Ensino superior e sociedade



Ensino superior e sociedade .


A necessidade de se conhecer a estrutura e o funcionamento do Ensino Superior no Brasil, desde a sua origem até os dias de hoje, revela a necessidade de conscientização sobre um dos esteios fundamentais para nossa formação educacional e conseqüentemente, a evolução do pensamento intelectual brasileiro, contribuindo diretamente com o progresso científico, abrangendo as Ciências Humanas, Exatas e Biológicas.
Os três ramos da ciência supracitados formam a tríplice aliança dos saberes necessários para que o crescimento econômico e social de um País, pois, possuir instituições educacionais fortalecidas, significa a elevação do nível de consciência cidadã de uma nação e a democratização do acesso ao saber e as artes.
Uma população bem nutrida intelectualmente torna-se uma população livre, próspera, ativa, lúcida, sendo capaz de pensar por si.
Sendo assim, este pré-projeto visa atingir a memória acadêmica do Brasil, promover o acesso à cultura, subsidiar a pesquisa e a análise das nossas bases, dos nossos fundamentos e dos elementos que contribui para podermos observar o que é o Brasil hoje e como ele chegou a desenvolver seu parque industrial, sua democracia e suas instituições.
Sobre a origem das universidades, podemos afirmar que possui origem medieval, basicamente na Europa.
O surgimento das universidades fez parte da explosão educacional da Alta Idade Media (séc. X ao XV) e em seu inicio eram instituições que ofereciam especializações em vários estudos superiores que não podiam ser obtidos em escolas catedralícias comuns (Burns, 1941).
Atualmente, os estudantes do Ensino Básico demonstram um desempenho muito abaixo do necessário para podermos ter chances de competirmos no mercado internacional de produtos e serviços.
O programa internacional de avaliação comparada, o PISA, cuja principal finalidade é produzir indicadores sobre a efetividade dos sistemas educacionais, avaliando o desempenho de alunos na faixa dos 15 anos, buscando quantificar a capacidade de leitura e interpretação de texto, a competência de raciocínio para resolver situações problemas e o conhecimento sobre corpo humano, foi aplicado em países de todos os continentes e os alunos brasileiros apresentaram péssimos resultados, absurdamente sofríveis, porem esperados e até mesmo previstos , lógicos.
O ataque nuclear que o Japão sofreu em 1945 produziu danos de menor intensidade a sua população do que a qualidade de ensino no Brasil produz atualmente para seu povo.
As cidades podem ser reconstruídas, os danos nucleares a saúde lentamente se diminuem , mas os efeitos de um péssimo sistema educacional perduram por séculos e séculos restringindo, cerceando, poluindo, distorcendo e deformando completamente a consciência e a mentalidade das pessoas.
A corrupção na sociedade resulta da deterioração da cidadania, do senso ético, dos valores e dos princípios. Os resultados desta pesquisa revelam um atraso educacional gigantesco devido à péssima formação dos docentes, infra-estrutura deficiente, métodos arcaicos de ensino e administração escolar e outras calamidades.
Nossos alunos possuem pouquíssimos conhecimentos teóricos e empíricos, e isso reflete diretamente na qualidade e da aprendizagem dos matriculados no Ensino Superior, seja em instituições públicas ou privadas. O Brasil conquistou um recorde negativo em educação entre os países em desenvolvimento, pois na década de 80 viu-se uma deterioração maior desse recorde desanimador (Skidmore,1998).
O artigo 205 da Constituição de 1988 afirma que a Educação é um direto de todos e também dever do Estado e da família, devendo ser promovida e incentivada com a colaboração da sociedade. Observamos que isso acontece em várias cidades e estados do Brasil, mas estamos longe de podermos afirmar que este preceito é respeitado.
Este trabalho tem o compromisso de buscar apresentar uma visão panorâmica, de forma sucinta e precisa, de como nosso Ensino Superior se constituiu e pra onde possivelmente vai.
