PLANTÃO PSICOLÓGICO: a possibilidade de uma atuação diferenciada na clínica-escola




PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
Graduação em Psicologia









PLANTÃO PSICOLÓGICO: a possibilidade de uma atuação diferenciada na clínica-escola




David Mendonça Vidal
Renata Aparecida de Sousa










Arcos
2010

David Mendonça Vidal
Renata Aparecida de Sousa














PLANTÃO PSICOLÓGICO: a possibilidade de uma atuação diferenciada na clínica-escola



Monografia apresentada ao Curso de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, campus Arcos, como requisito parcial para obtenção do título de Psicólogo.

Orientadora: Profª. Mestra Adriana Guimarães Rodrigues.








Arcos
2010

Dedicamos este trabalho às professoras Jane e Silvane por sempre acolherem nossas urgências.
A elas, nossa eterna gratidão!


AGRADECIMENTOS


A Deus, fonte de nossa inspiração, que nos permitiu conquistar mais uma etapa de nossa vida e nos ensina que os fracos desistem e julgam, enquanto os fortes compreendem e amam. A Ti Senhor, nossa eterna gratidão!
Aos nossos pais e familiares que não mediram esforços para que pudéssemos chegar até aqui. Agradecemos também a compreensão por tantos momentos de ausência.
À nossa orientadora Profª. Adriana Guimarães Rodrigues por sua paciência e generosidade em compartilhar seus conhecimentos.
Aos nossos mestres por compartilharem conosco seus ensinamentos e suas experiências. Nosso muito obrigado.
À Maysa Pádua e Geraldo Adriano pela dedicação nesta caminhada.
Às amizades que conquistamos ao longo desta jornada: Alessandra, Karla, Laura, Lorena, Maísa e Raíssa. Obrigado pela convivência, diversão e companheirismo em todos os momentos. Às brilhantes considerações da Raíssa na construção deste trabalho. Obrigado por, carinhosamente, disponibilizar seu tempo para nos auxiliar nesta pesquisa. Valeu, anjos queridos!
A toda equipe Delphi e Prefeitura Municipal que nos permitiram alcançar este ideal, compreendendo-nos e apoiando-nos na busca do nosso objetivo, garantindo nossa tranquilidade durante nossas ausências.
A todas as pessoas queridas que nos encorajaram, acreditaram e contribuíram para que esta vitória se tornasse realidade em nossa vida.










RESUMO



Trata-se de uma pesquisa de levantamento do tipo descritiva, cujo objetivo é o de identificar a necessidade de implantação do serviço de plantão psicológico na clínica-escola de psicologia da PUC Minas, em Arcos. A relevância desta pesquisa deve-se aos subsídios teóricos e práticos que ela poderá oferecer para que, futuramente, este serviço venha a ser implantado. A clínica-escola atua como um espaço em que o aluno desenvolve pesquisas, participa de projetos de extensão e aprimora suas habilidades clínicas ao prestar diversas modalidades de atendimento psicológico a alunos e funcionários da Universidade, além de membros da comunidade em geral. O plantão psicológico, por sua vez, é uma modalidade de atendimento diferenciada, que se destina a atender qualquer pessoa no exato momento de sua crise, em caráter de urgência, sem necessidade de agendamento prévio. Assim, o plantão psicológico é uma das formas de atendimento psicológico na clínica-escola, apropriado para lidar com a situação do indivíduo e reduzir seu estado de sofrimento. Para investigar a visão dos acadêmicos acerca desse serviço, foram aplicados questionários a um total de 195 alunos, sendo 31 do curso de Administração, 18 de Comunicação Social, 45 de Direito, 32 de Enfermagem, 43 de Psicologia e 26 do curso de Sistemas de Informação. Os dados obtidos com a aplicação dos questionários, assim como o levantamento bibliográfico, parecem corroborar com a necessidade de implantação do plantão psicológico na clínica-escola de psicologia da PUC Minas, em Arcos.

Palavras-Chave: Plantão psicológico. Clínica-escola. Crise. Atendimento
imediato. Estado de sofrimento.







LISTA DE GRÁFICOS


Gráfico 1: Histograma das situações em que os participantes da pesquisa procurariam o plantão psicológico 27

Gráfico 2: Histograma das situações com maior e menor índice de procura no plantão psicológico 28

Gráfico 3: Histograma das situações com maior e menor índice de procura no plantão psicológico 28

Gráfico 4: Amostra do índice de indicação do plantão psicológico 30


















SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 8
1.1 Justificativa 10

2 DESENVOLVIMENTO 12
2.1 A clínica-escola e seu funcionamento 12
2.1.1 Considerações sobre a clínica-escola da PUC Minas em Arcos 14

3 O PLANTÃO PSICOLÓGICO: DEFINIÇÃO E FUNÇÃO 16

4 OBJETIVOS 21
4.1 Objetivo Geral 21
4.2 Objetivos Específicos 21

5 METODOLOGIA 22
5.1 Tipo de pesquisa 22
5.2 Participantes 23
5.3 Instrumentos 23
5.4 Procedimentos 24

6 RESULTADOS E DISCUSSÃO 25

7 CONCLUSÃO 32
7.1 Sugestão de estudo 34

REFERÊNCIAS 35

APÊNDICE A ? Questionário 38

ANEXO A ? Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 40




1 INTRODUÇÃO


A presente monografia tem, como temática, o serviço de plantão psicológico realizado no âmbito da clínica-escola. Trata-se de uma pesquisa de levantamento do tipo descritiva, cujo objetivo é identificar se há necessidade, ou não, de implantação do serviço de plantão psicológico, voltado para o atendimento breve e emergencial de pessoas em crise, na clínica-escola de psicologia da PUC Minas, campus de Arcos.
A importância dessa pesquisa deve-se às contribuições que ela poderá oferecer para uma futura implantação do plantão psicológico na clínica-escola de psicologia da PUC Minas em Arcos.
Como instrumento de coleta de dados, foi aplicado um questionário a 195 alunos dos cursos de Administração, Comunicação Social, Direito, Enfermagem, Psicologia e Sistemas de Informação, no qual foi investigada a visão do acadêmico sobre os seguintes tópicos: a importância da implantação do plantão psicológico na clínica-escola; a procura do acadêmico por essa modalidade de atendimento e em quais situações; a indicação do serviço a algum conhecido ou familiar e, finalmente, a indicação discente de algum benefício advindo a partir do plantão psicológico.
Para a abordagem da temática proposta, este estudo foi dividido em dois capítulos. No primeiro capítulo, procurou-se descrever a estrutura organizacional da clínica-escola, sua finalidade e seu funcionamento. No segundo, tratou-se de definir o plantão psicológico e sua função. Por fim, foram tecidas algumas considerações sobre a relação entre plantão psicológico e clínica-escola.
De acordo com Löhr e Silvares (2006), a clínica-escola foi criada para que os alunos pudessem estagiar nos atendimentos e nas demandas clínicas. Esses atendimentos eram voltados para o aprimoramento dos estagiários na prática clínica e destinavam-se, preferencialmente, às pessoas que não tinham condições financeiras para custear um atendimento particular. Portanto, compreende-se que a clínica-escola é um espaço criado para que o aluno desenvolva suas habilidades práticas necessárias para o exercício profissional posterior, atendendo nos diversos estágios propostos pelo curso de Psicologia.

