Gestão de Trânsito e de Mobilidade e o Patrimônio histórico







Gestão do Trânsito e de Mobilidade
e o
Patrimônio Histórico de Ouro Preto - MG
"Uma Proposta Sustentável"




Foto: Ouro Preto - Festival de Inverno 2009 ? Clarissa Carvalho


Rubens Tavares dos Santos
Especialista em Gestão Ambiental
Desenvolvimento Sustentável
E
Gestão Pública


Dezembro
2010
AGRADECIMENTOS
Às minhas filhas, Silvia e Paula, com todo amor e carinho, pela correção desta monografia, pelos incentivos e compreensão das minhas ausências nesse período de curso.
À minha esposa Lúcia, com todo amor, pelo apoio, tolerância e carinho dedicado.
Aos meus quinze irmãos pela compreensão de minhas falhas, em especial ao amigo e incentivador de meus estudos, Atair Tavares.
Aos colegas de trabalho do Departamento de Engenharia de Minas/UFOP, pelo incentivo e apoio.
À minha Mãe, Abigail Tavares Condé e meu Pai, José dos Santos (in memoriam) com muitas saudades.
Ao Grupo UNINTER de Educação que me proporcionou minha formação profissional
Aos tutores do CA/Ouro Preto, Paulo e Gustavo, pelo apoio geral nos anos de estudos de faculdade.




















Introdução
"Não se pode dizer de Ouro Preto que seja uma cidade morta. (...) Ouro Preto é a
cidade que não mudou, e nisso reside seu incomparável encanto". Manuel Bandeira (1938).