Qual a direção que as faculdades e universidades estão tomando? Quais seriam os seus objetivos imediatos, e a longo prazo? Formam-se profissionais com eficiência e qualidade?
É possível pensar uma universidade sem crise? Ou toda universidade, dada sua própria característica, está permanentemente em crise?
A importância deste trabalho está relacionada no fato inquestionável de que a Educação é um dos indicadores socioeconômicos mais significativos para a construção do processo de cidadania. Devido ao fato do Brasil ter sido uma colônia de exploração, a Educação sempre esteve direcionada para uma minoria.
O Ensino Superior é uma via e também uma ferramenta imprescindível para a ascensão social e aumento da renda per capita dos trabalhadores urbanos e rurais de um país. Partindo desta premissa, considera-se que a relevância e a importância deste trabalho em apresentar a origem, o desenvolvimento e as perspectivas do Ensino Superior no Brasil, estão diretamente unidas ao processo de formação da consciência cidadã e do acesso a democracia que todo brasileiro (a) deveria ter.
Com a chegada de D.João VI e a Família Real,em 1808, fugindo das tropas de Napoleão Bonaparte, sendo escoltados pela Martinha Inglesa (Gomes, 2008).
Inicia-se uma nova fase em relação à Educação no Brasil, pois a nobreza que aqui desembarcou, logo conclui que devido à ausência de escolas de qualidade, deveria ser construída uma rede mínima de formação intelectual e assim foi dada imediatamente a autorização para a construção de escolas destinadas a formação de médicos, enfermeiros, dentistas, advogados, engenheiros, arquitetos e outros, e sendo assim, foram criadas as primeiras faculdades no Brasil.
Em 1808 nasceram vários cursos, um de Cirurgia e Obstetrícia, na Bahia e a Academia da Marinha, no Rio de Janeiro. Em 1810 a Academia Real Militar foi criada para formar engenheiros civis e militares, visando à defesa do Rio de Janeiro, sede do Império luso. Em 1813, a Academia de Medicina e Cirurgia foi sendo fundada para fornecer infra-estrutura para a sobrevivência da Corte que no Brasil.
A Carta de 1824 determina a fundação de colégios e universidades onde serão ensinados, os elementos das ciências, Belas Letras e Artes (Tubino,1985).
Analisar esta trajetória de formação em nível superior deveria ser objeto de estudo de todo aluno (a) que deseja ingressar em uma faculdade ou universidade, pois conhecer a História, preservar a memória e o patrimônio cultural da nação em que se nasce, é um ato de expressão de cidadania, patriotismo e de espírito civilizado.
Analisar as origens deste nível de ensino é olhar para o passado e tentar compreender de que modo conseguimos vários problemas educacionais em tão curto espaço de tempo como nação organizada.
A universidade se afirma como instituição por excelência da investigação da natureza e da existência humana em todas as suas dimensões, do cultivo e do saber vivo inacabado e em permanente trabalho de constituição (Veiga, 2005). Devemos analisar as nossas raízes sociais e investigar todas as fontes possíveis para diagnosticar todas as causas das desigualdades no Brasil.
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Bibliografia básica

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988, Cap. III, Seção I, caput do Art. 205.

GOMES, Laurentino. 1808 ? Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil. 16ª reimpressão, São Paulo: Editora Planeta, 2008, 412 pág.

TUBINO, José Gomes (org.). UNIVERSIDADE ONTEM E HOJE. São Paulo. Editores Livros que constroem. 1985, 181 pág.

VEIGA, Ilma (org.). CURRICULO E AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO SUPERIOR. São Paulo. Junqueira e Martin Editores. 2005. 215 pág.

BURNS, Edward Mcnall. HISTÓRIA DA CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL. Vol. 1. 33ª Edição. São Paulo: Editora Globo. 1980, 403 pág.

SKIDMORE, Thomas. UMA HISTÓRIA DO BRASIL. 1ª Edição. São Paulo: Editora Paz e Terra. 1998. 356 pág.

Autor: Oswaldo Henrique Nicolielo Maia


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