Observa-se que as clínicas-escolas de maneira geral vêm ampliando sua área de atendimento, oferecendo atendimentos psicológicos a alunos, funcionários e toda a comunidade em geral. Esses atendimentos podem ser em psicodiagnóstico, orientação profissional, psicomotricidade, em diferentes áreas e abordagem teóricas. (ROMANO; CAPITÃO, 2003).
Percebe-se, assim, que a clínica-escola oferece atendimento diversificado às pessoas que buscam seus serviços. Por outro lado, esses usuários trazem para o contexto da clínica-escola problemas também variados, o que exige dos estagiários de psicologia e dos professores supervisores uma atenção diferenciada para dar conta das demandas psicossociais apresentadas.
Com isso, as clínicas-escolas configuram-se como um espaço privilegiado por integrar o ensino e a prestação de serviço, promovendo assim uma articulação entre teoria e prática, com vistas à capacitação do aluno-estagiário. O aluno é beneficiado porque tem a oportunidade de estagiar nas diversas modalidades de atendimento, podendo aplicar em situações concretas, seus conhecimentos teóricos adquiridos na graduação.
Em meados de 1970, foi criado, no Brasil, o serviço de plantão psicológico. Idealizado pela Professora Rachel Lea Rosemberg, do Instituto de Psicologia da USP (IP/USP), esse serviço foi inspirado nas experiências de "Walk-in clinics", dos Estados Unidos, as quais atuavam como local de atendimento imediato para pessoas que se encontravam em estado de sofrimento. (ROSENTHAL, 1999).
Como parte do movimento de ampliação de seus serviços, a clínica-escola aderiu ao plantão psicológico e têm disponibilizado esse serviço aos seus usuários. Esse atendimento é reconhecido legalmente pelo Conselho Federal de Psicologia e compreende uma abordagem diferenciada dos modelos tradicionais em psicoterapia, por ser um atendimento focado nas emergências e urgências psíquicas do indivíduo. (FREIRE, 2004).
De acordo com Vieira (2009), no plantão psicológico é oferecido atendimento breve e individual. Com esse tipo de atendimento, procura-se, em uma única ou em poucas sessões, auxiliar o indivíduo a encontrar soluções para seus momentos de desconforto e sofrimento. Não há, inicialmente, o intuito de prolongar o atendimento como na psicoterapia.
Para as pessoas atendidas pela clínica-escola, o plantão psicológico é mais uma forma de apoio especializado com o qual podem contar em seus momentos de
angústia e sofrimento. Para o aluno, é mais uma oportunidade de crescimento pessoal e profissional. Neste sentido, acredita-se que o plantão psicológico é uma das formas na clínica-escola de colocar o aluno em contato com mais diversidade de demandas clínicas, de estimular sua capacidade de apresentação de respostas criativas para os problemas e de promover o desenvolvimento de sua escuta clínica.
A presente pesquisa não tem a pretensão de esgotar a temática proposta, tendo em vista sua amplitude e relevância. Porém, espera-se que este estudo monográfico possa fornecer subsídios teóricos e práticos para uma futura implantação do plantão psicológico na clínica-escola de psicologia da PUC Minas em Arcos.


1.1 Justificativa


Ao longo da graduação em Psicologia, percebeu-se a necessidade de criação de um espaço que acolhesse prontamente alunos, funcionários e membros da comunidade, em suas diversas situações de crise e sofrimento. Com a implantação do plantão psicológico na clínica-escola, a demanda dessas pessoas, por um suporte imediato e pontual, poderia ser satisfeita de tal maneira que seu estado de sofrimento fosse amenizado, ao menos, temporariamente.
Observa-se, ainda, que a sociedade contemporânea é marcada pelo desespero, pela violência e pela insegurança. Como observam Hilleshein, Hilleshein e Ferreira (2008), os valores estão mudando diariamente, e o convívio social tem-se tornado conturbado e sufocante para muitas pessoas. Neste contexto, a proposta de atendimento em plantão psicológico adaptaria a clínica-escola a essa nova realidade, em que os pacientes necessitam de atendimento imediato para que compreendam, de maneira mais clara, seus problemas e lidem melhor com eles.
Parecem claros, dessa forma, os benefícios que poderiam advir da criação do plantão psicológico na clínica-escola do curso de Psicologia da PUC Minas em Arcos. Essa modalidade de atendimento seria uma forma de oferecer ajuda imediata ao paciente em estado de crise, ao mesmo tempo em que contribuiria significativamente para a formação pessoal e profissional do acadêmico-estagiário.
Nesse sentido, esta pesquisa pretende constituir-se como um instrumento que contribua para a implantação do plantão psicológico na clínica-escola de psicologia da PUC Minas em Arcos, com vistas a que esse serviço seja oferecido não só para alunos e funcionários do campus, mas para toda a comunidade em geral.






























2 DESENVOLVIMENTO


2.1 A clínica-escola e seu funcionamento


A presente monografia tem, como proposta, uma pesquisa de levantamento do tipo descritiva, cujo objeto central é verificar a importância da implantação do plantão psicológico na clínica-escola de psicologia da PUC Minas em Arcos. Para isso, faz-se necessário apresentar o funcionamento da clínica-escola e tecer algumas considerações sobre o serviço de plantão psicológico. Pretende-se oferecer contribuições teóricas e práticas para uma futura implantação do plantão psicológico na clínica-escola de psicologia da PUC Minas, em Arcos, Minas Gerais. Justifica-se, assim, a relevância da pesquisa.
Inicialmente, é necessário delimitar o conceito de clínica-escola adotado nos limites deste trabalho.
Löhr e Silvares (2006) conceituam a clínica-escola, no âmbito da psicologia, como um local privilegiado para que o aluno possa desenvolver e aplicar os conhecimentos adquiridos ao longo de sua graduação. De maneira mais específica, pode-se afirmar que a clínica-escola funciona como um espaço físico e social, no qual o aluno realiza seu estágio, participa de atendimentos e/ou de intervenções psicológicas e aprimora sua prática nas demandas clínicas.
Na clínica-escola, o estagiário tem a possibilidade de entrar em contato com diferentes situações concretas apresentadas pelos pacientes, que exigem diferentes modos de atuação do psicólogo, contribuindo, assim, para o crescimento do aluno em formação.
No mesmo sentido, Poelman e outros (2009) definem a clínica-escola como o ambiente da instituição de ensino superior em que o aluno aprimora sua formação acadêmica, por meio do estágio clínico, no qual o aluno presta atendimento à comunidade sob supervisão de um professor-orientador. Romano e Capitão (2003) acrescentam que esse atendimento à comunidade pode ser efetivado sob diversas modalidades, como por exemplo, a psicopedagogia, a psicoterapia, a orientação vocacional e outras.

