30 dias de chuva_ Dia 1



Como pode o mundo continuar existindo se ele não está mais aqui.
Isso é o que eu me pergunto a cada minuto que passa desde que eu soube que ele morreu.
Chove lá fora.
A moça da previsão do tempo não consegue encontrar uma razão para isso, pelo menos não uma que me convença.
Hoje de manhã o sol brilhava soberano.
A tarde foi o enterro do Rafael, e foi quando começou a chover.
Em minha opinião chove porque o Rafael morreu, e não era um Rafael qualquer, era meu Rafael.
Deixei meu corpo cair pesadamente sobre a cama e chorei. Chorei com a mesma fúria que a chuva usava para acertar minha janela. Chorei até o sono me dominar.
O sonho com o Rafael começou suave. Ele estava sentado no meu sofá, assistindo TV. Eu me aproximei e ele sorriu. Sorriu aquele sorriso que só ele sabia sorrir. E eu comecei a chorar. No sonho! Será que nem em sonho o Rafael pode viver?
Ele me abraçou:
_Calma...
_Como você me pede para ter calma! Você morreu!
_Eu sei.
_Não! Não pode ser verdade!
_Mas é...
_Para de dizer isso! Por que você não mente para mim? Por que não volta para mim?
_Eu nunca vou te deixar. Eu estou do seu lado, sempre.
_Mentira!
_Eu não mentiria para você. Eu vou provar...
E dizendo isso o sonho se desfez.
Pouco tempo depois um trovão me acordou. E por um segundo. Sob a luz do relâmpago eu pensei ter visto o Rafael.

Autor: Viviane De Sousa Furtado


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