Vitiligo: as marcas que ficam na vida





Você somente aprende sobre algo quando estuda a respeito.

O vitiligo se caracteriza pela formação de manchas brancas (acrômicas ? sem pigmentação) na pele. É a falta de produção da melanina (substância que pigmenta a pele). São as células mortas ? melanócitos, que fazem com que surjam as manchas brancas na pele.

Sua causa é desconhecida e apesar dos vários tratamentos, não há cura, até porque cada pessoa acometida de vitiligo reage de uma forma particular aos tratamentos e aos "efeitos" causados pela aparição desta doença.

O vitiligo é uma doença totalmente imprevisível. Pode ocorrer em uma única região do corpo, ou pelo corpo inteiro. Pode aparecer de forma simétrica ou totalmente assimétrica. Pode nascer na fase infantil ou adulta. Pode sumir e pode voltar. Pode desaparecer ou aparecer sem mais nem menos.

Costuma-se dizer que o vitiligo é uma doença sem forma, mas com um conteúdo amplamente prejudicial, tanto esteticamente quanto psicologicamente.

Os danos fisicos do vitiligo fazem com que a pessoa portadora procure pouca exposição ao sol, ou o faça com protetor solar, boné, chapéu, e outros.

Já os danos psicológicos, passam por uma seara mas delicada e profunda e não pode ser posta de qualquer forma ou de um jeito superficial e simplório.

Fazendo um parentese, há uma das diversas causas do vitiligo é atribuída as questões psicológicas. Estas podem nascer de uma perda, um trauma, um fato, algo que tenha feito com que aparecessem as primeiras manchas.

Mas como já foi exposto, o vitiligo age de forma peculiar em cada indivíduo. Não há uma regra para quem sofre com o vitiligo. Uma pessoa pode se achar um anormal ou se achar igual a todo mundo, depende muito de cada um. Uma criança na escola pode ser afastada dos grupos por ter vitiligo. Um adolescente pode sentir medo de falar com outra pessoa da mesma idade com medo da rejeição. Esta, também presente posteriormente e às vezes por toda a vida da pessoa. A rejeição faz com que pessoas com vitiligo se afastem da sociedade em momentos de solidão, o que pode fatalmente ocasiona em depressão e algumas vezes em suicídio também. Casos em que a pessoa já não vê mais saída para um problema que se não tem cura, não é o fim.

Por isso, respeitar a individualidade de cada pessoa que têm vitiligo é essencial para entendê-la e ajudá-la de alguma forma.

O preconceito social é fator determinante no aparecimento e no aumento das manchas brancas. O estresse também é um dos fatores que mais contribui para isso.

Às vezes, quem carrega em si "o peso das manchas brancas", crê, também, que carrega "marcas". Que de alguma maneira foram talhadas pela vida por algum motivo que elas mesmas não conseguem compreender. Tomar a cruz e viver assusta e torna difícil muitas vezes a convivência com portadores de vitiligo.

É um assunto muito delicado e que não pode ser simplificado grosseiramente, uma vez que é uma doença desconhecida, ainda que a medicina tenha evoluído bastante.

Uma das referências dessa evolução é a fototerapia, tratamento o qual consiste em sessões a base de laser. Mas não é garantia de nada, uma vez que cada paciente reage (seu sistema seu organismo) de uma forma boa ou não aos tratamentos direcionados. Normalmente há complementos neste processo como cremes e outros medicamentos.

A socidade ainda se assusta com algumas pessoas por julgar que não são o "padrão definido por ela ? sociedade". Uma forma cruel de matar socialmente pessoas que não buscam na sua diferença uma forma de benefício, mas que procuram sim não se entregar às indiferenças sociais causadas em diversas situações do cotidiano.

Por ser um assunto complexo e de fácil "dúbio julgamento", antes mesmo de entrar em qualquer julgamento a respeito, é necessário buscar a informação, buscar saber mais a respeito do vitiligo.

Não se limitar a informação de que o "Michael Jackson tinha vitiligo". Michael Jackson morreu, mas morreu de vitiligo? Claro que não! Vitiligo não mata! No caso dele, fez a opção por mudar justamente pelo preconceito social sofrido e tudo em detrimento de uma "aparência normal" (recomenda-se ler o texto de Silas Correa Leite ? "Michael Jackson morreu").

Os limites do julgamento, os limites que se podem alcançar por fazer de uma pessoa alguém fácil de se subjugar e de acabar com sua vida.

Preconceito mata! Ainda que você não sinta e não veja, vai matando aos poucos por dentro. Por isso, cuidado antes de emitir uma palavra ou de pensar sobre as diferenças das pessoas. Pode estar matando um ser humano com uma das piores armas, a ignorância.

É um assunto polêmico porque pode ser estendido a outras situações.

Mas o vitiligo ainda é um mistério. Tanto para os médicos, quanto para quem possui manchas brancas. As marcas que ficam na vida podem ser infinitas e inacabadas. Pode fazer a pessoa ter ânimo ou desânimo, sorrir ou preferir o silêncio. Viver ou se esconder atrás de uma doença. E não se deve julgar ou culpar, mas tentar entender e ajudar.

Respeitar a individualidade e buscar entender incondicionalmente talvez seja o caminho mais trabalhoso, porém, você pode não correr o risco de estar contribuindo para a morte (social, psicológica, sentimental, moral, etc) da pessoa portadora de vitiligo.


Autor: Johney Laudelino Da Silva


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