Observa-se que, no Projeto Didático dos cursos de Psicologia, o objetivo da clínica-escola é o de proporcionar ao aluno o desenvolvimento de competências necessárias para a vida profissional, através da experiência prática, oferecendo a ele a oportunidade de utilizar diversos saberes na área da psicologia e de realizar suas avaliações e intervenções num ambiente acadêmico.
Segundo Löhr e Silvares (2006), a origem da clínica-escola está diretamente relacionada com a Lei nº 4119, de 27 de agosto de 1962, que regulamenta a profissão de psicólogo no Brasil. Para que o aluno conclua a graduação, é necessário que ele exerça atividades práticas nos estágios propostos pela instituição. Deriva daí a necessidade de criação de um ambiente especializado para que os discentes possam estagiar e realizar atendimentos clínicos, fazendo avaliações e intervenções psicológicas.
Löhr e Silvares (2006) afirmam ainda que a clínica-escola, no início de seu desenvolvimento, atendia basicamente a duas propostas: possibilitar aos alunos a prática da teoria adquirida ao longo da graduação e oferecer à população carente um serviço psicológico.
Vinici e Farah (2001) esclarecem que, atualmente, a clínica-escola superou essas duas finalidades iniciais e atua hoje também como um espaço para que os alunos desenvolvam pesquisas e participem de projetos de extensão, além de prestar atendimento à comunidade. Então, a clínica-escola tornou-se uma fonte em que são coletados dados referentes aos atendimentos, às características das pessoas atendidas, ao tempo médio dos atendimentos, aos fatores que favorecem, ou não, o sucesso psicoterapêutico e outros. Esses dados são utilizados como base para a elaboração de novos projetos e pesquisas, em um processo contínuo de investigação que só tem a favorecer o ensino-aprendizagem dos alunos de graduação e a sua futura inserção no mercado profissional.
Dessa forma, com apoio em Perfeito e Melo (2004), pode-se dizer que em sua configuração mais recente, a clínica-escola constitui-se como um tripé da educação superior, aliando em um só espaço o ensino, a pesquisa e a extensão.
Por meio do estágio, o aluno tem condições de colocar, em prática, aquilo que aprendeu na teoria, adquirindo experiência clínica. As atividades de pesquisa permitem que ele verifique, entre outras investigações, a eficácia e o resultado de suas intervenções, sendo essa prática uma forma de articular o conhecimento teórico com o estágio. Ademais, na clínica-escola, é possível visualizar e
compreender, de forma mais clara, as mudanças que ocorrem com os indivíduos. A extensão, por sua vez, dá ao aluno a chance de trabalhar diretamente com a comunidade.
Poelman e outros (2009) ressaltam esse aspecto da extensão, afirmando que a clínica-escola de Psicologia é uma das portas que a universidade abre para a comunidade, de tal maneira que esta possa receber os benefícios da atividade acadêmica, materializados na forma dos atendimentos oferecidos pelos estagiários.
Verifica-se, na atualidade, um movimento de expansão dos serviços prestados no âmbito da clínica-escola. Nesse sentido, pode ser apontada a criação do plantão psicológico, que é um serviço de suporte psicológico permanente, voltado ao atendimento de pessoas que procuram ajuda e apoio especializado.
No tópico seguinte, serão apresentados dados específicos acerca da estrutura organizacional e do funcionamento da clínica-escola de psicologia da PUC Minas, unidade de Arcos.


2.1.1 Considerações sobre a clínica-escola da PUC Minas em Arcos


A clínica-escola de psicologia da PUC Minas, em Arcos, foi fundada em agosto de 2006, com a proposta de oferecer estágio supervisionado para alunos de 5º a 10º períodos da graduação em psicologia da Universidade.
Segundo Ferreira (2010), a clínica-escola oferece aos usuários uma variedade de serviços, além dos atendimentos psicoterápicos, como: psicodiagnóstico, orientação profissional, psicomotricidade, psicopedagogia intervenções psicológicas na área jurídica, diagnóstico de relações familiares e psicoterapia com crianças, adolescentes, adultos e idosos, casais e famílias. Esses atendimentos são supervisionados por professores da instituição e fundamentados nas diversas abordagens propostas pelo curso de Psicologia.
Trata-se de um serviço gratuito e aberto para a comunidade de Arcos e região e para alunos e funcionários da PUC Minas. Com isso, a clínica-escola se adequa ao projeto pedagógico do curso e desempenha um importante papel social de mediadora entre teoria e prática, Universidade e comunidade. (FERREIRA, 2010).
Ferreira (2010, p. 1) esclarece que, na clínica-escola, "os tratamentos realizados são de caráter breve, pois acontecem no decorrer de cada semestre letivo, não podendo ter continuidade indefinida". Ademais, conforme o mesmo autor, não é função da clínica-escola substituir o poder público nos serviços de assistência à saúde.
Ferreira (2010), explica ainda que as pessoas atendidas, no campus de Arcos, são, em sua maioria, de nível econômico médio ou baixo e possuem dificuldade financeira para buscar um atendimento particular. Por isso, a demanda de atendimento cresce significativamente.
De acordo com o autor acima citado, a clínica-escola de psicologia funciona de segunda a sexta, nos períodos da manhã, tarde e noite e, no sábado, somente pela amanhã. A clínica oferece ampla disponibilidade de horários para os alunos estagiários e a comunidade. As pessoas interessadas em frequentar os serviços oferecidos na clínica-escola podem procurar a secretária e deixar o nome e telefone de contato para que, posteriormente, a equipe da clínica entre em contato e faça um agendamento de uma entrevista com um estagiário que irá encaminhar a pessoa para uma das modalidades de atendimento que a clínica oferece.
A estrutura organizacional da clínica-escola é composta por um coordenador da clínica, um coordenador de todos os estágios do curso, uma secretária, professores-supervisores e alunos-estagiários. Segundo dados de Ferreira (2010), a clínica conta com 10 (dez) professores-supervisores e uma média de 10 alunos por estágio durante o semestre, somando aproximadamente 100 (cem) alunos que atendem cerca de 150 (cento e cinquenta) pessoas nas diversas modalidades já referidas. (FERREIRA, 2010).
De acordo com Ferreira (2010), no segundo semestre de 2006, foram realizadas 577 sessões por meio da clínica-escola. No primeiro semestre de 2007, foram 817 sessões; no segundo semestre de 2007, 890 sessões; no primeiro semestre de 2008, 1584 sessões; no segundo semestre de 2008, 1608 sessões; no primeiro semestre de 2009, 1871 sessões e, no segundo semestre de 2009, 1911 sessões, perfazendo, assim, um total de 9258 sessões até o final de 2009.
Esse aumento crescente na quantidade de atendimentos é explicado, em parte, devido à evolução das turmas de psicologia a cada semestre letivo ocorrendo assim um avanço nos períodos das turmas do curso, o que favoreceu para que o número de atendimentos aumentasse na clínica-escola.

3 O PLANTÃO PSICOLÓGICO: DEFINIÇÃO E FUNÇÃO


A palavra plantão é utilizada para designar a atividade de um funcionário escalado para estar à disposição de um público, usuário de determinado serviço, seja durante o dia ou durante a noite, para atender às pessoas ou casos que demandam certa emergência. (SILVA, 2000).
Especificamente, em psicologia, existe a modalidade "plantão psicológico", que é um tipo de atendimento clínico, reconhecido pelo Conselho Federal de Psicologia, que apresenta uma intervenção diferente dos modelos tradicionais de psicoterapia, devido ao seu caráter focal em emergências e urgências psíquicas. (FREIRE, 2004).
A respeito do plantão psicológico, Mahfoud (1987) afirma que:

A expressão plantão está associada a certo tipo de serviço, exercido por profissionais que se mantêm a disposição de quaisquer pessoas que deles necessitem, em períodos de tempo previamente determinados e ininterruptos [...] esse sistema pede uma disponibilidade para se defrontar com o não planejado e com a possibilidade de que o encontro com o cliente seja único. (MAHFOUD, 1987, p.75).


