Identificação e Carecterização das principais pragas que prejudicam a cultura do alho (Allium sativum)





INTRODUÇÃO

A nível mundial a cultura do alho tem um papel destacado na alimentação humana, pois são fontes fornecedoras de energia e, muito especialmente, de vitaminas. No entanto a actual situação alimentar que atravessa a humanidade, constantemente assinalada por algumas organizações e instituições internacionais, é insuficiente e só tem solução com profundas mudanças sociais e com um uso racional dos recursos naturais.
O incremento em grande escala do produto agrícola requer um aumento crescente da produção por unidade da área, o qual exige o uso de variedades mais produtivas, a introdução de técnicas culturais mais modernas (sementeira, cuidados culturais e colheita), a intensificação da mecanização no processo agrícola, o aumento das áreas regáveis, a fertilização química e de maneira muito especial, quando se trata de culturas hortícolas, da sua protecção mediante modernos e variados métodos de luta, contra as pragas e doenças. A bibliografia é fértil em dados sobre estragos na cultura agrícola e actualmente refere-se a perdas mundiais na colheita, entre 30 e 40%, causado pelo emprego inadequado destes métodos.
No actual desenvolvimento tecno-cientifico e em particular no alcançado pela fitossanidade é necessário invariavelmente para a sua adequada aplicação, uma rigorosa informação técnica sobre o espectro fitopatológico das culturas, a variabilidade das populações fitopatogenicas, a bio-ecologia dos parasitas, a variação genética dos hospedeiros e o período de maior incidência e estragos.
Por tal motivo, inventariar pragas num pais em desenvolvimento agrícola, como Angola, é de singular importância, porquanto constitui o ponto de partida para o estudo dos problemas relativos a sua defesa fitossanitária.
Nesta conformidade, por sugestão do director do Estagio, seleccionamos para a elaboração do Relatório Final de curso o estudo de principais pragas que prejudicam a cultura do alho, cujo objectivo fundamental é dar uma modesta contribuição a tão importante problema, e alem disso chamar a atenção sobre a necessidade da continuação do estudo sobre a inventariação e, iniciar a partir dele, num futuro próximo, outros trabalhos que permitam inferir sobre os meios de luta mais eficientes e aconselháveis nas condições ecológicas de Angola.






TEMA: Identificação e Caracterização das Principais Pragas que prejudicam a cultura do alho ( var. branca comum ),
PROBLEMA: As pragas apresentam grande influência na produtividade da cultura do alho,
HIPOTESES: A inventariação das pragas num Pais em desenvolvimento agrícola, como Angola constitui o ponto de partida para o estudo dos problemas relativos ao seu controlo fitossanitário,
OBJECTIVOS GERAIS: Dar uma modesta contribuição a tão importante problema, e além disso chamar atenção sobre a necessidade da continuidade do estudo sobre a inventariação,
OBJETIVOS ESPECIFICOS:
? Identificar as pragas na cultura do alho
? Comparar o grau de afectação
? Caracterizar as pragas na cultura do alho
JUSTIFICAÇÃO
Tendo em conta que o alho é muito usado, e que a sua procura vai crescendo cada vez mais, pela importância que o mesmo tem para o equilíbrio da dieta alimentar das populações, tendo em conta que ele é fonte abundantes de vitaminas, e muito rico em proteínas, açúcar e matéria graxa, e pela importância que o mesmo tem para as indústrias alimentares.
Sabendo que as variedades que actualmente são cultivadas pelos Agricultores e camponeses no nosso país, a maior parte das mesmas são de baixa produtividade, que dificilmente se consegue atender a demanda, e por outro lado o agricultor obtêm pouco rendimento em função dos In Put e factores bióticos como pragas envolvidos durante a campanha, surge, portanto, a necessidade de identificar e caracterizar as principais pragas que prejudicam a variedade Branca Comum, as nossas condições ambientais, visto que é uma variedade de alta produtividade.
Também como já anteriormente se disse que é uma cultura muito praticada, e que a maioria dos agricultores não sabem onde obter sementes de boa variedade e sãs, recorrendo, portanto, a sementes importadas correndo todos os riscos já antes descritos e muitas vezes sementes velhas, diminuindo o poder germinativo. Identificar, caracterizar e partir para os métodos de controlo fitossanitário mais eficiente vai de que maneira melhorar a vida não só dos produtores como também dos consumidores em geral.




I. REVISÃO BIBLIOGRAFICA
? INTRODUÇAO
O ramo agrário reveste-se de importância socio-económica de grande relevo, tendo sido definido como base do desenvolvimento do nosso Pais. O progresso deste, por consequência, encontra-se intimamente dependente da agricultura e da pecuária, também subordinada a produção vegetal.
As produções unitárias medias da agricultura tem sido baixas, comparadas aos valores obtidos noutros países da região Austral do Continente Africano, pois ainda é difícil encontrar a solução para os diversos factores que as afectam, como sejam: o pessoal qualificado, e não só, as sementes, os fertilizantes, as pragas, as doenças, as infestantes, os pesticidas, etc. Este trabalho refere-se, em particular as pragas que prejudicam a cultura do alho, cujo estudo e utilização racional dos recursos naturais constituiriam um meio indispensável ao progresso da nossa agricultura, diminuindo os prejuízos inerentes a esses factores e a outros a que ela está condicionada.
As pragas constituíram, desde os primórdios da agricultura ate aos nossos dias, preocupação do Homem visto serem responsáveis pela redução das produções das culturas, hoje agravada pelo impressionante aumento demográfico mundial e, portanto, pela constante procura de alimentos.
As pragas provocam prejuízos sob diversas formas: nos campos cultivados é necessário investir - se um elevado numero de horas em operações culturais para a sua contenção ou erradicação.
Somente nos Estados Unidos, as perdas provocadas pelas pragas foram estimadas em 5 mil milhões de dólares, valor que só é superado por perdas causadas pela erosão do solo naquele Pais. Por outro lado, calcula-se que 16% do valor das colheitas se devem as operações culturais. A metade do trabalho necessário deve-se as pragas presentes e, portanto, em cada hectare de terra cultivada perdem-se, só em tempo, 8% do valor da produção (Faz & Cossio, 1983).
No nosso Pais, não tem sido poucos os esforços no sentido de se colocar a Agricultura num nível em que possa satisfazer as necessidades alimentares das populações. Nesse contexto, a inventariação e estudo das pragas surge como mais um esforço necessário, imperioso até, visto poder fornecer elementos de base indispensáveis ao emprego criterioso de técnicas culturais que conduzam ao aumento, por unidade de superfície, das produções agrícolas, particularmente o uso de pesticidas que se justifica nas grandes extensões de terras cultivadas devido á escassez de mão de obra resultante do êxodo rural e a morosidade da monda e/ ou sacha manual, mais acentuada em grandes áreas.

O trabalho de inventariação e estudo das principais pragas nas principais culturas de Angola, constitui um ponto de partida para futuros trabalhos do género noutras culturas. A materialização desses trabalhos permitir-nos-ia pensar na elaboração de uma lista das pragas mais problemáticas da nossa agricultura, bem como no guia com soluções, fundamentadas em experiências adquiridas para cada caso de infestação, a ser fornecida ao agricultor Angolano. Pensamos que, o alargamento da colaboração internacional com outros países de agricultura mais avançada, particularmente, os da nossa zona de desenvolvimento (SADCC) com a consequente discussão da experiência acumulada nesses países, sejam um meio valioso para, mais cedo, darmos a Agricultura Angolana esse singelo contributo.
São vários os métodos utilizados na Identificação e caracterização das principais pragas que prejudicam a cultura do alho.
Entre elas indicam-se: a pesagem e medição, a contagem, a media, percentagem de cobertura do solo das plantas prejudicadas, o registo directo, a Identificação e caracterização descritiva, e Bibliografia consultada etc.























1.2- ORIGEM DA CULTURA
Espécies pertencentes ao género Allium são encontradas em uma ampla gama de altitudes e latitudes que incluem desde o círculo polar Artico ate o continente Europeu, Ásia, América do Norte e Africa (Boiteux & Melo, 2004). No entanto, em contraste com a maioria das plantas cultivadas, o Centro exacto de origem da espécie A. Sativum ainda permanece obscuro, (Boiteux & Melo, 2004).
Tal como a cebola, o alho tem como centro de origem as regiões montanhosas da Ásia Central, onde cresce Espontâneo o A. Longicuspis, considerado o antepassado silvestre do alho cultivado (Almeida, 2006). Foi cultivado na Ásia (Índia, Mesopotâmia) e no Egipto há mais de 3000 anos, (Almeida, 2006).
Ao final do século XV os Espanhóis introduziram o alho no continente americano (Infoagro, 2003), no Brasil, o alho chegou com os portugueses, na época do descobrimento (Vilela et all, 2004). No Antigo Egipto era consumido pelas classes populares, mas seria considerado pela Aristocracia um alimento grosseiro e impuro (Almeida, 2006). A semelhança da cebola, foi um importante alimento na dieta dos construtores das pirâmides de Giza (Almeida, 2006). O Alho manteve-se como alimento, condimento e produto medicinal popular na região mediterrânica e na Ásia (Almeida 2006).















1.3 ? TAXINOMIA BOTANICA
A classificação do alho dentro da espécie Allium sativum L. esta perfeitamente estabelecida desde o primeiro tratamento taxinómico a dotado por Carl Van Lineu no seu livro Species Plantarum (1753) (Boiteux & Melo, 2004). No entanto, o posicionamento correcto do género Allium tem sido motivo de controvérsia, sendo algumas vezes classificado dentro da família Liliaceae ou da Amaryllidaceae (classe Monocotyledones, ordem Asparagales), conforme a ênfase em determinadas características morfológicas, fisiológica e bioquímicas (Boiteux & Melo, 2004). Mais recentemente, a combinação de dados morfológicos e moleculares tem reforçado a ideia de que as cerca de 750 espécies do género allium pertencem, de facto, a uma família monofiletica- Alliaceae- que é distinta, mas estreitamente relacionada com a família Amaryllidaceae (Boiteux & Melo, 2004).
O alho (Allium sativum) pertence ao mesmo género da cebola, mas é colocado num subgénero distinto, onde também esta incluído o alho-frances (Almeida 2006).
No presente trabalho, a classificação a dotada é:
? -Subdivisão: Angiospermae,
? -Classe: Monocotiledoneae,
? -Subclasse: Liliidae,
? -Ordem: Liliales,
? -Família: Aliaceae,
? ºTribo: Allieae,
? -Género: Allium,
? ºSub-genero: Allium,
? ºSecção: Allium,
? -Espécies: Alluim sativum L.
? (º) - Almeida, 2006; (-) ? Kiill et all, 2007.
Este género vegetal inclui, alem do alho, varias outras espécies de hortaliças de importância económica tais como a cebola (A. cepa L.), a cebolinha (A. Fistulosum L.), o alho-porro (A. Ampeloprasum L. var. porrum (L.) J. Gay), o rakkyo (A. Chinense G.Don.), chive (A. Schoenoprasum L.), bem como diversas espécies ornamentais (Boiteux & Melo, 2004).

1.4- DESCRIÇÃO BOTANICA DE TODOS ORGÃOS
Em geral, as cultivares de alho (Allium sativum L.) são agamicas, não produzindo sementes botânicas viáveis (Torres et all, 2001). Por isso, sua propagação é feita mediante o uso de bolbilhos que se formam anualmente em seu bolbo, (Torres et all, 2001).
As bainhas foliares, nas quais as folhas se inserem projectam-se acima da superfície do solo e formam uma estrutura firme comummente chamada de caule, mas que na realidade é um pseudocaule (Kiill et all, 2007). O caule verdadeiro está localizado abaixo da superfície do solo e é composto por um disco achatado, situado na extremidade inferior do bolbo que emite raízes fasciculadas pouco ramificadas com maior concentração nos primeiros 30 cm do solo, mas que podem alcançar 60 cm de profundidade (Kiill et all, 2007). De forma geral, as raízes raramente alcançam 25 cm de profundidade, sendo que lateralmente não superam a 15 cm (Kiill et all, 2007).
- Planta: o alho é uma planta bulbosa, vivaz e rústica (anual em cultura) (InfoAgro, 2003).
- Sistema radicular: o sistema radicular do alho é fasciculado, pouco ramificado e superficial (Almeida, 2006).
Raiz bulbosa, composta de 6 a 12 bulbilhos (dentes de alho), reunidos em sua base por meio de uma película delgada, formando o que se conhece como * cabeça de alho * (InfoAgro, 2003). Cada bulbilho se encontra envolto por uma túnica branca, as vezes algo roxo, membranosa, transparente e muito delgada, semelhante as que cobrem todo o bolbo (InfoAgro, 2003). Da parte superior do bolbo nascem as partes fibrosas, que se introduzem na terra para alimentar e anclar a planta (infoAgro, 2003).
As plantas apresentam um caule em forma de disco cónico e achatado, onde se inserem as folhas (Almeida, 2006); O bolbo do alho é formado por um conjunto de gemas axilares em relação as folhas jovens que se formam na parte central da planta (Almeida, 2006). São estas gemas que irão constituir os dentes do alho (Almeida, 2006).
- Tallos: são fortes, de crescimento determinado quando se trata de tallos rasteiros que dão a planta um porte aberto, ou de crescimento indeterminado quando são erguidos e erectos, podendo alcançar ate 2-3 metros de altura (InfoAgro, 2003). Dependendo do marco de plantação, se podem deixar de 2 a 4 tallos por planta (InfoAgro, 2003). Os tallos secundários brotam das axilas das folhas, (infoAgro, 2003).
- Folhas: são radicales, largas, alternas, comprimidas e sem nervos aparentes, (infoAgro, 2003). A planta apresenta folhas constituídas por um limbo plano, de nervação paralelinervea, e pela bainha (Almeida, 2006). Ao contrário da cebola e do alho-frances, as bainhas das folhas do alho não acumulam substâncias de reservas (Almeida, 2006).



- Tallo: asoma pelo centro das folhas. És hueco, muito rollizo e lampino e cresce desde 40 cm a mas de 55, terminando pelas flores, (infoAgro, 2003).
O habito de vegetação é erecto, com altura inferior a 1 m, (Almeida, 2006).
- Flores: as flores se encontram contidas numa espata membranosa que se abre longitudinalmente no momento da floração e permanece marchita debaixo das flores, (infoAgro, 2003). Se agrupam em umbelas (InfoAgro, 2003). Cada flor apresenta 6 pétalas brancas, 6 estambres e 1 pistilo, (infoAgro, 2003).
Aunque se tem identificado clones férteis, as baixas percentagens de germinação das sementes e as plantulas de baixo vigor fazem que alho seja definido como um apomictico obligado, termo que se refere a sua capacidade para produzir embriões sem existir fecundação prévia, (infoagro, 2003).
O alho dificilmente floresce, nalgumas variedades, num escapo produzem-se, a certa altura, vários bolbos pequenos que podem ser utilizados para a reprodução, (Cara, 1991).
A maioria dos clones não floresce em condições normais de cultura (Almeida, 2006); os que florescem originam bolbilhos na inflorescencia (Almeida, 2006). O alho não da semente, sendo propagado exclusivamente por via vegetativa (Almeida, 2006).


- InfoAgro (2003); - InfoAgro (2003);






1.4.1- IMPORTANCIA ECONOMICA E DESTRIBUIÇÃO GEOGRAFICA
A cultura do alho permaneceu estacionaria por muito tempo e, longe de ser uma actividade economicamente organizada, primava pelo seu carácter de subsistência (Garcia et all, 1984). As safras eram irregulares e o nível tecnológico muito baixo (Garcia et all, 1984). Na última década, todavia, com o aumento do consumo «in natura» e industrial, os governos passaram a despreender grandes somas de divisas na sua importação (Garcia et all, 1984). Houve necessidade, então, de mobilizar as entidades envolvidas no sector primário, de modo que os agricultores fossem estimulados a expandir a cultura de forma racional (Garcia et all, 1984). Os primeiros resultados já se fazem sentir, mas é preciso melhorar ainda mais os sistemas de produção, de armazenamento e de comercialização, de maneira a se atingir a auto-suficiência no abastecimento (Garcia et all, 1984).
A produção mundial de alho apresentou um aumento de 653.000 t no período de 1969/78, ou seja, de 1.458.000 t, sendo que a produtividade esteve entre 5,3 e 6,3 t/há (Garcia et all, 1984).
O alho ademais de ser um condimento indispensável na cozinha popular, constitui a base de determinadas especialidades culinárias, que cada dia tem mais adeptos, InfoAgro (2003).
No alho se aproveita fundamentalmente as seguintes formas (InfoAgro, 2003):
? Consumo de bolbos semisecos ou secos
? Consumo em forma de alho desidratado
? Consumo em verde (ajetes)
? Outros usos (encurtidos, ornamentais, etc.).
Ainda segundo a InfoAgro (2003), a nível mundial há um incremento tanto em superfície como em produção, derivada da divulgação das excelentes qualidades do alho para a saude.
Os dentes de alho são consumidos como tempero e também utilizados pelas suas propriedades medicinais, Almeida (2006). O alho comercializa-se fresco ou desidratado e consome-se normalmente cozinhado (Almeida, 2006). As formulações terapêuticas encontram-se normalmente sob a forma de cápsulas ou comprimidos feitos a partir de alho liofilizados ou extractos (Almeida, 2006).
Do ponto de vista nutritivo, o alho é pobre em calorias e relativamente rico em proteína (Almeida, 2006). Acumula fructosanas (75%) e possui vitaminas do grupo B e vitamina C (Quadro z) (Almeida, 2006).






Quadro z. Composição media do alho. Valores expressos por 100 g de parte comestível.
Agua (%)-----------59 Vitamina A (UI)?0,0 Potássio (mg)---401
Energia (Kcal)-----149 Tiamina (mg)--0,20 Cálcio (mg)---181
Proteína (%)-------6,4 Riboflavina (mg)--0,11 Fósforo (mg)---153
Gordura (%)-------0,5 Niacina (mg)--0,70 Magnésio (mg)---25
Hidratos de carbono (%)-33,1 Acido ascórbico (mg)?31,2 Sódio (mg)---17
Fibra (%)------------------2,1 Vitamina B6 (mg)--1,24 Ferro (mg)---1,7
Fonte: USDA (2005)
Os benefícios nutraceuticos do alho derivam de compostos de enxofre (Almeida, 2006).
Quando a compartimentação é quebrada por esmagamento ou mastigação, as aliinas (sulfoxidos de alquilcisteina) são convertidas em alicina e sulfuretos hidrossoluveis por acção da enzima aliinase (Almeida, 2006). A alicina e os sulfuretos são compostos voláteis pelo odor característicos e pelas propriedades terapêuticas do alho (Almeida, 2006).
Os efeitos do alho na prevenção de doenças cardiovasculares estão bem demonstrados (Almeida, 2006). O alho evita a agregação das plaquetas sanguíneas, reduzindo o risco de aterosclerose e de ataque cardíaco (Almeida, 2006). Possui efeitos hipoglicemiantes (Almeida, 2006).
Ajuda a reduzir a tensão arterial pelo efeito vasodilatador e diminui os níveis de colesterol LDL e aumenta os níveis de colesterol HDL, o que é benéfico para a saúde (Almeida, 2006). A aliicina possui propriedades antioxidantes (Almeida, 2006). O alho possui ainda propriedades anti-septicas e ajuda a prevenir cancros do aparelho digestivo (Almeida, 2006). Os compostos voláteis do alho são eliminados principalmente pela pele e pelos pulmões, o que, de alguma forma, limita o aumento do consumo de alho (Almeida, 2006).
A produção mundial de alho é de cerca de ¼ da produção mundial de cebola seca Almeida (2006). Na Ásia concentra-se cerca de 83% da produção mundial (Quadro w ) almeida 2006. Só a China, o maior produtor mundial, é responsável por 68% da produção total (Almeida, 2006). A Europa contribui com cerca de 7% da produção mundial, sendo a Espanha, a Bulgária, a França e a Itália os principais países produtores de alho neste continente (Almeida, 2006).
Quadro w, A cultura do alho no Mundo, em 2003
Regiões e países Área (x 1000 t) Produção (x 1000 t) Produtividade (t.ha)
Mundo 1139,1 13630,3 12,0
Europa 124,3 754,3 6,1
Ásia 910,8 11770,5 12,9
América do Norte e Central 25,9 377,3 14,6
América do Sul 44,6 349,9 7,8
Africa 33,3 376,8 11,3
Oceânia 0,3 1,5 5,3
Principais países produtores
China 632,4 10078,4 15,9
Índia 120,0 500,0 4,2
Corea do Sul 33,1 378,8 11,4
Estados Unidos da América 14,2 283,1 20,0
Rússia 29,6 218,8 7,4
Egipto 9,3 216,0 23,2
Espanha 23,5 188,9 8,0
Argentina 14,5 127,0 8,8
Brasil 14,9 122,1 8,2
Turquia 15,0 117,0 7,8
Outros 232,6 1400,1 6,0
Fonte: FAOSTAT (2005)

A globalização da economia mundial e a formação do Merco sul interferiram significativamente no mercado de hortaliças, sobretudo o do alho (Resende & Costa, 2007). As tendências das produções na Argentina e no Brasil evidenciam um mercado competitivo do qual continuarão participando somente os países que tiveram vantagens comparativas e fizerem reconversão nos sectores produtivos (Resende & Costa, 2007).
Outros países, como a Índia, Rússia e Paquistão, se destacam entre os maiores produtores mundiais, com áreas acima de 100 mil hectares (FAO, 2004). O Brasil situa-se como o nono maior produtor mundial, com uma área de 57,03 mil há e uma produção de 1,12 milhão de toneladas, o que proporcionou uma produtividade media de 19,7 t/há . em termos de produtividade, entre os países que apresentam as maiores áreas de plantio, sobressaem os Estados Unidos, com maior produtividade media (54,41 t/ha), seguido do Irão, China, Turquia, Brasil e Paquistão (Resende & Costa, 2007).






