RESENHA ARQUEOLOGIA, PRÉ HISTÓRIA E HISTÓRIA PROUS, André



UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - UNEB
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO ? CAMPUS VIII
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ECOLOGIA HUMANA E GESTÃO SOCIOAMBIENTAL





ADRIANA SOELY ANDRÉ DE SOUZA MELO




RESENHA
ARQUEOLOGIA, PRÉ HISTÓRIA E HISTÓRIA
PROUS, André


Resenha apresentada à disciplina de Arqueologia do Curso de Especialização em ecologia Humana e Gestão Socioambiental do Departamento de Educação Campus VIII, como requisito avaliativo, sob orientação da profª Cleonice Vergner.






Paulo Afonso - BA
2006

PROUS, André. Arqueologia, Pré-história e História. In: TENÓRIO, Maria Cristina (org). Pré-História da Terra Brasilis. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1999.

André Prous, cientista francês, escritor, pesquisador do CNPq, responsável pela missão Arqueológica Franco - Brasil de Minas Gerais, arqueólogo de renome, tem desenvolvido uma série de trabalhos na área da arqueologia.

No livro Pré-história da terra brasilis, organizado por Maria Cristina Tenório, juntamente com outros pesquisadores participam da elaboração deste, composto por 27 artigos, objetivando registrar o passado, aproximando a arqueologia da história.

Em seu artigo, com 13 páginas, Prous define as relações entre disciplinas conexas como Arqueologia, História e Pré-História, esclarecendo seus objetivos, bem como suas respectivas tendências e enfatizando a arqueologia brasileira no contexto mundial, utilizando a metáfora da investigação detetivesca para falar do fazer arqueológico.

O texto é bastante sugestivo, não apenas pelo que ele associa às respectivas atividades, mas, ao associá-las, objetivando perscrutar as circunstancias dos eventos passados. Exibe com qualidade e quantidade as enormes diferenças que os cercam até mesmo no sentido da curiosidade que os motiva.

E assim, o autor inicia, esclarecendo que embora o objetivo destas disciplinas seja o conhecimento abrangente do homem como ser social, os historiadores estudam os textos, os pré-historiadores analisam os vestígios materiais, os antropólogos o discurso e a imagem das pessoas vivas.
Deixa a arqueologia no centro das atenções quando fala que esta dispõe de um conjunto de métodos e técnicas que permite localizar, analisar e interpretar indícios materiais, sendo de fundamental importância para o pré-historiador e para o antropólogo. Partindo desse pressuposto afirma; "O arqueólogo além da própria especialidade, deve interagir com especialistas de outras áreas para juntos entender a problemática das ciências do homem".

Prous, situa o leitor ao informar como começou no Brasil, o interesse pela arqueologia, explicitando que a partir de 1870, Dom Pedro II contribuiu para implantação das primeiras entidades oficiais voltadas para a arqueologia brasileira, originando-se os primeiros trabalhos de escavações. Fala também da utilização de métodos tendenciosos ditados pelos americanos, que julgavam ser os indígenas inferiores e incapazes, sendo portanto, os achados artísticos, atribuídos a supostas migrações de povos da antiguidade mediterrânea.

Esclarece ainda a respeito da atuação da primeira geração de arqueólogos no Brasil como por exemplo, os pesquisadores estrangeiros: C. Evans, J. Emperaire, W. Murt, responsáveis inclusive pela formação de todos os arqueólogos brasileiros daquela época. Por sinal, foi Emperaire que trouxe para o Brasil o autor deste artigo. "a partir daí buscou-se ditar uma ?nova arqueologia? através de uma primeira tentativa de se aproximar os arqueólogos e criar a sociedade de arqueologia brasileira (SAB)", esclarece Prous.

Conclui afirmando que hoje, apesar da polêmica em torno das hipóteses de ocupação do continente americano, a arqueologia brasileira demonstra competências sem no entanto isolar-se do mundo cientifico através da integração entre pesquisadores americanos e franceses, num clima de parceria e cooperação.

Sem dúvida, o artigo de Prous leva-nos a crer, que este seja mais um caminho para divulgação da pré-história. Provoca-nos a refletir, questionar e mudar a maneira de pensar e agir. Desta maneira, muitos autores nacionais e internacionais, mostram a importância do seu trabalho como pesquisadores, dão medida do processo de formação e de multiplicação de competências no Brasil.

O artigo tem caráter informativo onde o autor utilizando o estilo conciso, procura definir as conexões entre disciplinas distintas, mas que se completam. Interessa pois, não somente a área de arqueologia e antropologia, mas também biólogos, historiadores, educadores, ambientalistas e áreas afins.

Autor: Adriana Soely


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