E o tempo vai levando
Passei a tarde em uma unidade de pronto atendimento público hospitalar, quando fui chamada para ajudar um técnico em radiologia a ajudá-lo a retirar uma senhora da maca, para colocá-la na mesa radiológica. Uma senhora com seus noventa anos, ela estava debilitada, com dificuldade de fala, muito nervosa e faltava-lhe o ar.
Aquela senhora me fez parar para refletir o quanto somos frágeis, como o tempo afeta nossas vaidades, começamos a nos decompor em partes antes mesmo de nossas vaidades mergulharem nas profundezas da morte.
É iminente a idéia para cada um de nós. É nosso futuro e de certa forma talvez nosso presente.
A cada ano que se passa, você obtem mais idade, perde o brilho dos olhos, ganha mais fragilidade na pele, obtem mais sabedoria, mais experiências...
É incrível como as pessoas satirizam os idosos e escarnecem de suas deficiências auditivas, visuais, de locomoção, tratam-lhes com tanta frieza e mediocridade que faz eles sentirem-se desprezados, inúteis.Que quando somos compreensíveis e gentis para com eles, eles se emocionam e querem aproveitar ao máximo sua companhia!
Porque escarnecem deles, se todos trilhamos o mesmo caminho inevitável?
Não deixem à deriva seus parentes idosos, para chorar sua perca quando ele estiver no túmulo.
Dê todo seu carinho, respeito e atenção a ele hoje, e até seus últimos instantes, pois assim, você terá feito tudo antes da morte levá-lo.Porque depois de nada adianta se debruçar aos prantos sobre o túmulo.
Autor: Káthia A. Trindade
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