PODERES DO HOMEM / SILÊNCIO



PODERES DO HOMEM
Nazaré, 22-09-1968

Porque tanto poder para um americano,
Se ele ficará louco e destruirá o mundo?
Esdrúxulo século XX,
Vermes que me fazer chorar.
Não há pincel que retrate
A vontade perdida de amar.
Se eu pudesse ser o mundo,
Não amaria esta terra impura.
Maldigo a terra sem mundo
Onde só reina a usura.
Se eu pudesse ser a usura,
Uma usura divina,
A terra seria pura
E destruiria essa doutrina.

SILÊNCIO
Nazaré, 22-09-1968

Ando pelo deserto, ouço a tempestade.
Ando pela rua, passa um trator.
Ando pelo campo, ouço a covardia.
Ando pela periferia, ouço lamentos chorosos.
Ando pelas capitais, ouço discursos incultos.
Ando dentro de mim, ouço a minha tristeza,
Miséria, confusão. É o meu ser, é o meu eu.
Parei de andar. Olhei para o cemitério
Tinha gente chorando pelos mortos.

Autor: Gilberto Nogueira De Oliveira


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