1.5- AGRO-ECOLOGIA
O alho é propagado vegetativamente desde há milhares de anos, Almeida (2006).
No entanto, existe um elevado grau de diversidade fenotipica na espécie (Almeida, 2006).
As cultivares de alho, ou, mais propriamente, os ecotipos clonais podem ser classificados de
acordo com diversos critérios (Almeida, 2006). Uma classificação simples e muito divulgada
distingue três grupos de cultivares, com base na coloração das tunicas: (I) alho branco, (II)
alho rosa e (III) alho roxo (Almeida, 2006).
Uma classificação francesa propõe seis grupos de cultivares, com base na distribuição geográfica e em caracteres morfológicos e fisiológicos (Almeida, 2006):
1. Grupo I: cultivares mediterrânicas ou da Europa do Sul, que formam escapo floral com pequenos bolbilhos, bolbos de calibre médio e bem estruturados, dentes de túnicas rosas ou vermelhas.
2. Grupo II: cultivares da Europa do Norte, com uma zona da adaptação ao fotoperiodo entre os pararelos 40º e 51ºN, sem escapo floral, bolbos de calibre médio, dentes brancos ou rosados, dormência prolongada e bom poder de conservação.
3. Grupo III: cultivares mediterrânicas ouu do Sul da Europa, com uma zona da adaptação óptima entre as latitudes 36º e 45ºN, sem escapo floral, bolbos de calibre médio, dentes brancos ou rosados, dormência prolongada e bom poder de conservação.
4. Grupo IV: cultivares do Leste da Europa com escapo floral e elevadas exigências em frio.
5. Gruppo V: cultivares tropicais de baixa altitude.
6. Grupo VI: cultivares tropicais de altitude.
Os tipos de alho cultivados são normalmente seleccionados na região de cultivo (Almeida, 2006). Os criterios de distinção das variedades de alho são (Almeida, 2006):
1. Morfológicos: tamanho do bolbo, numero e tamanho dos dentes, cor das túnicas externas, características da folhagem.
2. Características fisiológicas e ecológicas: floração e maturação dos bolbos, exigências de vernalizzação, fotoperiodo critico parra a formação do bolbo e duração da dormência.










1.5.1- Desenvolvimento e condições ambientais
Fases do desenvolvimento
Concideram-se as seguintes fases do desenvolvimento da cultura Almeida (2006):
1. Quebra da dormência e abrolhamento dos bolbilhos;
2. Produção de folhas;
3. Formação do bolbo;
Nalguns ecotipos, para alem das fases referidas, ocorre ainda uma fase de floração (Almeida, 2006).
1. Quebra da dormência e abrolhamento dos bolbilhos
A duração do período de dormência dos bolbilhos maturos depende do ecotipo e da temperatura de ar, armazenamento (Almeida, 2006). Tacto as temperaturas baixas,da ordem de 0ºC, como temperaturas superiores a 18ºC prolongam o período de dormência (Almeida, 2006).
Após a quebra da dormência só se pode evitar o crescimento das folhas se as temperaturas forem inferiores a -3ºC (Almeida, 2006). A temperatura mais favorável para a quebra da dormência é, na maior parte dos ecotipos, de 7 a 7,5ºC (Almeida, 2006). O armazenamento pré-plantação dos propagulos a temperaturas de 0 a 5ºC favorece a precocidade da formação do bolbo (Almeida, 2006). O tempo necessário a emergência depende da temperatura no campo, mas para cada clone o somatório de temperaturas (com To=4,4ºC) para a emergência depende apenas da temperatura e da duração do periodo que os propagulos estiveram armazenados antes da plantação (Almeida, 2006). O tempo que medeia entre a plantação e a emergência é tanto mais curto quanto maior tiver sido o período de armazenamento dos bolbilhos (Almeida, 2006).

2. Produção de folhas
A fase de produção de folhas vai desde a emergência até ao início da formação do bolbo e tem uma duração media de 60 a 100 dias (Almeida, 2006). Nesta fase, as plantas necessitam de um determinado número de horas de frio, com temperatura de 5 a 10ºC, para o bom desenvolvimento das gemas axilares (Almeida, 2006). A taxa de produção de folhas depende da temperatura (Almeida, 2006). E necessario que a planta acumule 100 a 130ºC (To= 0ºC) para produzir uma nova folha (Almeida, 2006). As folhas crescem muito lentamente em altura durante esta fase, atingido cerca de 20 cm por volta de finais de Março (Almeida, 2006). Durante o mês de Abril, quando se atinge o fotoperiodo critico para a formação do bolbo em diversos clones, dá-se um rápido alongamento das folhas, que atingem uma altura máxima de cerca de 70 a 80 cm no mês de Maio (Almeida, 2006).


3. Formação do bolbo
O processo de formação do bolbo consiste na hipertrofia das gemas axilares e na degeneração da bainha das folhas para formar as túnicas protectoras (Almeida, 2006). Para que esta fase ocorra é necessário que a planta tenha sofrido a vernalização na fase anterior e se encontre num regime de fotoperiodo longo (11 a 15 horas) com temperaturas medias de 18 a 20ºC (Almeida, 2006).
O alho é uma cultura de estação fresca que prefere regiões de temperaturas moderadas, tanto no verão como no Inverno (Almeida 2006). Temperaturas nocturnas inferiores a 16ºc são favoráveis ao desenvolvimento da folhagem (Almeida, 2006). Condições estáveis muito quentes e secas não são favoráveis à formação dos bolbos, mas a cultura beneficia de um período seco na fase de maturação dos bolbos (Almeida, 2006). A temperatura óptima para a formação do bolbo situa-se entre 25 e 30ºC (Almeida, 2006). As temperaturas baixas podem induzir o brolhamento precoce dos dentes já formados (Almeida, 2006).
Temperaturas cardinais para a cultura do alho
Parâmetros Temperatura (ºC)
Temperatura letal mínima -5
Emergência da raiz (óptima) 15
Vegetação
Mínima 0-5
Óptima 20
Máximo 40

A cultura do alho prefere solos ligeiros e bem drenados, com uma profundidade efectiva superior a 45 cm (Almeida 2006). Os valores óptimos de PH variam entre 6 e 7, mas a cultura tolera valores de PH até 5,5 (Almeida 2006). A tolerância á salinidade é elevada (Almeida, 2006).
- Segundo (infoAgro, 2003), a cultura do alho não é uma planta muito exigente em clima, aunque adquire um sabor mas picante em climas frios.
O cero vegetativo do alho corresponde a 0ºC (InfoAgro, 2003). A partir desta temperatura se inicia o desenvolvimento vegetativo da planta (InfoAgro, 2003). Até que a planta tenha 2-3 folhas suporta bem as baixas temperaturas (InfoAgro, 2003) .
Para conseguir um desenvolvimento vegetativo vigoroso é necessário que as temperaturas nocturnas permaneçam por debaixo de 16ºC (InfoAgro, 2003).
Em pleno desenvolvimento vegetativo tolera altas temperaturas (por em cima de 40ºC) sempre que tenha suficiente humidade no solo (InfoAgro, 2003).
Uma humidade no solo um pouco por debaixo da capacidade de campo é óptima para o desenvolvimento do cultivo (InfoAgro, 2003).
O alho se adapta muito bem a maioria de solos donde se cultivam cereais (InfoAgro, 2003).
- Segundo (Almeida et all, 2004), no que respeita as condições climáticas, o alho é uma cultura de clima frio, sendo, inclusive, resistente a geadas. A planta exige pouco frio no início da cultura, muito no meio do ciclo e dias longos no final (Almeida et all, 2004). Portanto, temperatura e fotoperiodo são factores de clima extremamente importantes a cultura do alho, influindo na fase vegetativa, no bom desenvolvimento e na produtividade (Almeida et all, 2004).
- Segundo (INIAP- LQARS, 2006), a faixa de PH mais favorável é 6,0-7,0.
Prefere um solo areno-argiloso, solto e leve, (Pinto, 1975).
- Segundo (Resende et al, 2007), a formação de bolbos está relacionada com a interacção entre a temperatura e o fotoperiodo (duração do dia). Nesta interacção, o factor mais importante é o fotoperiodo, o qual determina os limites de adaptação das diferentes cultivares (Resende et all, 2007).
Estes factores climáticos controlam a adaptação do alho e limitam a recomendação de um mesmo cultivar para uma faixa ampla de latitudes (Resende et all, 2007). A escolha de cultivares não adequadas para o local e a época resulta em baixa produtividade e qualidade dos bolbos (Resende et all, 2007). A temperatura, alem de influenciar a bolbificação, afecta directamente o florescimento (Resende et all, 2007). Quando as condições climáticas não satisfazem as exigências da cultivar, não há a bolbificação, com a ocorrência de plantas improdutivas e consequentemente a formação de bolbos pequenos (Resende et all, 2007).
A precipitação e humidade, embora não exerçam efeito sobre a iniciação da bolbificação e florescimento, exercem efeito sobre a rapidez de desenvolvimento dos bolbos e estrutura floral, alem de afectar o estado fitossanitário e a qualidade dos bolbos na colheita (Resende et all, 2007).
A ocorrência de chuvas em excesso, por ocasião da maturação, favorece o apodrecimento dos bolbos ainda no campo, diminuindo consideravelmente sua conservação (Resende et all, 2007). Alem disso, chuvas em excesso em qualquer etapa do desenvolvimento da cultura afectam directamente o seu rendimento, pela ocorrência de doenças foliares e de raízes que morrem quando inundadas (Resende et all, 2007).
Para boa qualidade dos bolbos, é necessário tempo seco durante a colheita (Resende et all, 2007). Bolbos que são colhidos em tempo húmido normalmente apodrecem imediatamente (Resende et all, 2007).
A humidade relativa elevada favorece a incidência de doenças foliares, aumentando o custo de produção, podendo inclusive, comprometer a produção (Resende et all, 2007).

Ainda que a duração do dia seja o factor principal para a indução, formação e maturação do
bolbo, seus efeitos são modificados pela temperatura (Oliveira et all, 2004). A bolboficação
apenas se inicia quando a combinação dos factores determinantes da bolbificação
(fotoperiodo e temperatura) de cada cultivar é atingida (Oliveira et all, 2004).
Quando culturas são estabelecidas de bolbinhos, a formação e maturação do bolbo são
atrasadas e haverá requerimento de fotoperiodo maior para a bolbificação quando bolbinhos
são armazenados sob temperaturas altas (28 a 30ºC ) por vários meses antes do plantio
(Oliveira et all, 2004).
Algum estimulo a bolbificação presente no bolbinho pode ser destruído pela exposição
prolongada a temperaturas altas (Oliveira et all, 2004).
O período para completa maturação dos bolbos é ampliado em condições climáticas mais frias após plantio (Oliveira et all, 2004).
A temperatura é o factor meteorológico mais importante na passagem das plantas do alho da condição vegetativa para reprodutiva (Oliveira et all, 2004). Para induzir o florescimento, é necessário expor as plantas ou seus bolbos a um período prolongado de frio, cujo binómio duração do frio e temperaturas críticos exigidos variam com cada cultivar e tamanho da planta (Oliveira et all, 2004).
Bolbos que são colhidos em tempo húmido normalmente apodrecem imediatamente após colhidos (Oliveira et all, 2004).
A humidade relativa elevada favorece a incidência de doenças foliares (Oliveira et all, 2004). Quando severas, tais enfermidades aumentam demasiadamente o custo de produção, podendo inclusive comprometer totalmente a produção (Oliveira et all, 2004).















1.6 ? EXIGENCIAS DA LUZ
A formação dos bolbos ocorre sob condições de dia ? longo, Almeida (2006).
É uma cultura exigente em luminosidade, especialmente durante a formação e crescimento do bolbo (Almeida, 2006). Condições de baixa intensidade luminosidade reduzem o número de bolbinhos por cabeça (Almeida, 2006).
Tal como no caso da cebola, a qualidade da luz também é importante: a formação do bolbo é mais rápida com luz enriquecida em radiação de comprimento de onda vermelho-longinquo (menor razão R/FR) (Almeida, 2006).
Temperatura e fotoperiodo são factores de clima extremamente importantes à cultura do alho, influindo na fase vegetativa, no bom desenvolvimento e na produtividade, (Almeida et all, 2007). O comprimento do dia, ou fotoperiodo, determina em que região e em que época cada variedade deve ser plantada (Almeida et all, 2004). No alho, tais factores tem papel visivelmente mais destacada, (Almeida et all, 2004).
O alho é uma planta de dias longos quanto a formação de bolbos, e as cultivares designadas de dias curtos não são, particularmente, plantas de dias curtos, (Resende et all, 2007). Simplesmente exigem menos horas de luz para bolbificarem, (Resende et all, 2007). Cada cultivar tem sua exigência em hora de luz para iniciar o processo de formação de bolbos (Resende et all, 2007). Desse modo, se uma determinada cultivar é exposta a uma condição fotoperiodica menor do que a exigida, haverá um elevado índice de plantas que não irão se desenvolver (Resende et all, 2007). Ao contrario, se uma cultivar é submetida a um fotoperiodo maior que o requerido, a bolbificação ocorrerá precocemente, formando bolbos de tamanho reduzido, sobre tudo se essa condição ocorrer num estádio inicial de desenvolvimento das plantas, (Resende et all, 2007).
Quando se cultiva alho em baixos fotoperiodos (muito curtos), as plantas formam folhas indefinidamente e não formam bolbos, (Resende et all, 2007).
Na etapa vegetativa do ciclo, há o desenvolvimento e o amadurecimento do bolbo, (Resende et all, 2007). O fotoperiodo é decisivo na bolbificação, e a espécie de dia longo, para bolbificar requer um fotoperiodo maior que o valor critico da cultivar, (Resende et all, 2007). O fotoperiodo é o factor mais importante na fase vegetativa do ciclo do alho, período que vai da germinação da semente a formação do bolbo, (Resende et all, 2007). Por outro lado, ainda que a duração do dia seja o principal factor indutivo da bolbificação, seus efeitos são modificados pela temperatura do ar, (Resende et all, 2007). Luz é provavelmente o factor ambiental mais importante envolvido no crescimento e desenvolvimento de plantas, (Oliveira et all, 2004). O alho é fisiologicamente uma espécie de dias longos para bolbificar que, de modo geral, não bolbifica em dias com duração inferior a 10 horas de luz, (Oliveira et all, 2004).
Satisfeita as exigências em fotoperiodo, tem inicio a formação do bolbo, independentemente do tamanho da planta, (Oliveira et all, 2004). O efeito do fotoperiodo na bolbificação do alho não é do mesmo tipo que ocorre com a floração na maioria das espécies de dias longos, em que apenas algumas horas de exposição ao fotoperiodo exigido pela espécie é suficiente para induzir a floração de forma irreversível, (Oliveira et all, 2004). No caso da bolbificação, é necessário que as folhas sejam expostas a fotoperiodos indutivos para iniciar a fase de bolbificação e sejam mantidas nessa condição continuamente ate a senescencia de todas as folhas verdes para completa formação do bolbo, (Oliveira et all, 2004).
O fotoperiodo critico requerido por uma dada cultivar para a bolbificação é normalmente mais curto e a taxa de bolbificação é maior quando a cultura é estabelecida de bolbinhos do que de sementes, (Oliveira et all, 2004). Aparentemente, algum estimulo a bolbificação permanece nos bolbos colhidos e promove a bolbificação precoce no replantio, (Oliveira et all, 2004).


























1.6 ? EXIGENCIAS AGRONOMICAS
1.6.1 ? Preparação do solo
O preparo do solo deve ser executado com cuidado, pela importância que possui para o bom desenvolvimento das plantas, (Embrapa, 1984).
A preparação do terreno consiste nas mobilizações que deixem o solo com uma estrutura uniforme ate cerca de 25 cm de profundidade, Almeida (2006) . Desde que o solo seja bem drenado, as mobilizações não necessitam de ser profundas, uma vez que a maioria das raízes do alho se encontra nos primeiros 5 a 10 cm do solo (Almeida, 2006).
Durante a preparação do terreno procede-se a incorporação da fertilização de fundo e, eventualmente, a desinfecção com um método de largo espectro para controlo de nematodos e infestantes (Almeida, 2006).
Independentemente do sistema de cultivo, seja convencional, plantio directo ou orgânico, é fundamental o preparo adequado do solo, acorreção da acidez e a aplicação de fertilizantes em quantidades adequadas, de acordo com as exigências da cultura e considerando a disponibilidade de nutrientes no solo, Souza et all (2004).
Em geral, os solos de textura media, quando bem drenados, são os mais indicados por possuírem boas condições físicas e maior eficiência produtiva (Souza et all, 2004).
Entretanto, é possível cultivar alho em solos argilosos, como por exemplo os latossolos vermelhos provenientes de rochas basálticas, desde que apresentem as características descritas acima (Souza et all, 2004).
Solos muito argilosos e, pesados, prejudicam o desenvolvimento dos bolbos e podem causar deformações e baixa qualidade comercial (Souza et all, 2004).
o alho é relativamente sensível a acidez dos solos, desenvolvendo-se melhor em condições de PH (em agua) de 6,0 a 6,5 e de, no máximo, 5% de saturação por Al3+ (Souza et all, 2004). Por outro lado, solos arenosos como os neossolos Quatzarenicos, apresentam o inconveniente de ter baixa retenção de humidade, baixa disponibilidade de nutrientes e favorecerem a rápida mineralização da materia orgânica (Costa & Cunha, 2007).
Solos de carácter salino e salico também devem ser evitados pois a salinidade afecta o desenvolvimento das plantas, provocando decréscimos na produtividade de 25%, quando a condutividade eléctrica for igual a 2,8 ds/m, e de 50%, quando igual a 4,3 ds/m (Costa & Cunha, 2007).






