A sustentável Logística reversa



INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO SUL

A sustentável logística reversa para reciclagem
-Indústria e Meio ambiente

Viviane Monique Mansour de Souza Assumpção
Tecnologia em Logística
Orientador: Maria Ana Possoli Beltram
Bento Gonçalves, dezembro de 2010.

A Sustentável logística reversa para reciclagem - Indústria e Meio ambiente

A PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos), após 19 (dezenove) anos sendo discutida e modificada pelo sistema Legislativo, finalmente em 2010, foi aprovada pela Câmara dos Deputados; o que insere a responsabilidade dos resíduos não só no governo, mas também nas indústrias e na sociedade - pelos cidadãos. A Logística reversa ou inversa passa a ser então, obrigatória. Fazendo com que os municípios ganhem a coação de implantar novos sistemas de coleta de resíduos nas residências e de banir os lixões, reeducando a todos para o tratamento com os produtos pós-rejeito; criando assim, uma possível mudança de caráter econômico e ambiental.
Com reciclável, pode-se dizer que é quando ocorre a transformação do resíduo pós-consumo em novamente um produto. Higienizando, separando e selecionando o que pode do que não pode ser transformado, entregando em algum ponto que faça a triagem ou contatando serviço disponibilizado pela prefeitura para coleta seletiva adequada nas residências. Todo esse ciclo citado anteriormente denomina-se Logística Inversa, onde o material é fornecido á indústria de reparação de forma econômica e acessível ? dando qualidade, quantidade e armazenando. O ciclo de vida do produto não termina mais ao chegar ao consumidor final; assim, as empresas acabam criando um amplo campo de expansão, tanto dentro da sustentabilidade, o que é favorável para o Meio ambiente, quanto criando valores extremamente sólidos, atitude, caráter e princípios
percebidos por ambos os clientes internos e externos, criando uma permanência periódica maior, adquirindo vantagem competitiva no mercado e atraindo admiração pela sua postura.
Destacam-se os principais processos para a aplicação dessa logística, tais como a coleta (compra, transporte e estocagem do material recolhido), a inspeção (estabelecendo ou não a reciclagem e qual o processo a ser utilizado, ou a melhor disposição final, incluindo testes, desmanches, separação e estocagem), o reprocessamento (onde modifica o produto em reutilizável, insereindo-se atividades de limpeza, se necessária, substituições e a remontagem), a disposição final se for necessária por pretexto técnico ou econômico (pois, no processo de triagem podem ser encontrados materiais descartados necessitando de grandes recursos, e talvez até com pouco potencial de vendas; até porque os produtos não são consumidos/utilizados de forma padronizada, fazendo com que perca o seu valor e não seja economicamente acessível dispô-lo de forma correta), e por fim, a redistribuição (que é encaminhado fisicamente ao mercado potencial para novamente ser consumido, constituindo essa etapa pela venda, o transporte e seu armazenamento).
No que se diz ao século XX, houveram grandes desenvolvimentos industriais, porém houveram também grandes impactos ambientais no final desse período. Pois, sem dúvida, de acordo com a Professora Thaís Cavalcanti (2010), passaram a possuir uma imensa quantidade de resíduos gerados pelo modelo inglês industrial (atual fordismo, ocasionando maior volume na produção) e problemas ambientais provocados, o que alerta as indústrias a tomarem iniciativas na redução de desperdícios: interagindo com as Políticas de Proteção Ambiental; incremento do uso de aterros e incineradores; e por fim, fazendo com que se preocupassem também com o reaproveitamento nos processos industriais. Este fluxo logístico passou a ser uma ferramenta estratégica para a sustentabilidade empresarial e um diferencial para o bem socioambiental.
Segundo González et Al. (2003), o interesse nesse fluxo reverso pode ser tanto econômico quanto ambiental; significando a revalorização do que antes foi descartado e seu reaproveitamento. Pois dessa forma, a Biodiversidade no Brasil pode ser protegida, a escassez de matéria-prima pode ser controlada e a poluição e a saturação de aterros amenizada.
Além disso, com toda a implantação do fluxo inverso, há ainda o aspecto social, pois é preciso a criação de novos empregos para atividades de recolhimento, separação, etc.
Rodrigán (2000) denomina o conceito dessa área como inversa ou gestão de devoluções como um elo fundamental, porém, ainda desconhecido. Onde possuem 3 (três) fatores que dificultam essa gestão, como: o motivo do retorno (caso trata-se de uma devolução ou desistência), sua origem (se é o cliente final ou da empresa) e por fim, o tipo de material retornado ( se é o próprio produto, ou a embalagem).
Acrescentando a isso, foram realizados estudos pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), onde declaram que o Brasil perde 8 (oito) bilhões por ano ao enterrar o material reciclável, sem contar os prejuízos ambientais.
