COMENTÁRIO DO FILME "ARQUITETURA DA DESTRUIÇÃO".



COMENTÁRIO DO FILME "ARQUITETURA DA DESTRUIÇÃO".



Gilmara Cruz de Araujo


Filho de pai judeu (perseguido pelo regime nazista), Peter Cohen passa sete anos de sua vida se dedicando a uma pesquisa no qual o resultado é o filme Arquitetura da Destruição de 1989. Cineasta sueco nascido em 23 de março 1946 (dois anos depois do término da Segunda Guerra Mundial) constrói uma narrativa do que se trata do uso da arte e da estética nazista e como foi que o Nazismo se consolidou e como este foi introduzido na mente dos alemães.

No documentário é apresentado conceitos e teorias a cerca da forma cada vez mais radical do movimento nazista, e como a intenção de embelezar o mundo e a estética foi um dos meios ideológicos usados para manipulação de massa. A purificação da arte alemã e a criação de um novo homem alemão foi o objetivo presente no discurso nazista. A beleza coletiva do povo alemão traria uma sociedade limpa, saudável e um povo unido sem lutas de classes. Seu conceito ideológico mesclava cultura, política e ciência e contribuiu na construção do Nacional Socialismo.

Hitler chegou a fazer exposições da arte sadia e da arte degenerada, desprezava arte moderna, que era tida como arte de um tempo lúgubre e de pessoas insanas e exaltava a arte romana. Ele mostrava o lado "decadente" e sujo das artes considerada degeneradas, e alegava que era exemplo do futuro da raça alemã caso não acabasse com os judeus (que eram vistos como vírus e bactérias), os doentes mentais e deficientes físicos. Ele contribuiu para o fim da arte "judaica-bolchevique". Hitler alegava que a miscigenação poluía o mundo, e novas leis surgiram como a proibição do casamento entre judeus e alemães.

Também foi divulgado um filme chamado "Vitimas do passado" (1937) defendendo a eugenia através da pratica da eutanásia praticada na Alemanha. A medicina então passa a trabalhar na limpeza do "corpo do povo" e os médicos passaram a ser filiados ao Partido Nacional Socialista Alemão, a fim de subir em sua carreira médica. As técnicas usadas pelos médicos na eutanásia que era "acabar com o sofrimento" de alguns eram de uma forma perversa, matando para obter uma sociedade bela e sem o consentimento da família e dos enfermos.

Hitler idealizava uma beleza difundida pelo discurso de Wagner um discurso "higienista" de ordem estética. E também foi influenciado pelo Império Romano, pela França, Itália e o heroísmo das obras de Karl May. Apesar de ter sido reprovado na Escola de Belas Artes, ainda se percebia a paixão que Hitler tinha pelo lado artístico. Talvez sua frustração tenha influenciado numa vida de busca pela beleza e sua atuação numa produção artística pretensiosa criando uma arquitetura para destruir.















Autor: Gilmara Cruz De Araújo


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