Ouro Preto é uma cidade localizada na Serra do Espinhaço, zona metalúrgica de Minas Gerais (Quadrilátero Ferrífero), fundada em 24 de Junho de 1698, passando para Vila Rica em 8 de julho de 1771, elevada a Imperial Cidade de Ouro Preto em 24 de Fevereiro de 1823. Foi considerada patrimônio estadual em 1933 e monumento nacional em 1938. Em 12 de Julho de 1966, obteve o Tombamento pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Pertence ao Circuito do Ouro e Circuito Estrada Real. Tipos de Turismo que Ouro Preto propicia: Cultural, Histórico (Cidade Histórica), Ecológico, Ecoturismo, Religioso, Gastronômico e de Negócios. É Patrimônio Cultural da Humanidade.
Ouro Preto é sede do maior conjunto homogêneo da arquitetura barroca mundial, em seus enormes casarões reservam histórias da inconfidência mineira e de grande parte do período colonial brasileiro. Em 1980, recebeu o título de Patrimônio Cultural da Humanidade, conferido pela Unesco e recentemente através do projeto Monumenta o BID tenta manter essa condição, restaurando os monumentos históricos. Quem passeia pelo centro histórico de Ouro Preto log percebe que as vielas sobre as ladeiras estreitas deixam bem claro que o trânsito é de mão única. O acesso ao interior das igrejas impede o uso das câmeras fotográficas e filmadoras e não faltam são roteiros para serem desvendados.
Com tantas riquezas que engrandecem o patrimônio de Ouro Preto, é impossível não ressaltar a importância de seus artistas nativos e daqueles que por ali deixaram as suas marcas, como o mestre Aleijadinho. A cidade atrai anualmente milhares de turistas, brasileiros e estrangeiros, desejosos de visitar a cidade barroca que foi palco de movimentos revolucionários, intelectuais, religiosos e artísticos no século XVIII.
Ouro Preto carrega a história da evolução política brasileira desde a colonização, era da Monarquia Portuguesa, passando por vários processos políticos como de militarismo ditatorial, liberalismo até os tempos contemporâneos, chamados de "momento de evolução democrática" vivida no país, conquistados com a Constituição de 1988. Nessa trajetória de transformações políticas, Ouro Preto sobreviveu graças ao seu patrimônio artístico e cultural da humanidade, de origens barroca e rococó, e algumas das fontes de mineração de ouro, minério de ferro, topázio imperial e entre outras.
Deixo aqui registrado a brava luta incompreendida dos dirigentes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), que muito tem contribuído para manter essa história de pé.
De acordo com o Iphan, "O patrimônio [...] é composto por um conjunto de bens culturais classificados segundo sua natureza nos quatro Livros do Tombo: arqueológico, paisagístico e etnográfico; belas artes; e das artes aplicadas". Eles estão divididos em bens imóveis - núcleos urbanos, sítios arqueológicos e paisagísticos - e bens individuais - imóveis, como coleções arqueológicas, acervos museológicos, documentais, bibliográficos, arquivísticos, videográficos, fotográficos e cinematográficos.
Os principais monumentos de Ouro Preto, a partir de uma seleção da UNESCO, são:
- Igreja de Nossa Senhora do Pilar;
- Igreja de São Francisco de Assis;
- Igreja Nossa Senhora do Rosário;
- Igreja Nossa Senhora da Conceição;
- Igreja Nossa Senhra do Carmo;
- Museu da Inconfidência;
- Teatro Municipal.
A cidade conseguiu, dentro de suas possibilidades, preservar os casarões, museus, ruas, praças, pontes, Pico do Itacolomi, logradouros, Parque das Andorinhas, os quais mais do que nunca se devem manter e serem cuidados para o sempre, o que motivou a realização deste trabalho.
Devido ao seu relevo montanhoso e à estrutura estreita das ruas, ruelas e becos têm-se pouco espaço para que possa fazer um arranjo estrutural, mas sempre se acha um jeito quando o objetivo maior é continuar a manutenção deste berço da História Nacional e Mundial.
Atualmente, a cidade se apoia em grandes eventos artísticos e culturais, sendo um dos principais pontos de concentração do Estado. Sobre as ladeiras em paralelepípedos sobem e descem uma multidão de animados foliões, pois o carnaval de Ouro Preto é um dos mais animados e atraentes do estado de Minas Gerais e do país. Parte da fama da cidade é também atribuída às diversas repúblicas de estudantes presentes no município. Durante o Festival de Inverno e a Festa do 12 de outubro, data em que se comemora a fundação da Escola de Minas, o difícil é conseguir uma vaga para curtir os eventos nessas colônias. A solução mais recomendável, talvez, é escolher uma boa pousada.
Algumas alternativas de roteiros levam a explorar o ecoturismo, principalmente nos distritos de Lavras Novas e Santo Antônio do Leite, ou então percorrer a estrada real que por ali está de passagem. A referência para os bandeirantes paulistas, que em 1698, partiam em busca do ouro, era a montanha pontuda, onde hoje é o pico do Itacolomi. Poucos anos antes, um mulato, que provavelmente pertencia à bandeira de Duarte Lopes, encontrou pedras escuras no rio Tripui. Tal amostra chegou às mãos do governador na cidade do Rio de Janeiro, que após uma avaliação, descobriu que se tratava de ouro puro, encoberto por uma camada fina de óxido de ferro. Essa cobertura de cor escura deu o nome a Ouro Preto. A partir de então foi se formando o arraial e com o passar do tempo atraiu exploradores de diversas partes do país em busca do eldorado. Em menos de trinta anos, o arraial se transformou no maior aglomerado da América Latina.
Outros dados referentes à cidade de Ouro Preto:
Coordenadas Geográfica - Latitude sul 20º 23? 28"; Longitude oeste 43º 30? 20"
Altitude -1.150 metros.
Ponto mais alto do município - Pico do Itacolomi, 1772 metros
Área - 1.245 km² (IBGE - 2000) distribuídos por 12 distritos e a sede.
População - 67.048 habitantes (IBGE - 2007)
Clima ? Úmido, característico das regiões montanhosas, com chuvas durante os meses de dezembro a março.
Temperatura - Mínima 6ºC (julho) e Máxima 28ºC (janeiro).
Rios - Nascente do Rio das Velhas, Piracicaba, Gualaxo, Mainart e Ribeirão do Funil.
Gentílico ? Ouropretano.