1.6.2 ? Sementeira
O preparo das sementeiras consiste de aração e gradagem, Costa e Cunha (2007). O acabamento final é feito normalmente com enxada, os canteiros com dimensões variáveis em função do sistema de irrigação e da topografia do terreno (Costa & Cunha, 2007).
A sementeira deve ser feita com uma quantidade de, aproximadamente 8 a 10g de sementes / m2, em sulcos transversais ao comprimento do canteiro, confeccionados a mão ou com auxilio de um riscador de madeira com profundidade em torno de 0,5 a 1,0 cm e distancia de 10 cm, sendo necessários 2,5 a 3,0 kg de sementes para o plantio de 01 hectare, semeadas em uma sementeira de 100m2 para cada kg de sementes (Costa & Cunha, 2007).
Logo após a sementeira, como medida preventiva para o controle de pragas, recomenda-se pulverizar sobre as sementes uma solução de insecticida carbaril na dosagem de 1,5 vez a recomendação comercial (Costa & Cunha, 2007). A pois esta pulverização, fazer a cobertura das sementes com terra fina ou areia (Costa & Cunha, 2007).
A sementeira directa, método utilizado principalmente nos Estados Unidos e em fase de expansão no Brasil, e em alguns Estados; possui a vantagem de reduzir a utilização da mão-de-obra no plantio e antecipação da colheita em alguns dias (Costa & Cunha, 2007).
A época de plantio deve ser definida em função da compatibilização das exigências fisiológicas da cultura a ser plantada com as condições ambientais locais e do mercado consumidor (Costa & Cunha, 2007). O plantio na época certa, determinada, principalmente, em função das exigências climáticas de cada cultivar em relação ao fotoperiodo e a temperatura, proporciona aumento da produtividade e melhoria considerável na qualidade dos bolbos (Costa & Cunha, 2007).
Considera-se como época ideal para o plantio, os meses de Março a Junho, Mendonça et all (2004). Com plantio neste período, a cultura se desenvolve durante época de temperaturas mais amenas, especialmente as nocturnas, e menos chuvosas, favorecendo o desenvolvimento das plantas e facilitando o controle de doenças (Mendonça et all, 2004).
Para o cultivo do alho, devem-se separar os dentes do bolbo, enterrando-os a uma profundidade de cerca de 6 cm, com a extremidade em bico voltada para cima, Almeida et all (2004). São semeadas as fileiras (distancias entre si em cerca de 30 a 50 cm), deixando-se aproximadamente 15 cm entre uma planta e outra (Almeida et all, 2004).

A quantidade necessária de bolbilhos para semear um hectare anda a volta de 800-1000 kg (Cara, 1991).
A plantação dos bolbilhos se leva a cabo em platabandas ou em caballones, InfoAgro (2003).
Platabandas: Este método é apropriado para grandes cultivos e para aquelas zonas onde existam dificuldades para practicar regos (zonas de secano) (InfoAgro, 2003). Se realizam com uma anchura de 2-3 m e uma separação de 0,7-1 m. a plantação se leva a cabo em hoyos abertos, deixando 30 cm entre líneas e 20-25 cm entre plantas de uma mesma línea (InfoAgro, 2003).
Caballones: é o sistema mais empregado e o mais adequado para cultivar alhos em lugares com problemas de suministro de água (InfoAgro, 2003). Os caballones podem construir-se com arados de vertedera alta ou com azadones (InfoAgro, 2003). O ancho dos sulcos será de 50 cm e os bolbilhos se plantaram a 20 cm entre si e a 20-25 cm entre líneas (InfoAgro, 2003). A profundidade a que se plantem dependera do tamanho do bolbilo, aunque pode ser de 2-3 cm ou 4 ao sumo (InfoAgro, 2003).
Os propagulos do alho são os bolbilhos ou dentes, Almeida (2006). Antes da plantação, os dentes tem de ser separados do bolbo, calibrados ? nomeadamente através da separação entre dentes externos, de maior calibre, e internos de menor calibre ? e, nos sistemas de produção que o permitam, desinfectados com fungicida homologado, Almeida (2006).
Após a sua separação do bolbo, os dentes de alho devem ser plantados o mais cedo possível (Almeida, 2006). Os dentes isolados são muito sensíveis a desidratação e o embrião pode ser danificado pelo calor se não forem tomados cuidados (Almeida, 2006). É aceitável um armazenamento dos dentes 12 horas em local fresco e arejado (Almeida, 2006).
A plantação do alho pode ser efectuada de forma manual ou mecânica, a uma profundidade de cerca de 5 cm (Almeida, 2006). A plantação manual permite a selecção sanitária dos dentes e origina uma cultura mais homogéneas, uma vez que possibilita a colocação dos dentes na posição óptima para a emergência (Almeida, 2006). No entanto, a reduzida disponibilidade de mão-de obra pode tornar o seu custo proibitivo em grandes explorações (Almeida, 2006). Estima-se que sejam necessárias 60 a 80 horas para plantar manualmente 1 há de alho (Almeida, 2006).
A grande vantagem da plantação mecânica é o aumento do rendimento da mão-de obra, que é apenas de 4 a 6 h.ha. no entanto, a plantação mecânica deixa 80 a 90% dos bolbilhos tombados ou invertidos, o que constitui uma grande desvantagem (Almeida, 2006). Os dentes invertidos originam perdas de rendimento na ordem dos 35 a 40%, uma percentagem de bolbos deformados que pode atingir os 80% e uma diminuição do peso unitário do bolbo na ordem de 15 a 20% (Almeida, 2006).
Os compassos utilizados na cultura do alho variam, estando dependentes de diversos aspectos do sistema de cultura, como a armação do terreno, a mecanização da cultura e os objectivos da produção (Almeida, 2006).
Numa plantação com o terreno a rasa, a entrelinha pode variar entre 20 a 30 cm, para a produção de bolbos pequenos, podendo alargar-se ate 50 a 80 cm numa cultura mecanizada (Almeida, 2006). Na cultura em camaleões, as entrelinhas são normalmente de 20 a 30 cm (Almeida, 2006). As distâncias entre plantas na linha variam entre 10 a 15 cm, mas podem chegar a ser de 5 cm nas cultivares de bolbos pequenos (Almeida, 2006).
Como regras gerais para fundamentar decisões sobre os compassos a adoptar nesta cultura, podemos considerar que (Almeida, 2006):
1. Compassos mais amplos favorecem o calibre dos bolbos, acrescendo o seu valor comercial para o mercado em fresco.
2. Compassos mais apertados são utilizados quando o destino da produção é a transformação industrial.
3. o regadio admite maiores densidades do que o sequeiro, desde que a irradiancia não seja limitante.
A cultura do alho é muito prejudicada com a competição das infestantes devido ao seu lento crescimento inicial, ciclo cultural longo e arquitectura de vegetação erectofila (Almeida, 2006). Mesmo com a cultura desenvolvida, o habito de vegetação do alho não permite um sombreamento do terreno que dificulte o desenvolvimento de infestantes (Almeida, 2006). Dependendo do sistema cultural, o horticultor pode recorrer a monda manual, mecânica, térmica ou química, isoladamente ou em combinação (Almeida, 2006).






















1.6.3- Melhoramento da cultura
O alho (Allium sativum L.) é uma planta apotomica obrigatória, reproduzindo-se através de dentes subterrâneos ou bolbilhos aéreos formados na inflorescencia (Teixeira, 1996). Uma das características da família Alliaceae é a formação de bolbos, que servem para o armazenamento de substâncias de reserva (Teixeira, 1996).
Ao contrario da cebola, o alho forma uma série de bolbilhos ou « dentes »que, reunidos em numero variável, de acordo com a cultivar, forma o bolbo, (Teixeira, 1996). O bolbilho é uma estrutura complexa, rica em amido e substancias aromático de alto valor condimentar, contendo uma gema capaz de originar uma nova planta, envolvida por três tipos de folhas modificadas: a folha de brotação, a de armazenamento, e a protectora (Teixeira, 1996). A folha de brotação consiste de uma bainha que rodeia completamente os primórdios funcionais, sendo caracterizada por tecidos extremamente vacuolizados e que, na histogenese precoce, isola fisiologicamente o meristema, conseguindo, assim, com que mantenha sua potencialidade morfogenetica, (Teixeira). A folha de armazenamento contem as reservas que serão consumidas durante o processo inicial de crescimento e, a de protecção, é constituída de varias bainhas protectoras do bolbilho, (Teixeira, 1996).
Devido a taxa de propagação do alho, no campo, ser de cinco a dez por ano, leva-se vários anos para a produção de um numero suficiente de bolbilhos sementes para a difusão de uma nova variedade ou para atender a demanda por material de alta qualidade sanitária, (Teixeira, 1996). Estima-se que, no Brasil, todas as cultivares utilizadas comercialmente estejam infectadas por vírus (Teixeira, 1996). A qualidade sanitária é um dos responsáveis pela baixa produtividade brasileira da cultura, cerca de 4.671 kg/há (Teixeira, 1996).
A utilização de material propagativo de alho de alta qualidade sanitária, em plantios comerciais no Brasil, ainda é bastante restrita ou praticamente inexistente (Teixeira, 1996). Dentre os factores limitantes estão o alto custo relativo para a aplicação da cultura de meristemas, necessitando de pessoal qualificado e instalações adequadas, a falta de anti soros apropriados para identificação das principais viroses que ocorrem no Brasil e o tempo relativamente longo necessário para a obtenção de um numero suficiente de bolbilhos sadios para atender a demanda por alho-semente, (Teixeira, 1996).
De acordo com Teixeira (1996) as plantas isentas de vírus, já indexadas, devem ser micropropagadas para se obter um grande número de bolbilhos em um curto espaço de tempo. Na Argentina, um sistema normal de produção de plantas matrizes é capaz de produzir ate 400 plantas, ao final de dois anos (Teixeira, 1996). Através da micropropagação, pode-se obter, no mesmo período, 22.620 dentes (Teixeira, 1996).
No género Allium, o primeiro trabalho de micropropagação foi descrito por Hussey (1978) «citado por Teixeira (1996),» em cebola. Em alho, a propagação in vitro pode ser obtida através do cultivo de calos, de suspensão de células de ápices caulinares, de receptáculos florais e do disco caulinar (Teixeira, 1996). A formação de embriões somáticos foi reportada como sendo esporádica (Teixeira, 1996). Plantas originadas de calos, como nos dois primeiros métodos citados, podem levar a obtenção de anormalidade cariotipicas e fenotipicas (Teixeira, 1996). Até mesmo as plantas regeneradas sem alteração no numero de cromossomas mostraram variação no fenotipo (Teixeira, 1996). Observou-se que as plantas micropropagadas pelos demais métodos eram citologicamente estáveis, com numero diploide de cromossomas, e não apresentaram qualquer alteração no fenotipo (Teixeira, 1996).
O processo básico da micropropagação do alho deve ser pela multiplicação do meristema previamente existente (apical e axilar), e/ou pela indução de meristemas adventícios, de novo (Teixeira, 1996). A estabilidade genética das brotações axilares in vitro está assegurada devido a origem multicelular dos meristemas diploides (Teixeira, 1996). Através de observações histológicas, em cebola Hussey (1980)« citado por Teixeira, 1996») verificou que as brotações adventícias foram induzidas directamente dos tecidos meristematicos, próximos ao disco basal, sem a formação de calos (organogenese directa). Os 226 propagulos obtidos apresentaram uma alta estabilidade fenotipica e, apenas uma apresentou alteração na ploidia (tetraploide), (Teixeira, 1996). Os mesmos padrões morfogeneticos de desenvolvimento das brotações, em cebola, também foram observados em discos caulinares de alho cultivados in vitro, (Teixeira, 1996).
Na micropropagação do alho distinguem-se três fases (Teixeira, 1996):
1) - Estabelecimento da cultura in vitro;
2)- Multiplicação vegetativa das plantas regenerantes; e
3)- Microbolbificação.
Na primeira fase, o explante a ser utilizado pode ser o ápice caulinar, o disco caulinar ou o receptáculo floral (Teixeira, 1996). A utilização do receptáculo floral, em alho, é reduzida, tendo sido utilizada apenas em alguns trabalhos (Teixeira, 1996). O ápice caulinar tem sido bastante utilizado tanto para a limpeza de vírus quanto para a micropropagação (Teixeira, 1996). As necessidades de auxinas e citocinina, para o desenvolvimento dos ápices caulinares, variam com a cultivar (Teixeira, 1996). Desenvolveu-se um método de micropropagação do alho combinando o cultivo inicial de ápices caulinares, a multiplicação de brotações e a formação de bolbos in vitro (Teixeira, 1996). Segundo este autor Teixeira (1996) é possível, a obtenção de 512 plantas de alho, a partir de uma planta, no espaço de 30 meses. Se, ao invés de ápices caulinares, que originarão uma planta, em um mês, utilizarmos o disco caulinar, a produção de cerca de 8 brotos por explante, no mesmo período (Teixeira, 1996). A utilização combinada das duas metodologias pode aumentar para 4096 as plantas obtidas (Teixeira, 1996).
Alem de permitir uma maior brotação inicial, por explante, a utilização do disco caulinar facilita os procedimentos de inoculação in vitro, eliminando a necessidade de lupa estereoscópica e aumenta o número de explantes inoculados por jornada diária de trabalho (Teixeira, 1996). A quebra da dominância apical, resultando no desenvolvimento de múltiplos meristemas, pode ser causada por cortes no tecido do disco caulinar, em combinação com citocininas, ou apenas pela citocinina, em cultivos prolongados (Teixeira, 1996). Outros autores ( « cita do por Teixeira, 1996 ») acreditam que o corte do tecido provoque uma multibrotação através:
a) da eliminação ou redução da barreira anatómica que pode impedir o desenvolvimento das gemas axilares;
b) do aumento da absorção de nutrientes e reguladores de crescimento do meio de cultura e
c) do aumento na produção de etileno, estimulando a brotação das gemas axilares.
A segunda fase é caracterizada pela propagação do material in vitro através da produção de brotos laterais ou adventícios (Teixeira, 1996); multiplicaram plantulas da alho, originadas de ápices caulinares, em meio MS modificado suplementado com 170 mg.L-1 de NaH2PO4 e 3,0 mg.L-1 de 2-ip e 0,3 mg.L-1 de ANA, e obtiveram uma taxa de 6,5 brotos/explante no primeiro e no segundo subcultivo, declinando a partir dai (Teixeira, 1996).O desenvolvimento in vitro de bolbilhos suprimiu a produção de gemas adventícias, provocando a queda na taxa de propagação, apôs 3 a 4 subcultivos (Teixeira, 1996).
A produção in vitro de bolbilhos (microbolbilhos) é uma alternativa para a propagação do alho devido as facilidades relacionadas ao seu manejo, armazenamento e plantio (Teixeira, 1996). Alem disso, evita-se a necessidade de transferência das plantulas para um meio específico de enraizamento (Teixeira, 1996). As plantas de alho, normalmente, bolbificam in vitro após algum tempo de cultivo (Teixeira, 1996). Entretanto, é necessário realizar mais estudos sobre o efeito da modificação das condições ambiental de cultivo in vitro (mudança de temperatura, intensidade luminosa e fotoperiodo de crescimento) na formação dos bolbilhos de alho (Teixeira, 1996).










1.6.4- Acondicionamento para a sementeira
A planta de alho prefere solos leves, finos, ricos em matéria orgânica e bem drenados (Almeida et all, 2004). Não suporta terrenos húmidos (Almeida et all, 2004). Solos pesados e mau drenados não permitem o bom desenvolvimento das raízes, prejudicando a nutrição da planta (Almeida et all, 2004).
- Segundo a INIAP- Laboratório Químico Agrícola Rebelo da Silva (2006), a cultura beneficia com a aplicação de azoto orgânico em fundo, em especial nos solos com teores baixos de matéria orgânica. Usar os valores mais elevados em solos pobres em matéria orgânica e em que não haja aplicação de correctivos orgânicos, aplicando cerca de metade em fundo e o restante em cobertura (INIAP-LQARS, 2006).
- Segundo Almeida (2006), o alho pode ser produzido em diversos sistemas de cultura, incluindo a produção em canteiros ou em bordadura na pequena horta familiar, em sistemas extensivos de sequeiro ou em sistemas de regadio com as operações culturais total ou parcialmente mecanizadas.
Em relação a inserção da cultura na rotação é valido para o alho o que foi referido para a cebola, incluindo a atenção a dar a infestação do solo com esclerotos de Sclerotium cepivorum e com nematodos Ditylenchus dipsaci (Almeida, 2006). Devem praticar-se rotações longas, de preferência superiores a 5 anos, sem inclusão de Aliaceas (Almeida, 2006).
Nos sistemas de cultura que não permitem a utilização de herbicidas é essencial combater as infestantes por meio de sachas manuais ou mecânicas (Almeida, 2006). Tenha-se presente que o sistema radicular do alho é muito superficial e fácil de danificar através de métodos mecânicos de monda (Almeida, 2006).
O alho é um cultivo que por suas características morfológicas cobre pouco o terreno e, por tanto oferece certa facilidade ao desenvolvimento de ervas daninha e a evaporação (InfoAgro, 2003). É de suma importância manter o cultivo limpo de más ervas, mediante as escardas oportunas (InfoAgro, 2003).
O desenvolvimento das plantas do alho é normalmente lento, principalmente nos primeiros estádios de crescimento, Pereira (2004). Esse desenvolvimento inicial lento, aliado ao numero reduzido de folhas, de formato cilíndrico e habito erecto, e ao porte baixo das plantas, proporcionam baixo índice de área foliar e interceptação da luz durante o ciclo da predominância das plantas daninhas presentes nas áreas de cultivos (Pereira, 2004).
A analise do período em que as espécies de plantas daninhas competem com as plantas do alho, pelos factores de produção é importante uma vez que o grau de competição que uma planta sofre depende basicamente das características da cultura (cultivar, densidade de semeadura ou transplante e espaçamento de plantio) e da população de plantas daninhas (composição das espécies, densidade, distribuição, época e duração do período de convivência com a cultura) (Pereira, 2004).
Geralmente o cultivo do alho em grandes áreas depende da capacidade operacional para mantê-las livres da interferência das plantas daninhas, pelo menos durante o período critico, ou seja, ate que a cultura desenvolva e cubra suficientemente superfície do solo e não sofra mais interferência significativamente das mesmas (Pereira, 2004).
Basicamente os métodos de controle de plantas daninhas no alho podem ser cultural, mecânico ou químico (Pereira, 2004). A escolha e a eficiência de uso de cada um desses métodos depende do sistema de cultivo (convencional, plantio directo ou orgânico), da natureza e interacção das plantas daninhas, da época de execução do controle, das condições climáticas, do tipo de solo, dos tratos culturais, do programa de rotação de culturas, da disponibilidade de mão-de ? obra, da disponibilidade de herbicidas e de equipamentos (Pereira, 2004).
Para a sementeira o solo deve ser preparado a uma profundidade de aproximadamente 20 cm e estar bem destorroado (Costa & Cunha, 2007). Os canteiros devem seguir as curvas de nível do terreno para evitar a ocorrência de erosão hídrica e deve ter uma superfície uniforme, com leve declividade para não ocasionar escoamento muito rápido das aguas da chuva ou irrigação e também o acumulo de agua na superfície, que favoreça a presença de doenças (Costa & Cunha, 2007).
O local onde será feito a sementeira (canteiro, deve ser de fácil acesso, plano, isento de plantas daninhas de fácil controle e próximo a fonte de agua (Costa & Cunha, 2007). O solo deve apresentar boa estrutura, aeração, drenagem, para propiciar boa germinação das sementes e crescimento das plantulas (Costa & Cunha, 2007).
O preparo das sementeiras consiste de aração e gradagem (Costa & Cunha, 2007).
O acabamento final é feito normalmente com enxada, os canteiros com dimensões variáveis em função do sistema de irrigação e da topografia do terreno (Costa & Cunha, 2007).
Logo após a sementeira como medida preventiva para o controle de pragas, recomenda-se pulverizar sobre as sementes uma solução do insecticida Carbaril na dosagem de 1,5 vez a recomendação comercial (Costa & Cunha, 2007). Após esta pulverização, fazer a cobertura das sementes com terra fina ou areia (Costa & Cunha, 2007).







