OS DIFERENTES ÂNGULOS DA EXCLUSÃO






É necessário que sempre tenhamos em mente que a dificuldade na educação em geral é recorrente na nossa sociedade. Porém, o que acontece na educação especial, é muito mais complexo já que demanda desafios que concernem as políticas públicas de inclusão social e educacional que atendam não só as necessidades bem como as especificidades de cada um.
Um caso que ameniza essas dificuldades, é a Sala Regida por Professor Especializado (S.R.P.E) localizada na Vila Teixeira, em Campinas. Por ser a única sala deste porte da rede estadual de ensino no município, recebe alunos com deficiência múltipla, sendo esta sua principal característica.
Neste sentido ao analisar a relação entre alunos e professor, nota-se a abordagem histórico-cultural como prática fundamental nesta dinâmica. Através de atividades que estimulam os alunos à criatividade, à coordenação e à socialização; a interação em sala proporciona o desenvolvimento a partir da aprendizagem. O professor torna-se, então mediador ao incentivar a comunicação oral, a leitura e a escrita. Ou seja, o uso dos signos para a aquisição da linguagem, conforme a teoria de Vygotsky (2007:94)
Um exemplo desta relação mediadora é observado em uma das atividades praticadas pelo professor em sala. Através da discussão de um texto, estimula-se o diálogo e a socialização com a intenção de que o aluno leve consigo e coloque em prática em seu cotidiano os valores trabalhados na classe.
Assim, a comunicação oral, a organização do pensamento e a coerência na fala são valorizadas de acordo com as habilidades de cada um, exercitando as Zonas de Desenvolvimento da criança.
Ao decorrer sobre a prática pedagógica na S.R.P.E, observa-se que a possibilidade deste tipo de inclusão é fruto da promoção, e porque não dizer, do aperfeiçoamento de leis que, com o passar dos anos buscam garantir a inclusão e velam pela dignidade do aluno.
Neste contexto, a partir da análise de dados coletados em entrevista com especialista na área da educação, nota-se uma realidade contraditória permeada por um Estado que, ao mesmo tempo em que busca ofertar a inclusão social nas escolas com a inserção de deficientes em salas regulares através de leis de acessibilidades; segrega seus alunos ao proporcionar uma estrutura carente de profissionais especializados e condições de permanência nas instituições educacionais nas diversas áreas de ensino como: artes, educação física, entre outros.
Entretanto mesmo com os obstáculos sutis, o trabalho desenvolvido; assim como a existência da S.R.P.E, representam um pequeno avanço nas Políticas Públicas de Inclusão.

Referências Bibliográficas

BRASIL. Lei Federal n. 8069, de 13 de julho de 1990. ECA _ Estatuto da Criança e do Adolescente.

VIGOTSKY, Lev Semenovitch. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores/ L.S. Vigotsky: organizador Michel Cole et al. 7°ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

Autor: Jaqueline Da Conceição Camargo


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