Produção De Arcabouços Porosos 3d De P3hb Para Bioengenharia De Cartilagem



A bioengenharia tecidual é uma área de estudo que compila conhecimentos de biologia, medicina e engenharia de materiais, com o objetivo de propor técnicas alternativas nos tratamentos clínicos para reparação de lesões ou de função tecidual. Diversos tipos de biomateriais vêm sendo utilizados na prática da bioengenharia, e são elementos fundamentais para a bioengenharia de cartilagem.

O biomaterial estudado neste trabalho foi o poli-3-hidroxi-butirato (P3HB), biopolímero termoplástico, biodegradável e biocompatível. Dores nas cartilagens articulares de diferentes origens são as maiores causas de inatividade de pessoas de meia idade e de difícil tratamento com os métodos disponíveis atualmente.

O uso de métodos de bioengenharia pode ser um caminho apropriado para geração de peças de cartilagem in vitro para tratamentos de lesões. Nosso objetivo foi produzir e testar matrizes na forma de membranas e arcabouços porosos 3D de P3HB para cultura in vitro de condrócitos humanos, além de estudar as interações deste material com tecido subcutâneo de camundongos. Para a produção dos arcabouços, o pó de P3HB foi dissolvido em clorofórmio, gotejado diretamente em lamínula de vidro para formação das membranas, ou misturado com diferentes faixas de cristais de NaCl (38 - 53, 53 - 75 e 75 -150 m) para formação do 3D.

Os arcabouços estéreis foram implantados subcutaneamente em camundongos e mantidos por 01 e 04 semanas. Condrócitos isolados de cartilagem articular humano foram semeados nos materiais e cultivados por 07 dias. Os biomateriais com células e os removidos dos dorsos dos camundongos foram preparados para observações por microscopia óptica e eletrônica de varredura. Observou-se a presença de poros interconectados e homogeneamente distribuídos nos diferentes arcabouços produzidos.

Nas membranas, as células puderam se aderir, mas se diferenciaram para fenótipo fibroblastóide. Foram encontradas células distribuídas ao longo da superfície e em regiões internas dos arcabouços 3D, com morfologia esférica sugerindo a manutenção do fenótipo condrocítico. Os arcabouços removidos do subcutâneo apresentaram células fibroblastóides distribuídas por todo material, e ausência de sinal de inflamação grave. Este biomaterial se mostrou promissor na cultura e biocompatibilidade tecidual, mas necessita de mais estudos para uma possível aplicação no reparo de lesões de cartilagens articulares.
Autor: Andressa Rocha


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