Por que elaborar um projeto de pesquisa?



Por que elaborar um projeto de pesquisa?

Autora: Elis Cristina do N. Farias

Seropédica, 15/12/2010


Os anos passam e a sociedade, de um modo geral, ainda se agarra a velhos paradigmas, a respeito da educação, da economia e da política. As várias trajetórias traçadas ao longo dos anos de história do Brasil e do mundo nos mostram o quanto a humanidade continua acreditando em ideias passadas. Ideias estas que serviram como fonte de aprendizado e até de proposta de desenvolvimento para a educação, e quem sabe, para o desenvolvimento econômico e social do país, mas que agora já não fazem tanto por esta nação. É hora de buscar novos caminhos, novos horizontes dentro deste vasto território repleto de historiografia.
Recentemente, lendo alguns artigos sobre a aprovação de educandos cursando licenciatura de história, observei que a pesquisa exigida para a conclusão deste curso não atende as verdadeiras necessidades da sociedade atual, da comunicação e da tecnologia atuante e crescente que temos visto nos últimos tempos. É internet pra isso ou aquilo, acessam-se sites para tudo praticamente, até comprar remédios, marcar consultas, enviar artigos, pesquisar formas inteligentes de historiografar entre outros.
Barros (2006) diz em seu livro sobre O Projeto de Pesquisa em História, que as várias etapas da criação de um projeto depende do interesse do pesquisador e a que ele quer direcionar seu trabalho e qual é a sua proposta de pesquisa. É, é preciso analisar de todos os ângulos fatores inerentes a historicidade da humanidade no que concernem as perspectivas que lhe são imprescindíveis. Ele cita que ao iniciar uma Pesquisa, em qualquer área de conhecimento, é necessário um levantamento das prioridades de estudo da humanidade no seu tempo e, que, delimitar o tema é uma etapa do processo que deve ser fundamentado em assuntos vigentes ou que não surtiram interesse em tempos passados, mas que agora podem e devem fazer diferença no âmbito histórico e social. A Introdução do Trabalho de Pesquisa pode ser, por exemplo, o primeiro capítulo delimitando o tema e colocando questões referentes à problemática já existente. Porém, em caso de Projeto direcionado a Instituições que possam dar apoio ou financiar a pesquisa, a Introdução deve tomar um âmbito maior, esclarecer em no máximo duas laudas a que se propõe o projeto para que o leitor, o examinador da Instituição, possa avaliar se procede ou não a leitura da Pesquisa.
Muitas questões são levantadas no que diz respeito à defesa do Projeto de Pesquisa exigido pelas faculdades brasileiras, porém temos que ir mais fundo nas noções de limite dos Orientadores e identificar até ponto o pesquisador deve se orientar melhor sobre sua pesquisa e, até que ponto o Orientador deve dar opiniões sobre o trabalho que está sendo desenvolvido. A bem pouco tempo, uma amiga me expôs sua frustração quando apresentou um Projeto de Monografia seguindo todas as regras determinadas pela instituição e a Orientadora da Instituição, a leitora, sem mais delongas ou qualquer tipo de diálogo, notificou a pesquisadora que seu trabalho não estava "bom". E, o que é bom? Bom em que sentido? O trabalho de um indivíduo pode ser ruim ou bom se executado de acordo com o que foi pré-estabelecido? Em que situação se encaixa o "bom"? Vejamos a questão das Referências Bibliográficas: elas podem aparecer na Introdução esclarecendo as fontes de onde partiram os estudos sobre o tema delimitado do Projeto, ou, podem aparecer ao final do trabalho de acordo com as regras dadas pelo curso como as regras da ABNT. Vale lembrar que as referências são citadas em várias partes senão em todas as partes dos capítulos do Projeto. Cada citação possui um autor, ano e página se for o caso para tornar verídica a fala ali exposta.
Ao iniciar um Projeto de Pesquisa recomendo que busque auxilio em pelo menos vinte referências. As quais darão suporte para a reflexão que levará a descrição do problema, análise e compreensão tornando possível uma solução. Este projeto deve ser fundamentado principalmente na ética. A forma de se colocar as opiniões sobre o assunto tende a ser pertinente ao aceitável pela sociedade. O que vem a ser mais importante que o enfoque político e econômico dentro do contexto. A ética está diretamente ligada às perspectivas da sociedade que tem em sua historia inúmeros casos de fraude, ignorância, desrespeito e descaso quanto as suas necessidades culturais, sociais, educacionais, políticas e econômicas.
Ao longo de minhas experiências pude obter de inúmeros autores pesquisas que me respaldaram em tese sobre "a deficiência educacional brasileira e seus parâmetros" no que diz respeito à educação básica. Trabalhar com a área fundamental do individuo, dar-lhe suporte para o aprendizado e desenvolvimento de suas habilidades e capacidades é de uma responsabilidade cruel ao mesmo tempo em que é uma realização pessoal e profissional para o educador. Ser professor hoje tem múltiplas funções e saberes. Você não pode apenas se ater a sua área de ensino e, sim alargar ao máximo toda sua aprendizagem, seja com a prática em sala de aula ou em vivências sociais.
Projetar é criar, estruturar e formatar todas as ideias em um só documento, descritivo e explicativo. Ser pesquisador é ir além dos limites impostos. O Orientador não deve determinar o seu desejo de pesquisador. Deve haver consenso, parceria e respeito sobre o tema escolhido e o desenvolvimento da pesquisa.
Criar nem sempre é fácil e, aceitar a criação de outros é, também, muito difícil. Valorizar o trabalho de um pesquisador é uma conquista a cada passo dado que requer uma defesa muito bem estruturada sobre o que se está pesquisando. Então, as referencias são muito importantes nesta questão, mas mais importante é a sua vontade, o seu desejo sobre o que deve ser o tema de seu Projeto. Tem que ser algo em que acredite.
Muitos têm dúvida sobre a Introdução e o primeiro capítulo de um Projeto. Estes são quase "parentes", depende do seu ponto de vista. Escrever uma Introdução requer uma descrição sucinta do tema, da problemática em si e dos fundamentos, mas escrever o primeiro capítulo é desbravar conceitos e discutir falas de vários autores delimitando o tema. Nem sempre o pesquisador escolhe um tema que seja fácil de trabalhar e encontrar várias fontes de pesquisa, porém, se o pesquisador compreende bem a temática do seu Projeto e a que ele se propõe e, mais ainda, se vai contribuir com a sociedade, fica fácil de desenvolver os capítulos.
O segundo capítulo é praticamente o desenvolvimento do assunto colocando as questões a favor e contra ao que se está avaliando. São divididos em vários tópicos com inúmeras citações dos autores escolhidos pelo pesquisador. Sugiro que coloque suas ideias em prática entre uma citação e outra, afinal a pesquisa é sua e não dos autores citados.
O terceiro capítulo é quase que um encerramento da pesquisa e deve conter os pontos positivos além das sugestões para resolver o problema em questão. É uma forma simples de se colocar que sua opinião está certa baseado nos estudos de outros autores. Então, cite mais e mais.
Ao final de seu Projeto coloque suas considerações finais expressando todo o seu entendimento do que foi pesquisado. Este ponto da pesquisa é todo seu. Não é preciso citar nenhum autor, pois a ultima palavra é sua.
E, por fim, as Referências Bibliográficas que lhe darão "segurança" sobre tudo que foi escrito, descrito e criticado, se for o caso, em sua pesquisa.
Agora, faça um grande Projeto e ganhe experiência em sua trajetória.


Autor: Elis Cristina Nascimento Farias


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