Essa modalidade emergencial surgiu, no Brasil, no final da década de 70, por iniciativa da Professora Rachel Lea Rosenberg, do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IP/USP). Inspirado nas experiências de "Walk-in clinics", dos Estados Unidos, o serviço prestado pela USP oferecia atendimento imediato para pessoas que estavam vivenciando sofrimentos, problemas, enfim, situações com as quais não eram capazes de lidar sozinhas. (ROSENTHAL, 1999).
Palmieri e Cury (2007) apontam que o plantão psicológico, em geral, foi criado com intuito de atender à demanda da comunidade que procurava atendimento psicológico em instituições públicas e privadas, mas, nem sempre, conseguia ser atendida.
Dessa forma, compreende-se que o plantão psicológico é um tipo de serviço aberto à comunidade, mas que não tem o intuito de oferecer tratamento prolongado. Por essa razão, não se estabelece entre o profissional e o usuário um contrato terapêutico prévio em que é combinado o número de sessões, os horários, os honorários ou a frequência dos encontros. A finalidade do plantão é a de ouvir e
acolher a pessoa num momento preciso e determinado de sua vida, com foco nas situações de crise. (TASSINARI, 2003).
De acordo com Slaiku, citado por Dattilio e Freeman (2004), a crise é entendida com "um estado temporário de perturbação e desorganização, caracterizado principalmente pela incapacidade do indivíduo de lidar com uma determinada situação". (SLAIKU apud DATTILIO; FREEMAN, 2004). Sendo assim, entende-se que a crise advém de algum acontecimento que foi marcante na vida do indivíduo de modo a perturbar sua capacidade de enfrentar essa situação. O plantão psicológico, então, surgiria como uma forma de intervenção psicológica capaz de auxiliar o indivíduo na resolução da crise de maneira imediata.
Para Mahfoud (1987), o plantão psicológico é um tipo de intervenção que acolhe a pessoa no exato momento de sua necessidade, auxiliando-a a lidar melhor com seus recursos e limites. Dessa forma, proporciona-se atendimento ao indivíduo no momento em que ele sente que necessita de acolhimento e compreensão por parte do plantonista, com vistas a minimizar seu estado atual de desajuste, angústia e sofrimento.
Por essa razão, o plantão psicológico apresenta-se como uma modalidade de atendimento psicológico, caracterizando-se como breve e individual. Além disso, o plantão psicológico busca, em uma ou poucas sessões, orientar e auxiliar o indivíduo na resolução de suas dificuldades, ou seja, trabalhar com situações focais que emergem no indivíduo sem que, necessariamente, demandem um atendimento ou acompanhamento prolongado. (VIEIRA, 2009).
No mesmo sentido, Furigo e outros (2006) acrescenta que o atendimento na forma de plantão focaliza as demandas urgentes e imediatas, atuando de tal modo que o indivíduo possa tomar consciência de seu estado de sofrimento. Trata-se de uma atuação de modo emergencial, que se distingue, assim, da psicoterapia tradicional, caracterizada pelo atendimento a médio ou longo prazo.
Vieira (2009) esclarece que o indivíduo que busca o plantão psicológico encontra-se, normalmente, nas seguintes situações:

O cliente busca o plantonista no momento da crise afetiva, familiar, profissional ou do sentido do viver; nos distúrbios afetivos, de comportamento, profissionais em crise ou aposentando-se, distúrbios familiares, de aprendizado, sexuais, de relações sociais. É útil nos momentos de superação da desestrutura emocional causada por períodos de doenças, nos distúrbios psicológicos por estresse, nos momentos de decisão pessoal, separações matrimoniais, lutos e pânico; pois é um pronto
socorro psicológico para dar sentido a angústia imediata que emerge em certos momentos da vida; um alívio pontual daquilo que se apresenta em situações de crise pessoal. (VIEIRA, 2009, p.7).


Segundo Wood citado por Mahfoud (1999), as pessoas atendidas no plantão psicológico, de modo geral, estão vivendo situações e problemas que surgiram como algo inesperado. Assim, essas pessoas chegam ao limite e precisam de cuidado. Justamente, nesses momentos de crise, uma ajuda pontual e imediata pode resultar na redução do sofrimento e no encurtamento do período de perturbação do indivíduo.
Para Morato (1987), na turbulência em que a vida se encontra, o plantonista é procurado para fornecer ajuda às pessoas. Estas, aos enfrentarem determinadas dificuldades, entram em estado de sofrimento e não conseguem resolver sua situação. Assim, necessitam do auxílio de um profissional.
Acredita-se que uma escuta ativa e acolhedora, por parte do plantonista, pode ser uma forma efetiva de auxiliar o indivíduo na redução do seu sofrimento, pois, a pessoa que procura o serviço de plantão psicológico, necessita de apoio. Além disso, o simples fato de haver alguém disponível para escutar seus problemas, pode resultar num processo de mudança, mesmo que temporário.
Muitas vezes, quando estão passando por transformações, as pessoas não conseguem perceber como e por que essas mudanças ocorrem e acabam sofrendo por falta de compreensão dos fatos. Nesse sentido, o plantonista pode contribuir com essas pessoas ajudando-o a compreender melhor sua situação e preparando-o para lidar com a nova realidade. (MORATO, 1987).
Para Vieira (2009), a finalidade do plantão é a de proporcionar atendimento psicológico em situações de crise, ou seja, não se disponibiliza um atendimento prolongado. Caso seja necessário, o paciente pode ser encaminhado para outra modalidade de atendimento. Cabe ao plantonista a decisão pelo encaminhamento, que só acontece quando ele percebe que a pessoa necessita de atendimentos ou atividades que, a médio ou longo prazo, sejam necessárias para amenizar as diversas situações trazidas pelo indivíduo.
É esse também o entendimento de Santos citado por Vieira (2009), segundo o qual os atendimentos no plantão psicológico são individuais, têm caráter breve e se
destinam a orientar e auxiliar o indivíduo no enfrentamento de dificuldades que, nem sempre, precisam de acompanhamento prolongado.
Dessa forma, a proposta do plantão psicológico vem se consolidando como uma forma de intervenção eficiente e de curto prazo. De acordo com Tassinari (2003), o plantão já é utilizado em vários âmbitos institucionais, como escolas, hospitais psiquiátricos, instituições judiciárias e clínicas-escolas.
De acordo com Mahfoud e outros (1999), o plantão psicológico é basicamente um espaço de escuta e acolhimento, pois as pessoas atendidas são acolhidas e ouvidas no exato momento de sua angústia.
Estes autores citados acima também explicitam que, para o funcionamento do plantão psicológico, é necessária uma equipe presente no local determinado para prestar atendimento. De acordo com cada instituição, é fundamental uma organização interna específica. Na clínica-escola, por exemplo, necessita-se de uma secretária, de um aluno estagiário e de um professor-supervisor. Dessa forma, o plantão psicológico pode ser demarcado a partir de três eixos: a instituição que disponibiliza o atendimento; o plantonista disponível para lidar com o inesperado e o indivíduo que procura ajuda para suas necessidades psíquicas.
Para Rosenthal (1999), ouvir pode sugerir uma atitude passiva, mas não é. Ouvir implica acompanhar e estar atento à forma como o indivíduo fala e se expressa, de maneira a compreender o que se passa com ele no exato momento de sua necessidade.
A respeito da escuta, Rogers (1983) afirma:

Constato [...] que ouvir traz conseqüências. Quando efetivamente ouço uma pessoa e os significados que lhe são importantes naquele momento, ouvindo não suas palavras, mas ela mesma, e quando lhe demonstro que ouvi seus significados pessoais e íntimos, muitas coisas acontecem. Elas se sentem aliviadas [...] Tornam-se mais abertas ao processo de mudança. (ROGERS, 1983, p. 6).


Para o paciente, ser ouvido representa um verdadeiro alívio. No plantão psicológico, a pessoa tem a oportunidade de falar e desabafar sobre suas situações que, por ora, estão lhe causando angústia e sofrimento. (ROSENTHAL, 1999).
A partir das informações obtidas na elaboração do presente trabalho, entende-se que a disponibilização dos serviços de plantão psicológico no âmbito da clínica-escola é uma iniciativa válida e altamente recomendável, já que representa
uma ampliação das modalidades de atendimento abertas à comunidade. Na verdade, trata-se de oferecer acolhimento ao paciente no momento exato de sua necessidade, o que pode fazer toda a diferença na forma como ele lidará com suas situações.
Nessa perspectiva, parece interessante para os discentes em formação poderem entrar em contato com essas demandas tão específicas e emergenciais em suas atividades de estágio, aumentando, assim, seu preparo para o ingresso na prática profissional.























4 OBJETIVOS


4.1 Objetivo Geral


Identificar a necessidade de implantação do plantão psicológico na clínica-escola de psicologia da PUC Minas campus Arcos, segundo a avaliação dos alunos do campus.