Justificativa
Em Ouro Preto, é notório o caos urbano vivido nos dias úteis, em que cada morador tem uma reclamação a fazer. A situação fica insustentável mesmo é quando a cidade vira palco de eventos culturais, como o Festival de Inverno, encontros, formaturas de estudantes ou presença de profissionais em congressos.
Mesmo em finais de semana prolongados e em férias estudantis, a cidade vira "de pernas pro ar": o trânsito fica uma loucura, pedestres ficam perdidos, o comércio funciona à revelia, a distribuição de água não atende a todos, o lixo fica espalhado pelas ruas devido às ações de cães de rua, os turistas sem orientação adequada e o povo da cidade..... revoltados. Entra ano, sai ano, e as frases são as mesmas: "Ouro Preto não tem futuro!", "Não dá pra viver aqui!" "Aqui, quem manda são os turistas!", "Esse governo é um desgoverno!" (seja qual for o governo) e assim seguem as reclamações anos após anos.
Por ser uma cidade tombada pela UNESCO como Patrimônio Mundial, o que é muito importante, Ouro Preto requer cada vez mais atuação de toda sociedade, inclusive de seus moradores. Fato também é que essa cidade, como todas no mundo, sofreu a influência de variados fatores como: êxodo rural, desenvolvimento nacional, crescimento populacional e, consequentemente, aumento desordenado da ocupação de sua periferia. Com isso, o seu patrimônio histórico veio a sofrer influência brusca nas transformações de seus acervos com o que podemos chamar de "choque de cultura".
Os anos passam, soluções políticas vêm sendo tomadas, mas sem eficácia na ação para contornar a situação. Assim, é preciso começar, antes tarde do que nunca, a tomar soluções de curto, médio e longo prazo para melhorar a cidade e manter esse patrimônio cultural da humanidade. Para isso, é preciso uma mudança de postura do gestor público em atacar os problemas e oferecer uma solução para sanar o caos vivido nos dias de hoje.
O mundo busca alternativas de desenvolvimento sustentável e Ouro Preto não pode ficar a esperar, é preciso tomar uma atitude: moradores, políticos, turistas e sociedade mundial, para proteger o Centro Histórico de Ouro Preto. Uma da saída é achar respostas para perguntas como estas abaixo descriminadas que foram usadas como parte da metodologia deste trabalho, na busca do que a população de Ouro Preto quer para a cidade de Ouro Preto.

- Como você vê a preservação do Patrimônio Arquitetônico da Cidade?
- Você é a favor da manutenção do Patrimônio Artístico da Cidade?
- Você gosta de morar na cidade ou visitá-la, até mesmo transitar pela cidade?
- Qual a maior dificuldade na mobilidade do centro histórico de Ouro Preto?
- Você acha que o trânsito no centro histórico deteriora o patrimônio?
- Você é a favor ou contra o trânsito de ônibus e caminhões no centro da cidade?
Diante do exposto é preciso buscar soluções para essas e outras perguntas ressaltando sempre que as pessoas são mais importantes que os carros nas ruas, e que é preciso manter o Patrimônio Histórico e Artístico desta cidade com base no desenvolvimento sustentável.
Qualquer pessoa de bom censo reconheceria que Ouro Preto possui um trânsito caótico, quase sem hierarquização do sistema viário, uma sinalização precária e a carência de áreas para estacionamento. Embora venham tentando organizar o trânsito, as ações ainda são poucas e insuficientes nas restrições de tráfego como o trânsito de veículos pesados pelo centro (caminhões e ônibus), o que vêm causando danos físicos às estruturas tradicionais das edificações do Patrimônio.


Referencial Teórico Sobre o Turismo

Conceituação:
Para a Organização Mundial do Turismo ? OMT "as atividades de peso que viajam e permanecem em locais fora de seu ambiente usual, por não mais de um ano consecutivo, para fins de lazer, negócios e outros", (Lickorish e Jenkins, 2000, p 53).
Para Gee e Solá, (2003, p 23), a principal característica do turismo nos dias de hoje é entendida com fenômeno de massa, em que possui a combinação de mobilidade, acessibilidade, dinheiro e desejo.
Rocha Simão, a partir de seus ideais e açôes, define a preservação do patrimônio brasileiro da seguinte forma:
"A ênfase do movimento foi a produção artística e o caráter cultural do país. Todas as ações [dos modernistas] voltaram-se à configuração de um perfil artístico e cultural do país, na tentativa de inseri-lo entre as nações modernas e civilizadas do mundo".