6.5- Normas de rega
No quadro Q, constam os coeficientes culturais para a cultura do alho recomendados pela FAO e outras informações relevantes para a condução da rega (Almeida, 2006). Trabalhos efectuados em França referem valores de Kc inferiores, 0,60 quando as folhas começam a crescer e altura, 0,70 na fase de crescimento dos bolbos e 0,40 próximo da maturação (Almeida, 2006). A fase critica do défice hídrico é a fase do crescimento do bolbo (Almeida, 2006). Uma vez que o sistema radicular do alho é superficial e pouco expandidos, as regas devem ser frequentes e de baixa dotação (Almeida, 2006). A rega deve ser interrompida acerca de 2 a 3 semanas antes da colheita, para favorecer a desidratação das escamas do bolbo (Almeida, 2006). Se o solo tiver excesso de humidade na data da colheita, o risco de escurecimento das escamas e de ocorrência de podridões tornam-se muito elevados (Almeida, 2006).
Quadro Q. Informações para avaliação das necessidades de água e para a condução de rega na cultura do alho (Almeida, 2006).
Coeficientes culturais médios
Kcini----------------------------------------------
Kcmid--------------------------------------------
Kcend--------------------------------------------
Duração indicativa do período de desenvolvimento (L)
Linic (dias)--------------------------------------
Ldev (dias)-------------------------------------
Lmid (dias)--------------------------------------
Llate (dias)---------------------------------------
Total (dias)--------------------------------------
Altura máxima das plantas (m)---------------
Profundidade radicular máxima (m)---------
Classificação da profundidade do sistema radicular----------------------------------------
Fracção p (coeficiente facilmente utilizável )---------------------------------------------------
0,7
1,0
0,7


60-70
30
70
30-40
190-210
0,8
0,3

Superficial

0,3

As regas podem realizar-se por aspersão ou por gravidade (InfoAgro, 2003). As necessidades desde a brotação ate ao início da bolbificação são as menores e podem estar suficientemente cobertas pelas chuvas (InfoAgro, 2003). As necessidades mais importantes da água se produzem durante a formação do bolbo (InfoAgro, 2003).
Os sistemas de irrigação tecnicamente indicados são, aspersão ou por sulcos (Embrapa, 1984).
1. Irrigação por Aspersão:
Na irrigação por aspersão, pode-se utilizar um turno de rega de 2 dias nos primeiros 30 dias, 4-5 dias dos 30 aos 90 dias e turnos de 7 dias ate a paralisação das irrigações, que deve ocorrer de 10 a 20 dias antes da colheita.
2. Irrigação por Sulcos:
O espaçamento entre sulcos deve ser de 1m de centro a centro. Em solos mais leves em que a tendência de movimento lateral da agua é menor que a do movimento vertical, deve-se reduzir a distancia entre os sulcos, para que todas as plantas tenham um suprimento adequado de agua. O suprimento deve ser de 7 a 8 litros de agua por m de sulco. Irrigações de 2 em 2 dias na fase inicial, 4 a 5 dias ate os 90 dias e 7 em 7 dias no final, paralisando, no máximo, aos 15 dias antes da colheita (InfoAgro, 2003).
Antes da sementeira, deve-se irrigar ate o solo atingir a capacidade de campo, na camada de 30 cm (Marouelli, 2004). Dependendo da humidade do solo, a lamina liquida necessária vai de 10 a 15 mm, para solos de textura grossa, e de 20 a 40 mm, para os de texturas media e fina (Marouelli, 2004).
Atensao de agua no solo para reinicio das irrigações no estádio vegetativo varia de 5 a 40 KPa, onde o menor valor é indicado para solos arenosos (Marouelli, 2004). A avaliação da tensão é realizada a 50% da profundidade efectiva do sistema radicular, por meio de sensores, como o tensiometro e o IrrigasÓ, instalados entre as linhas de plantio (Marouelli, 2004).
O uso eficiente da agua de irrigação tem grande importância na obtenção de alta produtividade, na redução dos custos de produção, certamente na manutenção da fertilidade dos solos e na conservação do meio ambiente, pela diminuição dos riscos de erosão, lixiviação de nutriente e manutenção do nível baixo do lençol freático (Pinto et all, 2007).
A frequência de irrigação na cultura do alho depende do clima, da textura do solo e da fase vegetativa da mesma (Pinto et all, 2007). De um modo geral, em solos com elevados teores de argila, o intervalo de irrigação é maior, devido a uma maior retenção de agua, por outro lado, em solos arenosos as irrigações são mais frequentes devido a sua baixa capacidade de retenção de agua (Pinto et all, 2007).
A lamina de agua a ser aplicada antes do plantio deve ser suficiente para que a humidade do solo atinja valores de 80 a 100% da agua disponível para as plantas, na camada ate 30 cm (Pinto et all, 2007).


6.6- Exigências Nutricionais
- Segundo Souza et all (2004), o manejo criterioso da adubação, consiste em optimizar a produtividade, satisfazendo as necessidades da cultura pela adopção de técnicas que propiciem maior eficiência no uso dos adubos, da agua, da mão de obra e dos demais insumos, minimizando as perdas de nutrientes por lixiviação, erosão e volatilização (Souza et all, 2004). A aplicação racional de fertilizantes exige o conhecimento da disponibilidade de nutrientes no solo, das exigências nutricionais da cultura e da avaliação do estado nutricional das plantas (Souza et all, 2004).
A disponibilidade de nutrientes é avaliada por meio da analise química do solo, e o estado nutricional das plantas por meio da diagnose foliar (analise de tecidos vegetais) e diagnose visual (observação de sintomas de carência ou excesso) (Souza et all, 2004).
O alho é uma cultura exigente em fertilidade, sendo o fósforo o elemento a que melhor responde (Pinto 1975). É muito sensível ao excesso de azoto e há necessidade de fazer aplicações foliares de Boro (Pinto 1975).
- Segundo a INIAP (INIAP- Laboratório Químico Agrícola Rebelo da Silva: LQARS- 2006), quanto aos nutrientes necessários para a cultura do alho são:
Quantidade de azoto (N), fósforo (P2O5) e potássio (K2O) recomendadas (kg/ha).
Produção esperada
t/ha N
(a) Fósforo - níveis no solo Potássio ? níveis no solo
1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6
12 40
A
60 80 70 60 40 30 - 80 70 60 50 40 30

Quantidade de Zinco (Zn) e boro (B) recomendadas (kg/ha)
Nutriente Classes de fertilidade
Muito Baixa Baixa Media Alta
Zn 2 ? 5 2 ? 3 1 ? 2 ---
B 1,0 ? 1,5 1,0 0,5 ? 1,0 ---
? A ajustar com o valor de pH.
? A cultura beneficia com a aplicação de azoto orgânico em fundo, em especial nos solos com teores baixos de matéria orgânica. Usar os valores mais elevados em solos pobres em matéria orgânica e em que não haja aplicação de correctivos orgânicos, aplicando cerca de metade em fundo e o restante em cobertura (INIAP-LQARS, 2006).
Usar, sempre que possível, adubos com enxofre, em especial nos solos com teores baixos de matéria orgânica e nos derivados de areia e/ou arenitos (INIAP-LQARS, 2006).
Os adubos orgânicos maduros devem ser incorporados uniformemente no terreno algum tempo antes da sementeira (InfoAgro, 2003). Os nitrogenados nítricos se fraccionam em 1 ? 2 vezes durante o ciclo vegetativo, pôs do contrário induz um desenvolvimento excessivo das folhas em detrimento dos bolbos (InfoAgro, 2003). O alho pode resultar sensíveis as carências de boro e molibdénio (InfoAgro, 2003).
As exportações indicativas de macro nutrientes pela cultura do alho figuram no Quadro H, trata-se de uma cultura pouco exigente em N, devendo evitar-se as aplicações tardias deste nutriente, Almeida (2006). Na cultura intensiva instalada com densidades elevadas, com produtividades esperadas superiores a 20 t.ha-1, recomenda-se a aplicação de 100 a 200 kg.ha-1 de N, dependendo da densidade de plantação e da pluviosidade ou da intensidade da rega (Almeida, 2006). A maioria do N (2/3 do total) é absorvida no período de formação dos bolbos, sendo desaconselhável efectuar uma adubação de fundo rica em formas solúveis de azoto (Almeida, 2006). É necessário aplicar cerca de metade do azoto total umas duas semanas antes do início da formação dos bolbos (Almeida, 2006). Para uma aplicação de 100 kg.ha-1 de N, sugere-se a aplicação de 30-70 kg.ha-1 de P2O5, 100 kg.ha-1 de K2O (150 se a rama for exportada), 15 kg.ha-1 de CaO (90 se a rama não for reincorporada ) e 125 kg.ha-1 de S (Almeida, 2006). Para produtividade na ordem de 10 a 12 t.ha-1, as necessidades de nutrientes são cerca de metade das referidas (Almeida, 2006).
O S afecta nitidamente as características organolepticas e medicinais do alho, determinando o teor de sulfuretos de alilo (Almeida, 2006).
Quadro H. Exportações totais da cultura do alho (Almeida, 2006).
Produtividade
(t.ha-1) N
(kg.ha) P2O5
(kg.ha) K2O
(kg.ha) CaO
(kg.ha) MgO
(kg.ha) S
(kg.ha)
Folhas 4,0 18 7 71 70 5 5
Bolbos 21,5 384 135 203 46 29 102
Raízes 0,6 10 2 8 5 1 2
Total 26,1 412 144 282 121 35 109
Fonte: Oder (1989).
No entanto, as aplicações de matéria orgânica bem compostada, isenta de pragas, de inoculo de agentes infecciosos e de sementes de infestantes tem efeitos benéficos na cultura (Almeida, 2006). É necessário considerar que as plantas do género Allium são sensíveis ao amoníaco (NH3), que provoca necroses nas extremidades das raízes (Almeida, 2006).
Assim, os adubos amoniacais e os correctivos orgânicos não compostados devem ser utilizados com cuidado nestas culturas (Almeida, 2006).
O alho é sensível a carências de zinco, ferro, boro e molibdénio e muito sensível a carências de cobre e magnésio (Almeida, 2006).
Para o alho, recomenda-se amostrar a folha mais alta por ocasião do meio do ciclo da cultura em número de 40 folhas por talhão homogéneo (Souza et all, 2004). A diagnose visual, por sua vez, é também útil para diagnosticar desequilíbrios nutricionais (Souza et all, 2004).
Entretanto, quando os sintomas se manifestam, a produção já pode estar prejudicada (Souza et all, 2004). Portanto, em qualquer cultivo, o ideal é que não ocorram sintomas visuais de desequilíbrios e, se ocorrerem, que sejam detectados e corrigidos o mais rápido possível (Souza et all, 2004).
Os sintomas de desequilíbrios nutricionais mais comummente observados na cultura do alho são os seguintes (Souza et all, 2004):
? Nitrogénio: sua deficiência causa redução do crescimento das plantas e folhas com coloração verde claro, progredindo para o amarelo nas folhas mais velhas, podendo chegar a uma cor verde-amarela na planta inteira em caso de deficiência prolongada ocorre também redução do tamanho dos bolbos.
O excesso de nitrogénio pode ocasionar diversos problemas tais como alongamento do ciclo, plantas com ? pescoço grosso?, muito viscosas, com excesso de folhas e que em geral não produzem bolbos de boa qualidade. Alem disso aumenta a susceptibilidade a doenças foliares e diminui a conservação pos- colheita dos bolbos. A necessidade de N para um óptimo crescimento do alho é de cerca de 40 g.kg-1 da matéria seca da parte vegetativa da planta Faria et all (2007).
? Potássio - sob deficiência deste nutriente, as folhas mais velhas tornam-se cloroticas e secas nas pontas; ocorre diminuição do tamanho dos bolbos. O potássio aumenta a tolerância a doenças e propicia melhor formação do bolbo e maior conservação pos- colheita, sendo essencial o balanço potássio/ nitrogénio para o bom desenvolvimento e qualidade do alho.
Não se conhece sintomas visíveis de toxidez de K, entretanto seu excesso induz deficiências de magnésio e cálcio. A necessidade de K para um óptimo crescimento do alho é de cerca de 40 g.kg-1 da matéria seca da parte vegetativa da planta, Faria et all (2007).
? Fósforo ? sua carência resulta em menor crescimento das plantas, com clorose das folhas mais velhas que se secam em seguida; as folhas mais jovens tornam-se de cor verde escura, finas e menores, ocorre também redução do tamanho dos bolbos. O excesso de P pode causar deficiências induzidas de micronutrientes, especialmente de zinco e cobre. A necessidade de P para um óptimo crescimento do alho é de cerca de
3 G.kg-1 da matéria seca da parte vegetativa da planta (Faria et all, 2007).

? Cálcio ? os sintomas de deficiências manifestam-se inicialmente nas folhas mais novas que tombam sem se quebrarem, mesmo estando aparentemente sadias.apos alguns dias, estas folhas começam a secar do ápice para a base, adquirindo coloração palha; posteriormente, são acometidas as folhas intermédias e, por ultimo as mais velhas, que são igualmente afectadas em caso de deficiências prolongada de cálcio. Toxidade deste nutriente ainda não foi relatada; entretanto, sabe-se que o excesso ocasiona desequilíbrios com outros nutrientes, especialmente o magnésio e o potássio. A necessidade de Ca para um óptimo crescimento do alho é de cerca de 4,0g.kg-1 da matéria seca da parte vegetativa da planta, Faria et all (2007).
? Magnésio ? sua deficiência ocasiona secamento da ponta das folhas mais velhas e redução do tamanho dos bolbos. A necessidade de Mg para um óptimo crescimento do alho é de cerca de 4,0g.kg-1 da matéria seca da parte vegetativa da planta, Faria et all (2007).
? Enxofre ? folhas mais novas tornam-se cloroticas e algumas vezes deformadas em condições de deficiência deste nutriente. O enxofre influencia o sabor e o aroma do alho, de tal forma que existe relação directa entre o teor de enxofre do solo e a pugencia do bolbo. Mesmo as cultivares de alho suaves tornam-se mais pungentes com o aumento da disponibilidade de enxofre no solo. A adequada nutrição em enxofre é também importante para a maior conservação pos- colheita dos bolbos. A necessidade de S para um óptimo crescimento do alho é de cerca de 7,0g.kg-1 da matéria seca parte vegetativa da planta, Faria et all (2007).

Micronutrientes
Em condições normais , nos solos apenas o boro e o zinco e, em alguns casos, o cobre tem se mostrado deficientes para a cultura do alho (Souza et all, 2004). Ferro, manganes, molibdénio e cloro geralmente não representam problemas (Souza et all, 2004).
? Boro ? plantas deficientes apresentam crescimento reduzida, folhas retorcidas, espessas, quebradiças e com partes secas a partir do ápice; as escamas apresentam-se desidratadas e surgem necroses naquelas da região meristematica; aumenta a incidência de podridões durante o armazenamento dos bolbos diminuindo a conservação pós ? colheita (Souza et all, 2004). As concentrações de boro consideradas adequadas para um crescimento normal das plantas variam entre 12 e 50 mg.kg-1, Faria et all (2007).
? Zinco ? a carência provoca redução no crescimento das plantas, estrias nas folhas e algumas vezes, encurvamento das mesmas com clorose (Souza et all, 2004). Podem ocorrer ainda manchas cloroticas nas folhas mais novas e manchas irregulares amareladas nas folhas mais velhas (Souza et all, 2004). As concentrações de Zn nas plantas variam de 3 a 150 mg.kg-1 de matéria seca da planta, Faria et all (2007).
Os adubos minerais mais utilizados são as fórmulas comerciais, como 06-24-12 e 10-10-10, o sulfato de amónio (20% de N), a Ureia (45% de N), o superfosfato simples (18% de P2O5), o superfosfato triplo (42% de P2O5), o cloreto de potássio (60% de K2O) e o sulfato de potássio (50% de K2O) (Faria et all, 2007).
Estes micronutirntes são importantes nos processos de crescimento, síntese e translocação de açúcares na planta, possibilitando maior produtividade e melhor qualidade de bolbos (Faria et all, 2007).























6.7 _ PRINCIPAIS PRAGAS E DOENÇAS
Os inimigos da cultura do alho são, em grande parte, comuns a outras Aliaceas (Almeida, 2006) . Na bibliografia referem-se diversas pragas e doenças que prejudicam a cultura do alho, mas a sua incidência e a importância dos estragos depende muito do sistema de cultura considerado (Almeida, 2006).
O facto de a cultura do alho ser instalada por via vegetativa minimiza os problemas sanitários cujo inoculo está associado á semente de Aliaceas (como Uracystis cepulae e a murchidão das plantulas provocada por Botrytis allii) (Almeida, 2006). No entanto, as viroses e o inoculo de fungos presente nos propagulos infectados favorece a disseminação de outras doenças (Almeida, 2006).

6.7.1 - Doenças causadas por fungos
Em condições climáticas favoráveis, as doenças podem causar sérios danos á produção (Garcia et all, 1984). Para evitar tais prejuízos, o produtor deverá pulverizar sempre que as condições estiverem propicias ao desenvolvimento das doenças (Garcia et all, 1984).

1- Ferrugem (Alves E del Ponte, 2007)
Agente causal: - Puccinia allii (D.C) Rud.
- Puccinia porri (Sow.) Winter.
O patogeno é um fungo basidiomiceto (Alves & Del Ponte, 2007). Uredósporos são amarelados, unicelulares e equinulados, medindo de 21 a 34 por 17 a 27 um, com quatro a nove poros (Alves & Del Ponte, 2007). As uredias maduras variam de 180 a 360 por 210 a 240 um. Teliósporos amarronzados, ovalados a elipsóides, bicelulares, pedicelados e medindo 32 a 37 por 17 a 21 um (Alves & Del Ponte, 2007).
- Os sintomas são evidenciados pelo surgimento de pequenas pústulas ferruginosas, de forma elíptica, que se distribuem de modo esparso sobre o limbo da folha (Garcia et all, 1984), reduzindo a fotossíntese e prejudicando, portanto, a produção (Embrapa, 1984).
As urédias (pústulas) são amareladas e salientes na folha (Reis et all, 2004). Nesta fase, a planta apresenta-se com folhas secas e depalperada e a produção já está comprometida, devido ao pequeno tamanho dos bulbos produzidos (Reis et all, 2004).
A doença pode atacar as plantas em qualquer fase do ciclo vegetativo e a intensidade dos danos depende da época de inicio da infecção (Garcia et all, 1984).
- Seu desenvolvimento é favorecido por temperatura moderada (em torno de 20ºC) , alta humidade, chuvas pesadas e quando o orvalho é abundante (Embrapa, 1984).
- O fungo sobrevive como uredosporo e teliosporo em plantas de Allium espontâneas (Alves & Del Ponte, 2007). Os esporos são formados nas pústulas, sendo observados no inicio da primavera (Alves & Del Ponte, 2007) .os teliosporos formam-se mais tarde, no decorrer da estação, junto aos uredosporos (Alves & Del Ponte, 2007). Condições ambientais favoráveis a doença são de humidade próxima de 100%; chuva fraca e temperatura amena entre 10 a 24ºC, óptima de 18ºC (Alves & Del Ponte, 2007).
Plantações densas, e excessos de matéria orgânica e nitrogeneo, assim como carência de potássio no solo, aumentam o risco de infecção (Alves & del ponte, 2007).

- Métodos de controle
Deve ? se promover a rotação de culturas para evitar a concentração de inoculo (Empresa catarinense de pesquisa Agropecuária, SC, 1983).
Como pratica cultural, recomenda-se não cultivar em solos compactados e de baixada, fazer uma adubação equilibrada e evitar plantios densos (Alves 6 del Ponte, 2007).
Evitar adubações com excesso de matéria orgânica ou nitrogénio, pois embora favoreçam o desenvolvimento da planta, predispõem-na ao ataque da doença (Empresa catarinense de pesquisa Agropecuária, SC, 1983).
Tratamento químico, as pulverizações são de carácter preventivo, iniciando ? as com o aparecimento das primeiras pústulas;
As matérias activas que podem empregar-se na luta química são (InfoAgro, 2003):
Matéria activa Doses A presentação do produto
Difenoconazol 25% 300-500 cc\ha Concentrado emulsionavel
Tebuconazol 25% 2 l\ha Emulsion de azeiteem agua



2- Podridão Branca
É causada pelo fungo Sclerotium cepivorum Berk (Garcia et all, 1984), um fungo de solo que produz estruturas de resistência (escleródios) que permite sua sobrevivência por longos períodos no solo (Reis et all, 2004).
Permanece no solo largo tempo (entre 3 e 8 anos) (InfoAgro, 2003). A temperatura óptima para seu desenvolvimento se encontra entre os 18ºC e os 20ºC, aunque pode començar a reprodução a partir dos 2ºC (InfoAgro, 2003). O desenvolvimento decresce ao aumentar a temperatura sobre os 20ºC (InfoAgro, 2003).
As plantas são susceptíveis em qualquer fase do ciclo vegetativo (Garcia et all, 1984).
A doença se manifesta pela formação de uma massa de micelio branco, semelhante a algodão, na base da planta e nas escamas dos bolbos (Garcia et all, 1984), a presença de esclerodios é a característica principal da doença (Empresa catarinense de pesquiza Agropecuaria, SC, 1983).
Estes são brancos, no início, e depois escurecem, tornando-se marrom ? escuros, quase pretos, a semelhança de uma semente demostarda (Garcia et all, 1984). As plantas atacadas têm crescimento reduzido, amarelecimento, necrose das pontas das folhas e morrem (Garcia et all, 1984). Quando arrancadas, soltam-se facilmente, deixando no solo o sistema radicular (Garcia et all, 1984). O bolbo constitui o principal meio de disseminação da doença; entretanto, a água de irrigação, as ferramentas agrícolas e o homem também concorrem para dissemina-lo (Garcia et all, 1984).

