Resenha do filme "O Sétimo selo"



Para analisar e entender o filme "o sétimo selo", a antes que se compreender todo o contexto histórico no qual a trama se desenvolve, inserida na vida de cada individuo medieval. Partindo de dois conceitos temos o teocentrismo que mais tarde sofreria transições, e a concepção de morte como desencadeadoras de uma sociedade com valores cristianizados, ou seja, voltados às concepções da igreja.

E ainda a crise do sistema feudal que se apresenta no filme como a guerra, a peste e a fome, que vista por uma questão religiosa trata-se do apocalipse acrescentando ainda a morte. Há também os cavalheiros que retornam das cruzadas sem alcançarem seus objetivos, os quais se tratavam de reconquistar a Jerusalém e reunificar o cristianismo, sobretudo a igreja detinha total poder sobre a sociedade medieval mediando sua conduta, ideologia e ações praticadas.

Ao voltarem das cruzadas os cavalheiros encontraram sua cidade sendo devastada pela guerra, fome e peste e passaram a fazer indagações sobre o sentido da vida, e as medidas utilizadas pelo clero, como pressuposto a santa Inquisição presenciada pelos cavalheiros que viram uma jovem sendo lançada as chamas da fogueira sob denuncia de manter diálogos com o diabo e práticas de bruxaria.

Analisando todo este contexto "conturbado" em relação à vida, guerras, fome e a igreja, somos levados mediante a morte que representou na idade média como em nenhuma outra época a preocupação do homem, enquanto ser vivo.
Mesmo o homem teocentrico que enxerga Deus como centro do universo e a busca pela ascensão, passa por um processo de transição para o homem antropocêntrico representado no filme de modo hostilizado e desacreditado do plano infinito, são os homens que vivem nas tabernas a beber.

Ao decorrer do filme, pode-se perceber esse embate quando o cavalheiro joga xadrez com a morte, tentando fazê-la jogar o seu jogo. O cavalheiro faz um trato com a morte; enquanto conseguisse conte-la numa partida de xadrez sua vida seria poupada. Todos acreditavam que a peste era um castigo de Deus e culpavam os artistas por serem pecadores e causadores da ira do senhor, assim como muitas mulheres que foram lançadas às chamas da santa Inquisição por serem acusadas de manterem diálogos com o diabo.

Nota-se no filme um verdadeiro caos, uma época conflituosa e sombria, todos tentavam fugir da peste negra, pois tinham medo do que viria após a morte. O imaginário da sociedade medieval estava totalmente preenchida por visões apocalípticas do mundo, pode-se afirmar isso na cena em que uma procissão passa pela cidade cantando com o padre fazendo sermões, enquanto as pessoas se alto flagelavam com chicotes e carregando crucifixos, a fim de se redimirem de seus pecados e ter um destino melhor após a morte. A questão da morte se faz presente em todo o filme numa concepção medieval, por fim indiferente às indagações todos foram seduzidos pela macabra dança da morte conduzidos rumo ao infinito.



Autor: Marcelo Alves Dos Santos


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