EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
A crise da educação toca em questões como nível de vida da população, o exercício da cidadania e as perspectivas de desenvolvimento do país. São temas que superam os limites de uma geração e as próprias fronteiras do país, pois tais aspectos se transformam em desafios urgentes, ante um mundo em aceleradas transformações e que, implacável, destina ínfima taxas de felicidade às nações despreparadas. Como se sabe, cabe á educação determinar o nível de aproveitamento que uma sociedade dá às potencialidades com que o acaso e a história a brindaram. Nesse sentido, este trabalho tem por objetivo apresentar a situação atual da educação de jovens e adultos e apontar soluções, mesmo que em longo prazo, pois, apesar da crise educacional, há ainda esperança; isto, se investirmos corretamente naquelas pessoas, que por uma série de motivos e problemas, foram excluídas do processo de formação educacional regular. A educação de jovens e adultos vem, de certa forma, corrigir a falta de oportunidade e mazelas que milhares de pessoas sofreram ao longo de sua vida.
Experiência com EJA
Na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, localizada no bairro do Maracanã (zona norte da cidade do Rio de Janeiro), é desenvolvido um projeto denominado InvestUFRJ, idealizado e coordenado pela Prof.ª Elisabeth Ladislau dos Santos, que vem desenvolvendo, juntamente com uma equipe (composta de Bolsistas de várias áreas da Licenciatura da Universidade, pessoal técnico administrativo e pedagógico) atividades teóricas e práticas, a fim de educar e investir no aluno-servidor, isto é, funcionários que, como outros milhões de pessoas não concluíram sua escolaridade e/ou mal tiveram acesso à leitura e escrita.
Estamos fazendo a nossa parte, no sentido de capacitar o aluno-servidor, não só nas disciplinas apresentadas pelo Programa da Secretaria Estadual de Educação, mas também fornecendo a essas pessoas o espaço e a oportunidade para criarem, criticarem e debaterem as questões que estão inseridas no cotidiano de cada uma delas. É importante ressaltar que o InvestUFRJ permite a capacitação do aluno-servidor nas aulas durante o respectivo expediente de trabalho. Além das duas teóricas, que são normalmente desenvolvidas procura-se inserir o aluno-servidor em atividades extra-classe. Percebe-se que a resposta é positiva por parte deles, quando tais tarefas são trabalhadas de maneira mais descontraída e acessível, permitindo que o processo de ensino-aprendizado não seja tão enfadonho.
Nestes três anos de existência do InvestUFRJ, cerca de 956 alunos-servidores já estudaram no Projeto. Obteve-se 70% de aprovação dos inscritos nas diversas disciplinas dos exames de suficiência e suplência, sendo que alguns alunos já obtiveram aprovação e conclusão de 1º e 2º graus. O reconhecimento dos esforços feitos vem através do Prêmio de Educação para a Qualidade do Trabalho, do Ministério da Educação e Cultura/Secretaria de Educação Fundamental. Com isso observamos que a insuficiência de hoje terá efeito ainda por muito tempo, da mesma forma que sua solução demorará a aparecer, mas acontecendo, se refletirá por um largo período.
Outras questões
Tudo isso parece bom aos olhos da educação moderna, mas, será que a prática percebida na Universidade descrita poderia ou poderá ser aplicada em todas as escolas? E como ficaria a prática em outros Estados da Confederação? Creio que somente com o passar dos anos é que poderemos ter a noção certa e correta, porém é um perigo para a evasão escolar em todos os níveis da educação. Tal tema talvez mereça um debate maior em campos universitários e em escolas do ensino médio em todo o país.
Autor: Sonia Maria Caetano
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