Controle
As medidas de controlo são principalmente de carácter preventivo, evitando-se a infestação das áreas (Empresa catarinense de pesquisa Agropecuária, SC, 1983).
- Plantar alho ? semente produzido em áreas livres da doença (Garcia et all, 1984;
- Queimar bolbos infectados, juntamente com resíduos da cultura e
- Não plantar durante 11 anos na área contaminada (Garcia et all, 1984).
Na luta química se podem empregar as seguintes matérias activas (InfoAgro, 2003):
- Dyciclidina 50% PM, a 100-150 g\Hl.
- Diclofluanida 50% PM, a 300 g\Hl.
- Metil- tiofanato 70% PM, a 100 g\Hl.

3- Mancha Púrpura
É causada, normalmente, por Alternaria porri (Ellis) Cif., mas também pode ser causada por Stemphylium vesicarium (Resi et all, 2004)
-A doença conhecida como mancha púrpura, também é conhecida por queima das folhas, é uma das doenças mais importantes do alho (Fernandes, 1983). Ocorre com frequência em todas as regiões tropical e subtropical onde se cultiva esta hortaliça, causando severos danos sobre a produção, a conservação dos bolbos e a produção de sementes (Fernandes, 1983).
Tem como hospedeiros varias espécies e variedades da família das Liliaceas, como a Allium cepa L. (Cebola) o Allium porrum L. (alho porro), e o Allium fistulosum L. (Cebolinha) (Fernandes, 1983).
-A Alternaria porri, agente causal da mancha púrpurea, é um Deuteromiceto que pertence á ordem Hyphales, á família Dematiaceae e género Alternaria (Fernandes, 1983). A disseminação do parasita é feita pelos esporos e micelio do fungo que permanecem de uma estação para a outra nos restos da cultura, no solo (Fernandes, 1983). Geralmente arrastados pelo vento ou pelas chuvas, os esporos atingem as folhas, onde germinam e emitem apressorios que penetram através de feridas, dos estomas e da cutícula (Fernandes, 1983). A invasão é felicitada por feridas provocadas por insectos (Fernandews, 1983).
Os fungos do genero Alternaria apresentam conidioforos nitidamente diferenciados, fascicuulados, mais ou menos ramificados, castanhos, contendo na sua extremidade os conidios (Fernandes, 1983).
Estes são castanho amarelado ou castanho oliva, septados transversal e longitudinalmente, do tipo dictyosforos, nascendo em cadeias mais ou menos lngas (Fernandes, 1983).
Tem a forma de clava ou fuso, arredondas na base e terminados no vértice (Fernandes, 1983).
-O principal sintoma da doença se manifesta nas folhas que inicialmente apresentam pequenas pontuações brancas e de formato irregular (Reis et all, 2004). Que posteriormente aumentam de tamanho quando as condições climáticas são favoráveis, adquirindo a coloração tipicamente purpúrea, com zonas concêntricas mais escuras que correspondem as frutificações do agente causal (Fernandes, 1983).
Durante a colheita ou depois, pode apresentar-se no bolbo uma podridão de cor amarela intenso ou vermelho vinho (Fernandes, 1983).
As folhas mais velhas atacadas, murcham e enrugam-se a partir do ápice e as mais novas, emitidas a custa da reserva do bolbo, podem ser também atacadas, resultando assim uma produção de bolbos de pequeno tamanho (Fernandes, 1983).
Quando não controlada a tempo, a doença pode causar sérios prejuízos reduzindo o tamanho, o peso dos bolbos, a fotossíntese e prejudicando a produção (Embrapa, 1984), principalmente quando o ataque ocorre no início de sua formação (Embrapa, 1984).
-Em condições de humidade favoráveis (em torno de 90%), as lesões ocorrem numa ampla faixa de temperatura, que varia de 17ºC a 30ºC (Empresa catarinense de pesquisa Agropecuaria, SC, 1983). Quando a humidade relativa esta ao redor de 70% ou menos, há formação de pequenas lesões brancas estéreis que não evoluem (Empresa catarinense de pesquisa Agropecuario, SC, 1983).
Plantas que possuem cutícula mais espessa são tidas como mais resistentes; entretanto, os ferimento causados nas folhas e, mesmo as condições ambientais durante e após a infecção, podem favorecer o desenvolvimento da doença nestas plantas (Empresa catarinense de pesquisa Agropecuaria, SC, 1983).







Medidas de Controlo
Métodos Químicos
Segundo Herrera e Perez (1974), recomendam aspersões com Carbamatos.
Os mesmos encontram como melhor produto o Propineb.
. Propineb (Propileno bisditiocarbamatos Zn)
. Uso:
- Contacto: Foliar
- Eficiências: Doenças foliares, Alternariose
- Dose: 150-200g/hl
- I.S: 28 dias
Métodos Agro-tecnicos:
Almeida (2006), recomenda:
? A utilização de propagulos em bom estado sanitário, uma vez que a qualidade sanitária dos propagulos condiciona o sucesso da cultura.
? A pratica de rotações com um período de recorrência de 5 anos para evitar a incidência de Podridão branca e de nematodos.
? A secagem rápida dos bolbos após a colheita.
? O uso de variedades resistente como as de cor vermelhas.
Métodos Legais (Fernandes, 1983):
Evitar a introdução de material ou produtos afectados numa determinada região ou no Pais.
















4- Podridao basal por fusarium
A doença é causada por Fusarium oxysporum Schlecht, fungo de solo com grande capacidade de sobrevivência neste ambiente e passível de ser transmitido pela semente (Reis et all, 2004). É uma doença comum do alho, tornando-se mais problemática em pós-colheita (Reis et all, 2004).
-No campo, os sintomas manifestam-se por meio de murcha e morte descendente de folhas (Reis et all, 2004), apresentam as folhas amareladas e curvadas, tornando-se avermelhadas ou vermelho arroxeadas com o desenvolvimento da doença, sendo este um aspecto característico da mesma (Empresa catarinense de pesquisa Agropecuária, SC, 1983). Na fase de colheita ou posteriormente, já no armazenamento, ocorre podridão na base do bulbo, que degenera o sistema radicular, tornando-se depois seca e com endurecimento dos tecidos afetados (Reis et all, 2004). O progresso da podridão é lento, pelo que esta não se detecta antes da colheita, se não mais tarde (Herrera & Perez, 1974).
-A doença é frequente em muitos países ondem existem condições de altas temperaturas do solo durante a colheita (Herrera & Perez, 1974), tornando-se um problema em solos onde o alho é cultivado ano após ano (Empresa catarinense de pesquisa Agropecuária, SC, 1983). Alta umidade e temperaturas de 26 a 28ºC são favoráveis à doença (Reis et all, 2004). Na fase de sementeira o patógeno pode causar tombamento de mudas (Reis et all, 2004).

Métodos de controlo
- Uso de variedades resistentes (Herrera & Perez, 1974)
- Rotação de cultura (Herrera & Perez, 1974)
- Regulação da sombra (Herrera & Perez, 1974)
- Tratamento químico com fungicidas (Empresa catarinense de pesquisa Agropecuária, SC, 1983): - Benomyl: 100 a 150 g\100kg de bolbo
-Thiophanate ? methyl: 210 a 350g\100 kg de bolbo

- Evitar a entrada de material infectado (Herrera & Perez, 1974)










5- Antracnose
A antracnose é uma doença de distribuição mundial, e ocorre em todas as regiões produtoras de alho (Colletotrichum gloeosporioides (Sensu V. ARS 1975) ), é um fungo polífago, atacando plantas de mais de 50 famílias, mas C. gloeosporioides é patógeno apenas no alho (Gava & Tavares, 2007).
-O fungo pode atacar as plantas durante todas as fases do cultivo, a partir das sementeiras, e durante o armazenamento (Gava & Tavares, 2007).
Lesões marrons alongadas, deprimidas e em círculos concêntricos no centro das manchas ocorrem nas folhas (Gava & Tavares, 2007). Como conseqüência da formação de grandes áreas necrosadas, as folhas tornam-se cloróticas, retorcidas e enroladas, e terminam secas e quebradiças, daí a origem de seu nome (Gava & Tavares, 2007). Nas bainhas das folhas e lâmina foliar podem observar-se, em algumas ocasiões, lesões deprimidas, ovais e brancas (Gava & Tavares, 2007). O sintoma típico da doença é a formação de manchas escuras nas camadas externas dos bulbos com estromas verde-escuros a negros embaixo da cutícula das escamas (Gava & Tavares, 2007). Excepcionalmente ocorrem manchas foliares elípticas, marrons com um halo amarelo (Gava & Tavares, 2007). O fungo pode causar perdas também no estádio de plântulas nas sementeiras (Gava & Tavares, 2007). Neste caso pode causar morte ou estiolamento, mela ou tombamento das mudas, seguindo de apodrecimento e formação de massa rosada de esporos do fungo (Gava & Tavares, 2007).
Os bolbos produzidos pelas plantas afectadas não se prestam para a comercialização, uma vez que adquirem uma forma de charuto e apodrecem durante o armazenamento (Empresa catarinense de pesquisa Agropecuária, SC, 1983).
-O fungo sobrevive no solo nos restos de cultura deixados no campo e também nas sementes, nos cultivos adjacentes e/ou em ervas nativas hospedeira (Gava & Tavares, 2007). Os conídios são disseminados dentro do campo pelo vento, respingos da água da chuva ou da irrigação por aspersão e pelos implementos agrícolas (Gava & Tavares, 2007). A longa distância, a disseminação ocorre através de bulbos e sementes infectadas ou contaminadas com os conídios do fungo (Gava & Tavares, 2007).
-Temperaturas entre 23 °C e 30 °C e umidade relativa alta por um período prolongado são condições que favorecem o desenvolvimento da doença, sob tais condições, o ciclo da doença pode completar-se em poucos dias (Gava & Tavares, 2007).

-Métodos de controlo (Empresa catarinense de pesquisa Agropecuária, SC, 1983)
- Rotação de culturas com gramíneas
- Uso de alho ? sementes sadias


6-Míldio
É causada pelo oomiceto Peronospora destructor (Reis et all, 2004). Forma oosporos nos tecidos infectados secos, donde se conserva de um ano para o outro (Herrera & Perez, 1974). Pode resistir na fase de micelio nos bolbos armazenados (Herrera & Perez, 1974). Penetra pelos estomas e é um parasita obrigatório (Herrera & Perez, 1974).
-Os sintomas iniciam-se com uma descoloração nas folhas que evolui para uma mancha alongada no sentido do comprimento da folha (Reis et all, 2004). Com o avanço da doença, hastes florais e folhas podem quebrar e/ou secar (Reis et all, 2004). Ditas manchas são de cor pardo escuro (necroticas) de forma irregular, mas no geral são redondas (InfoAgro, 2003). Aparecem en el envés de la folha, se as condições ambientais o são favoráveis (humidade -temperatura), seu desenvolvimento é vertiginoso, acabando em numerosas ocasiões com a planta (InfoAgro, 2003). Propágulos do patógeno pode ser transportado em tecido vegetativo a longas distâncias (Gava & Tavares, 2007). Causa danos consideráveis nos períodos húmidos do ano, em condições de irrigação por aspersão e densidades de plantio elevada, nos períodos de temperatura amena (Gava & Tavares, 2007). A intensidade de ataque de míldio tem sido associada a desequilíbrios nutricionais na cultura, principalmente no que se refere ao equilíbrio no fornecimento de fósforo e potássio (Gava & Tavares, 2007).
Inicialmente observam-se lesões elípticas alongadas, de início pequenas, depois grandes ao longo da folha, apresentando-se como zonas concêntricas de tecido clorótico, podendo estar recobertas por uma massa de esporângios esbranquiçada ou bege e, às vezes, violeta (Gava & Tavares, 2007). As hastes florais apresentam lesões semelhantes às das folhas, podendo resultar na sua quebra no ponto afetado (Gava & Tavares, 2007). Plantas provenientes de bulbos infectados estão sujeitas à invasão sistêmica do fungo, apresentando subdesenvolvimento em relação às demais e exibindo, nas folhas, manchas brancas pequenas, muito semelhantes às causadas por Botrytis (Gava & Tavares, 2007). Como resultado a planta apresenta reduzida produção de sementes ou bulbos (Gava & Tavares, 2007).
O patógeno sobrevive nos restos culturais, nos bulbos utilizados no plantio e nas sementes (Gava & Tavares, 2007). A disseminação é feita por meio de bulbos infectados, sementes, água e vento, por onde os esporângios do fungo vão a longas distâncias (Gava & Tavares, 2007).
-A doença se declara por focos que vão estendendo-se em círculos com maior ou menos rapidez segundo as condições climáticas (Herrera & Perez, 1974). A esporulação se produz pela noite em gotas de água, a uma temperatura entre 3ºC e 27ºC (óptimo 11ºC) e as esporas germinam em 4 a 6 horas de 1 a 28ºC (óptimo 10ºC) (Herrera & Perez, 1974).
Na prática se tem considerado que o período favorável ocorre quando há uma noite com mais de 10 horas de humidade relativa cerca de 100% segue um período de 6 horas de humidade relativa superior a 80% pela manhã (Herrera & Perez, 1974).
O desenvolvimento do fungo se ve favorecido por temperaturas compreendidas entre 11ºC e 30ºC, acompanhadas de humidade ambiental elevada (InfoAgro, 2003).

-Métodos de controlo
Como medidas preventivas a escolha de solos bem drenados, evitar áreas de baixadas onde se tem alta humidade do ar; utilizar bulbos e sementes sadios para plantio; eliminar os restos culturais; ajustar densidade de plantio; contribuem no controle da doença, assim como pulverizações com fungicidas (Gava & Tavares, 2007).
É muito conveniente o emprego de fungicidas como medida preventiva ou bem ao começo dos primeiros sintomas da doença (InfoAgro, 2003). A frequência dos tratamentos deve ser em condições normais de 12-15 dias (InfoAgro, 2003). Se durante o intervalo que vai de tratamento a tratamento lloviese, deve aplicar-se outra pulverização imediatamente depois da chuva (InfoAgro, 2003).

Matéria activa Doses A presentação do produto
Clortalonil 15% + Maneb 64% 0.25-0.30% Polvo molhavel
Clortalonil15%+Oxicloruro de cobre 30% 0.25-0.45% Polvo molhavel
Clortalonil37%+oxido cuproso 25% 0.15-0.20% Polvo molhavel
Clortalonil 50% 0.25-0.30% Suspensão concentrada
Mancozeb10%+ Oxicloruro de cobre 30% 0.30% Polvo molhavel
Mancozeb12%+Oxiclororu de cobre 8.6%+ Sulfato de cobre 2.5% + carbonato básico de cobre 2.8% 0.40%-0.60% Polvo molhavel
Mancozeb48% + Sulfato de cobre 11% 0.30% Polvo molhavel
Mancozeb8% + Sulfato cuprocalcico20% 0.40%-0.60% Polvo molhavel
Maneb10% 20kg\ha Polvo para espolvoreo
Maneb10%+ Oxicloruro de cobre 30% 0.30-0.50% Polvo molhavel
Maneb7.5% + Oxicloruro de cobre 10%+ Sulfato cuprocalcico11% + Zineb 7.5% 0.30-0.40% Polvo molhav
Oxicloruro de cobre 37.5% + Zineb 15% 0.40% Polvo molhavel
Zineb 10% 20kg\ha Polvo para espolvoreo




7- Podridao do caule
De acordo com os agentes causantes a podridão do caule tem recebido vários nomes: Podridão Cinzenta do caule, Podridão micelial do caule e Podridão de pequenos esclorocios (esclorodios) (Herrera & perez, 1974). A Primeira é a mais comum (Herrera Perez, 1974). Os agentes causantes desta doença podem ser Botrytis allii Muhr que provoca a podridão cinzenta; Botrytis byssoidea Walker; a podridão micelial, e Botrytiss squamosa Walker; a podridão de esclerocios (Herrera & Perez, 1974). O primeiro se destingue por abundantes formação de conidios de cor cinzenta e esclerocios grandes escassos; o segundo por um abundante micelio com muitas poucas esporas e esclorocios iigual ao primeiro, e o terceiro pela escassa formação de conidios e pelos abundantes esclorocios de tamanho pequeno (Herrera & Perez, 1974).
Botrytis spp., causam na folhagem enumeráveis pontos brancos que coincide com as picadas dos trips (Herrera & Perez, 1974). Em condições favoráveis se apresenta uma forte mancha na semente e tem sido reportada como causantes de todas as espécies descritas (Herrera & Perez, 1974). Normalmente vive sobre os órgãos secos (InfoAgro, 2003). A infecção pode produzir-se a partir de uma poda (InfoAgro, 2003).
-A doença raras vezes se manifesta no campo, o fungo pode atacar a folhagem (Herrera & Perez, 1974), ataca a tallos, folhas e algumas vezes ao fruto pela zona peduncular (InfoAgro, 2003). As lesões aparecem primeiro como pontos profundos e secos no caule do bolbo e se este se corta longitudinalmente as escamas afectadas se observam como se estivessem cozidas (Herrera & Perez, 1974). O tecido torna-se mole e adquire uma coloração parda (Herrera & Perez, 1974). Entre as escamas se apresenta uma mancha cinzenta e posteriormente o bolbo se mumifica (Herrera & Perez, 1974). Certas vezes esta fase não se observa porque atacam conjuntamente as bactérias das podridões húmidas (Herrera & Perez, 1974).
No alho a sintomatologia varia, pois aparecem apenas esclorocios e se afectam também os dentes empregados na sombra (Herrera & Perez, 1974).
-O agente causal persiste em forma de esclerocios no solo e nos bolbos (Herrera & Perez, 1974). Durante o crescimento das plantas o fungo segue uma existência saprofitica (Herrera Perez, 1974).
As grandes epifitias de podridão do caule se originam quando o alho se recolhe em tempo húmido e frio (Herrera & Perez, 1974).
A suculencia dos tecidos dos bolbos no tempo da colheita constitui um índice para determinar a magnitude da infecção (Herrera & Perez, 1974). Se os bolbos maduram bem em tempo seco, a probabilidade da infecção se reduz (Herrera & Perez, 1974). A mancha no campo se produz com temperatura favoráveis de 22 a 23ºC quando a humidade relativa seja superior a 80% durante vários dias (8 dias aproximadamente) com presença da agua na superfície das folhas (Herrera & Perez, 1974).

