DESENVOLVIMENTO DO COMPORTAMENTO HUMANO: UMA QUESTÃO DISCUSSIVA?



DESENVOLVIMENTO DO COMPORTAMENTO HUMANO: UMA QUESTÃO DISCUSSIVA?

Inicialmente precisamos observar a diferença entre desenvolvimento e crescimento, que parecem sonônimas, porém, se observarmos, as diferenças são precisas. Crescimento é o desenvolvimento físico, uma alteração no comportamento que acontece, quando o individuo alcança a maturidade biológica, e o desenvolvimento abrange processos fisiológicos, psicológicos e ambientais, contínuos e ordenados e, acompanha o homem através de toda a vida.
Partindo desse pressuposto, conceituar personalidade, segundo a tragédia grega, seria o mesmo que mascara, ou seja, seria um anteparo entre pessoa e o mundo, neste caso, a personalidade depende do caráter.
Personalidade é a maneira pela qual um indivíduo se relaciona com seu ambiente. Incorpora o pensar, o sentir e o agir da pessoa. Por exemplo, a amplitude etária de dois a seis anos é um período significante no desenvolvimento da personalidade, porque as capacidades conceituais emergentes permitem que as crianças tenham novas perspectivas a respeito do mundo. Elas desenvolvem mais consciência do impacto que os outros têm sobre elas, assim também como seu impacto sobre os demais.
Diante disso, podemos dizer que personalidade seria o resultado do que somos em essência genética e a manifestação de uma mente que visa externar a autenticidade de forma adaptativa, de modo que o meio possa aceitá-la.
Sabemos que o desenvolvimento da personalidade de uma criança pode ser comprometido, devido algumas dificuldades ou obstáculos, por exemplo, problemas enfrentados na própria escola (quando a criança é criticada ou ridicularizada), na família, o relacionamento entre pais e filhos e o relacionamento social.
Dependendo da situação a criança pode sofrer alguns problemas de ajustamento da personalidade e pode criar alguns conflitos internos e externos, como agressão, retraimento, regressão, medos, sintomas físicos, etc..
Daí a extrema importância da família ressurge, porque a família deve ser um continente, na continuidade a escola e por fim a sociedade como um todo. Se falta a presença constante da família a criança vai ficar exposta a situações negativas do mundo exterior, estereotipado, e isso pode influenciar a uma mudança na personalidade, ou apenas no comportamento.
Segundo Vygotsky, o meio social e os instrumentos de medição, através dos processos de interiorização, possuem um caráter formativo sobre os processos psicológicos superiores.
No entanto, o estudo do desenvolvimento e do comportamento humano não pode ser dicotomizado da relação pensamento-linguagem ou vice-versa. Segundo Vygotsky o estudo das relações entre pensamento e linguagem é um dos termos mais complexos da psicologia. De acordo com ele a relação entre pensamento e fala, passa por varias mudanças ao longo da vida do individuo, e a conquista da linguagem representa um marco no desenvolvimento do homem.
Sendo assim, a linguagem tanto expressa o pensamento da criança, como age como organizadora desse pensamento.
É sabido que tanto nas crianças como nos adultos, a função primordial da fala é o contato social, a comunicação, isto quer dizer que o desenvolvimento da linguagem é impulsionado pela necessidade de comunicação. Mesmo a fala mais primitiva da criança é social.
Assim, é possível afirmar que tanto Piaget como Vygotsky concebem a criança como um ser ativo, atento, que constantemente cria hipóteses sobre o seu ambiente. Há no entanto, grandes diferenças na maneira de conceber o processo de desenvolvimento, segundo a óptica dos dois.
Podemos citar alguns exemplos: em relação ao papel dos fatores internos e externos no desenvolvimento da criança, Piaget privilegia a maturação biológica, enquanto Vygotsky o ambiente social; quanto ao papel da aprendizagem Piaget acredita que ela subordina-se ao desenvolvimento e tem pouco impacto sobre ele, minimizando o papel da interação social, enquanto Vygotsky postula que desenvolvimento e aprendizagem são processos que se influenciam reciprocamente, de modo que, quanto mais aprendizagem, mais desenvolvimento, e finalmente, quando ao papel da linguagem no desenvolvimento e à relação entre linguagem e pensamento, para Piaget o pensamento aparece antes da linguagem que apenas é uma das formas de expressão, enquanto para Vygotsky, o pensamento e a linguagem são processos interdependentes, desde o inicio da vida, sendo que a aquisição da linguagem pela criança modifica suas funções mentais superiores, sistematizando a experiência direta da criança.
Contudo, estudar os atos cognitivos é entender sobre os conceitos de esquemas, assimilação e acomodação. A aprendizagem cognitiva é aquela cujo processamento predomina os elementos de natureza intelectual, como a percepção, raciocínio, memória, entre outros, mas não pode prescindir nos trabalhos das funções cognitivas.
Os fatores determinantes da aprendizagem cognitiva são: a percepção, que é a forma pela qual um indivíduo interpreta os estímulos do meio ambiente, e a atenção que é o que o individuo percebe e seleciona entre muitos estímulos recebidos. A memória constitui um dos fatores que colabora para o exercício das funções do raciocínio e da generalização, portanto, faz com que aquilo que está sendo aprendido, seja retido e depois, lembrado pelo indivíduo.
Os processos de aprendizagem cognitiva são o insight, que é uma aprendizagem inteligente, resultado numa compreensão das relações existentes em uma situação problemática e o ensaio-e-erro, que é aprendizagem pela seleção de respostas bem sucedidas, sendo utilizada pelo sujeito tanto na aprendizagem ideativa, como na motora.
Portanto, podemos dizer que o desenvolvimento cognitivo possui vários camponeses, como, conteúdo, que é assimilação/acomodação e estrutura que são as propriedades organizacionais inferior ou esquemas. Daí podemos afirmar que, para que ocorra o desenvolvimento cognitivo é necessário que a criança atue sobre o ambiente.
Referencias Bibliográficas

AZENHA, M. da G. Construtivismo. De Piaget a Emilia Ferreiro. 6ª Ed. São Paulo: Ática, 1998.
LUCK, H. Pedagogia Interdisciplinaridade: fundamentos teóricos-metodológicos. 4ª Ed. Petrópolis: Vozes, 1998.
REGOT, C. Vygotsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação. Petrópolis: Vozes, 1995.




Autor: Reinaldo Pacheco


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Fichamento - Rego, Teresa Cristina. Vygotsky - Uma Perspectiva Histórico-cultural Da Educação. Petrópolis: Vozes, 2007