Colonização de Sergipe



FREIRE, Felisberto." Colonização de Sergipe. Sucessores de Cristóvão de Barros até 1637".n. História de Sergipe. Petrópolis: Vozes/Aracaju,1977, p. 84-98.

Por Hédila Maria Alves dos Santos Santana
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Cristóvão de Barros fundou um arraial, ao qual em sua própria homenagem deu o nome a cidade de São Cristóvão, junto à foz do rio Sergipe, hoje Cotinguiba. Alguns historiadores sergipanos acham que a primeira povoação de Sergipe foi situada sobre um istmo perto do mar fazendo barra ao rio Poxim no Cotinguiba, sendo ali edificado o forte. O rei da Espanha fez uma doação a Cristóvão de Barros do território que acabara de conquistar co e deu-lhe a ordem de vender estas terras ou reparti-las entre os colonos, com a condição de estabelecer colônias. Houve a administração pública e ficou estabelecido as bases da organização de uma capitania. Cristóvão volta à Bahia e governa com interinidade coletiva. Mas, antes o governo foi entregue a tomé da Rocha; Cristóvão corria riscos com a viagem entre florestas ocupadas por índios. As condições gerais do Brasil ainda não eram favoravéis o suficiente à prosperidadeda colonização de Sergipe. A guerra entre Espanha e França serviu para que os piratas fossem desenvolvendo a prática da pirataria com a exploração das nossas riquezas. O Brasil continuou sendo explorado e com isso, as condições de prosperidade pioravam e o governo procurava buscar recursos para vencer essas invasões. Iniciou-se em Sergipe a colonização em circunstâncias desfavoráveis; faziam parte da administração um capitão-mor, ouvidor, provedor-mor, escrivãos e outros. Alguns destes tinham ligações com à Bahia e interferiam nos negócios públicos de Sergipe. Havia uma ligação do elemento étnico e a política administrativa de Portugal que influenciava e predominava o sentimento religioso sobre a colônia. As armas portuguesas conquistaram definitivamente as terras de Sergipe e acabaram com as forças inimigas, mas os franceses não tinham perdido as esperanças de reaver o território com suas riquezas. Os franceses com ideias de riqueza explorou os indígenas como guias das minas existentes em Sergipe, mas foram abatidos por Tomé da Rocha e Diogo de Qoadros no Rio Real. Entre 1594 e 1595 Tomé da Rocha deixa o governo e, passa a ser seu amigo Diogo Qoadros que durante a sua administração conseguiu prosperar a colônia sergipana com: trabalho agrícola, engenhos de açúcar e a criação ativa de gado; mesmo assim os franceses persistiram em reaver a antiga posse. As condições da cidade não permitiam que seus habitantes se precavessem das embocadas, então o governo se convenceu da necessidade de mudar a cidade para onde ela ficasse protegida; então foi escolhido um oiteiro junto a Barra do rio Poxim, para ser a nova sede de São Cristóvão. Em 1601, os franceses tiveram que abandonar a guerra, pois já estavam eliminados das terras de Sergipe ; no governo de Diogo Qoadros, o movimento colonial ativou-se e aconteceu as doações de terras por sesmarias nas zonas vizinhas aos rios Piauí, Real e Vaza-Barris. As terras precisavam ser colonizadas e, para isto tiveram a ajuda dos africanos com a exploração da cultura canavieira onde foram explorada a mão-de-obra indígena e africana, como também, a exploração da criação de gado foi muito significante. Devido a tantas explorações os negros sergipanos abandonaram as fazendas e, reunindo-se com outros negros da Bahia formaram mocambos que por sua vez, eram atacados por potiguazes. Os indígenas sofreram com a colonização sergipana e com a política pretencionista dos jesuítas que aldeavam seus índios, fazendo acontecer a imigração africana nos primeiros vinte anos de colonização; o território era desfavorável à sua permanência, sem que caíssem nas garras do cativeiro. O fato é que o contigente do elemento indígena na história de Sergipe não é tão grande; os jesuítas vieram desdobrar a atividade de sua política em Sergipe, prestando seviços importantes; sacerdotes e agricultores assumem a direção espiritual da capitania e pedem doações de terras para criação de seus gados, dar início a lavoura, levantar propriedades açucareiras, edificar capelas que serviram de colégio. Vieram também os beneditinos representados por Frei Domingos; o clero já representava papel importante no movimento social de Sergipe. A colonização prosperou dirigindo-se para o fertilissímo Vale do Cotinguiba, onde ocorreu as doações de terras; as rendas da capitania provinham do estanco, pau-brasil e do dízimo de Portugal. A colonização caminha para o norte e as doações continuaram sendo concedidas e logo a capitania teve de procurar um novo sítio para a edificação da cidade, mudando-se do oiteiros, para uma elevação que ficava nas margens do rio Paramopama, afluente do Vaza-Barris,onde aconteceu a invasão holandesa. Sem saber a causa real dessa mudança, a nova cidade de Sergipe d'El Rei, que durante o século XVII foi conservada foi substituída por São Cristóvão.

Autor: Hédila Maria Alves Dos Santos Santana


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