Discurso



O nosso encontro na primeira aula foi marcante; tudo era novo, em meio a está atmosfera havia olhares tímidos, cautelosos, ansiosos, indecisos e indagativos, mas, sobretudo dispostos a conhecerem e a descobrirem o mundo que se abria diante de nós através de um curso inovador e que transformaria as nossas vidas.
Aos poucos, a timidez dissipou-se e deu lugar ao entrosamento do grupo. A cautela escondeu-se para que a amizade pudesse aflorar constantemente. A ansiedade tão comum nos novos desafios cede-se e a confiança vigorou com longas raízes. A indecisão que por vezes nos acompanhou no inicio do curso universitário, fez com que alguns desistissem já nos primeiros dias. Nós que aqui estamos hoje somos considerados aptos a exercer a tarefa que a nós foi confiada. Mas para que chegássemos aqui foi necessário muito aprendizado. Aprendizado que foi possível graças às indagações que deu lugar a esperança que nos transformou em profissionais capacitados.
Durante os anos de estudo e pesquisa entramos em contato com as teorias de Focault, Marx, Weber, Braudel, Durkhein, Laraia, Piaget, Michelet, e tantos outros. Assim, compreendemos que as teorias apresentadas por esses estudiosos são de extrema importância para a construção historiográfica. Mas, acima de tudo nos fez conscientes dos processos históricos, promovendo um estudo complexo das particularidades da história que se dividem em memória, espaço, tempo, conceitos, religião, economia, cultura, passado, oralidade, documentos, presente e sociedade.
Desta forma, nós historiadores além de dominar as áreas de conhecimento comum ao curso devemos estar conscientes de nossas responsabilidades sociais enquanto educadores e contribuidores para a construção de uma sociedade mais justa, autônoma e capaz de falar por si própria. Devemos entender que o nosso material de trabalho é o ser humano. Assim, teoria, prática e responsabilidade devem nortear o processo de ensino-aprendizagem.
E, nós precisamos ainda ter convicção de que ensinar e aprende é uma via de mão dupla, como sabiamente diz a nossa poetiza goiana Cora Coralina:
"Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina". Pois todos nós somos aprendizes, fazedores e eternos professores.
Se eu tivesse o dom da rima, ou se fosso trovador eu traduziria à alegria, a dor, a tristeza, a mentira e a verdade que vivenciamos durantes estes quatro anos.
Nossa jornada era longa e difícil. Cumpri - lá com sucesso foi possível graças alegria de Catiamar, a descontração de Raquel e as risadas gostosas de Merian. Quando alguém se mostrava desanimado mirávamos logo em seu Cláudio que venceu todos os limites da existência, em Lorena e Teodora que mesmo após o nascimento dos filhos permaneceram e se apoiaram nos ombros de Zaine e Dinamar. Nesses momentos, ainda podíamos contar com Sebastião, Cleiton, Gabriela, Márcia, Gilton, Heber e Hellen. Nos desafios encontrados, a inteligência de Daiane era fundamental, a criatividade de Lilian genial. Para as questões pessoais que eram muitas e diversas tínhamos a amabilidade de Zilda e Paulo, a meiguice de Alda e Riuston e o otimismo de Angra e Roselison que nos contagiava. Se o momento era de reflexão a sensibilidade de Núbia e Fabiana aflora, Thaísa e Juliana agradavelmente opinavam Vanuza e Denis generosamente compartilhavam suas experiências, Raimunda e Werllen atenciosamente ouviam e aos poucos o grupo chegava a um consenso. Dhiogo tinha lugar cativo para espantar o tédio quando esse ousava se apresentar diante de uma turma tão animada e disposta a chegar aqui, neste momento de coroação.
Se eu pudesse deixar algum presente á vocês, deixaria o acesso ao sentimento de amor à vida, a consciência de aprender tudo que nos foi passado ao longo do tempo. Lembraria dos erros que foram cometidos, com intuito de não se repetirem. Deixaria a capacidade de escolher novos rumos, o respeito e tudo mais que faltasse a cada um de vocês. Pois além do pão, do trabalho e da vida eu deixaria um segredo: o de buscar no interior de si próprio o respeito e a força para romper com os limites de uma existência.
Afinal foi um privilégio conviver com vocês durante esse período e a nostalgia desse tempo estará sempre comigo. Sucesso e felicidades a todos vocês. Um Abraço na alma e beijos no coração.


Autor: Dhiogo José Caetano


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