No que diz aos dados estatísticos, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), retrata que o país é recordista mundial em reciclagem de latas de alumínio, atingindo de 50% em 1993 a 89% em 2003 e sobre a transformação de papel de 38,8% em 93 para 43,9% em 2002. Porém, os dados relacionados à coleta seletiva são mínimos: apenas 2% do que é descartado é coletado, e cerca de 6% das residências são providas pelo serviço de coleta seletiva disponibilizada pela prefeitura.
Entretanto, ainda se lida com a falta de incentivos governamentais às indústrias, o comprometimento da sociedade e de entidades públicas e privadas que ainda não se sensibilizaram com as gestões econômica e ambiental do reaproveitamento a partir do descarte.
Acredita-se que o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), órgão brasileiro que assessora, estuda e propõe ao governo federal rumos de políticas para o Meio ambiente e seus recursos naturais, definindo normas e padrões compatíveis para a qualidade de vida, é um caminho direto para o desenvolvimento de gestões ambientais no que envolve coleta, reutilização, reciclagem e disposição final, andando lado a lado à logística reversa.
Podem-se destacar como solução: a análise rotineira para o sincronismo na cadeia de suprimentos, diminuindo custos logísticos; maior controle da empresa na participação ativa de todos os integrantes; manter ampla visibilidade no processo e determinar maior precisão no tempo, lugar e produtos a serem descartados; e investir em reforços nas unidades de triagem com mais unidades, apoio da prefeitura e incentivos econômicos do governo para a adoção da prática de reaproveitamento.
Nos cortes dos gastos citados anteriormente, pode-se dizer que o transporte (estudando o frete e suas condições), o estoque (monitorando e controlando a gestão administrativa), o lançamento de novos produtos, o estudo na previsão de vendas sobre o nível de estoque para evitar grandes impactos, enfim, são fatores que tornam econômico o ciclo total de vida de um produto.
E, apesar das iniciativas tanto governamentais quanto industriais, pesquisas revelam que são pouco representativos os dados percentuais de reciclagem dos resíduos, pois a maioria ainda é finalizada de maneira incorreta (incinerações descontroladas, lixões, etc.).
Contudo, a Logística reversa ou inversa, estimula a sustentabilidade do modelo econômico (baseado na produção, consumo e lucro), permitindo a reutilização de um produto já rejeitado e ainda sim, amenizando impactos ambientais. E através dela é possível planejar, executar e controlar o fluxo de materiais de forma acessível.
Isso resume-se à importância estratégica pela redução dos gastos dentro das empresas, destacando-se por esse fato e também por ser favorável ao Meio ambiente, muito embora ainda de forma principiante. Há assim o aprimoramento na aplicação de bons controles nos relatórios de previsões, no ciclo de tempo (tornando-o reduzido), no planejamento logístico e na relação entre clientes e colaboradores, como exemplo: catadores individuais, cooperativas, projetos sociais apoiados pela empresa, Organizações Não Governamentais (ONG?s), enfim.
Tratamos então da necessidade de abordagem da aplicação financeira do ciclo de vida total de um produto, já que seu retorno passa a ser então, por quaisquer que sejam seus motivos, responsabilidade da empresa até seu último dia útil. Trata-se também da importância da sensibilidade consciente dos envolvidos no processo e da implantação desse sistema, que de forma progressiva vêm obtendo bons resultados, dando esperança a um futuro conservador aos bens naturais, adquirindo vantagens competitivas à questão ecológica e enriquecendo as estratégias empresariais, obtendo melhorias em toda sua gestão interna e no serviço ao consumidor.


Dados bibliográficos:
1) http://xucurus.blogspot.com/2010/08/meio-ambiente-e-producao-de-lixo.html
2)http://www.aslog.org.br/novo/forum_respostas.php?cod_topico=299a23a2291e2126b91d54f3601ec162
3) http://agencia.ipea.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1170:brasil-perde-8-bilhoes-de-reais-anualmente-por-nao-reciclar-&catid=1:dirur&Itemid=7
4) http://planetasustentavel.abril.com.br/blog/lixograma/logistica-reversa-194019_post.shtml
5) http://www.airl-logistique.org/fr/files/?view=281
6) http://www.lixoeletronico.org/blog/politica-nacional-dos-residuos-solidos-e-aprovada-com-obrigatoria-logistica-reversa-de-eletroni
7) http://www.excelenciaemgestao.org/Portals/2/documents/cneg4/anais/T7_0080_0050.pdf
8) http://empresaresponsavel.com/aulas/logistica_texto_meioambiente.pdf
9) http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_impressao.php?id_noticia=247
10) http://www.mdic.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=1&menu=703&refr=459
11) http://avlvirtual.wordpress.com/2010/05/23/dicas-para-reduzir-os-custos-logisticos
Autor: Viviane Monique Mansour


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