Em reflexão, o que faz um filósofo e, o que pode ser conceituado como filosofia?



EM REFLEXÃO, O QUE FAZ UM FILÓSOFO E, O QUE PODE SER CONCEITUADO COMO FILOSOFIA?

 

 

Com a abertura do leque estendido a Filosofia nos últimos anos, tem se tido a possibilidade de dar mais atenção ao vasto conhecimento filosófico. Nossa intenção se pautará em estabelecer breve idéia do que faz atualmente o profissional desta área e conceituar o que é Filosofia. O objetivo do texto é conscientizar a quem não tem acesso a tal informação.

Até o século XVII e início de XVIII, muitos dos filósofos eram contratados para serem preceptores de jovens filhos de reis, nobres (caso mais comum, Aristóteles com Alexandre O Grande). Hoje em dia, os profissionais desta área, muitos desses, são contratados para recrutamentos e seleção de executivos nos Estados Unidos e boa parte da Europa por ser um curso amplo.

Em hospitais de Nova York, por exemplo, tem empregado filósofos para aconselhar os médicos em decisões de vida e morte. “A assembléia legislativa de Nova Hampshire, as autoridades penitenciárias de Connecticut e mesmo o congresso americano contrataram filósofos. Uma empresa de Massachussetts, especializada em inteligência artificial, emprega vários filósofos”. (Conf. SÁTIRO, Angélica e WUENSCH, A. M. Pensando melhor. P.353)

Portanto, as atividades dos filósofos não ficam apenas nos meios acadêmicos como o senso comum poderá supor. Já não tem sido raro (embora se tenha várias dificuldades ainda) encontrarmos profissionais com habilitação na área que possa trabalhar conceitos filosóficos de forma simples para que todos tenham a possibilidade de ter acesso aos pensamentos que mais influenciaram o mundo humano.

Mas, o que é Filosofia? Muitos profissionais sentem dificuldade em estabelecer um conceito último a esta pergunta devido à extensão da profundidade de tal conhecimento. Muitos indivíduos estudam algumas disciplinas filosóficas em um semestre ou dois, em alguma faculdade (seja lá o curso que for), porém, não conseguem entender a amplitude de tal pergunta e acabam por darem respostas simplistas e de senso comum dando a entender que tudo e, qualquer coisa é filosofia.

Portanto, deve-se entender Filosofia como reflexão crítica e sistematizada sobre problemas incontestáveis e inevitáveis a ação e existência humana. É a capacidade de criar conceitos. É a organização especializada e qualificada de nossos pensamentos.

Ouvimos muitas afirmações sem propósito algum no que se refere à filosofia, como por exemplo, o programa da TV Globo intitulado, Fantástico, este cometeu entre outros, um destes. O ator utilizando-se do ‘papel’ de funcionário de restaurante começa a questionar o dia que terá em seu trabalho, logo, ele diz: “Vamos! Vamos… pois, ou se filosófa ou, se trabalha”. Ora, muitos animais ditos como não racionais (cachorro, gato, cavalo, entre outros), dariam conta de concluir as duas ações (‘filosofar’ ou trabalhar) com sucesso. Pois, o texto da emissora coloca a filosofia como exercício do não trabalho, não esforço, do qualquer outra coisa, enfim, tudo o que ela não é. Digo, é possível sim, trabalhar e filosofar no sentido nato pelo qual me expressei logo acima e, é até necessário tal labor, (do grego: trabalho). As pessoas que trabalham sem ‘pensar’ de forma não organizada, são literalmente as que mais se encontram no mercado de trabalho.

 Para apreciar a Filosofia é necessário ‘encarar’ livros de difícil leitura. Este é o desafio. Não vale ser um leitor ‘covarde’. Não devemos esquecer que há uma diferença enorme entre estudar história da filosofia e, fazer Filosofia. Como também, por exemplo, estudar medicina e, fazer Medicina. Acreditamos que esta seja a luta não apenas para quem é da área de filosofia, mas, para toda a Humanidade. Ou seja, criar boas idéias.

Criar pensamentos qualificados, portanto, filosóficos, tem sido não fácil há séculos. É por esta razão que vários filósofos são considerados clássicos e, alguns cientistas fazem Ciência de verdade. A sociedade não necessita de inúmeros René Descartes e nem de vários Francis Bacon. Se assim acontecesse, não estaríamos num mundo comum. O mundo, apenas precisa urgentemente de pessoas conscientes, que pensem qualificadamente ao menos um dia, uma noite!  De vez enquando?

Esqueçam dos gênios! Triste dizer, eles não existem. Há momentos de genialidade, o que é bem diferente de ser ‘gênio’, intocável, ‘ser da verdade’. Tais momentos qualquer ser humano pode tê-los. A maioria das pessoas emite conceitos rasos e superficiais a este respeito.

O filósofo quando está a lecionar e criar conceitos tem plena consciência disso e sempre tenta acreditar que aquele indivíduo que vive em sociedade e, dependendo da idade, pode estar sentado em sala de aula, tenha sido ao menos Educado. Para assim, poder lapidá-lo a pensar por si próprio. O problema é que as disciplinas e também todo o frágil ‘castelo educacional’ que ele tem adquirido fora e dentro das escolas diz a ele: não pense. Então, ele não pensa. Não gosta de Filosofia. Nada mais justo! Afinal, para quê Filosofia? 


Autor: Bessani, Dinaldo


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