Cativeiro Existencial



Há algo em mim querendo transbordar

Derramei óleo, derrubei farofa, queimei as torradas

Talvez, atos falhos de minha realidade psíquica

E o que esteja a transbordar seja a saudade

Ou a tristeza do vazio que se fez

Meu desejo de amar não correspondido

Pelos nossos tempos desencontrados

Só queria tê-lo aqui

Impressionante como você me acalmava, como você me centrava

Estou sem rumo, pareço barco a deriva

Será que estou doente ou será isso amor

Amor difícil de ser escalado, tão íngreme, tão perigoso

Foi tão breve te conhecer e mesmo assim

Trouxeste paz, fortaleceste o meu ser, deste-me brio

Mas, assim, de repente você se foi, por precisar ficar só

Duas realidades tão antagônicas

Eu precisando ficar perto de ti

E, você precisando ficar longe de todos e, também, de mim

Transbordaram o que queria transbordar, as lágrimas

Lágrimas tristes de solidão, que não compreendem, o porquê ou para quê

Enquanto todos acham seu par, nós nos desencontramos

Você me encantou e se foi tão só eu fiquei

Tão só, eu refém do teu direito ao livre arbítrio

Tão só, você preso a tua necessidade de partir, mesmo querendo ficar

Tão só, você livre, preso pela angustia de não saber se, ao querer voltar, me encontrarás

Tão só, eu livre, presa pela angustia em decidir esquecer ou amar

Tão só, eu cativa a ti, sem saber se

Tão só, um dia você livre de suas angústias ficará, e

Tão livre, em meus braços, por ti próprio, te prenderás, enfim

Tão juntos, sem cativeiros, nos amaremos
Autor: Marcia Dalva Machinski


Artigos Relacionados


PresenÇa DiÁria...

A Conquista Do 1º Beijo

Eterna PaixÃo

Louca SolidÃo

Despertar

Eu NÃo Quero Ir Sem VocÊ

SerÁ