A terceira idade em tempos de estatuto: o que mudou?
O que mudou¿
Maria Lucia Costa Moura
Resumo: É proposta uma reflexão dos avanços e retrocessos no biopsicossocial do idoso, com a criação do seu estatuto. Tendências apontadas para o aumento da população idosa servem de advertência aos profissionais de saúde visando uma assistência digna para essa população, mediante ações de promoção e prevenção aos agravos á saúde, com o devido respeito, participando da sociedade, e podendo manifestar-se com liberdade e consciência.
Palavras chave: Atendimento ao idoso; Saúde do idoso: Necessidades do idoso.
Abstract: The proposal is a reflection of the advances and setbacks in the elderly biopsychosocial, with the creation of their status. Trends pointed to the increasing elderly population serve as a warning to health professionals seeking dignified care for this population, through health promotion and prevention to health problems, with due respect, participating in society, and can express herself freely and consciousness.
Keywords: Elderly Care, Health of the elderly: Needs of the elderly.
Resumen: Se propone un reflejo de los avances y retrocesos en el biopsicosocial de edad avanzada, con la creación de su estado. Tendencias señaló el aumento de la población mayor servir como una advertencia a los profesionales de la salud que buscan atención digna para esta población, a través de promoción de la salud y la prevención de problemas de salud, con el debido respeto, participación en la sociedad, y puede expresarse libremente y la conciencia
Palabras clave: Atención al Anciano, Salud de los ancianos: las necesidades de las personas mayores.
É certo que o Brasil envelhece rapidamente, e esse processo acelerado dificulta à sociedade, à família, ao próprio individuo e ao Estado uma preparação biopsicossocial no enfrentamento da velhice dignamente, até porque se sabe que não existe estrutura com meios adequados para a garantia da inserção na sociedade, nesta fase da vida. Parecem faltar políticas sociais e providencias necessárias para a sua estabilidade.
A ação de envelhecer faz parte do ciclo biológico da vida, constitui um conjunto de modificações na estrutura funcional do corpo humano levando o indivíduo a uma sucessão sistemática agindo apenas num só sentido, ou seja, a desestruturação orgânica. É um decurso que circunda heranças genéticas, determinantes hereditários como a destruição do meio ambiente, a idade do indivíduo, tipo de alimentação, local de trabalho e hábitos de vida.
Além desses agravantes, existem outras condições dado o contexto social em que o individuo pertence afetando sua saúde e a sua vida. O processo de cuidar da pessoa idosa em família está subordinado à incorporação das ligações para com a própria família, poderem dispor dos próprios bens, em qualquer momento ou situações diferentes talvez até da própria maneira de se relacionar com o idoso.
Cuidar de idosos no contexto da família presume-se variáveis sócio-demográficas. Sabe-se que a sociedade passa por metamorfose nas suas formas de disposição ponderadas na organização familiar, até porque onde a família contemporânea restringe-se cada vez mais a mulher, marido e filhos, excluindo qualquer parentesco. E quem sofre é o idoso que se sente destituído de bens matérias e o afeto da família.
Oliveira¹ declara que no próprio contexto social no qual o idoso é vitima de discriminações, ele passa também a se sentir acuado e, como conseqüência, perde a iniciativa e motivação. Vale ressaltar que o assunto principal que envolve o Estatuto do Idoso é a proteção ao individuo em seu processo de envelhecimento, o amparo e a assistência. Os artigos do Estatuto do Idoso informam e orientam sobre todos os deveres familiares, do governo, das instituições e de cada pessoa para atenção ao apoio e os cuidados do idoso.
Oliveira¹ ressalta também que em referência aos cuidados, a saúde e a qualidade de vida são mutuamente implicadas, pois saúde é dimensão de bem estar, ao mesmo tempo em que qualidade de vida impacta a saúde. O destaque para esta relação é valioso na medida em que a visão de saúde como bem-estar amplamente definido substituiu o conceito de saúde como ausência de doença.
De certa maneira todos os objetivos dos programas dirigidos à saúde dos idosos, dirigem-se para uma saúde de qualidade na vida do. As ações educativas na coletividade são organizadas desde grupos menores ou mesmo de grande evento, o importante é descobrir caminhos para que as ações sejam aprimoradas. As modificações da sociedade que sofreram industrialização causaram alterações nas atividades da família moderna, o que reflete na dinâmica com os idosos.
A mulher, por exemplo, não assume apenas, o cuidar da família e dos pais caso sejam idosos, mas, exerce, de forma proveitosa grande responsabilidade econômica na sociedade. O que se sabe é que um idoso cuida do outro, e na maioria das vezes o próprio cônjuge, que também em tem seus problemas de saúde mais assumem a multiplicidade do trabalho, o que vem acarretar mudanças de sentimentos e atitudes em relação a suas vidas.
Em virtude dessas responsabilidades diárias, percebem que os sintomas dos seus próprios agravos de saúde aumentaram, junto ao stress do cotidiano, a preocupação se esta fazendo certo, baixa auto-estima se esta agradando o outro, se cumpriu seu papel, pois trouxe para si toda a responsabilidade que poderia ser dividia com outra pessoa da casa. Sabe-se que nessa faixa etária costuma se instalar algumas doenças degenerativas e que tanto a família quanto os cuidadores terá que dispor de tempo exclusivo para lidar com uma doença degenerativa, já que exige atenção redobrada.
