Leitura como realidade social





CILENE PAES DE BARROS





"LEITURA COMO REALIDADE SOCIAL"


MODULO I
A Formação do eu leitor/mediador




EAD UFMS




Tutora Elizabeth Ribeiro


RIO BRILHANTE



RESUMO



Nas últimas décadas, a demanda pela leitura e pelo domínio da linguagem escrita em nossa sociedade, é cada vez maior principalmente como base na experiência individual.
Não é apenas para o mundo do trabalho, mas também para a ampliação da participação social e exercício da cidadania, ser um usuário competente da linguagem escrita é também, condição fundamental.
É decorrente dessa compreensão que hoje se coloca para escola: a de possibilitar ao aluno uma formação de que permita compreender criticamente as realidades sociais e nela agir, sabendo, para tanto, organizar sua ação. Para isso o aluno precisa apropriar-se do conhecimento e de meios de produção e de divulgação desses conhecimentos.
Nas sociedades letradas, como a nossa, esse processo de apropriação este estritamente ligado ao conhecimento da linguagem escrita principalmente a que se refere à leitura.
Esse conhecimento, tal como hoje se refere ao tipo de letramento que inclui tanto saber decifrarem a escrita, quanto ler/escrever com proficiência de leitor/escritor competente, saber utilizar nas práticas sociais de leitura e de escrita as estratégicas e procedimentos que confere maior fluência e eficácia ao processo de produção e atribuição de sentidos aos textos com os quais se interage





PALAVRAS-CHAVES: leitor, mediador, leitura, escola, cultura, texto




INTRODUÇÃO

Não podemos deixar de pensar em aspecto que dizem respeito de que somos todos leitores, independente ao fato de sermos leitores ou não.
Isso se deve ao termo de que não lemos apenas linguagem verbal, já que o mundo se apresenta a nós através dessa linguagem.
Quando nascemos, somos expostos a formas variadas de comunicação, desde a verbal, gestual, imagética, várias linguagem que aparecem misturadas. E assim as crianças se acostumam com a rapidez da troca de imagem da televisão agregadas aos sons, cores, aos signos, logo se aprendem a ler o que esta dito, ou a ler silêncios, para que a comunicação seja mais eficaz possível.
Na escola aprendemos a treinar nossos olhares para a leitura ampla que abarca o mundo.
E assim formamos leitores, mostramos a cultura como fator decisivo no quadro da leitura literária entre crianças, jovens e adultos.
Enfim, a escola continua sendo um dos lugares fundamentais para o florescimento ou o achatamento da cultura literária.