4.2 Objetivos Específicos


v Descrever e conceitualizar clínica-escola;
v Discorrer sobre o modo de funcionamento da clínica-escola de psicologia;
v Descrever sobre os serviços oferecidos pela clínica-escola;
v Descrever o processo de criação da clínica-escola de psicologia da PUC Minas em Arcos;
v Definir e conceitualizar plantão psicológico;
v Descrever o processo de desenvolvimento do plantão psicológico no Brasil;
v Apontar o funcionamento do plantão psicológico;
v Levantar se há importância do plantão psicológico para os participantes da pesquisa;
v Identificar se os participantes da pesquisa frequentariam o plantão psicológico;
v Analisar em que situações o plantão psicológico seria procurado;
v Verificar se os participantes da pesquisa indicariam o plantão psicológico para algum conhecido ou familiar;
v Identificar se, para os participantes, o plantão psicológico traz algum tipo de beneficio.

5 METODOLOGIA


5.1 Tipo de pesquisa


Trata-se de uma pesquisa de levantamento, do tipo descritiva, que objetivou identificar a necessidade de implantação do plantão psicológico na clínica-escola da PUC Minas, em Arcos (MG).
Como instrumento de coleta de dados, foi aplicado um questionário estruturado, composto por questões que abordavam a necessidade da criação do plantão psicológico no campus de Arcos e suas possíveis contribuições tanto para a comunidade acadêmica quanto para membros da comunidade em geral.
As pesquisas de levantamento, do tipo descritiva, caracterizam-se, de acordo com Gil (1999):

Pela interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. Basicamente, procede-se à solicitação de informações a um grupo significativo de pessoas acerca do problema estudado para, em seguida, mediante análise quantitativa, obter as conclusões correspondentes aos dados coletados. (GIL, 1999, p. 70).


De acordo com Malhotra (2001), as pesquisas descritivas procuram descobrir e conhecer a realidade, com a precisão possível, por meio da observação, descrição e interpretação da frequência com que um fenômeno ocorre.
Para Vergara (2009), a pesquisa descritiva expõe as características de determinada população ou fenômeno, sem o compromisso de explicar os fenômenos que descreve, embora sirva de base para tal explicação.
A pesquisa envolveu também uma revisão da literatura científica sobre o assunto, a fim de construir o referencial teórico sobre as temáticas centrais de interesse, que são o plantão psicológico e a clínica-escola. Com base nesse levantamento, foi possível elaborar a discussão dos resultados.



5.2 Participantes


Participaram deste estudo 195 alunos, sendo 31 alunos do curso de Administração, 18 de Comunicação Social, 45 de Direito, 32 de Enfermagem, 43 de Psicologia e 26 do curso de Sistemas de Informação.
Desse total de 195 alunos, 111 são do sexo feminino e 84 do sexo masculino. Os participantes estão incluídos em uma faixa etária que vai dos 16 aos 41 anos de idade ou mais, conforme distribuição a seguir: 49 participantes têm de 16 a 20 anos de idade; 99 participantes têm de 21 a 25 anos; 24 participantes estão na faixa de 26 a 30 anos; 9 participantes têm de 31 a 35 anos; 4 participantes estão na faixa de 36 a 40 anos e, acima de 41 anos, foram registrados 10 participantes.
A escolha dos participantes obedeceu ao critério de conveniência, ou seja, participaram da pesquisa os alunos que estavam presentes em sala de aula, no dia da aplicação do questionário.
Todos os alunos foram previamente esclarecidos sobre os objetivos da pesquisa, modo de participação e sigilo guardado acerca das informações pessoais dos participantes. Assim, eles foram entrevistados somente após darem seu consentimento livre e esclarecido (Anexo A), conforme determina a Resolução nº 196, de 10 de Outubro de 1996, da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa. O aluno que não desejou participar deste estudo foi orientado a não receber o termo de consentimento e o roteiro. No entanto, todos os alunos presentes, em sala de aula, aceitaram participar da pesquisa.


5.3 Instrumentos


Para a coleta de dados, foi aplicado um questionário composto por oito perguntas, elaboradas com a finalidade de identificar a visão do acadêmico quanto à necessidade de criação do plantão psicológico na clínica-escola de Psicologia da PUC Minas, em Arcos. Questionou-se, também, se o aluno utilizaria ou indicaria o atendimento no plantão psicológico para algum conhecido ou familiar, as situações
em que acredita haver necessidade de tal atendimento e se o plantão psicológico traz algum beneficio. (Apêndice A).


5.4 Procedimentos


Inicialmente, realizou-se uma reunião com os coordenadores dos cursos de Administração, Comunicação Social, Direito, Enfermagem, Psicologia e Sistemas de Informação, a fim de esclarecer o objetivo da pesquisa e solicitar permissão para a aplicação do questionário para os alunos de cada curso. Após a autorização, foram agendados dia e horário para aplicação do questionário.
Na sala de aula, explicou-se para os participantes o objetivo da pesquisa e solicitou-se seu consentimento livre e esclarecido para a colaboração na participação da pesquisa.
Posteriormente, foram entregues aos alunos o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Após a coleta das respectivas assinaturas, foram distribuídos os questionários para os alunos responderem. O roteiro foi aplicado aos participantes da pesquisa entre os dias 14/09/2010 a 21/10/2010, de acordo com o agendamento estabelecido com os coordenadores dos cursos.
Após a conclusão da aplicação do questionário, iniciou-se a análise estatística dos dados coletados, com vistas à verificação da necessidade de implantação do plantão psicológico na clínica-escola de psicologia da PUC Minas, em Arcos.












6 RESULTADOS E DISCUSSÃO


O objetivo central desta pesquisa foi identificar se haveria necessidade de implantação do plantão psicológico na clínica-escola de psicologia da PUC Minas em Arcos. Para responder a esta questão, foi feita uma pesquisa de levantamento do tipo descritiva com a aplicação de um questionário aos alunos do campus, no qual os roteiros serão discutidos de acordo com o gênero e a idade dos participantes.
Questionados acerca da importância do serviço de plantão psicológico, 97% (noventa e sete por cento) dos participantes responderam que consideram a iniciativa positiva, enquanto 3% (três por cento) afirmaram que não consideram a implantação do serviço importante.
Observa-se que, entre os 97% (noventa e sete por cento) que afirmaram ser importante, 111 (cento e onze) alunos são do sexo feminino e 79 (setenta e nove) do sexo masculino. Entre os 3% (três por cento) que não consideram o serviço importante, não há nenhum representante do sexo feminino, ou seja, todos são alunos do sexo masculino.
Nota-se que dos 6 (seis) alunos do sexo masculino que afirmaram não ver importância na implantação do plantão psicológico na clínica-escola, 5 (cinco) deles são do curso de Administração e 1 (um) do curso de Direito. A justificativa para essas 5 (cinco) respostas negativas do curso de Administração e uma do curso de Direito parece estar relacionada ao desconhecimento, por parte dos alunos, do tema proposto pela pesquisa ou do que se refere a modalidade de atendimento de plantão psicológico.
Dessa forma, pode-se afirmar com apoio em Tassinari (2003), que o plantão psicológico é importante porque disponibiliza um plantonista para acolher a pessoa de maneira imediata, no momento exato de sua necessidade, focando em seus momentos de crise. Tal afirmativa foi corroborada pela pesquisa realizada nesta monografia, na qual 97% (noventa e sete por cento) da amostra consideram ser importante a implantação do plantão psicológico na PUC Minas, em Arcos.
Ao serem questionados se frequentariam o plantão psicológico, 75% (setenta e cinco por cento) dos alunos afirmaram que sim, enquanto 25% (vinte e cinco por
cento) responderam que não frequentariam. Dos 147 (cento e quarenta e sete) participantes que frequentariam, 87 (oitenta e sete) são do sexo feminino e 60 (sessenta) do sexo masculino.
Verifica-se que houve um índice significativo de participantes os quais responderam que não frequentariam o plantão psicológico. Esse índice foi de 25% (vinte e cinco por cento). Isso equivale a um total de 48 (quarenta e oito alunos) alunos.
Várias hipóteses podem ser levantadas para explicar esse número, mas supõe-se, inicialmente, que os alunos talvez não frequentariam o plantão psicológico por se sentirem constrangidos de serem atendidos por outros alunos ou colegas, para os quais teriam dificuldade de expor sua intimidade. Essa resposta negativa pode ser atribuída também a um desconhecimento do plantão psicológico pelos participantes da pesquisa. Assim, por desconhecerem o funcionamento do serviço, a forma como o atendimento é prestado e os momentos em que se torna necessário, os alunos afirmaram que não o frequentariam.
Nota-se que, segundo Wood citado por Mahfoud (1999), as pessoas que freqüentam o plantão psicológico estão vivenciando situações do cotidiano de suas vidas que emergiram como algo imprevisto e, por não conseguirem lidar com essas situações, sofrem. Sendo assim, o plantão psicológico é uma das modalidades de atendimento que se tem disponível para auxiliar o indivíduo na compreensão de sua situação-problema. Então, as pessoas procurariam o serviço de plantão psicológico na clínica-escola por acreditarem na possibilidade de minimizar seus estados de sofrimento.
Representando as situações em que os participantes procurariam pelo serviço de plantão psicológico, conforme o Gráfico 1.









