De Olhos Abertos Para A Televisão "educativa"



Será que estamos realmente de olhos abertos para o que estamos vivendo atualmente em termos de liberação ao erotismo infantil?

Essa preocupação, que não é só minha é claro, deve-se ao fato de que a educação vive um momento de choque com a televisão. A educação sendo dita como um todo e não somente em escolas.

Ao se depararem com tanta liberdade na televisão e na mídia em geral, alguns  pais ficam se questionando de que maneira se deve levar esse momento tão trágico no qual vivemos, pois de certa forma isso poderá ou não influenciar o modo como a criança começa a perceber o mundo e conseqüentemente como pertencer a ele, ou seja, pertencer ao grupo mundo.

Quando se fala em pertencer a um grupo, deve-se preocupar-se sim com posicionamentos, deles serão advindas certas verdades, muitas vezes inquestionáveis a título de fanatismo, levando a riscos, muitas vezes sem mais consertos.

Outro dia, na turminha ao qual trabalho, surgiu uma pergunta de uma criança de 5 anos para outra da mesma idade: Você quer transar comigo?  Essa criança ao não saber do que estava sendo questionada levou para casa a pergunta. No outro dia, obviamente, recebi na agenda da escola um bilhete da mãe da criança falando-me do ocorrido e perguntando-me o que ela poderia fazer. Notoriamente, se tratava de uma família com uma certa cultura pela preocupação e pelas palavras delicadas ao se dirigir à professora. Mas, como eu disse acima: perdida nesse contexto sensualizado ao qual se vive.

Escrevi uma carta para a mãe da criança com os seguintes dizeres:

Querida mamãe da T...

Se nos reportarmos a nossa infância e a nossas curiosidades em se tratando da vida em si do que nos lembramos? Certamente lembraremos de nossa família, em especial nossa mãe que nos falava tudo a respeito de nossas curiosidades, principalmente em se tratando de algo mais aprofundado. Pois hoje querida mamãe, as coisas mudaram... A instigação já começa na televisão, onde tudo é falado e mostrado antes do tempo. Resta aos pais direcionar muito melhor essas informações e até peneirá-las. Portanto, temos que instruir nossos filhos no que eles querem saber, como antigamente, para que possamos de alguma maneira ajudá-los a serem pessoas de bem e não se perderem! Explique a ela com seu coração, nada muito aprofundado, somente responda aquilo que for perguntado. E pronto! Respire, você precisará de muito oxigênio ainda pelo que virá! Um abraço da professora

Então, percebe-se que como uma pergunta pode mexer tanto com as pessoas? Estamos preparados para responder as perguntas de uma maneira tranqüila ou esse papel nós esquecemos e deixamos que a televisão tome conta?

Perigoso se torna o ato de deixar nossas crianças na frente da televisão enquanto fazemos outras coisas, precisamos veemente presenciar o que elas estão assistindo e intervir naquilo que é saudável e no que não é.

Existe sempre uma proposta atrás das apresentações televisíveis, as imagens podem nos levar a quaisquer caminhos; é como dizia o filósofo Foucault: Nada há por trás das cortinas, nem sob o chão que pisamos, há enunciados e relações que o próprio discurso põe em funcionamento.

Essa é a hora de retirar o véu de nossos olhos e percebermos que somos adultos e que somos importantes nesse processo de crescimento de nossos filhos e alunos, precisamos correr, para chegarmos a tempo!

Autor: Luz Mary Padilha Dias


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