NEUROINOVAÇÃO
Contudo, algumas pessoas têm chamado a atenção, por se destacarem na criação de produtos, marcas e negócios excepcionalmente rentáveis, fazendo de suas empresas, empresas vencedoras no mercado. Observando tais profissionais, percebeu-se que eles fazem parte de um grupo: o grupo dos inovadores.
Muitos livros têm levantado a questão acerca da inovação, uns chegam a afirmar que qualquer pessoa a qualquer momento pode ser um inovador. Porém comprovadamente, isto não é verdade, pois se assim fosse, provavelmente todas elas estariam ricas e suas empresas estariam no topo do mercado.
A verdade é que apenas 2% das pessoas do mundo fazem parte deste grupo privilegiado de pessoas. Elas são privilegiadas, pois, perceberam que são as inovações que determinam o sucesso de uma empresa no mercado. Elas são o que são, porque fazem o que todo mundo considera que seja impossível ser feito
Os profissionais inovadores, só são inovadores por atenderam a três requisitos: percebem as coisas de forma diferente das demais pessoas; eles têm coragem de fazer o que tem que ser feito; e transformam suas idéias inovadoras em "pragas" sociais que se alastram facilmente.
Até ai tudo bem! Mas falta saber então, como isso funciona na prática para as pessoas? O cérebro de uma pessoa tem um gasto de energia limitado, ou seja, não é por que ele tem que fazer uma nova atividade que ele gastará mais energia por isso, então o cérebro otimiza os resultados de forma bastante eficiente. Em outros termos, a coisa funciona como uma espécie de loteria cerebral, pois diante das muitas informações do ambiente externo o cérebro finalmente escolherá a informação a ser percebida, ou seja, a probabilidade de ocorrência de uma percepção depende de informações vindas do exterior.
Mas também, a percepção depende da herança genética das pessoas assim como de sua experiência de vida, estes fatores ajudam o cérebro a escolher e formar a percepção. No caso dos inovadores, eles percebem de forma diferente, vendo coisas que não podem ser vistas por pessoas comuns (pelo menos de forma voluntária). Definitivamente, esta é uma vantagem considerável na hora de criar um produto campeão de vendas no mercado.
O segundo fator de sucesso de um inovador é a sua capacidade de fazer aquilo que tem que ser feito. Uma pessoa inovadora tem diante de si um grande desafio, que é o de enfrentar seus próprios "demônios", ou seja, seus medos.
Fisiologicamente, o medo se localiza em uma região do cérebro chamada "amígdala", que por sua vez tem conexões diretas com o sistema de excitação do cérebro (o hipocampo). Quando uma pessoa é exposta a uma situação de decisão, a relação entre a amígdala e o hipocampo gera os sintomas do estresse derivados do medo. No entanto estes sinais são apenas indicadores de um sentimento deletério a obtenção do sucesso, pois ocorre um efeito paralisante, o que impede a maioria das pessoas de tomarem decisões acertadas.
Os inovadores têm o poder de controlar o medo e por isso não temem pelo fracasso de suas idéias perante a sociedade, eles não ficam paralisados diante do perigo eminente do ridículo, do preconceito, e até mesmo do perigo físico.
Depois, perceber o mundo de forma diferente e de fazer aquilo que tem que ser feito, o inovador faz com que a suas idéias se propague na sociedade, criando verdadeiras manias entre os consumidores. Isto pode ser feito por meio da inteligência social, que pode ser resumida na capacidade de fazer com que determinada idéia se fixe na mente das pessoas.
De forma prática e pontual, trata-se de fazer o consumidor perceber o produto como uma reprodução dele mesmo, ou seja, por meio da personificação do produto, despertando o amor próprio do consumidor pelo produto ou idéia em questão.
Existem duas maneiras de vendar e espalhar uma idéia por ai, a primeira se refere à alusão a coisas novas, que serve muito bem para os adolescentes com cérebro ainda em formação (que buscam por exclusividade). Em segundo, existe a possibilidade de propagar uma idéia por meio da familiarização, esta tática funciona de forma eficaz em pessoas adultas com o cérebro já formado. Evidentemente que os padrões culturais influem neste contexto, porém somente até certo ponto, pois os fatores fisiológicos da evolução do cérebro são fortes o bastante para tomarem conta da ação dos indivíduos diante destes estímulos ao seu inconsciente.
Este artigo não vai terminar de forma habitual com conclusões a respeito do assunto. Naturalmente, diante de tanta informação alguns questionamentos surgem pertinentes ao momento, por exemplo: Então, se eu não faço tudo isso, nunca poderei ser um inovador? Eu posso me tornar um inovador de valor? O que faço para me tornar um inovador? Estas e outras perguntas serão respondidas propositalmente na segunda parte deste artigo. Pois agora, é melhor que se faça uma intensa reflexão a respeito do que foi exposto, para que se tome consciência dos motivos que levam alguém a ser um inovador. Afinal, ser um inovador significa por vezes estar sozinho, ser taxado de maluco, inconveniente, sonhador, fútil etc. Portanto, antes de continuar, pondere as vantagens e desvantagens de entrar neste campo do conhecimento, pois ele é um caminho sem volta, a partir do momento em que o leitor conhecer a verdade sobre o sucesso empresarial e profissional, certamente passará a ver o mundo de forma diferente.
Continua...
Autor: José Chavaglia Neto
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