Gráfico 1: Histograma das situações em que os participantes da pesquisa procurariam o plantão psicológico
Fonte: Dados da pesquisa.


Os dados apresentados a seguir foram organizados a partir dos três maiores e dos três menores índices de situações apontadas pelos participantes.
Como se observa, os participantes do sexo feminino afirmaram que buscariam o plantão psicológico majoritariamente na situação de angústia (10,8%), seguida de ansiedade (10%) e de estresse (9,5%). Observa-se, ainda, que buscariam com menor índice em situações de brigas (3,8%), raiva (3,2%) e falta de correspondência dos relacionamentos amorosos (2,7%).
Percebe-se que os participantes do sexo masculino buscariam o plantão psicológico prioritariamente na situação de estresse (12,8%), seguida de problemas psicológicos (10,2%) e de baixa autoestima (8,5%). Nota-se também que buscariam, com menos freqüência, em situações de conflitos (4%), brigas (3,1%) e falta de correspondência nos relacionamentos amorosos (1,7%).
Os gráficos 2 e 3 demonstram as situações de maior e menor índice de procura no plantão psicológico dos participantes do sexo feminino e masculino, respectivamente.


Gráfico 2: Histograma das situações com maior e menor índice de procura no plantão
psicológico pelo sexo feminino
Fonte: Dados da pesquisa.




Gráfico 3: Histograma das situações com maior e menor índice de procura no plantão
psicológico pelo sexo masculino
Fonte: Dados da pesquisa.


O fato de os participantes terem assinalado com muita frequencia as situações de angústia, ansiedade, estresse, problemas psicológicos e baixa autoestima é coerente com a perspectiva de Vieira (2009), para quem o indivíduo recorre ao plantonista quando se encontra desorganizado, podendo ser essa desorganização ocasionada por diversas situações, tais como: crise afetiva, familiar, profissional, dentre outras. O serviço também é considerado útil nos momentos de superação de sofrimento emocional, provocado por período de doenças, estresse e tomada de decisões. Nessa perspectiva, o plantão psicológico oferece um suporte imediato, auxiliando na redução da angústia do indivíduo perante uma situação de sofrimento.
Mahfoud (1987) destaca que o plantonista tem condições de oferecer ajuda às pessoas no enfrentamento do seu estado de desajuste, angústia e sofrimento, porque se encontra numa posição de auxiliar e acolher o indivíduo no exato momento de sua necessidade. Na atualidade, as pessoas estão vivendo diversas dificuldades e, por não conseguirem resolver essas situações, muitas vezes, sofrem, necessitando, assim, de ajuda psicológica. (MORATO, 1987).
As situações de brigas, conflitos, falta de correspondência nos relacionamentos amorosos e raiva foram as que se destacaram por terem seus escores mais baixos. Esse resultado pode ser explicado devido à hipótese dos participantes não acreditarem na gravidade dos itens citados ao ponto de necessitarem da ajuda de um profissional. Supõe-se que os participantes possuam recursos próprios para o enfrentamento de tais situações.
Sobre a indicação do plantão psicológico, dos 195 participantes, 97% indicariam o plantão psicológico para algum conhecido ou familiar, enquanto 3% não indicariam. Dos 97% dos participantes, 110 são do sexo feminino e 79 do sexo masculino. Dos 3% que não indicariam o plantão, 01 participante é do sexo feminino e 05 são do sexo masculino.
No gráfico 4, a seguir, foi representada a porcentagem de indicação do plantão psicológico:



Gráfico 4: Amostra do índice de indicação do plantão psicológico
Fonte: Dados da pesquisa


Acredita-se que, a maioria dos participantes, respondeu que indicaria o plantão psicológico por este se tratar de uma modalidade diferenciada de atendimento psicológico. Com base nos estudos de Mahfoud (1987), é possível articular a afirmativa de indicação com o levantamento bibliográfico, pois o atendimento, em plantão, é uma idéia que parece promissora, por disponibilizar atendimento psicológico a qualquer pessoa que venha a procurar pelo serviço. Esse serviço é oferecido em local e horário determinados, sem necessidade de agendamento prévio ou processo de triagem. Essa modalidade de atendimento de plantão consiste em auxiliar o indivíduo no momento exato em que ele precisar de ajuda.
Partindo do pressuposto de que o plantão psicológico é um serviço aberto à comunidade e que disponibiliza atendimento psicológico sem necessidade de agendamento de um horário específico, pode-se compreender o motivo pelo qual a maioria dos participantes indicaria o plantão psicológico.
Tal afirmativa é confirmada por Rosenthal (1999), quando menciona que ouvir pode sugerir uma atitude passiva, mas não é. Ouvir significa estar atento. Cabe,
então, ao plantonista estar atendo ao jeito com que a pessoa se expressa, buscando compreender aquilo que está implícito e explícito em sua fala, de tal maneira a favorecer o alívio, mesmo que momentâneo, para a essa pessoa que procurou o serviço de plantão.
Questionados acerca dos benefícios trazidos pelo plantão psicológico, 97% dos participantes afirmaram que o plantão psicológico traz benefícios, enquanto 3% afirmaram que não. Dos 97%, que responderam afirmativamente, 110 são do sexo feminino e 79 do sexo masculino. Dos 3% que afirmaram que o plantão psicológico não traz benefícios, 01 participante é do sexo feminino e 05 do sexo masculino.
Os dados obtidos, quanto a esse quesito, foram categorizados de acordo com o maior índice de respostas semelhantes e discutidos, levando-se em consideração os três benefícios mais apontados pelos participantes. Esses benefícios foram: ajuda psicológica (18%), disponibilidade de atendimento imediato (18%), ajuda na resolução de conflitos (15,7%) e auxílio no enfrentamento das situações do cotidiano (13%).
De maneira geral, nota-se que as respostas demarcadas acima justificam a criação do plantão psicológico na clínica-escola, o qual, de acordo com Mahfoud (1987), disponibiliza um espaço para um suporte psicológico imediato. Esse suporte é destinado às pessoas que procurariam uma ajuda especializada para seus momentos de sofrimento, problemas psicológicos, resolução de conflitos, dentre outros, ou seja, situações nas quais o indivíduo não consegue enfrentar, sozinho, suas crises.
Freire (2004) destaca que o plantão psicológico difere das demais modalidades de atendimento psicológico por trabalhar focado nas urgências e emergências psíquicas. Trabalhar com essas urgências e emergências é atender os usuários de maneira a ajudá-los a lidar com as situações que surgem no dia-a-dia, contribuindo assim para que o indivíduo compreenda melhor sua situação e consiga visualizar novas possibilidades de enfrentamento de sua realidade. (MORATO, 1987).
Ressalta-se, por fim, que, de acordo com os dados obtidos nessa pesquisa, faz-se necessária a implantação do serviço de plantão psicológico na clínica-escola de psicologia da PUC Minas em Arcos. Com a implantação desse serviço de plantão psicológico os alunos frequentariam e indicariam para outras pessoas, por acreditarem que o plantão psicológico traz benefícios.