- Métodos de controlo
Se recomendam as seguintes:
-Deixar que as folhas se sequem bem antes da colheita (Almeida, 2006):
-vitar as feridas e o corte muito baixo das folhas (Almeida, 2006):
-Armazenar a 65%de humidade relativa (Almeida, 2006)
Para a fase da mancha, asperjar cada 3 dias com carbamatos e evitar as sombras densas e os encharcamentos (Almeida, 2006).
- Separação ao máximo dos regos com o fim de diminuir a humidade ambiental (InfoAgro, 2003).
- Tratamentos com fungicidas (InfoAgro, 2003):
Matéria activa Doses A presentação do produto
Clortalonil15%+Maneb64% 0.2-0.30% Polvo molhavel
Clortalonil37%+ Oxido cuproso 25% 0.15-0.20% Polvo molhavel
Clortalonil 5% 20 kg\ha Polvo para espolvoreo
Procimidona 3% 20-30 kg\ha Polvo para espolvoreo
Tebuconazol 25% 2L\ha Emulsão de azeite em agua
Vinclozolina 505 0.10-0.15% Polvo molhavel



8- Raiz rosada
Pyrenochaeta terrestris é o agente causal, descrito primeira vez como Phoma terrestris (Herrera & Perez, 1974). É um habitante do solo e afecta as raízes do alho (Herrera & Perez, 1974).
-Se desenvolve desde a sementeira até a plantação e afecta as raízes que se envolvem rosadas se arrugam e morrem (Herrera & Perez, 1974). A medida que a planta emite novas raízes esta se enfermam. As plantas afectadas não morrem, mas a causa da perda constante de raízes o bolbo não cresce e em certas ocasiões apenas se formam (Herrera & Perez, 1974). Os sintomas não são evidentes nas partes aéreas e apenas se fezem notáveis pelo pouco crescimento do bolbo (Herrera & Perez, 1974.).
-O fungo persiste indefinidamente no solo e sua temperatura óptima é de 24 a 28ºC (Herrera & Perez, 1974). Não é raro encontrar fusarium spp., associado com a doença (Herrera & Perez, 1974).

-Métodos de controlo
Entre as práticas culturais que podem reduzir a ocorrência da doença a escolha de solos bem drenados, manejo adequado da irrigação, evitando excesso de água; rotação de culturas com gramíneas; destruição dos restos de cultivo antes do preparo do solo e revolver a terra para expor ao sol algumas partículas do fungo, tem mostrado efeitos positivos (Gava & Tavares, 2007).

-Controlo de doenças causadas por fungos
O controle das doenças fúngicas do alho deve ser feito de forma integrada, isto é, pela adoção de várias medidas preventivas que visam a reduzir a intensidade do seu ataque, como por exemplo (Reis et all, 2004):
* Usar semente de boa qualidade, adquirida de firmas idôneas;
* Fazer rotação de culturas. Nunca plantar alho no mesmo campo por mais de dois anos consecutivos;
* Como muitas das doenças do alho são comuns a cebola, não plantar uma das culturas em sucessão a outra;
? Irrigar de forma correta, com água de boa qualidade, não aplicando excesso de água ou provocando empoçamentos;
* Quando possível, plantar variedades resistentes às doenças;
* Pulverizar a cultura com fungicidas recomendados e registrados, quando as condições climáticas forem favoráveis à doença, principalmente sob alta umidade relativa do ar.

6.7.2- Doenças causadas por bactérias
-Podridão-mole
Esta doença é mais comum na fase de armazenamento dos bulbos, mas pode ocorrer ainda no campo depois de chuvas pesadas (Reis et all, 2004). É causada pela bactéria Pectobacterium carotovorum sp. Carotovorum (Reis et all, 2004). As partes internas atacadas inicialmente apresentam manchas aquosas e amarelas pálidas a marrom claro, tornando-se moles com o progresso da doença (Reis et all, 2004). Todo o interior do bulbo pode apodrecer e um líquido viscoso e fétido pode sair pela região do pescoço (Reis et all, 2004). Nos ataques a campo, quando a planta ainda está vegetando, ocorre murcha e clareamento das folhas ou de toda a planta (Reis et all, 2004).

-Podridão bacteriana
É doença de importância relativa para o alho, ocorrendo com maior freqüência em bulbos já maduros ou armazenados (Reis et all, 2004). É causada pela bactéria não fluorescente Burkholderia cepacia (= Pseudomonas cepacia) (Reis et all, 2004). No início da doença os sintomas de podridão podem não estarem aparentes, exceto por um amolecimento e amarelecimento do pescoço da planta (Reis et all, 2004).

-Controlo de doenças causadas por bactérias
Uma vez instaladas, as doenças bacterianas são difíceis ou impossíveis de serem controladas (Reis et all, 2004). Logo, as medidas de manejo da doença devem ser de caráter preventivo, como por exemplo (Reis et all, 2004):
* Usar bulbos e sementes de boa procedência;
* Evitar excesso de humidade no solo;
* Fazer rotação com espécies de outras famílias botânicas;
* Controlar insetos;
* Evitar injúrias nas plantas durante os tratos culturais;
* Colher os bulbos somente após a sua completa maturação;
* Armazenar os bulbos precedido de descarte daqueles com infecção aparente, preferencialmente sob baixas temperaturas, com baixa umidade do ar, e se viável, com ventilação.






6.7.3- Doenças causadas por vírus
-Mosaico em faixas ou nanismo amarelo (OYDV)
É a principal virose do alho e aparentemente uma das principais no mundo, podendo reduzir a produção e a qualidade de bulbos das plantas afetadas (Reis et all, 2004). É causada pelo vírus do nanismo amarelo (OYDV), um vírus que também é capaz de infectar a cebola (Reis et all, 2004). O vírus pode ser transmitido por várias espécies de pulgões, de maneira não persistente (Reis et all, 2004). Os sintomas iniciam-se com estrias cloróticas e amareladas na base das folhas mais velhas (Reis et all, 2004). Em seguida, todas as folhas que surgem apresentam desde os sintomas de estrias isoladas até o completo amarelecimento, às vezes associados com enrolamento, enrugamento e queda das mesmas (Reis et all, 2004). Os bulbos produzidos pelas plantas atacadas apresentam tamanho reduzido, comprometendo a produção (Reis et all, 2004).

-Sapeca
Os sintomas da doença iniciam-se com manchas necróticas em forma de olho nas folhas e hastes florais, podendo causar a morte de todas as flores (Reis et all, 2004). Com o tempo, ocorre formação de anéis e queima (seca) das folhas (Reis et all, 2004). Algumas vezes, de forma bastante simétrica, metade da folha apresenta coloração branca e a outra metade, coloração verde normal (Reis et all, 2004).

-Controle de doenças causadas por vírus (Reis et all, 2004)
* Plantar bulbos oriundos de plantas sadias;
* Plantar cultivares tolerantes;
* Evitar o plantio de cebolinha (Allium fistulosum L.) nas proximidades de cultivos de alho, pois esta planta pode ser fonte de OYDV;
* Fazer rotação de culturas com espécies de outras famílias botânicas, para quebrar o ciclo da virose;
* Eliminar plantas hospedeiras de pulgão e tripes próximas aos plantios de alho;
* Controlar tripes, no caso da sapeca.








6.7.4- Pragas da Cultura do Alho e o seu Controle
Durante o desenvolvimento vegetativo, quando o ataque de pragas é severo, pode ocorrer morte das plantas e \ ou deformações dos bolbos (Empresa catarinense de pesquiza Agropecuaria, Florianopolis, SC, 1983).

-Tripés ? Thrips tabaci (Lindeman, 1888) (Thysanoptera: Thripidae).
Entre as pragas que atacam o alho, T. tabaci é considerada a mais importante (Moreira et all, 2007). Trata-se de um insecto cosmopolota e, alem do alho, ataca um grande numero de culturas (Moreira et all, 2007). Os insectos vivem abrigados no interior dos primórdios florais e flores, nos botões florais, brotações ou podem ser encontrados na face inferior das folhas novas ou velhas, formando colónias (Moreira et all, 2007).
? Os adultos são insetos pequenos (1 mm de comprimento), corpo alongado, com coloração amarelo-claro a marrom e asas franjadas típicas (Boas, 2004), o tórax é mais escuro que o abdómen (Empresa catarinense, SC, 1983) . Os ovos são colocados nos tecidos tenros da planta e após quatro dias eclodem as formas jovens (Boas, 2004 ), A fêmea adulta pode viver em torno de 20 dias e oviposita de 20 a 100 ovos (Moreira et all, 2007). As ninfas são mais claras que os adultos, medem 1 mm de comprimento e não possuem asas (Boas, 2004). Vivem em colônias, alojando-se nas bainhas das folhas e alimentam-se da seiva da planta (Boas, 2004), sendo raspadores ? sugadores (Moreira et all, 2007). O ciclo completo, de ovo adulto, tem duração aproximada de 15 dias, de acordo com a temperatura (Boas, 2004).
-Com ataque intenso pode-se observar áreas esbranquiçadas ou prateadas nas folhas, que ficam retorcidas, podendo secar completamente, comprometendo o crescimento da planta (Boas, 2004). Causam perdas na produção, devido à redução do tamanho e peso dos bulbos (Boas, 2004). Plantas muito danificadas não tombam por ocasião da maturação fisiológica, o que facilita a entrada de água até o bulbo, aumentando as perdas da produção por apodrecimento (Boas, 2004). O período crítico compreende os estádios vegetativos e de bulbificação (Boas, 2004). Foi verificado que existe correlação entre altas populações de tripes e a doença mancha púrpura, causada pelo fungo Alternaria porri (Boas, 2004). Os tripes também podem transmitir viroses (Boas, 2004). Em anos secos, as ninfas atacam também os bulbos, permanecendo sob a pele, causando danos à escama externa, comprometendo a qualidade do produto e o tempo de armazenamento (Boas, 2004).
Em anos de baixa pluviosidade, as infecções tornam-se mais serias e, quando não controladas adequadamente, podem causar 50% de perdas na produção (Empresa catarinense de pesquisa Agropucuaria, SC, 1983).
-Altas temperaturas (acima de 30ºC) e humidades relativas baixas favorecem o ataque por essa praga (Embrapa, 1984). Migram de hospedeiros silvestres, como gramíneas (Boas, 2004).

Controle ? Recomenda-se a adoção do manejo integrado, com ênfase em:
-Respeitar a época adequada de plantio, procurando fugir dos períodos que favorecem a maior densidade populacional da praga, como alta temperatura associada a períodos de seca (Boas, 2004);
-Escolher cultivares de alho mais tolerantes ao inseto, de folhas lisas e pouca cerosidade, com bainha circular e com maior ângulo de abertura (Boas, 2004). Cultivares precoces geralmente sofre menores perdas, pois escapam do pico populacional dos tripes;
-Evitar plantios consecutivos da cultura, que favorecem a migração do inseto para as culturas mais novas (Boas, 2004);
-Adotar as recomendações do nível de dano, ou seja, iniciar o controle químico, no estádio vegetativo, quando forem amostrados 15 tripes/planta, e após esta fase, quando forem amostrados 30 tripes/planta (Boas, 2004).
-O controle natural é feito por meio de larvas de dípteros da família Syrphidae e alguns coleópteros (Boas, 2004).
-O uso de insecticidas fosforados, com acção de contacto, juntamente com espalhantes adesivos, tem propiciado melhores resultados (Garcia et all, 1984). Entre os insecticidas recomendados, pode-se mencionar o Diazinon, Phosdrin, Parathion, Fosfamiidon, Monocrotofos e Orthene (Garcia et all, 1984).
A adição de açúcar a 2 % na calda de pulverização melhora a eficiência dos defensivos;















- Ácaro dos Bolbos ? Eriophyes tulipae (Keifer, 1938), (Acari: Eriophydae)
Este ácaro é do tipo alongado e vermiforme, com coloração branco ? creme, quase translúcido (Garcia et all, 1984). É encontrado vivendo e se alimentando nas dobras das folhas e nas túnicas dos bolbos e bobilhos (Boas, 2004).
-São ácaros invisíveis a olho nu, de forma alongada vermiforme, característica dos eriofideos (Moreira et all, 2007). Os adultos sugam a seiva, provocando um retorcimento típico, estrias cloróticas e o secamento das folhas (Boas, 2004). Causam nanismo nas plantas e os bolbos são mal formados, tanto no campo como no armazém (Boas, 2004).
-Temperaturas elevadas (acima de 30ºC) e humidade relativa baixa, favorecem o aparecimento dessa praga (Embrapa, 1984).

Controle: Um dos tratamentos preconizados refere-se a imersão dos bolbilhos em uma solução de Tiometon, a 0, 1% de princípio activo, durante 10 minutos, um dia antes do plantio (Garcia et all, 1984).
O expurgo dos bolbilhos também pode ser feito com gás fosfina (Phostoxin), usando-se cobertura com plástico, o que propicia condições para o expurgo total da referida praga (Garcia et all, 1984). O plástico deve ser retirado após período de 36 ? 48 horas, deixando-se os bolbilhos em contacto com o ar por 12 horas, antes que se volte a manusea-los (Garcia et all, 1984).
Na lavoura, o combate ao ácaro dos bolbos pode ser feito com diversos produtos, prncipalmente os insecticidas ? acaricidas fosforados, como Diazinon, Phosdrin, Parathion, Fosfamidon, Monocrotofos, Azodrin e os acaricidas Plictran e Omite (Garcia et all, 1984).














-Lagarta Rosca ? Agrotis ípsilon ? As lagartas ? roscas são de coloração escura, corpo liso e brilhante, e costumam se enrolar ao serem tocadas (Garcia et all, 1984). Quando bem desenvolvidas chegam a medir 4-5cm (Garcia et all, 1984). Vivem no solo, alimentando-se da base das plantas ou cortando-as transversalmente na região do colo (Garcia et all, 1984). Somente uma lagarta pode cortar diversas plantas numa noite (Garcia et all, 1984). Em geral o seu deslocamento é no sentido da fileira, podendo ser facilmente localizada sob o solo na base das plantas vizinhas aquela que foi atacada (Garcia et all, 1984).
Essas lagartas têm hábitos noturnos e, portanto, só se alimentam e causam estragos a tardinha e a noite (Garcia et all, 1984). Durante o dia permanecem sob o solo, restos de cultura, etc (Garcia et all, 1984).

Controle: O controle dessas lagartas deve ser feito o mais cedo possível, isto é, quando as lagartas estão nos primeiros estádios de desenvolvimento (Garcia et all, 1984). Quanto mais desenvolvidas forem, mais insecticidas deverão receber ou ingerir para que a dose seja letal (Garcia et all, 1984). O uso de isca tóxica e pulverização são praticas que sempre oferecem bons resultados (Garcia et all, 1984). Geralmente o ataque de lagartas-rosca ocorre em manchas localizadas na lavoura (Garcia et all, 1984). É necessario certificar-se da extensão do ataque e apenas nessas áreas aplicar as medidas de controle (Garcia et all, 1984). Tanto a isca como a pulverização devem ser aplicadas na base das plantas, durante o fim da tarde e a noite (Garcia et all, 1984).
Diversos tipos de iscas podem ser aplicados, como exemplo (Garcia et all, 1984):
Melaço ou açúcar preto + Farelo (arroz, milho, trigo.) + Agua + Insecticida
0,5 kg + 10 kg + 1-2 L 200-300 g

Insecticidas: Lorsban, Sevin, Lanate, Orthene, etc.
Em pulverização, os insecticidas Lorsban, Sevin, Lanate, Orthene, Monocrotofos e outros lagarticidas propiciam bons resultados, desde que aplicados convenientemente (Garcia et all, 1984)








-Segundo (Moreira et all, 2007) a Lagarta-rosca ? Agrotis ípsilon (Hufnagel, 1767) (Lepidoptera: Noctuidae).
-E uma praga cosmopolita e polifaga, atacando, alem do alho, tomateiro, algodoeiro, amendoim, arroz, feijoeiro, fumo, girassol, soja, milho, etc (Moreira et all, 2007).
-Os adultos são mariposas que medem em torno de 50 mm de envergadura, de coloração pardo-escura a marrom, com algumas manchas escuras nas asas anteriores e asas posteriores brancas, semi-transparentes, com os bordos laterais acinzentados (Moreira et all, 2007). Este insecto tem elevado potencial biótico, podendo uma fêmea colocar até 1260 oovos durante o seu ciclo de vida (Moreira et all, 2007). Os ovos são depositados no solo, nas folhas e nos caules das plantas, isoladamente ou em massas (Moreira et all, 2007). As lagartas apresentam coloração variável, cinza-escura a marrom-clara, e podem medir 45 a 50 mm no seu máximo desenvolvimento (Moreira et all, 2007). Possuem o hábito de se alimentarem durante a noite (Moreira et all, 2007). Durante o dia, propagam-se sob torrões, na base da planta, ou a poucos centimetros de profundidade de profundidade no solo (Moreira et all, 2007). Devido a característica de enrolar-se quando tocadas, são conhecidas como lagartas-rosca (Moreira et all, 2007).
Passam a fase de pupa em câmaras pupais construídas pelas larvas a pouca profundidade do solo (Moreira et all, 2007). O ciclo biológico de A. Ípsilon é de 34 a 64 dias, sendo o período do ovo de 4 dias, de lagarta de 20 a 40 dias e de pupa de 10 a 20 dias (Moreira et all, 2007).


Foto: Eliane D. Quintela


Adulto de Agrotis ípsilon

O principal dano causado pela lagarta ? rosca é o corte das plantas novas na altura do colo das plantas, tendo, como consequência a redução do estande, sendo a sua maior ocorrência em solos com elevado teor de matéria orgânica (Moreira et all, 2007). O dano causado pelo insecto será maior se houver elevada população de lagartas grandes (Moreira et all, 2007). As plantas mais desenvolvidas toleram o dano por mais tempo, porem murcham e podem sofrer tombamento (Moreira et all, 2007). No alho, danifica os bolbos no campo, podendo, também, causar apodrecimento e sérios prejuízos durante o armazenamento (Moreira et all, 2007).

Foto: Eliane D. Quintela


Lagarta Rosca (Agrotis ípsilon)


- Segundo (Boas, 2004) a Lagarta-rosca - Agrotis ipsilon (Hufnagel, 1767), (Lepidoptera: Noctuidae)
? Os adultos são mariposas de 35-50 mm de comprimento, com asas anteriores marrons com manchas pretas, e asas posteriores semitransparentes (Boas, 2004). Possuem grande capacidade de postura, sendo que uma fêmea põe, em média, 1.000 ovos. Os ovos, de coloração branca, são colocados nas folhas (Boas, 2004). As lagartas, de 45 mm de comprimento e cor marrom-acinzentada, apresentam hábitos nocturnos e durante o dia ficam enroladas, abrigadas no solo (Boas, 2004). Esse hábito de se enrolar é que deu origem ao nome "lagarta-rosca" (Boas, 2004). A duração da fase larval é de 30 dias, em média (Boas, 2004). Transformam-se em pupa no solo, permanecendo neste estádio por 15 dias, quando emerge o adulto (Boas, 2004).
Ecologia ? Tabela x. Produtos registrados para o controle de tripes e lagarta-rosca na cultura do alho (Boas, 2004).
Ingrediente
Ativo Nome
comercial Dose CT¹ Modo de Ação IS²
Tripes (Thrips tabaci)
Betacyflutrin Bulldock 125 SC
Full, Novapir, Turbo 10 ml/100 l água
15 ml/100 l água II
II Contato e ingestão 14
Carbaryl Carbaryl Fersol Pó 75
Sevin 480 SC
Sevin 850 PM 10 kg/ha
300 ml/100 l água
80 g/100 l água III
II
II Contato e ingestão 14
Chlorfenapyr Pirate 625 ml/ha III Contato e ingestão 14
Cypermethrin Arrivo 200 CE
Commanche 200 CE 25 ml/100 l água
25 ml/100 l água III
III Contato e ingestão 5
Deltamethrin Decis 25 CE
Decis-Tab 30 ml/100 l água
2 tabletes/100 l água III
III Contato e ingestão 2
Fenitrothion Sumithion 400 PM
Sumithion 500 CE 200 g/100 l água
150 ml/100 l água III
II Contato e ingestão 14
Fenpropathrin Danimen 300 CE
Meothrin 300
Sumirody 300 150 ml/ha
150 ml/ha
150 ml/ha I
I
I Contato e ingestão 7
Formetane hidrocloreto Dicarzol 500 PS 1,0 kg/ha I Contato e ingestão 7
Imidacloprid Confidor 700 GrDa
Provado 100 g/ha
100 g/ha IV
IV Sist. de contato e ingestão 21
Lambdacyhalothrin Karate 50 CE
Karate Zeon 50 CS 100 ml/ha
100 ml/ha II
III Contato e ingestão 10
3
Parathion Methyl Bravik 600 CE
Folidol 600
Folisuper 600 BR
Mentox 600 CE 70 ml/100 l água
100 ml/100 l água
85 ml/100 l água
135 ml/100 l água I
II
I
I Contato e ingestão 15
Profenofos + Cypermethrin Polytrin 400/40 CE 450 ml/ha III Contato, ingestão e profundidade 5
Thiacloprid Calypso 20ml/100 l água III Sistêmico 21
Zetacypermethrin Fury 180 EW 20ml/100 l água II Contato e ingestão 5
Lagarta-rosca (Agrotis ipsilon)
Carbaryl Sevin 480 SC 300ml/100 l água II Contato e ingestão 14
Deltamethrin Decis 50 SC 10ml/100l água IV Contato e ingestão 2
Mevinphos Phosdrin 185 CE 250ml/100 l água I Sistêmico 4
Fonte: Agrotis (2003) e Anvisa (2003).
¹ CT = classe toxicológica. I ? extremamente tóxico (faixa vermelha); II ? altamente tóxico (faixa amarela); III ? moderadamente tóxico (faixa azul); IV ? pouco tóxico (faixa verde).
² IS = intervalo de segurança (carência) ? intervalo, em dias, entre a última aplicação do agrotóxico e a colheita.
Danos ? as lagartas cortam as plantas novas, na região do colo (Boas, 2004). Podem alimentar-se dos bulbos no campo, em períodos de seca prolongada, favorecendo seu apodrecimento durante o armazenamento (Boas, 2004). Solos com elevado teor de matéria orgânica favorecem sua ocorrência (Boas, 2004).
Métodos de controlo
Recomenda-se a adoção do manejo integrado, com ênfase em (Boas, 2004):
? Realizar bom preparo de solo e eliminar as plantas hospedeiras. Em geral, o ataque severo está relacionado com a cultura anterior e com o histórico da área, bem como com a utilização de práticas culturais inadequadas;
? Evitar o uso de cobertura morta, restos culturais e restos de capina na área cultivada. Estes materiais oferecem abrigo às lagartas, protegendo-as de eventuais predadores e de outras medidas de controlo.
O controle natural é feito por microhimenópteros e dípteros.
- Deve ser realizado ao final da tarde, dirigindo-se o jato de pulverização ao solo, junto à base das plantas e em alto volume para facilitar o controle (Boas, 2004);
- Em regiões onde é comum seu aparecimento, podem ser preparadas iscas tóxicas, com 1 kg de farelo grosso de trigo, 4 g de inseticida (Trichlorfon ou Carbaryl), 50 g de açúcar, suco de uma laranja e 50 g de óleo de soja (Boas, 2004). Usar água para umedecer uniformemente a mistura, que deve ficar suficientemente úmida para ser distribuída na lavoura, sem ficar aglomerada (Boas, 2004). Recomenda-se utilizar 30 kg/ha. Aplicar no final da tarde, ao longo das fileiras atacadas (Boas, 2004);