Mais do que conviver o ato de cuidar é um desafio contínuo para os cuidadores até porque além da responsabilidade para com o idoso, tem que administrar os conflitos familiares que vez ou outra, emerge nas discussões, principalmente quando se torna dependente em quase todos os sentidos. A obliteração mais ou menos acentuada das faculdades sensorial e volitiva do paciente,não faz parte do envelhecimento, é causada por uma condição secundária, que afeta o cérebro
Como se vê a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, aponta a necessidade de profissionais com qualidade e competência para cuidar dessa população. A questão da violência contra pessoas idosas é um problema cada vez mais sério em nossa sociedade. Os idosos têm sido vítimas dos mais diversos tipos de violência que vão desde insultos e espancamentos pelos próprios familiares e cuidadores até os maus tratos sofridos em transportes públicos e instituições públicas e privadas que atendem esta população.
O atendimento a essa faixa etária, deverá ser integral, ou seja como um ser indivisível, não podendo ser analisado em partes até porque partindo da premissa que o mais importante, é entender e interferir na historia natural da doença. Nesse contexto as necessidades emocionais, espirituais, sociais e físicas, dessa população, precisam ser atendidas em todas as suas dimensões., até porque abrangem a questão do envelhecimento.
Almeida² afirma que emerge como preocupação as insuficiências no atendimento às necessidades dos idosos pelo baixo suporte institucional. Para isso sugerem o desenvolvimento de projetos a partir dessas necessidades. Como aporte teórico existe uma perspectiva da educação popular em saúde presente nas ações educativas com os idosos, principalmente inserida no contexto nacional.
Quando nos referimos a contexto nacional, Freire³ comenta que seria realmente, uma violência, como de fato é, que os homens, seres históricos e necessariamente inseridos num movimento de busca, com outros homens, não fossem o sujeito de seu próprio movimento. Já em relação à contribuição desta vertente, Oliveira¹ comenta que o desenvolvimento dos programas para a terceira idade vem alinhar-se às preocupações com os riscos ideológicos da promoção da saúde quando esta é reduzida na prática a uma questão de escolhas individuais.
A real organização das teorias na área da saúde corrobora com a evolução da atenção em nível primário, trazendo um reforço para a ruptura da visão piramidal. Serve de base para a organização das funções nas ações básicas de uma atenção maior na saúde do Idoso na produção do cuidado e em defesa da vida. Esse enfoque norteia-se através de uma concepção de saúde que incorpora as causas sociais e coletivas, destacando a importância da individualidade do idoso e se tornando sujeito de sua própria maneira de viver que resulta as circunstâncias da sua saúde.
É essencial que a organização do sistema de serviços de saúde em seus três níveis, vise à consciência da operacionalização dos princípios ordenadores da atenção primária. contexto capitalista, bombardeado por estigmas neoliberais. Sinaliza-se o crescimento gradual das conexões interpessoais de cunho afetivo, com um entrosamento capaz de garantir qualidade de vida física e psíquica aos idosos.
Uma grande discussão a respeito do efeito de envelhecer, vem reconhecer o embate justamente no avanço de tecnologias de uma sociedade comanditária. Nessa linha de pensamento com um aumento de produção e exacerbada competitividade, acaba por excluir pessoas com idade avançada das ligações com o trabalho e, no entorno das relações sociais de maneira geral.
Resulta daí severa omissão, rejeição e aumento significativo de carências nessa fase da vida; carências essas de ordem física, financeira e emocional. Com esse caminhar observa-se a urgência da adequação desses serviços, o conhecimento do perfil biopsicossocial dessa população atualmente conhecida como melhor idade, só assim o Estado poderá projetar, implementar e avaliar e as políticas de Saúde do Idoso no Brasil.
Em função da afirmativa do IBGE sobre a expectativa de prolongamento de anos de vida da população até 2050, as políticas de Saúde, deverão criar ações para incentivar a população masculina a procurar assistência médica, já que é de conhecimento publico que a maiorias dos homens demonstram alguma resistência, em procurar um médico. E como é de conhecimento geral, cuidar da saúde com alguma peridiocidade, só trará benefícios ao atingir a melhor idade e com uma qualidade de vida e saúde satisfatória.
REFERENCIAS:
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1. OLIVEIRA, R. C. S. Terceira Idade: do repensar dos limites aos sonhos possíveis. Campinas: Papirus, 1999.
2. ALMEIDA M I., SILVA M J., ARAUJO M F M. Grupo Vida: adaptação bem sucedida e envelhecimento feliz. Revista da Associação de Saúde Pública do Piauí 1988. 1(2): 155-162
3. FREIRE P., - Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005
Enfª. Profª. Ms. Maria Lucia Moura- Faculdade de Enfermagem Luiza de Marillac ? (FELM) São Camilo. Rio de Janeiro. [email protected]
Autor: Maria Lucia Moura
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