CAPTAÇÃO, ARMAZENAMENTO E RE-USO DE ÁGUAS PLUVIAIS



Isnard Magri ? Aluno da FAAL
FAAL - Faculdade de Administração e Artes de Limeira

RESUMO
No Brasil com chegada do verão, chegam também as chuvas. E com elas, as inundações nas cidades. A despeito dos problemas ambientais e de estrutura das cidades, um dos fatores que provocam inundações é o excesso de impermeabilização dos ambientes urbanos. A água pluvial não tem mais locais descobertos no solo por onde possa chegar ao lençol freático. Com isso, acumula-se nas ruas e faz transbordar os rios. Porem se as casas, comércios e industrias armazenassem a água da chuva, este problema seria sensivelmente diminuído.
Um recurso natural escasso em toda a cidade, e disponível em abundância no nosso telhado, faz sentido ecológico e financeiro adotar o não desperdício do mesmo.

ABSTRACT
In Brazil with the arrival of summer, also the rains arrive. And with them, flooding in cities. In spite of environmental problems and structure of cities, one of the factors that cause floods is the excess of waterproofing of urban environments. The stormwater doesn't have more sites discovered in soil by where you can reach the water table. With this, accumulates in the streets and makes overflowing rivers. However if the houses, trades and industries to store rain water, this problem would be significantly diminished.
A scarce natural resource throughout the city, and available in abundance in our roof, it makes sense to adopt the ecological and financial not waste it.

INTRODUÇÃO
Muitas pessoas ainda não se conscientizaram sobre a importância de conservação da água. Uma mudança neste cenário está ocorrendo, em virtude da maior preocupação das pessoas com a qualidade da água, devido ao aumento das cargas de poluição dos rios. Isso demandará tratamentos de água mais caros, incentivando o uso da água pluvial.
Segundo (BRAGA et. al., 2006) o desenvolvimento antrópico com respeito ao meio ambiente adicionado ao conhecimento em outras áreas se faz necessário para a democratização da gestão ambiental na empresa.
No curso de Tecnologia em Gestão Ambiental na Empresa, ministrado na Faculdade de Administração e Artes de Limeira - FAAL esses conhecimentos (disciplinas) se fazem presentes em todos os semestres, munindo o aluno de uma visão global e sistêmica dos problemas ambientais.
No Brasil, a NBR 15527/2007 já estabelece os requisitos necessários para aproveitamento de água pluvial de coberturas para fins não potáveis, que são: descargas de bacias sanitárias, irrigação de gramados e plantas ornamentais, lavagem de veículos, limpeza de calçadas e ruas, limpeza de pátios, espelhos d´água e usos industriais.
O ciclo da água (conhecido cientificamente como o ciclo hidrológico) refere-se à troca contínua de água na hidrosfera, entre a atmosfera, a água do solo, águas superficiais, subterrâneas e das plantas. A água se move perpetuamente através de cada uma destas regiões no ciclo da água constituindo os seguintes processos de transferência:
? Evaporação dos oceanos e outros corpos d'água no ar e transpiração das planta terrestres e animais para o ar.
? Precipitação, pela condensação do vapor de água do ar e caindo para a terra ou no mar

Parte da água é desviada na irrigação e para a agricultura. Rios e mares são importantes para viagens e para o comércio. Através da erosão, o escoamento molda o ambiente criando vales e deltas fluviais que fornecem um solo rico para o estabelecimento de centros de população. Uma inundação ocorre quando uma área de terra, geralmente de baixa altitude, é coberta com água. É quando um rio transborda dos seus bancos ou por uma inundação do mar.
Águas meteóricas são as águas encontradas na atmosfera em quaisquer de seus estados físicos: chuva, granizo e neve.
Águas superficiais são uma pequena fração da água total que constitui boa parte da água utilizável pelo homem. Elas ocorrem principalmente nos mares, rios, canais e reservatórios.
Águas subterrâneas são aquelas que circulam na "zona saturada", ou seja, abaixo do nível freático representando 21% do total da água doce do planeta ou 97% da água doce não-congelada (DUNNE e LEOPOLD et. al., 1978).
Em geologia considera-se água subterrânea toda aquela água que ocupa todos os espaços vazios de uma formação geológica, os chamados aquíferos.
Um maciço rochoso ou um solo argiloso, pode servir de leito para as águas subterrâneas, pois permitem que ela se acumule e elimine todos os espaços vazios do solo.

OBJETIVO GERAL
Este artigo tem como objetivo sugerir um sistema para captação, armazenamento e re-utilização das águas pluviais, enfatizando uma captação de água de boa qualidade de maneira simples e efetiva em termos de custo benefício

MATERIAL E MÉTODOS
Com base em estudos de livros e autores do assunto em questão, reunindo informações extraídas de sites e revista, será proposto as seguintes etapas:
I ? Revisão Bibliográfica sobre a evolução da utilização das águas pluviais e formas de utilização e aproveitamento em edificações;
II ? Levantamento de equipamentos necessários para a instalação de um sistema de captação de água pluvial;
III - Levantamento dos custos para a implantação do sistema de captação deágua pluvial em edificações;
IV - Estabelecimento da viabilidade econômica da implantação do sistema, considerando o valor de tarifa de água.
Com a intenção de se ter uma idéia aproximada de custo, foi feito apenas uma cotação. Antes da implantação do projeto será sugerido, a partir das informações técnicas, se fazer no mínimo 03 (três) cotações.
Segue abaixo valores de uma determinada instalação:

Reservatório Glassmar de fibra com tampa (2.500 litros) R$ 475,35
Reservatório Glassmar de fibra com tampa (5.000 litros) R$ 852,49
Tubo Tigre Marrom (75 milímetros) ? barra 6 metros R$ 92,90
Motor ? bomba (1/4 Cavalo) ? (Bombas Andrade) R$ 312,25
Filtro Simples R$ 25,00
Separador de primeiras águas R$ 85,00
Conexões R$ 30,00
Caixa D?Água de fibra com tampa (500 litros) R$ 185,51

Fonte: Casa Fortaleza da Construção (2010)

A drenagem das águas pluviais é um problema que tem se agravado nas cidades, como conseqüência do tipo de ocupação realizada pelo homem. O desmatamento, a pavimentação do solo, as construções e outros são responsáveis pela redução da infiltração e aumento do volume superficial de água, criando sérios problemas de drenagem. A captação e usos locais de águas pluviais para fins que não necessitem de águas potáveis é um complemento avançado para o uso racional da água.
A captação das águas pluviais para aproveitamento em usos não potáveis pode ser realizada por empreendimentos: residenciais, comerciais, industriais e rurais. Segundo (SICKERMANN et. al., 2000), hoje mais de 20% das casas na Alemanha, além de muitas empresas têm a sua cisterna de água filtrada que serve para: descarga do banheiro; lavagem de pisos e carros; irrigação de jardins; lavagem de roupas. E nas indústrias e estabelecimentos comerciais para: resfriamento de telhados e máquinas; climatização interna; lavanderia industrial; reposição de evaporação de piscinas em hotéis; lava-jatos de caminhões e ônibus; limpeza industrial.

Para fins residenciais, as águas pluviais se destinarão:
? descarga do vaso sanitário,
? lavagem de pisos e de veículos automotores,
? irrigação de jardins
? lavagem de roupas
Para comerciais e industriais, as águas pluviais se destinarão:
? resfriar equipamentos e máquinas
? para serviços de limpeza
? descargas nos sanitários
? reservatório contra incêndios
? irrigação das áreas verdes
? áreas de contenção diminuindo/evitando alagamentos
? lavagem veículos e outros
? lavagem de roupas - hotel e lavanderias

RESULTADOS
Como este projeto tem por finalidade ser oferecido para ser implantado no novo campus da Faculdade de Administração e Artes de Limeira ? FAAL, foi levado ao conhecimento da direção da organização. Colhemos dados técnicos sobre o tipo de estrutura, área e modelo de telhado que será construído no campus, a fim de adequar nossa proposta ao prédio em questão.
Porém, mais do que as razões operacionais, o maior obstáculo ao uso disseminado dessas técnicas pode estar relacionado à falta de um gerenciamento eficiente da água (GNADLINGER et. al., 2000). No discurso de abertura do IX Congresso Internacional de Sistemas de Captação de Águas de Chuva - Petrolina, 1999 -, proferido pelo Dr. Appan: "O que é mais necessário é a aceitação moral dessas técnicas e a vontade política de implementar os sistemas". Por exemplo, na América do Sul e Caribe, os maiores problemas enfrentados pelos países que desejam implementar tais sistemas são: a) dificuldade de difusão de informação sobre as técnicas aplicadas com sucesso; b) falta de conhecimento da existência e importância dessas técnicas nos vários níveis de participação pública e tomada de decisões; c) limitações econômicas; d) ausência de coordenação interinstitucional e multidisciplinar; e) ausência de uma legislação adequada; e f) incapacidade de avaliar de forma apropriada o impacto da introdução de tecnologias alternativas nas situações existentes.

CONCLUSÃO
Pontuando os aspectos financeiros detectamos um resultado negativo. Por se tratar de um investimento que não consta no orçamento desta organização para o biênio 2010/2011, fomos informados que se pretende fazer um levantamento mais detalhado sobre as marcas de kits existentes no mercado e uma possível parceria e/ou permuta com estas empresas.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Decreto nº 8.468 de 8 de setembro de 1976. Disponível em: http://www.cetesb.sp.gov.br/Institucional/documentos/Dec8468.pdf. Acesso em: 05 de abril de 2010.
Lei 464 de Outubro de 2005. Disponível em: http://www.sindusconsp.com.br/meio/meioambiente/legislaçãoambiental. Acessado em 06 de Abril de 2010
Conselho Nacional dos Recursos Hídricos. Disponível em:
Acessado em: 10 de Maio de 2010.
Lei N.9.433 ? Lei das águas. Disponível em: Acessado em: 11 Maio 2010.
NEVES, E. Beja; NUNES CORREIA, F. Indicadores para Planejamento e Gestão Ambiental. In Plano Nacional da Política do Ambiente. Portugal: 1994.
Ciclo Hidrológico. Disponível em:
Acessado em 07 de Junho de 2010.

A crise e a escassez da água. Disponível em:
Acessado em 07 de Junho de 2010.

BRAGA, C. F. C., RIBEIRO, M.M. R. Captação de água de chuva para Campina Grande, PB: A Opinião da Sociedade. In: Simpósio Brasileiro para Captação de Água de Chuva no Semiárido. 3o. Anais,. Campina Grande ? PB, 2001.

Autor: Isnard Magri


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