7 CONCLUSÃO


A partir dos estudos realizados para a elaboração desta monografia, observa-se a necessidade de esclarecer, de início, que a clínica-escola não se restringe a um espaço para os alunos estagiarem e prestarem atendimento gratuito à comunidade carente.
Verificou-se, por meio da bibliografia especializada, que a clínica-escola vem ampliando suas finalidades, pois, além de oferecer aos alunos a possibilidade de desenvolverem e aplicarem seus conhecimentos adquiridos ao longo da graduação, ela se constitui também como fonte de dados que podem ser utilizados em projetos de pesquisa e extensão. Dessa forma, a clínica-escola é mais um instrumento que a Universidade dispõe para cumprir seu papel social, por atuar como espaço em que os estagiários tenham a oportunidade de trabalhar com e para a comunidade.
Atualmente, as clínicas-escolas têm oferecido a seus pacientes, além dos atendimentos regulares, o serviço de plantão psicológico.
O plantão psicológico é caracterizado por disponibilizar um plantonista que se mantêm à disposição da comunidade, em lugar e horário específicos, a fim de atender as pessoas que procurarem ajuda.
Esse serviço foi criado para suprir a demanda de membros da comunidade que necessitavam de atendimento psicológico e, muitas vezes, não tinham recursos para custear um tratamento mais prolongado em consultórios particulares.
Também foi possível verificar, na literatura, que as pessoas, quando se encontram em determinados momentos de desajuste, necessitam de uma intervenção imediata e pontual, que amenize seu sofrimento naquele momento mais forte da crise. Em alguns casos, depois de receberem atendimento no plantão, elas se tornam capazes de retomar sua vida. Quando isso não ocorre, cabe ao plantonista indicar ao paciente que procure um tratamento regular.
Fato inegável é que o atendimento em forma de plantão psicológico vem se mostrando apropriado para trabalhar com as questões emergentes da pessoa, pois a proposta do plantão é justamente a de ouvir e acolher a pessoa no momento de crise. Nesse sentido, o plantão psicológico surge como uma maneira de intervenção
psicológica que auxilia e acolhe a pessoa, com vistas a reduzir seu estado de desajuste, angústia e sofrimento.
Observou-se, também, que a proposta do plantão psicológico é a de oferecer recursos para que os pacientes tomem consciência do seu estado de sofrimento e vislumbrem novas possibilidades de enfrentamento para tal situação.
Os dados obtidos na pesquisa realizada, junto a alunos de diversos cursos do campus de Arcos, mostram que se faz necessária a ampliação dos serviços prestados na clínica-escola, com a criação de um suporte psicológico permanente para quem necessitar de ajuda imediata. Nesta perspectiva, pode ser destacada como positiva, a implantação do plantão psicológico.
Questionados acerca da importância do serviço de plantão psicológico, 97% dos participantes responderam que consideram a iniciativa positiva, enquanto 3% afirmaram que não consideram a implantação do serviço importante.
Questionados se frequentariam ou não o serviço de plantão psicológico, a maior parte dos alunos pesquisados (75%) respondeu de forma afirmativa.
Já, sobre a questão da indicação do serviço para outras pessoas, 97% dos participantes denotaram em suas respostas que indicariam esse serviço.
Os participantes informaram ainda que procurariam o plantão psicológico em várias situações, como momentos de angústia, ansiedade, baixa autoestima, estresse e problemas psicológicos.
Quanto aos benefícios do plantão psicológico, a maioria dos participantes afirmou que esse tipo de atendimento traz melhorias para a pessoa que procurar pelo serviço, sendo este um auxílio imediato para os momentos de enfrentamento das dificuldades.
Percebe-se, dessa maneira, que o plantão psicológico é necessário na clínica-escola, por ser um espaço que poderia favorecer as pessoas que procuram pelo serviço em seus momentos de crise.
A implantação do plantão psicológico na clínica-escola é bem vinda também porque proporciona aos alunos estagiários uma experiência prática. A atuação no plantão psicológico oferece a oportunidade do aluno se deparar com um enfoque amplo e diversificado de situações que emergem no cotidiano da vida das pessoas, para as quais receber um auxílio no momento certo é uma forma de alívio.
Por fim, é necessário esclarecer que a maioria das pesquisas desenvolvidas em torno dessa temática é focada na perspectiva da Abordagem Existencial
Humanista. A presente pesquisa, contudo, não se restringiu a nenhuma abordagem, focando-se, de modo geral, no funcionamento do plantão psicológico na clínica-escola de psicologia.


7.1 Sugestão de estudo


Ao longo dos estudos realizados para a elaboração desta monografia, observa-se a existência de uma lacuna a ser preenchida com novos estudos, pesquisas e reflexões.
Percebe-se, inicialmente, a necessidade de se buscar um melhor entendimento da possibilidade de disponibilização do serviço de plantão psicológico em vários ambientes institucionais, tendo em vista que esta modalidade de atendimento não se restringe somente à clínica-escola.
Sugere-se também a realização de um estudo comparativo entre pacientes que já frequentaram o plantão psicológico e outros que não passaram por esta forma de atendimento.
Esse estudo comparativo poderia trazer parâmetros mais seguros para se avaliar os benefícios que o plantão psicológico pode proporcionar a uma pessoa em momento de crise, além de fornecer dados mais completos acerca das situações em que as pessoas buscariam o atendimento no plantão psicológico.
Ademais, as respostas de participantes que já receberam esse atendimento emergencial a perguntas como se elas indicariam o plantão a alguém ou se frequentariam esse serviço, seriam mais confiáveis.
Observa-se, finalmente, que é preciso pesquisar mais sobre o fazer do plantonista que atende as pessoas em momento de crise, sobre as estratégias que ele deve adotar para auxiliar os pacientes no enfretamento das diversas situações de desajuste e analisar como essas pessoas, que receberam atendimento, passam a lidar com sua própria realidade.




REFERÊNCIAS



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MAHFOUD, Miguel et al. Pesquisar processos para aprender experiências: Plantão Psicológico à prova. In: Mahfoud, Miguel (Org.) Plantão Psicológico: novos horizontes. São Paulo: C. I., 1999. p. 81-96.


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VIEIRA, Dirlene Maria. Serviços de Plantão Psicológico aos clientes da área de saúde. 2009. Disponível em . Acesso em: 25 ago. 2010.


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APÊNDICE A ? Questionário

Questionário

Caro respondente, gostaria de contar com a sua colaboração. Agradecemos desde já por sua resposta a este questionário. O objetivo é saber qual a sua percepção em relação à implantação do plantão psicológico na clínica-escola da PUC Minas em Arcos. Saliento que essas informações serão mantidas sob sigilo e que sua identidade não será divulgada.

1) Sexo:

¨ Feminino
¨ Masculino

2) Sua idade:

¨ De 16 a 20 anos
¨ De 31 a 35 anos
¨ De 21 a 25 anos ¨ De 36 a 40 anos
¨ De 26 a 30 anos ¨ Mais de 41 anos

3) Em que curso você está matriculado?

¨ Administração
¨ Psicologia

¨ Direito ¨ Sistemas de Informação

¨ Enfermagem
¨ Comunicação Social


P 4) Você vê importância na implantação do plantão psicológico na clínica-escola da PUC Minas em Arcos?

