INEXPRESSÃO
E enquanto o ônibus não chega permanecemos lá, ao lado do cachorro com o intestino pra fora, incrível como os mortos vivos não se incomodam com o cão morto com a boca arreganhada e com a merda e o sangue saindo do seu cu. O único ser vivo que vejo tão incomodado quanto eu com o cão morto é justamente outro cão que passa e da uma cheirada e uma lambida na boca aberta do falecido...
E o ônibus finalmente chega, subo, felizmente tem um banco disponível, sento abro um livro já na página 75 e sigo pra cumprir as horas determinadas por sabe lá quem; Mas ainda tenho a imagem do cão na cabeça, amanhã mudarei de ponto.
Autor: Janaina Nunes
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