Sobre a dor



Sobre a dor.


Ontem, o pranto acompanha desilusão e coração pela idéia de quase completo, nota-se a sistematização do que eu mesmo quis, mas por qual razão não me faço feliz? Porque de certa forma minha mente guia-me ao plano de insuficiência, quando então vemos que por mais feliz que seja a sua intenção, menor é a sua determinação, quando é fácil de compreender a moralidade vivida por nós ou nossos semelhantes, que não agradecem nem pelo dia que aparece depois que escurece. Aos que não demonstram afetividade ou interesse ao abstrato, onde o que vale é a exterioridade descrita na matéria, onde não se percebe a condição de muitos e volta-se a vida para o que realmente interessa, com milhares de adversidades por nós criadas chamadas de dor.
Hoje, aqui sentado, vejo uma utopia de idéias, praticamente sem o senso verbal necessário, idéias essas, perdidas no mundo das próprias idéias, pensamentos esses que tornam minha razão inumana ao procurar sensatez na dor, ao tentar explicar o mais perplexo sentimento de um ser humano, ao tentar descrever o que não possui descrição. Acredito em que sou agora uma mistura de tristeza e alegria, a tristeza ao ver idéias inacabadas sem o mínimo senso lógico serem destruídas perante a massa de ignorância a mim designada, alegria quase que inexistente dentro da cultivação inglória chamada consciência, a qual eu me limito a ser o que querem que eu seja, a qual descende do medo e da salvação espiritual sem entender o propósito da vida, que em tese é fundamentalmente viver. Sim a resposta, mas sem se preocupar com o que nos cerca? Dói ao ver, a tristeza acompanhada como uma maneira de auto deterioração da razão, ou notar dor súbita de alguns aqui expressa em primeira pessoa sem saber ao certo o que é sofrer.
Amanhã, quero apenas fazer o que digo hoje, não posso desconsiderar ontem, quero apenas esquecer a realidade descrita em um mundo pré-determinado, quero lembrar-me do que é conveniente, sem seguir a razão e esquecer-me da realidade, porque ontem pode ter sido também um breve tormento habitual, então o presente é condizente com o fato, condição essa, que faz menção a acreditar em si mesmo, o que me torna capaz, que a tudo posso, criando o pensamento uni solitário de auto-suficiência humana, que faz-me escravo de ontem, então a mudança deve ser alcançada em pequenas conquistas, que de tão pequenas passam desapercebidas pela fé, criando um estado de espírito cada vez menor no plano moral, atestando dessa forma que a dor não é uma simples atribuição de cada um e sim uma maneira de privar-se da realidade em questão.
"Nós mesmos criamos nossos piores sentimentos, esquecendo de que a tristeza nunca pode ser maior que a vida, e que a dor pode ser apenas uma força criadora pro amanhã"
Ewerton L. Cordeiro.

Autor: Ewerton Cordeiro


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