¨ Sim
¨ Não

P 5) Você frequentaria o plantão psicológico?

¨ Sim
¨ Não

P 6) Em quais situações você procuraria o plantão psicológico?

¨ Angústia ¨ Irritabilidade
¨ Ansiedade ¨ Medo
¨ Baixa autoestima ¨ Problemas psicológicos
¨ Brigas
¨ Raiva
¨ Conflitos ¨ Sentimento de incapacidade
¨ Dificuldade de escolha/decisão ¨ Situação de perdas
¨ Estresse ¨ Tristeza
¨ Falta de correspondência nos relacionamentos amorosos ¨ Outros:Especificar____________________________________________________.


P 7) Você indicaria o Plantão Psicológico para algum conhecido ou familiar?

¨ Sim
¨ Não

P 8) Na sua opinião o Plantão Psicológico traz benefício? Se afirmativa, cite pelo menos um (1).

¨ Sim
¨ Não

R:












ANEXO A ? Termo de Consentimento Livre e Esclarecido


Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

N.º Registro CEP: CAAE ? 0105.0.213.000-10

Título do Projeto: "Plantão Psicológico: desafios e possibilidades da atuação do psicólogo em situações de emergência em Clínica-escola".

Prezado Senhor (a),

Este termo de consentimento pode conter palavras que você não entenda. Peça ao pesquisador que explique as palavras ou informações não compreendidas completamente.

1 ? Introdução

Você está sendo convidado (a) a participar da pesquisa: "Plantão Psicológico: desafios e possibilidades da atuação do psicólogo em situações de emergência em Clínica-escola". Se decidir participar dela, é importante que leia e/ou escute estas informações sobre o estudo e o seu papel nesta pesquisa. Você foi selecionado de maneira acidental e sua participação não é obrigatória.
A qualquer momento você pode desistir de participar e retirar seu consentimento. Sua recusa não trará nenhum prejuízo em sua relação com a pesquisa ou com o pesquisador.
É preciso entender a natureza e os riscos da sua participação e dar o seu consentimento livre e esclarecido por escrito. O objetivo desta pesquisa é fazer um levantamento sobre importância do atendimento do Plantão Psicológico na clínica-escola.
Assim, busca-se compreender os desafios e as possibilidades do Plantão Psicológico, tendo como contexto o espaço escolar universitário. O eixo norteador desta pesquisa trata-se de identificar quais são as reais necessidades de
implantação do plantão psicológico na clínica-escola da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais ? PUC Minas Arcos ? MG.
Outro ponto a ser observado é que o Plantão Psicológico é um tipo de intervenção psicológica que acolhe o sujeito no exato momento de sua necessidade, ajudando-o a lidar melhor com seus recursos e limites. Assim, tem-se como hipótese que, a existência de um Psicólogo Plantonista na clínica-escola da PUC Minas Arcos possa amenizar a angústia e o sofrimento dos alunos em situações de crise.

2 - Procedimento do Estudo

Se concordar em participar desta pesquisa, você será entrevistado por meio de um questionário não utilizando nenhum tipo de gravação. O objetivo da entrevista e da aplicação desse instrumento é identificar as reais necessidades para a implantação de um Plantão Psicológico na clínica-escola da Universidade Católica de Minas Gerais ? PUC Minas Arcos ? MG;

3 - Riscos e desconfortos

A pesquisa não oferece riscos identificáveis.

4 - Benefícios

Os resultados deste estudo poderão ou não trazer benefícios diretos a você, mas as informações obtidas poderão ser relevantes para a comunidade científica.

5 - Custos/Reembolso

Esta pesquisa será custeada pelos pesquisadores David Mendonça Vidal e Renata Aparecida de Sousa. Você não terá nenhum gasto com a sua participação no estudo, mas também não receberá pagamento pela sua participação.




6 ? Responsabilidade

Efeitos indesejáveis são possíveis de ocorrer em qualquer estudo de pesquisa, apesar de todos os cuidados possíveis, e podem acontecer sem que a culpa seja sua ou do pesquisador.
Se você sofrer efeitos indesejáveis como resultado direto da sua participação neste estudo, será providenciado atendimento psicológico na clínica-escola de psicologia da PUC Minas em Arcos, de acordo com as normas desta instituição, quando esta estiver capacitada a resolver o problema. Esta pesquisa não oferece riscos identificáveis.

7 - Caráter Confidencial dos Registros

Você não será identificado quando o material for utilizado, seja para análise dos dados ou para propósitos de publicação científica ou educativa. O questionário e o teste respondido por você ficará arquivado até final da pesquisa sob responsabilidade do pesquisador que protegerá e assegurará a privacidade dos mesmos. Após a conclusão da pesquisa os mesmos questionários e testes serão incinerados. Ao assinar este consentimento informado, você estará consentindo participar desta pesquisa.

8 - Participação

Os questionários serão aplicados em sala de aula na PUC Minas Arcos
Sua participação nesta pesquisa consistirá em responder a entrevista sobre Plantão Psicológico. É importante que você esteja consciente de que a participação nesta pesquisa é completamente voluntária e de que você pode recusar-se a participar ou sair do estudo a qualquer momento sem penalidades ou perda de benefícios aos quais você tenha direito de outra forma. Você também pode ser desligado desse estudo a qualquer momento sem o seu consentimento nas seguintes situações: (a) você não use ou siga adequadamente as orientações/tratamento em estudo; (b) você sofra efeitos indesejáveis não esperados; (c) o estudo termine. Em caso de você decidir retirar-se do estudo,
deverá notificar os pesquisadores. A recusa em participar ou a saída do estudo não lhe causará nenhuma espécie de prejuízo.
O pesquisador responsável pelo estudo poderá fornecer qualquer esclarecimento sobre o estudo, assim como tirar dúvidas, bastando contato no seguinte endereço e/ou telefone:
Nome dos pesquisadores: David Mendonça Vidal; Renata Aparecida de Sousa.
Endereço: Rua Joaquim Murtinho, nº 538 Bairro Centro ? Arcos/MG.
Fone: (37)3351-0771
Endereço: Avenida Magalhães Pinto, nº 776 Bairro Centro ? Arcos/MG.
Fone: (37)3351-6367
Nome da Coordenadora do Comitê de Ética em Pesquisa da PUC Minas: Profa. Maria Beatriz Rios Ricci.
Endereço: Av. Dom José Gaspar, 500 Prédio 03, 2º. Andar ? Belo Horizonte/MG.
Fone: (31) 3319-4517
Sobre a Orientação de: Profª. Mestra Adriana Guimarães Rodrigues

9 - Declaração de consentimento

Li ou alguém leu para mim as informações contidas neste documento antes de assinar este termo de consentimento. Declaro que fui informado sobre os métodos da pesquisa e que tive tempo suficiente para ler e entender as informações acima. Declaro também que toda a linguagem técnica utilizada na descrição deste estudo de pesquisa foi satisfatoriamente explicada e que recebi respostas para todas as minhas dúvidas.
Confirmo também que recebi uma cópia deste formulário de consentimento.
Compreendo que sou livre para me retirar do estudo em qualquer momento, sem perda de benefícios ou qualquer outra penalidade.
Dou meu consentimento de livre e espontânea vontade e sem reservas para participar deste estudo.




_____________________________________________
Nome do aluno (em letra de forma)


_____________________________________________ Data ___/___/___
Assinatura do participante ou representante legal


Obrigado pela sua colaboração e por merecer sua confiança.


______________________________________________ Data ___/___/____
David Mendonça Vidal (Pesquisadores)


______________________________________________ Data ___/___/____
Renata Aparecida de Sousa. (Pesquisadores)


Autor: Renata Aparecida De Sousa


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