RESENHA DA OBRA DE HAMILTON WERNECK



RESENHA

WERNECK, Hamilton. Se você finge que ensina, eu finjo que aprendo. In: Hamilton Werneck, Petropólis/RJ: Ed. Vozes, 1992.

Os pontos principais deste livro são as colocações sobre os aspectos básicos do processo de educação, e os aspectos da pressão social exercida pelos familiares que rodeiam a classe envolvida em educação.
Sua abordagem primordial é sobre a pedagogia do fingimento que atinge o Brasil, não só no aspecto educacional, como no aspecto político, social, e econômico.
Esta resenha pretende ressaltar de forma precisa a idéia central do autor, que é a teoria do fingimento que cerca a classe educacional do país e em que isso influi no meio social.
Em primeiro: "Fingindo ensinar, aprender, trabalhar e pagar", nas páginas 13 a 20, ressaltar a teoria do fingimento na sua definição mais abrangente. Um jogo de interesses onde professor finge ensinar e trabalhar e alunos fingem aprender. Onde entra o governo da nação "fingindo" pagar os servidores públicos.
Isso cria um circulo vicioso de fingimento que alerta todos os aspectos da sociedade brasileira, que sua vez, finge viver bem, sendo que, na realidade acomodou-se apenas em fingir.
Em continuação a discussão, o ponto seguinte: "Fingindo Educar os Filhos" (p. 21 a 24), ressaltas as conseqüências o fingimento brasileiro na classe média principalmente, quanto á educação que receberam os adultos e a educação que receberam os adultos e a educação dada aos seus descendentes.
Os pais enganam-se tentando dar todo o melhor possível aos filhos, para que os mesmos não venham a sofrer o que eles sofreram quando jovens. O que não vem a ser responsabilidade.
Hoje, um pai ensinar um filho a ser responsável, ou algo parecido para que se tone responsável pelos seus atos, é noticia, com furo, em jornais e televisão do país.
Procurando um campo mais político, o terceiro ponto: "fingindo ser imparcial" (p. 25 a 28), abre uma discussão sobre política nas escolas como fator influenciador de uma sociedade. Quando o que se espera de uma sociedade democrática é que na escola o campo seja aberto para novas ideologias.
Porém, as escolas brasileiras, funcionam de forma antidemocrática e politicamente incorreta. As escolas são influenciadas pelo sistema político e funcionam aprovando e inserindo a política dentro do estabelecimento. Isso acaba vetando a democracia na escola e o surgimento de novas ideologias que não sejam simpatias a ideologia burguesa dominante.
O fingimento sócio- político de fazer a cabeça dos alunos "(p. 29 a 35) retrata os meios de imposições dos sistemas político dentro das escolas. A começar pelo programa educacional que são elaborados pelo próprio governo sem normas preestabelecidas para o resto do país e impondo sua ideologia em todas as escolas.
Abre assim as portas para uma discussão sobre o próximo ponto: "Fingindo ser político sério" (p. 36 a 38). Uma visão ampla sobra à raiz do problema de fingimento no Brasil.
As escolas sempre fizeram a cabeça dos alunos de acordo com a classe dominante. Foi dessas escolas que os políticos de hoje saíram ontem. Uma formação fingida, depende delas, por isso, para que nela se formem cidadãos críticos para escolherem melhor seus representantes.
Sem a manipulação exercida com ajuda das escolas os alunos podem ser mais abertos a novos horizontes, podem ser homens pensantes, críticos e politizados. E assim saberão ser decisivos na busca na busca do que querem, até mesmo dentro das escolas.
"Avaliação fingida" (p. 42 a 45) é um ponto onde se coloca um fingimento de professores e alunos na hora da avaliação. Um professor que finge tudo um período, que ensina os alunos, não podem cobrar o que só finge ter ensinado.
Por sua vez, os alunos que passam o tempo todo fingindo que aprenderam algo que não lhes foi ensinado, não tem noção do que séria, realmente necessário, que se aprende.
Há ainda quantitativa da avaliação qualitativa. Isso depende muito dos métodos de avaliação usados pelo professor. De acordo com seus métodos de avaliação usados pelo professor pode avaliar a quantidade ou a qualidade do que foi aprendido.
O ponto seguinte: "Fingimento sanidade" (p. 46 a 50), discute as neuroses que surgem na escola, onde ninguém confia em boa vontade do outro. Onde ninguém ajuda ninguém, e se ajuda, há logo desconfianças de ambos as partes.
O ensina não é bom, as relações de amizades são restritas, criando uma competitividade na escola, levando os alunos a um mundo e lógico e diferente do que deveria ser. Isso afeta também professores, que sem pontos definidos que o estimule a não fingir que ensina, acaba também num mundo de imbecilidade, sem objetivos verdadeiros e sem sentido.
O próximo ponto "Fingindo ser mestre" (p. 51 a 51) aproveita essa questão da imbecilidade, do professor a tratar do seu principal ponto que é o fingimento do professor.
São divididos em duas classes:
A dos urubus, que ficam esperando a volta, das duas como se fosse uma carniça fedentina de que necessita para viver e os garimpeiros que são mais otimistas e no meio da lama do garimpo (a escola) ver a possibilidade de transformar a lama em ouro.
Isso não aconteceria se os meios de ensino ? aprendizagem fossem melhores no Brasil. No capitulo dez "Fingindo ser pedagogos" (p. 53 a 54) relata uma diferenciação entre o pedagogo absolutista e os anarco- pedagógicos defendem a democracia de modo errado, onde querem um objetivo.