-Nematodos (Ditylenchus dipsaci Kuehn)
Nematóides parasitas de plantas são vermes microscópicos que vivem no solo e se alimentam no tecido vegetal através da introdução de seu estilete (aparelho bucal) (Gava & Tavares, 2007). Os nematóides inserem o estilete nas células radiculares e passam a sugar o conteúdo celular (Gava & Tavares, 2007). Os nematóides do gênero Meloydogine causam a formação de galhas radiculares, enquanto Pratylenchus penetrans pode causar galerias ou necroses, resultado da morte das células (Gava & Tavares, 2007). Ditylenchus dipsaci, alimenta-se do caule, bulbo e folhas e é capaz de sobreviver sem água por período prolongado, reduzindo sua atividade metabólica (Gava & Tavares, 2007).
Endoparasita migratório que se alimenta no tecido parenquimoso, em tallos e bolbos (InfoAgro, 2003). Os machos e as hembras são vermiformes os adultos medem de 0,9 a 1,8 mm de largo (InfoAgro, 2003).
São necessárias temperaturas superiores a 14ºC para mostrar-se activos (InfoAgro, 2003). O número de ovos pode ser de 350-600. a incubação se realiza com rapidez (InfoAgro, 2003). Com temperaturas adequadas o ciclo pode durar entre 20 e 40 dias (InfoAgro, 2003). O número de gerações pode estar sujeito as condições ambientais, podendo dizer que se encontra entre 4 e 9 gerações anuais (InfoAgro, 2003). A reprodução pode ser por partenogenesis ou sexual (InfoAgro, 2003).
-Seu ataque pode ser confundido com sintomas de deficiência generalizada de nutrientes por reduzir drasticamente a capacidade de absorção de nutrientes (Gava & Tavares, 2007). Como resultado as plantas apresentam redução de crescimento e não formação de bulbos ou redução da produção (Gava & Tavares, 2007).
Escaso desarrollo das plantas afectadas e em casos graves a morte das mesmas (InfoAgro, 2003).
Algumas vezes os ataques se localizam no princípio a rodales que posteriormente se estendem a todo o cultivo (InfoAgro, 2003). Formam "agallas" ou "nódulos" nas raízes (InfoAgro, 2003). É imprescindível a analises notologico e ademas antes do cultivo para poder realizar o tratamento em condições favoráveis (InfoAgro, 2003). As colheitas se reduzem muito em rendimento (InfoAgro, 2003).
O nematodeo tem grande capacidade de adptação a diferentes meios, é polifago, sobrevive em solo seco, em folhas e escamas de cebola e alho secas e em sementes de cebola (Empresa catarinense de pesquisa agropecuária, SC, 1983).

Métodos de controlo
Ensaios realizados com Nemacur P, 500 a 1.500 ppm com imersão, cujo tempo vaiou de 15 a 75 minutos, observou-se que os nematodeos tiveram uma mortalidade de 90% e que os bolbilhos apresentaram uma germinação acima de 90% e não mostraram sintomas de fitotoxidez (Empresa catarinense de pesquisa Agropecuária, SC, 1983). Obteve ?se um controle ao redor de 100% e um importante redução do nematodeo no solo e na planta através do uso de Temik 10 G, 30 kg\ha, e nemafós 10 G, 30 kg \ha. Aldicarb, numa dosagem de 1,4 a 5,6 kg de i.a.\ha ou Oxamil de 1,3 a 5,2 kg de i.a.\ha previne o ataque de D. dipsaci (Empresa catarinense de pesquisa Agropecuária, SC, 1983). O melhor resultado obtido foi com a aplicação desta mesma dosagem, porem duas vezes, durante o período vegetativo e não em uma aplicação antes ou logo após o plantio (Empresa catarinense de pesquisa Agropecuária, SC, 1983). No entanto, o autor chama a atenção para o facto de que 2,5 kg de i.a.\ha de Aldicarb é a dosagem máxima permitida tecnicamente para não ultrapassar a dose aceitável de resíduo no alho (Empra catarinense de pesquisa Agropecuária, SC, 1983).
Desinfecção do solo:
- A base de Dicloropropeno, a 400 litros\Ha.
- A base de D.D. (dibromoetano)
- Cloropicrina a 600 litros \Ha
. Rotação de cultivos, intercalando plantas não sensíveis.
. Selecção de variedades resistentes.


-Traças: -Cadra cautella Walker 1864,
-Ephestia elutella Huebner 1976 e
-Plodia interpuctella Huebner 1813
São pequenas mariposas, com coloração variável entre cinza e cinza ? escura (Garcia et all, 1984). Em geral apresentam voos rápidos e curtos, quando o alho é manuseado, e costumam atacar durante o armazenamento (Garcia et all, 1984). Normalmente voam a noite e são atraídas pela claridade, podendo serem observadas quando são acesas luzes nos depósitos (Garcia et all, 1984). As lagartas desssas espécies alimentam-se dos bolbilhos, causando danos directos e indiretos aos bolbos, devido ao surgimento de podridões que podem destruí-los completamente (Garcia et all, 1984).
Os bolbos infectados pelas traças evidenciam um tipo de " serragem" característico, constituído de fezes de lagartas que ficam presas entre si formando uma espécie de filamento facilmente perceptível (Garcia et all, 1984). Este é um dos sinais mais evidentes do ataque de traças (Garcia et all, 1984). As lagartas são de coloração branca e creme; a cabeça é preta e medem, quando plenamente desenvolvidas, cerca de 2-3 mm (Garcia et all, 1984).


Métodos de controlo
Preventivo ? através de limpeza do local de armazenamento do alho, removendo restos de culturas e poeiras (Garcia et all, 1984). A pulverização do piso, frestas e demais pontos do depósito com insecticidas oferece bons resultados (Garcia et all, 1984). Qualquer um dos seguintes insecticidas pode ser usado: Diclorvos, Phosdrin e Parathion (Garcia et all, 1984).
Esta medida de controlo também diminui a chance de infestação por ácaro (Garcia et all, 1984).
Curativo ? o expurgo com gás fosfna (Phostoxin), conforme recomendação já vista para ácaros, é muito eficiente (Garcia et all, 1984).

-Lagarta ? das- folhas- Helicoverpa zea (Bod., 1850) (Lepidoptera-Noctuidae) (Moreira et all, 2007).
Esta lagarta, conhecida como lagarta da espiga do milho, ataca, principalmente, espigas de milho, mas é também importante praga para melancia, melão, alho, pimentão, tomateiro, cebola (Moreira et all, 2007).
-O adulto é uma mariposa com 30 a 40 mm de envergadura (Moreira et all, 2007).
Geralmente apresenta as asas anteriores cinzas-esverdiadas ou amareladas (Moreira et all, 2007). As asas anteriores apresentam uma estreita franja no bordo externo, sendo as asas posteriores mais claras e com uma franja estreita e clara no bordo externo (Moreira et all, 2007). A lagarta ao final do período larval, mede de 40 a 50 mm de comprimento, possuindo coloração variável (verde, marrom, branco ? sujo e até preta, com listas longitudinais de duas a três cores) (Moreira et all, 2007).
Quando completamente desenvolvida, a lagarta abandona a planta, penetra no solo, onde constrói a câmara pupal próximo as plantas atacadas e se transforma em pupa (Moreira et all, 2007).
Na cultura do alho, danifica as folhas e pode destruir parcial ou totalmente os bolbos (Moreira et all, 2007).

Métodos de controlo
Biologico
Trichogramma pretiosum, microhimenoptero parasitoide de ovos, é um eficiente agente de controlo biológico de H. zea (Moreira et all, 2007).




-Recomendações para o controle de pragas no alho
Para que os danos das pragas sejam reduzidos e, consequentemente, os prejuízos sejam minimizados, o ideal é a combinação de métodos de controlo. As medidas de controlo devem ser planejadas antes mesmo do plantio (Moreira et all, 2007).
Deve-se, também ter em mente a preservação do potencial de controlo biológico natural existente propiciando a actuação de inimigos naturais, de maneira que aumente a biodiversidade no agro ? ecossistema e se restabeleça o equilíbrio das populações de pragas e seus inimigos naturais (Moreira et all, 2007).
Com alguns cuidados e a introdução de certas praticas, é possível melhorar a qualidade e o rendimento do alho, sem alterar custos (Moreira et all, 2007). É importante seguir as recomendações (Moreira et all, 2007):
-Evitar plantios consecutivos, pois a sucessão de safras permite a migração de pragas, aumentando a infestação.
-Eliminar, das proximidades do plantio, ervas ? daninhas e/ou plantas silvestres / cultivadas, hospedeiras de pragas do alho;
-Cultivar próximo ao pomar plantas repelentes, como gergelim, coentro,.;
Realizar o monitoramento das pragas, pelo caminhamento no campo, em zigue ? zague, para verificação da presença de pragas ou de sintomas de sua presença;
-Eliminar restos de cultura imediatamente após a colheita;
-Escolher criteriosamente os insecticidas, utilizando sempre produtos que apresentem eficiência no controle da praga, menos tóxicos e mais selectivos aos inimigos naturais
Usar, alternadamente, produtos de diferentes grupos químicos, levando-se em consideração o modo de acção do produto, para evitar a ocorrência de resistência de pragas aos insecticidas;
Utilizar a dosagem do produto indicada pelo fabricante e quantidade de agua de acordo com o estagio de desenvolvimento da cultura;
Realizar as pulverizações entre 6 e 10 h, ou a partir das 16 h, para evitar a rápida evaporação da agua e a degradação do produto.
Respeitar o período de carência (intervalo entre a ultima aplicação do produto e a colheita), exibido no rótulo.
Regular correctamente o equipamento de pulverização.






6.8 ? Procedimento de Colheita e Pós ? Colheita
A colheita efectua-se normalmente quando a folhagem está senescente (Almeida, 2006). Nos climas quentes e secos, os bolbos podem ficar a secar no campo, mas devem ser protegidos do sol pelos restos da folhagem, com o objectivo de evitar queimaduras (Almeida, 2006). A colheita é efetuada de forma manual na pequena horta e de forma mecanizada nas grandes explorações comerciais (Almeida, 2006). Os bolbos apresentam teores de matéria seca variando entre 30 e 56% (Almeida, 2006).
De acordo com a duração media do ciclo, as cultivares são classificadas como indicado a seguir (Embrapa, 1984):
Precoces ? de 4 a 4,9 meses
Medias ? de 5 a 5,9 meses
Tardias- de 6 a 6,5 meses
As irrigações devem ser suspensas pelo menos 15 dias antes da colheita para evitar pseudoperfilhamento no campo e dificuldades de conservação, após a colheita, por excesso de humidade dos bolbos (Embrapa, 1984). Nunca se deve passar do ponto de maturação (Embrapa, 1984).
Se acolheita se destina para a semente, a colheita se realizará com a planta totalmente madura (InfoAgro, 2003). Depois da colheita e durante o período de selecção, se iram apartando os bolbos melhor conformados, sanos e aqueles que respondam totalmente as características da variedade cultivada (InfoAgro, 2003).



Uma vez que os bolbos estão limpos se seleccionam e se classificam por calibres (InfoAgro, 2003).
O alho é uma hortaliça sujeita a norma de comercialização que concidera três produtos (Almeida, 2006):
-Alho fresco, cujo fuste ou pseudocaule e tunicas exteriores ainda estão verdes (Almeida, 2006).
-Alho meio-seco, com as túnicas ainda não completamente desidratadas (Almeida, 2006).
-Alho seco, quando o pseudocaule, as túnicas exteriores e as películas que envolvem os dentesestao secos (Almeida, 2006).
Os bolbos com podridões, murchos, sujos e abrolhados não podem ser comercializados (Almeida, 2006). Os bolbos de forma irregular, com falta de dentes, com fendas nas túnicas exteriores e lesões cicatrizadas não podem ser classificadas nas categorias superiores (Almeida, 2006). A calibragem, com base no diâmetro máximo da secção equatorial, é obrigatória nos alhos que se comercializam com a rama cortada (Almeida, 2006).
O comportamento pós-colheita do alho, considerando-se os bolbos intactos, pode ser inferido a partir dos dados apresentados no Quadro x (Almeida, 2006). E um orgao vegetativo de reserva, fácil de armazenar, sendo o abrolhamento a principal causa do fim da vida útil (Almeida, 2006).
Quadro x Informações sobre a fisiologia pós-colheita do alho.
Susceptivel a danos causados pelo frio Não
Temperatua decongelamento ( ºC) - 1,0
Taxa de respiração ( mg C02 kg-1.h-1)
0 ºC 4-12
5 ºC 8-24
10º C 12-36
15 ºC 14-30
20 ºC 14-26
Classe de intesidade respiratório Baixa
Perecibilidade Baixa
Taxa de produção de etileno a 20ºC (uL.kg-1.h-1) Menor 0,1 (muito baixa)
Sensebilidade etileno Reduzida

A principal vantagem da armazenagem do alho é permitir a venda do produto por melhor preço em períodos de entressafra (Ministério da Agricultura do Brasil, 1986). O alho pode ser conservado por 4 a 6 meses em armazéns não refrigerados (Ministério da Agricultura do Brasil, 1986). Neste tipo de armazenamento a perda de água e chochamento são as principais causas de perdas pós-colheitas (Ministério da Agricultura do Brasil, 1986).
O alho é frequentemente armazenado a temperatura ambiente, mas a temperatura recomendada para armazenamento prolongado é 0ºC ou mesmo ligeiramente inferior (Quadro y). A temperatura ambiente (20 a 30ºC), os bolbos conservam-se durante 1 a 2 meses em boas condições (Almeida, 2006). A quebra de dormência, e consequente abrolhamento, dos bolbos de alho é mais rápida a 4 ou 5ºC do que a 0ºC ou a temperaturas da ordem de 25ºC (Almeida, 2006). Concentrações de CO2 elevadas retardam o abrolhamento e reduzem a incidência de podridões, mas a sua aplicação pratica apresenta reduzido potencial (Almeida, 2006).

Quadro y. Condições de armazenamento recomendadas para o alho seco.
Condições de armazenamento
Temperatura (ºC) -1 a 0
Humidade relativa (%) 60-70
Duração pratica do armazenamento 6-9 meses
Atmosfera controlada ou modificada
Potencial para utilização comercial Reduzido ou nulo
O2 (%) 1-2
CO2 (%) 5-10

As cabeças de alho que não possuem os atributos de qualidade para serem comercializados em fresco servem de matéria-prima para diversas indústrias (Almeida, 2006).
O alho é transformado de diversas formas, destacando-se os produtos desidratados, congelados e os dentes descascados e comercializados como produtos minimamente processados (Almeida, 2006).
A produção de alho desidratado inclui as seguintes operações: seleção das cabeças, separação dos dentes, remoção das túnicas por aspiração, lavagem, seleção dos dentes, corte e desidratação (Almeida, 2006). Tal como na cebola, a desidratação é efectuada em etapas sucessivas em que a temperatura vai decrescendo entre 75 e 60ºC a medida que o teor de água diminuir ate atingir cerca de 6,5% no produto final (Almeida, 2006). O alho desidratado é comercializado sob a forma de pó, flocos ou laminado e é utilizado na indústria alimentar e como suplemento dietético (Almeida, 2006). O escurecimento é o principal problema de alho desidratado durante o armazenamento (Moretti, 2004). A liofilização é o método mais avançado de secagem, pois permite a desidratação do produto, com um mínimo de prejuízo a sua qualidade (Moretti, 2004). Baseia-se na possibilidade de sublimação da agua do produto congelado (Moretti, 2004). É um dos mais caros processos e seus produtos exigem conservação especial, dada a capacidade de absorção de humidade do ambiente pelos mesmos (Moretti, 2004).
As cápsulas de alho podem ser feitas a partir de aleo de alho, obtido por destilação dos dentes moídos (Almeida, 2006).
A produção de alho descascado (minimamente processado) consiste nas seguintes operações (Almeida, 2006):
-Calibração das cabeças,
-Separação dos dentes através de um separador de rolos,
-Remoção das túnicas exteriores por aspiração,
-Descasque dos dentes através de jactos de ar,
-Seleção automática por cor,
-Lavagem com agua (a sanidade da agua pode ser assegurada com ozono),
-Arrefecimento num sistema de ar forçado ate 4ºC e embalagem (Almeida, 2006).
O alho descascado possui uma taxa de respiração elevada, podendo esperar-se uma longividade em prateleira de 3 a 5 semanas a temperaturas entre 0 e 4ºC (Almeida, 2006).

































CAPITULO II
II. MATERIAIS E METODOS
A observação do estado fitossanitário das culturas deve merecer por parte dos técnicos uma atenção cuidadosa, pelas enormes vantagens que dai se podem auferir, durante a execução das tarefas de rotina levadas a cabo para a Identificação precisa das pragas.
No campo, o reconhecimento "in loco" das anomalias permite estabelecer de imediato um primeiro diagnostico, a avaliação da intensidade do ataque, a sua evolução provável, toda a conjuntura de factores que favorecem a sua progressão e uma colheita criteriosa das amostras de material vegetal prejudicado (atacado) para analise.
A análise do material vegetal prejudicado (atacado) incidiu sobre especímenes bons definidores de pragas, principalmente em plantas e partes de plantas colhidas durante as prospecções efectuadas a região agrícola produzida a mesma cultura.
O ensaio foi instalado e conduzido de acordo com um protocolo previamente elaborado.
Antes da sua instalação fez-se um levantamento fitossociologico ao local. A estimativa visual indicou-nos a predominância, em termos de cobertura do solo, de plantas perenes como: cyperus esculentus, etc., sobre os anuais: Bidens pilosa, estando a importância do seu domínio.