DESENVOLVIMENTO

LEITOR
Em relação à leitura, ter fluência e ser eficaz, na atribuição do sentido do texto significa compreender que ler é uma prática social que acontecem em diferentes espaços com características muito específicas.
Como afirma MARISA LAJOLO
"Em algumas sociedades, leitura e escrita eram privilégios de sacerdotes ou de governantes. Nas sociedades ocidentais ? entre elas a nossa ? embora tivesse nascido e se fortalecido na esteira da administração governamental e da catequese cristã, escrita e leitura muito cedo ganharam usos cotidianos. Assim, além de repartição do governo, altares e púlpitos de igrejas, ambientes domésticos como sala de costura e varandas de fazendas ao lado de pátio de hospedaria, pouso de tropeiro e feiras livres transformaram-se em cenários de leituras. Nesse espaço, ora público ora privado, mas sempre coletivo se liam e se ouviam ler textos muitos diferentes, daqueles que interessavam diretamente ao governo e a igreja. Nesse espaço liam-se ficção (novelas, crônicas e romances) e ouviam-se poesia.
Ler também é uma experiência individual e única.
O objetivo da leitura é:
a) Ler para obter informação específica ou geral,
b) Ler para aprender,
c) Ler para revisar um texto
d) Ler para construir repertório
e) Ler por prazer estéticos e outros.
MEDIADORES
A importância desse personagem (mediador) é o que aproxima, facilita e intermédia o leitor com a leitura.
O mediador encontra-se em uma situação privilegiada, pois tem nas mãos a possibilidade de levar o leitor a infinitas descobertas.
São mediadores: os familiares, os professores, os bibliotecários etc..
Os familiares deveriam ser os primeiros mediadores, pois são os elos das crianças com o mundo. Portanto ele não tem a dimensão da influência em que eles podem exercer sobre a criança no sentido de motivá-los a leitura "(... o gosto da leitura deve ser adquirido no período que ainda esta no processo de aquisição da linguagem oral)" (POSTMAM, 1999, p.9). No período em que as crianças estão mais flexível, inquietas, curiosas e desejosas de aprender o novo, desprendidas de conceitos e preconceitos.
O professor é encarregado compulsoriamente de aproximar o educando a leitura e é fundamental que ele faça a mediação mostrando o texto como algo prazeroso. Se o professor não for {{...} "critico, sensível, consciente e um bom leitor, jamais passará o prazer do texto literário ou não literário"...} (JOSÉ, 1992, p.203) É preciso ler com gosto, porém o que acontece, quotidianamente é que, muitas vezes, o professor não tem tempo para refletir que seu papel {...} "na intermediação do objeto lido com o leitor é cada vez mais repensado: se a postura professoral lendo" para" e/ou "pelo" educando ele passa a ler "com" , certamente ocorrera o intercâmbio das leituras, favorecendo a ambos trazendo novos elementos para um e outro"{...} (MARTINS,1983,p.33)
Reflexão ao mediador de Paulo Freire
"Ler é como chegar a uma horta e saber o que é cada planta e para que sirva. Quem não sabe nada de "ler" horta entra dentro dela e só vê um punhado de planta, de mato e um monte de plantas diferentes, mas parecendo que é tudo igual. Quem não aprende a "ler" horta, a conhecer os seus segredos não sabe o que é uma nem o que se come "(BRANDÃO, 2005, p.49)
FUNÇÃO DA ESCOLA
Os trajetos de formação ao leitor passam por lugares onde a leitura de texto literário se perdeu pelo caminho.
Apenas 25% dos brasileiros são plenamente alfabetizados, capazes de ler textos longos, comparar, interpretar e distinguir. Os 50% são considerados alfabetizados funcionais onde lêem e compreendem textos de média extensão e localizam informação por necessidade. Os 21% dominam textos elementares e os 7% estão em estágio de analfabetismo.
Com relação ao problema de leitura no Brasil, ela não é incentivada de maneira interessante, isso deve a falta de preparo de alguns professores que não indicam corretamente a leitura conforme a faixa etária e também a preguiça de muitos deles em fazê-lo.
A família é importante nesse processo, mas sabemos que muitos são filhos de pais analfabetos ou semi-analfabetos, o que torna impossível um incentivo familiar. Cabe a escola a importância da resolução do problema, sabendo que é o local de maior acesso aos livros. Assim sabemos lidar com os direitos à Educação,
A formação de um sujeito intelectual e afetivo, que pensa e sente simultaneamente e reconhece a afetividade como parte integrante do processo ensino-aprendizagem, isso vem de família junto à escola. O fortalecimento de laços afetivo com os pais e o aumento do grau de interação do educando. Uma maior receptividade á aprendizagem foi observada em crianças que desde cedo entram em contato com os livros.
O contato precoce das crianças com os livros e a leitura deve ser uma preocupação constante das bibliotecas públicas, das escolas, das famílias, pois mais importante do que aprender a ler é a necessidade de promover situação de interação em torno do material impresso, proporcionados pelos adultos, no dia a dia das crianças.






CONCLUSÃO

O hábito da leitura pode transformar a vida do indivíduo, bem como a reflexão critica o incentivo da leitura e troca de experiência em sala de aula.
No texto "A IMPORTÂNCIA DO ATO DE LER" Freire afirma que {...} que a leitura de mundo precede a leitura da palavra {...} A leitura formal exige raciocínio, o ato proporciona cidadania ao sujeito.
Para Magda Soares "{...} a hipótese a ler e escrever, além disso, fazer uso da leitura transforma o individuo, leva ao outro estado ou condições sob vário aspecto: social, cultural, cognitivo, lingüístico entre outro {...}" (SOARES, 2006, p.38)
Como mediador podemos pensar que incentivar e difundir a leitura não significa impor certo tipo de texto, mas auxiliar o leitor no exercício da leitura critica. Para que o cidadão no direito a democracia saiba escolher o melhor para seu desenvolvimento cultural, espiritual e nunca aceitar o que lhe convêm.





BIBLIOGRAFIA

GARCEZ, Lúcia Helena do Carmo. A construção Social da leitura. In WWW.proler.bn.br
KLEIMAN, Ângela. Texto e Leitor. Aspecto cognitivo da leitura. Campinas: Pontes, 1989
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Paulo Freire, o menino que lia o mundo: uma história de pessoas, de letras e de palavras. São Paulo. Editora UNESP, 2005
JOSÉ, Elias. Minando o terreno. In CONGRESSO DE LEITURA DO BRASIL, 8, 1991, Campinas
MARTINS, Maria Helena. O que é Leitura. São Paulo: Brasiliense, 1983
POSTMAN, Neli. O desaparecimento da infância. Rio de Janeiro: Gráfica, 1999

Autor: Cilene Paes De Barros


Artigos Relacionados


O Ensino Da Leitura

A Leitura No Contexto Escolar

Resumo Do Texto:"o Leitor Inexperiente" De M. Contente.

Um País Com Sede De Leitura

A Importância Da Leitura

O Papel Da Leitura Como Agente Facilitar No Desenvolvimento Escola.

A FormaÇÃo De Um Bom Leitor