Cria-se uma discussão sobre o que séria a tapiologia e sobre questões relativa como o direito de perguntar dos alunos, a separação dos bons e maus alunos, a suspensão, etc. Que abrem uma a conduta profissional dos educadores.
"Dicionário, o que não finge" (p. 65 a 66) é um ponto que se refere a julgamento que fazem do dicionário hoje e o que era feito a décadas atrás.
Colocado como "pai dos burros" era vergonhoso usar um dicionário, pois, significava não saber nada. Num mundo totalmente diferente, hoje, usar um dicionário e sinal de inteligência. Pois não se trata mais de não saber e sim de se certificar de algo que está em dúvida. Foi um grande avanço a transição de dicionário de "pais dos burros a companheiro fiel".
O ponto seguinte: "ideologia fingida" (p. 67 a 71) fala dos socialistas brasileiros e coloca três pontos na sua formação.
Começando sobre o deslumbramento dos socialistas que são, no inicio, contra a propriedade e classificam o estado como burguês. A seguir, eles se frustam, por não conseguirem chegar a burgueses e chegam a etapa da depressão, passando em seguida para a fase da demência conjunta de professores socialistas.
O décimo terceiro, "fingindo ser forte" (p.72 a 74) é uma analise critica dos verdadeiros valores que hoje são admitidos. Como as superações do limite do corpo nas olimpíadas. Hoje não se admira
O espaço físico natural. Pois a química dos produtos usados para melhorar o desempenho dos atletas tira a naturalidade das competições.
Próximo ponto: "fingindo não ver "(p. 75 a 76) é uma critica sobre as pessoas que fingem não ver a miséria do país.
As grandes cidades formam uma escola de dimensão enorme onde os professores são as dificuldades da vida dos alunos. São os pobres, os miseráveis, sem teto, sem escola, sem saúde, sem nada.
O Brasil não pode reverter esse quadro se não tiver uma educação sem fingimento. Porém, essa educação, em que ter raízes profundas para que chegue a todas as pessoas, principalmente aquelas que mais precisam.
Isso acontece com a contribuição que pessoas invejosas dão a educação brasileira. O ponto seguinte: "fingindo ter peso "(p.77 a 78) fala dessa inveja exercida pelas pessoas que fingem Ter peso na sociedade, mais que realmente são balões, ou seja, existem pessoas que sós sobem na profissão tirando os outros da sua frente são pessoas que invejosas, que as invés de trabalharem para conseguir ser notadas, derrubam os outros.
Perdem tempo esta humanidade, invejando a capacidades dos outros quando poderiam usar esse tempo para descobrir e usar suas próprias capacidades e crescer com isso.
Essas pessoas ocupam apenas espaço na sociedade, assim como crianças e adolescentes ocupam espaço nas escolas. Trata disso o próximo capitulo: "ocupação fingida do espaço" (p. 79 a 81).
Existem pessoas na escola ocupando uma carteira somente para ter um lugar na escola. Enquanto outros precisam ou querem realmente está na escola e não conseguem.
As pessoas que não se interessam em estar na escola, e mesmo assim estão lá são pessoas que fingem ocupar um espaço esse que não o favorece por falta de interesse, e não favorecem outros por falta de oportunidade.
"Fingindo ter confiança" (p. 82 a 83) é o ponto que trata da confiança que as famílias fingem depositar na escola em que matriculam seus filhos.
A sociedade exige um regimento adequado da escola, para isso é preciso que se cofie por completo nas escolas. Com os fingimentos das escolas que não atingem o mérito que a sociedade espera a escola perde a confiança da sociedade, que se vota contra a escola.
Como conseqüência do fingimento, é toda a descrição do que foi colocado neste livro. É uma conclusão de que esse fingimento resulta na desorganização educacional e social do Brasil. Que m relata isso é ponto: " Conseqüência do fingimento" (p. 84 a 85).
Para concluir o livro: "Pelo sinal do professor" que sintetiza a realidade do professor, que abrange todo o conteúdo do livro em um debate.
A minha opinião sobre o autor é que ele é uma pessoa dotada de grande capacidade intelectual e de uma criticidade impressionante.
Percebe-se que é uma pessoa simples pelo modo com que expôs suas idéias e o modo simples usado nos textos, com fácil linguagem, Ele sabe colocar suas idéias com uma linguagem moderna para que não fique confusa e que expresse o que ele pensa sem deixar dúvidas.
O autor tem uma capacidade de criticar com inteligência e com fundamentos. A crítica que ele fez sobre o assunto do livro é muito claro e percebe-se que ele está bastante fundamentado sobe o assunto. Por isso sua critica é inteligente e de fácil grau de entendimento.
Em minha óptica, o livro é uma crítica completa da sociedade brasileira, principalmente na área de educação que é onde começa o problema do fingimento do Brasil.
Professores fingem que ensinam, alunos fingem que aprendem. Isso gera todos os problemas. Por que é na escola que se formam os professores, os políticos os empresários, médicos etc. A sociedade começa na educação e depende dela.
Enquanto a educação for fragmentada, estruturada por uma ideologia dominante que favorece a poucos e não exerce o valor que realmente lhe pertence, a sociedade brasileira vai estar sempre em conflitos e de certo modo, desestruturada.













Autor: Reinaldo Pacheco


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