2.1. Metodos
São vários os métodos utilizados na Identificação e caracterização, entre eles indicam-se: a pesagem e medição, a contagem, a media, percentagem de cobertura do solo das plantas prejudicadas, o registo directo, a Identificação e caracterização descritiva, e Consulta bibliografica etc.
O ensaio foi implantado em quatro parcelas, cada parcela possuía uma área de 2m*8,60m, atribuída casualmente os dentes de primeira calibre ou primeira túnica, entre os dentes de segunda calibre ou segunda túnica, com repitição nas outras duas parcelas.
O esquema adoptado foi o esquema completamente casualizado.
O método utilizado para "Identificação e Caracterização das Principais Pragas que Prejudicam a Cultura do Alho (Allium sativum L) foi a contagem de números de indivíduos, por espécies emergidas e prejudicadas (atacadas), por comparação de suas presenças, em rectângulos de (subparcelas) nas parcelas da 1ª- túnica e 2ª- túnica paralelas a elas.




2.2 Materiais
O material utilizado na realização do ensaio foi o seguinte: Fita métrica, Cordas do (tipo) nylon, Bitolas, Inchadas, tubagem para irrigação, pessoal trabalhador, máquina fotográfica (digital), estacas para identificação das parcelas, balança, régua aritmética, canivete, blocos de anotações, esferográficas.

2.3.Descrição do local
2.3.1-Solo
O ensoio foi instalado na Esteção Experimental Agrícola do IIA-Chianga, na faixa quatro dos terrenos ligados a Divisão de melhoramento de plantas autogamicas.
Os solos desta faixa inserem-se numa mancha de solos ferraliticos típicos vermelhos, Série 320, agrupamento HB32 da carta de solos de Angola (Missão Pedologica de Angola, 1961).
Conjugados os dados do solo (Anexo1.1) a profundidade de aproximadamente 15cm de lavoura chegou-se a designação textural de solo franco, segundo o diagrama para a classificação da textura adaptado aos limites Internacionais das fracções granulometricas, por M. Pereira Gomes e A. Antunes da Silva (Costa, 1979) e, franco-arenoso, segundo o diagrama para a classificação da textura, esquema adoptado no Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Costa, 1979).

-ANEXO1
Quadro A-1.1 ? Dados físico-quimicos do solo
DADOS FISICOS-QUIMICOS DO SOLO
Profundidade (cm) >2mm % Areia grossa
% <2mm Areia fina % Limo% Argila% H2O PH kcl CaCl2 M.Organica
00 10 0,2 31,6 32,5 18,3 17,1 4,9 4,2 4,6 5,2
10 30 0,1 28,5 28,0 22,0 20,6 5,4 5,0 4,6 5,1
Extraído de: "A carta de solos do Centro de Estudos da Chianga" (Nogueira 1970).

2.3.2- Clima
Na zonagem agro-ecologica elaborada por DINIZ (2006) o Planalto Central enquadra-se na zona agrícola 24, é uma zona com uma área de 79040 km2 (6,33% da superfície angolana), tem os seus pontos extremos compreendidos, sensivelmente, pelos paralelos 10º 27´ e 14º 16´ de latitude Sul e pelos meridianos 14º 14´ e 17º 37´ de longitude Este.
O Planalto Central enquadra-se na zona tropical de alternância de climas húmidos e secos, mas atendendo a altitude a que se encontra, com uma temperatura media anual oscilando entre os 19ºC e os 20ºC poderá conciderar-se como um clima temperado quente (Diniz, 2006). Segundo a clasiificação de Thornthwaite citado por DINIZ (2006), toda a superfície fica envolvida em climas húmidos (B1, B2 e B3) e mesotermicas; na classificação de Koppen, citado por DINIZ (2006), é do tipo climático Cwb (clima temperado com Inverno seco e verão quente).
A humidade relativa media anual varia entre os 60% e 70%, assinalando-se os máximos em Janeiro (75 a 80%) e os mínimos em Agosto (35 a 40%), verificando-se que os valores mais baixos correspondem à metade Sul ou as superfícies de cota mais elevada (DINIZ, 2006).
A estação Experimental Agrícola da Chianga (Latitude 12º 44´ S; Longitude 15º 50´ E) situa-se na zona agrícola 24 (DINIZ, 2006), a uma altitude de 1700m. Possui a temperatura media anual de cerca de 18,8ºC, a precipitação media anual de 1388mm, em 128 dias (DINIZ, 2006).
O clima catacteriza-se por uma estação chuvosa com sete meses de duração, uma estação seca de aproximadamente cinco meses e um " pequeno Cacimbo" na estação chuvosa de ocorrência e duração variáveis (Marcelino, 1985).

2.3.4. Preparação do terreno
O ensaio foi implantado em quatro parcelas, cada parcelas tinha uma área de 2m*8,60m, atribuída casualmente os dentes de primeira calibre, entre os dentes de segunda calibre, com repitição nas outras duas parcelas. O esquema adoptado foi o esquema completamente casualizado.
O terreno apresentava uma densa cobertura vegetal constituída predominante por plantas perenes rizomatozas e por plantas anuais. Esse panoroma justifica-se, plenamente, pelas utilizações e estado do terreno nos últimos anos.
Começou-se por uma capina a toda extensão da parcela (subparcelas) com enxadas.
Após alguns momentos, efectuou-se uma nova passagem com enxada, em virtude de não se atingir, sem elas, a preparação conveniente a sementeira, o que facilita o rápido ressurgimento das plantulas.

2.3.5. Variedade utilizada
Para o ensaio, usou-se a variedade Branca Comum, visto ser uma das variedades mais produtivas, no processo de produção da cultura do alho, e mais utilizada no nosso Pais, por parte dos camponeses e agricultures produtores da cultura do alho.


2.3.6. Densidade de Plantação
O ensaio foi realizado numa faixa de quatro parcelas (subparcelas) em que cada parcela compreendia uma área de 17,2 m2.
No entanto a área total utilizada para o ensaio foi de 68,8 m2. o compasso usado para a sementeira foi de 15*40 cm, isto é, 15 cm entre plantas e 40 cm entre linhas e que uma planta oucupava uma área de 0,06 m2 tendo 1147 plantas em quatro parcelas (subparcelas) ou em toda área usada para o ensaio.
Para cada parcela corresponde 287 plantas e em cada fileira continha em media 13,3 plantas.

2.3.7. Fertilização
O uso da aplicação parcelada de adubos, contendo sobretudo o nitrogénio tem dados boas respostas com relação a produtividade. A necessidade da adubação está relacionada com a exigência da planta e a disponibilidade de alguns nutrientes que o solo pode apresentar, afirmando ainda, que em cultivos irrigados a exigência de nutrientes é maior do que em não irrigados.
A adubação para o ensaio na cultura do alho foi efectuada em três ocasiões: a primeira no momento da sementeira (adubação de fundo), a segunda adubação trinta (30) dias após a germinação, passados trinta dias isto é durante o ciclo vegetativo normal da cultura voltou-se adubar.
Para adubação do fundo empregou-se um adubo orgânico- o esterco.
Os principais fertilizantes químicos empregues na adubação de cobertura são os adubos simples que é o Sulfato de amónio e a Ureia.
A quantidade utilizada para o Sulfato de amónio foi de 2kg de adubo em quatro parcelas (subparcelas). E para a Ureia utilizou-se também 2kg de adubo em quatro parcelas (subparcelas).

2.3.8. Formas de Aplicação
Antes da sementeira fez-se adubação usando adubo orgânico em fundo, trinta (30 dias) após a germinação da cultura aplicou-se o sulfato de amónio em cobertura e passando novamente trinta (30 dias) voltou-se aplicar a Ureia isto é, durante o cilco vegetativo da cultura.
Por ocasião da adubação de cobertura, realizada normalmente semanas após a sementeira, é realizada também a amontoa a qual resulta na formação de camaliões.



2.3.9. Rega e Normas de Rega
A irrigação é um processo de grande importância para a maioria das regiões produtoras do mundo, sendo responsável pelo suprimento de agua a planta e pelo seu bom desenvolvimento.
Na prática de irrigação é fundamental saber qual a época de maior de manda pela planta, isto para que não ocorram faltas e para saber, neste momento, qual é o melhor manejo.
O método de rega utilizada para ensaio desta cultura foi, a rega por escorrimento superficial, enquanto que o intervalo de rega variava de duas a três vezes por semana, dependendo da humidade do solo e da disponibilidade de regar.
Quando se atingiu a época chuvosa diminui-se as frequências de rega, passando a regar uma a duas vezes por semana devido a humidade que o solo possuía, apresentando menor necessidade de rega comparativamente ao inicio da sementeira e pós germinação da cultura.
























CAPITULO III - RESULTADOS E DISCUSSAO

RESULTADOS OBTIDOS
Um preceito importante da identificação e caracterização das pragas na cultura do alho, é o levantamento fitoparasitario e identificação correcta das pragas.
Trata-se de uma tarefa difícil pois esse trabalho exige a intervenção de um entomológico; entretanto apresenta-se em Anexo x, a descrição entomológica resumida desta espécie inventariada em duas fases dos seus ciclos vitais: fase embrionária e fase adulta.
Os resultados do levantamento efectuado estão resumidos no Quadro x, constando dele ainda, o hábito alimentar, família, o nome científico e o vulgar, o ciclo de crescimento e a distribuição geográfica.
A identificação mostrou a presença no local do ensaio de uma praga, conforme se pode observar na figura nº x, onde também são fornecidos os modos de ataques na cultura.
Quadro nºx levantamento fitoparasitario
Espécie Nome Cientifico Nome vulgar Família Ciclo de Crescimento Habito alimentar Distribuição geográfica
Agrotis ipsilon Lagarta-rosca Lepidoptera 34 a 64 dias Nocturno

O desenvolvimento desta praga possui duas etapas primeira é o desenvovimento dentro do ovo o que se chama, estado embrional e a segunda é o desenvolvimento depois esclusao- conhecido como estado post-embrional.
Em relação ao tipo dos estados em que ocorrem o desenvolvimento embrional, esta praga enquadra-se na categoria de metamorfose completa conhecida como-Holomethabola. No processo do seu desenvolvimento esta praga passa pelas seguintes fases: ovo, larva da sua primeira a quarta e mais idade, pupa e imago.
Durante este estado ocorre a transformação completa do insecto e logo depois surge uma nova forma de organismo.

Características da praga
LAGARTA-ROSCA- Agrotis ípsilon (Hufnagel, 1767) (Lepidoptera: Noctuidae)
É uma praga cosmopolita e polifaga, atacando alem do alho, tomateiro, algodoeiro, amendoim, arroz, feijoeiro, girassol, soja, milho, etc,.
Os adultos são mariposas que medem em torno de 50 mm de envergadura, de coloração pardo-escura a marrom, com algumas manchas escuras nas asas anteriores e asas posteriores brancas, semi-transparentes, com os bordos laterais acizentados. Este insecto tem elevado potencial biótico, podendo uma fêmea colocar até 1260 ovos durante o seu ciclo de vida. Os ovos são depositados no solo, nas folhas es nos caules das plantas, isoladamente ou em massas. As lagartas apresentam coloração variável, cinza-escura a marrom-clara, e podem medir 45 a 50 mm no seu máximo desenvolvimento. Possuem o habito de se alimentarem durante a noite. Durante o dia, propagam-se sob torrões, na base da planta, ou a poucos centímetros de profundidade no solo. Devido a característica de enrolar-se quando tocadas, são conhecidas como lagartas-rosca.
Passam a fase de pupa em câmaras pupais construídas pelas larvas a pouca profundidade do solo. O ciclo biológico de Agrotis ipsilon é de 34 a 64 dias, sendo o período do ovo de 4 dias, de lagarta de 20 a 40 dias e de pupa de 10 a 20 dias.


Foto: Eliane D. Quintela


Adulto de Agrotis ípsilon

O principal dano causado pela lagarta-rosca é o corte das plantas novas na altura do colo das plantas, tendo, como consequência a redução do estande, sendo a sua maior ocorrência em solos com elevado teor de matéria orgânica. O dano causado pelo insecto será maior se houver elevada população de lagartas grandes. As plantas mais desenvolvidas toleram o dano por mais tempo, porem murcham e podem sofrer tombamento. Danifica os bolbos no campo, podendo, também causar apodrecimento e sérios prejuízos durante o armazenamento













Cultura do alho


Var. Branca Comum------ 1ª Túnica- Aª Ano do Ensaio 2007
Data Pragas Nº/ plantas prejudicadas Escala de afectação
17-07-007 Agrotis ípsilon 1
14-08-007 Agrotis ípsilon 2
21-08-007 Agrotis ípsilon 3
23-08-007 Agrotis ípsilon 4
10-10-007 Agrotis ípsilon 1


Var. Branca Comum------ 2ª Túnica- Aª Ano do Ensaio 2007
Data Pragas Nº/ plantas prejudicadas Escala de afectação
14-08-007 Agrotis ípsilon 4
21-08-007 Agrotis ípsilon 7
17-10-007 Agrotis ípsilon 2


Var. Branca Comum------ 1ª Túnica- Bª Ano do Ensaio 2007
Data Pragas Nº/ plantas prejudicadas Escala de afectação
30-07-007 Agrotis ípsilon 1
14-08-007 Agrotis ípsilon 4
21-08-007 Agrotis ípsilon 9
23-08-007 Agrotis ípsilon 3
31-08-007 Agrotis ípsilon 1
03-09-007 Agrotis ípsilon 1
29-09-007 Agrotis ípsilon 2
10-10-007 Agrotis ípsilon 1


Var. Branca Comum------ 2ª Túnica- Bª Ano do Ensaio 2007
Data Pragas Nº/ plantas prejudicadas Escala de afectação
24-07-007 Agrotis ípsilon 3
30-07-007 Agrotis ípsilon 5
14-08-007 Agrotis ípsilon 3
21-08-007 Agrotis ípsilon 4

Números de plantas prejudicadas por cada parcela
- 1ª Túnica (aª)?1ª parcela: 11 plantas
- 2ª Túnica (aª)?2ª parcela: 13 plantas
- 1ª Túnica (bª)?3ª parcela: 22 plantas
- 2ª Túnica (bª)?4ª parcela: 15 plantas
Total de plantas prejudicadas: 61 plantas.
Plantas da 1ª túnica prejudicadas, isto é, somatório 33 plantas,
Plantas de 2ª túnica prejudicadas 28 plantas.
Media = 33 plantas + 28 plantas = 61 plantas
2
= 30,5 plantas


ANALISE DO MATERIAL COLHIDO (ALHO)
30-10-2007
1ª TUNICA
1ª Planta
? Peso da planta = 31,5gr
? Diâmetro do falso caule = 7mm
? Numero de folhas = 7folhas
? Peso do bolbo = 24,3gr
? Diâmetro polar = 3,9cm
? Diâmetro equatorial = 4cm

2ª Planta
? Peso da planta = 27,2gr
? Diâmetro do falso caule = 8mm
? Numero de folhas = 7folhas
? Peso do bolbo = 21,0gr
? Diâmetro polar = 4cm
? Diâmetro equatorial = 4,0cm

3ª Planta
? Peso da planta = 23,6gr
? Diâmetro do falso caule = 7,0mm
? Numero de folhas = 8folhas
? Peso do bolbo = 20,5gr
? Diâmetro polar = 3,5cm
? Diâmetro equatorial = 4cm

4ª Planta
? Peso da planta = 21,8gr
? Diâmetro do falso caule = 7mm
? Numero de folhas = 6folhas
? Peso do bolbo = 16,6gr
? Diâmetro polar = 3,4cm
? Diâmetro equatorial = 3,5cm

5ª Planta
? Peso da planta = 25,3gr
? Diâmetro do falso caule = 6mm
? Numero de folhas = 5folhas
? Peso do bolbo = 23,8gr
? Diâmetro polar = 3,5cm
? Diâmetro equatorial = 4,4cm






6ª Planta
? Peso da planta = 12,1gr
? Diâmetro do falso caule = 5,0mm
? Numero de folhas = 6folhas
? Peso do bolbo = 9,6gr
? Diâmetro polar = 2,7cm
? Diâmetro equatorial = 3,3cm


7ª Planta
? Peso da planta = 19,9gr
? Diâmetro do falso caule = 6mm
? Numero de folhas = 7folhas
? Peso do bolbo = 17,0gr
? Diâmetro polar = 3,5cm
? Diâmetro equatorial = 3,5cm

8ª Planta
? Peso da planta = 15,5gr
? Diâmetro do falso caule = 6mm
? Numero de folhas = 6folhas
? Peso do bolbo = 12,2gr
? Diâmetro polar = 3,1cm
? Diâmetro equatorial = 3,1cm

9ª Planta
? Peso da planta = 28,3gr
? Diâmetro do falso caule = 6mm
? Numero de folhas = 4folhas
? Peso do bolbo = 26,9gr
? Diâmetro polar = 4cm
? Diâmetro equatorial = 4,4cm

10ª Planta
? Peso da planta = 16,8gr
? Diâmetro do falso caule = 7mm
? Numero de folhas = 6folhas
? Peso do bolbo = 12,3gr
? Diâmetro polar = 3cm
? Diâmetro equatorial = 3,4cm

- Peso de plantas da 1ª túnica tiradas na parcela: 7kg
- Peso total dos bolbos na parcela : 6kg










2ª TUNICA
30-10-2007
1ª Planta
? Peso da planta com o bolbo = 22,5gr
? Diâmetro do falso caule = 9mm
? Numero de folhas = 8 folhas
? Peso do bolbo = 18,5gr
? Diâmetro polar = 3,7cm
? Diâmetro equatorial = 4cm



2ª Planta
? Peso da planta = 24,9gr
? Diâmetro do falso caule = 7mm
? Numero de folhas = 7folhas
? Peso do bolbo = 19,5gr
? Diâmetro polar = 3,6cm
? Diâmetro equatorial = 4cm

3ª Planta
? Peso da planta = 18gr
? Diâmetro do falso caule = 5mm
? Numero de folhas = 4folhas
? Peso do bolbo = 14,5gr
? Diâmetro polar = 3,5cm
? Diâmetro equatorial = 3,5cm

4ª Planta
? Peso da planta = 15gr
? Diâmetro do falso caule = 5mm
? Numero de folhas = 5folhas
? Peso do bolbo = 12,5gr
? Diâmetro polar = 3,4cm
? Diâmetro equatorial = 3,5cm

5ª Planta
? Peso da planta = 7,4gr
? Diâmetro do falso caule = 4mm
? Numero de folhas = 5 folhas
? Peso do bolbo = 6,2gr
? Diâmetro polar = 3cm
? Diâmetro equatorial = 2,5cm

6ª Planta
? Peso da planta = 7,7gr
? Diâmetro do falso caule = 5mm
? Numero de folhas = 5folhas
? Peso do bolbo = 6,2gr
? Diâmetro polar = 2cm
? Diâmetro equatorial = 2,5cm


7ªPlanta
? Peso da planta = 9,7gr
? Diâmetro do falso caule = 5mm
? Numero de folhas = 5folhas
? Peso do bolbo = 7,9gr
? Diâmetro polar = 3,5cm
? Diâmetro equatorial = 2,7cm



8ª Planta
? Peso da planta = 14,1gr
? Diâmetro do falso caule = 6mm
? Numero de folhas = 5folhas
? Peso do bolbo = 12,5gr
? Diâmetro polar = 3,5cm
? Diâmetro equatorial = 3,5cm


9ª Planta
? Peso da planta = 11,3gr
? Diâmetro do falso caule = 5mm
? Numero de folhas = 5folhas
? Peso do bolbo = 9,7gr
? Diâmetro polar = 3cm
? Diâmetro equatorial = 3cm


10ª Planta
? Peso da planta = 5gr
? Diâmetro do falso caule = 3mm
? Numero de folhas = 3folhas
? Peso do bolbo = 4,7gr
? Diâmetro polar = 2,9cm
? Diâmetro equatorial = 2,4cm

- Peso total dos bolbos (10 bolbos): 43,5 gramas
- Peso de números de plantas da 2ª túnica na parcela: 3kg
- Peso dos bolbos (sem folhas): 2,5kg

Lucas Pinto, Engenheiro Agronomo






Autor: Lucas Pinto


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