AKTOUF, O. A administração entre a tradição e a renovação. São Paulo: Atlas, 1996.
2. CARBONE, PP; BRANDÃO, HP; LEITE, JBO. Gestão por competências e gestão do conhecimento. 2ª ed. Rio de Janeiro: FGV, 2005.
3. MARINI, C. Política de gestão de pessoas. SERPRO, 1998.
4. MARRAS, JP. Administração de recursos humanos: do operacional ao estratégico. 3ª ed. São Paulo: Futura, 2000.
5. ROSSO, F. Gestão ou indigestão de pessoas? Manual de sobrevivência para RH na área de saúde. São Paulo: Loyola, 22003.
6. TERR, JC. Gestão do conhecimento. São Paulo: Negócio, 2000.

Autor: Emilio Prado Da Fonseca


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