O Jeitinho Brasileiro Liderando o Futuro



Em inúmeras ocasiões o "jeitinho" brasileiro já foi cantado em verso e prosa e na maior parte das vezes nossa forma de ser, de conviver e de produzir está diretamente relacionada à imagem que fazem de nós no exterior. Mas, afinal de contas como é esse jeito peculiar? O que nos faz diferentes de nossos parceiros internacionais? Como os estrangeiros vêem o "jeitinho" brasileiro de ser? O que é "jeitinho"?
Para alguns estudiosos do comportamento humano o jeitinho brasileiro é aquela imposição do conveniente sobre o certo. É a filosofia de que, se está dando certo, é porque isso é o certo a ser feito. Desde que dar certo signifique "resolver o meu problema", ainda que não definitivamente.
Mas, o que esse jeito de ser brasileiro provoca na carreira de um executivo no exterior? O perfil gerencial brasileiro não passa despercebido nos EUA e na Europa seja pelo excesso de improviso, carisma ou simpatia os profissionais brasileiros têm chamado a atenção dos analistas em gestão. Pois, na verdade existe outro lado desse "jeitinho" que são algumas qualidades muito apreciadas no exterior:

? Solidariedade: somos reconhecidos no exterior pela nossa solidariedade e, o melhor exemplo disso, são as campanhas de doação de órgãos realizadas por executivos brasileiros que moram nos EUA, a fim de manter um banco de órgãos compatíveis para doação no Brasil.
? Assertividade: é o comportamento que se caracteriza pela firmeza de opiniões de uma pessoa; ou seja, pelo seu posicionamento em relação a determinado assunto, com posições claras e argumentações consistentes. A assertividade é uma das principais competências gerenciais para o sucesso dos executivos brasileiros no exterior, pois ela é o comportamento de equilíbrio entre a passividade e a agressividade de uma comunicação. Dessa forma, observa-se que muitos executivos brasileiros que vivem no exterior são pessoas que não aceitam passivamente tudo aquilo que lhes são solicitados, assim como também não aceitam o ponto oposto. Muitos brasileiros que trabalham fora do país acabaram se tornando líderes por terem conseguido colocar suas idéias através de argumentações consistentes e, principalmente, por não terem tido medo de dizer "não".
? Criatividade: a visão é de um engenheiro brasileiro especialista em análise de riscos de projetos que trabalha nos EUA para várias empresas multinacionais. Ricardo Vargas percebeu que levava algumas vantagens sobre seus concorrentes americanos. Primeiro que ele não se intimidava com platéias de outras nacionalidades em inglês fluente. Outra vantagem brasileira é a "paixão" demonstrada pelo trabalho a ser realizado, pois nós brasileiros estamos mais acostumados a lidar com crises do que eles. No final de 2008, muitos clientes de Ricardo estavam apavorados com a crise econômica que se apresentava. Essa capacidade brasileira de sobreviver, de "se virar" e de resolver o problema é muito bem vista pelos analistas estrangeiros. "Nós brasileiros estamos mais bem preparados para enfrentar as crises do que qualquer outro país americano ou europeu, uma vez que eles estão pouco acostumados a elas" ? disse Ricardo Vargas.

Os estrangeiros são completamente encantados com o nosso improviso durante momentos de crise e, pensar no futuro, pode ser um excelente exercício que nos leve a acertar. O líder brasileiro do futuro acredita em si mesmo e tem um alto poder de concentração nas suas metas. Eles acreditam na sua intuição, nos seus sentimentos e na sua inspiração.
Seus "insights" (intuição) são úteis para criar novos produtos, serviços ou mercados. Seus sentimentos são importantes para envolver emocionalmente sua equipe e, sua inspiração, para realizar o sonho em um mundo real. Os líderes brasileiros do futuro apreciam a audácia, a paixão pelo desconhecido e adoram o "impossível". Para eles o ato de liderar é uma gratificação pelo próprio exercício da Liderança.
Eles amam tanto os resultados quanto os processos para alcançá-los e dedicam tanto tempo para o espiritual quanto o material. Os líderes brasileiros do futuro se orgulham de crescer profissionalmente, mas se orgulham mais ainda da sua equipe. Eles têm a cabeça nas nuvens ? sonhando alto ? e "os pés no chão", demonstrando o equilíbrio emocional dos executivos brasileiros que trabalham no exterior.

Autor: Julio Cesar Souza Santos


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