Jesus, lembra-te de mim...



JESUS, LEMBRA-TE DE MIM...

Todos nós gostamos de ser lembrados. Na verdade, ninguém gosta de ser olvidado, de cair no ostracismo.

Trazer à memória alguém que nos é muito querido é algo que excede os limites do nosso amor, se é que o amor tem limites; e, igualmente, estar na memória de alguém que verdadeiramente nos quer bem, é o auge do nosso querer.

Fui criado em Orfanato e visitei outros orfanatos, leprosários e asilos de velhos, portanto sei perfeitamente o valor de uma lembrança...

Quem se encontra enclausurado anela ser lembrado mais que tudo nesta vida. Uma carta, um telegrama, ou meras recomendações podem fazer a diferença. E como fazem!

Um telefonema, então, nem se fala!

E uma visita?

Ah, para o enclausurado não há nada mais valioso do que a visita de alguém!

O contato físico é o ápice de uma lembrança. Quem quiser realmente lembrar-se de alguém, demonstre esse querer pessoalmente...

Não é debalde que as Escrituras Sagradas ordenam a nossa lembrança aos pobres, enfermos, presos, órfãos e viúvas (Mt.25:35,36; Hb.13:3; Tg.1:27).

Salutares lembranças...

Por que são elas imprescindíveis?

Consoante o título deste artigo, assim como pedimos a Jesus para se lembrar de nós, Ele também pede-nos a nossa lembrança: "Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos em que dirás: Não tenho prazer neles." (Ec.12:1)

Evidentemente que ninguém quer ser lembrado por Deus só lá pelas tantas, em idade já bem avançada. Da mesma forma, Deus não quer que nos lembremos dEle só quando estivermos arrimados numa bengala. Ele tem bênçãos para nos dar, mas tem também incumbências.

E o texto a que o título deste artigo se refere é o de Lc.23:42: "Então disse: Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino."

Este pedido foi formulado por um dos dois malfeitores crucificados com Jesus.

Ora, lembrar-se, segundo o Dicionário, é trazer à memória; recordar.

O que Jesus poderia recordar daquele homem? Que currículo de vida ele apresentava, para Jesus trazê-lo à memória?

Ninguém, naquele contexto da História, era crucificado por acaso. Aliás, esse homem, ao repreender o outro malfeitor crucificado, por causa de sua blasfêmia, reconheceu prontamente as suas misérias, quando diz: "E nós, na verdade, com justiça; porque recebemos o que os nossos feitos merecem; mas este nenhum mal fez." (id.v.41)

Sim, ele estava na cruz porque realmente merecia, assim como todos nós nos igualamos a ele neste merecimento, pois, igualmente, "os nossos feitos merecem".

E quais são os nossos feitos? Do que Jesus se lembra em nós?

Caro leitor, eu, particularmente, digo-lhe que os meus feitos não são nada bons. Quando Jesus deles se recorda, certamente Ele se entristece, porque sabe que de todos os pecadores eu sou o principal. Quando o santo e piedoso Apóstolo Paulo disse: "Miserável homem que eu sou!" (Rm.7:24), ele simplesmente tomou todas as palavras do meu pobre coração e da minha boca impura, não me deixando palavras para eu expressar as minhas misérias. Então, só me resta dizer que sou "um coitado, e miserável, e pobre, e cego, e nu." (Ap.3:17)

"Mas um dia senti meus pecados, e vi / Sobre mim o castigo da lei; / Mas depressa fugi, em Jesus me escondi, / E refúgio seguro nEle achei." (Hino CEGUEIRA E VISTA, nº 396 - Hinário Cantor Cristão, das Igrejas Batistas da Convenção Batista Brasileira).

Isto mesmo! Um dia senti meus pecados, e vi que quando Jesus se lembra de mim Ele vê desdita, e miséria, e pobreza, e cegueira, e nudez; então, não suportando mais o peso desse fardo fui a Jesus, conforme Ele me pede: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve." (Mt.11:28-30)

O meu cansaço e opressão fizeram-me tomar a decisão de ir a Jesus, sem tardar, momento em que recebi dEle o alívio e o descanso para a minha alma.

Quem vai a Jesus recebe dEle a garantia da imediata e completa aceitação, pois Ele não rejeita, em hipótese alguma, o que vai a Ele: "Todo o que o Pai me dá virá a mim; E O QUE VEM A MIM DE MANEIRA NENHUMA O LANÇAREI FORA." (Jo.6:37)

Foi nesta fé que o malfeitor crucificado dirigiu-se ao Senhor e Salvador Jesus Cristo, e recebeu dEle a certeza de Vida Eterna com Deus: "Então disse: Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino. Respondeu-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso." (Lc.23:42,43)

Lázaro Justo Jacinto


Autor: Lázaro Justo Jacinto


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