Setor turístico no Brasil
Conforme estudo de Fernanda Freitas Coelho (2004), o país apresenta diversas dificuldades em relação à atividade turística, como desorganização por falta de planejamento, falta de reestruturação da educação, saúde, segurança pública, limpeza urbana e sinalização pública, embora exista o Plano Nacional de Turismo (PNT ? 2003), que visa a retomada do crescimento do setor e geração de emprego.
Conforme dados do BNDES, houve um investimento de R$ 500 milhões de 2003 a 2007, sendo que o governo federal investiu R$ 19 bilhões com incentivo do setor.
Para La guía de gestoión: "La conservación de los conjuntos históricos em período de evolución", publicado pela UNESCO (2002), citado por COELHO, F. Freitas; 2004, no mundo todo, os povos e as cidades estão organizados de forma similar objetivando atender às necessidades de seus cidadãos e os centros urbanos históricos, oferecem, além disto, um ambiente com capacidade especial de enriquecer a vida de seus habitantes.
Para a UNESCO (2002), tais cidades têm características especiais, também com problemas extraordinários, como: uma infraestrutura deteriorada, depósitos arqueológicos, que podem impedir vários tipos de construções, tais como calçamento de ruas e melhora do trânsito urbano, além do interesse intrínseco das cidades atraírem um número de visitantes impossível de controlar.
Uma gestão de turismo precisa ser integrada harmoniosamente no contexto local. Para Martins (2002, p 52), citado por Coelho/2004, esta forma harmoniosa deve ser o verdadeiro diferencial do desenvolvimento local. Não se encontra em seus objetivos (bem-estar, qualidade de vida, endógena, sinergias, etc.), mas na postura que atribui e assegura à comunidade o papel de agente e não apenas beneficiária do desenvolvimento, ou seja, a comunidade deixa de ser a parte consultada pelos planejadores e passa a ser o agente de seu próprio planejamento, direcionando o processo.

Uma visão sobre Gestão do Patrimônio Cultural
Foco na vivência cultural de cada região e ações coerentes.
Exemplos táticos e estratégicos de desenvolvimento:
"Uma Estratégia de Desenvolvimento para ARAXÁ."
O desenvolvimento urbano, como toda expressão de vida, caracteriza-se por um conjunto de mudanças, de transformações, resultando na melhoria de vida da maior parte da população e usuários de uma cidade. As transformações podem, e devem levar em conta os testemunhos e mesmo certos valores do passado, mas mesmo estes passam por uma reinterpretação, um novo uso, uma nova maneira de lhes dar valor.
Contudo, nem toda mudança significa desenvolvimento. Por vezes, traz melhorias para uns às custas da exclusão de outros. Por vezes, tem-se a ilusão da melhoria, mas no decorrer do tempo, percebe-se ter havido um equívoco de interpretação. Finalmente, é preciso lembrar a frase de J. J. Rousseau (1712-1778): "O interesse público não é a mesma coisa que o interesse de todos".

Plano Diretor de Araxá.
Perseguir o desenvolvimento significa, portanto, escolher, priorizar, encadear ações que levem a um determinado cenário de melhoria urbana. O planejamento urbano é a disciplina que estrutura estas etapas. E um plano diretor é o instrumento, a lei, que estabelece, em nome da coletividade, as responsabilidades e as ações a serem empreendidas durante período determinado, capazes de conduzir a cidade para estágio superior de desenvolvimento.
Segundo estes conceitos, o Plano não se destina a "ordenar" a cidade e a vida urbana, e sim ordenar as ações estratégicas que mudam e que transformam a cidade. Estas ações, embora propostas pelo poder legalmente constituído, em nome da coletividade, deverão ter a compreensão e suporte da maioria dos cidadãos a fim de serem implantadas com maior eficácia e serão indicadas ou inspiradas não apenas pelo conhecimento prévio de técnicos e políticos, mas também pela captação dos anseios e necessidades apontadas a partir das fontes mais diversas, inclusive diretamente da população.
Em outros termos: assim como a cidade é uma obra coletiva, feita por muitos, com papéis e responsabilidades diversas, o desenvolvimento urbano também se realizará pela mobilização de organizações, agentes econômicos, esferas diversas do setor público e cidadãos. Por isso, elaborar um Plano Diretor, com todo o seu conteúdo estratégico, significa considerável mobilização de opiniões e participação pública.
Baseados nestes conceitos gerais, é que foi elaborado o Plano Diretor de Araxá, um documento que estabelece uma estratégia para o seu desenvolvimento.
(Jorge Wilheim - Junho/2002).
Mesmo distante das estâncias que compõem o Circuito das Águas, Araxá se firmou como o mais importante destino turístico do Alto Paranaíba e Triângulo Mineiro. A cidade é servida por dois vôos diários para Belo Horizonte e viu o turismo renascer após a reinauguração de seu principal cartão postal, o Grande Hotel, em 2001. A cidade, que tem 80 mil habitantes, recebeu 20 mil visitantes no ano 2000. No ano passado (2009), esse número havia saltado para 105 mil. (Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação ? Assembléia de Minas).
Conforme o Iphan em Ouro Preto, são necessárias alternativas para aliar a qualidade de vida dos moradores e a preservação do patrimônio histórico. É este o grande desafio da 13ª Sub-Regional do Iphan, responsável pela fiscalização e proteção de Ouro Preto.
Ao todo, mais de 1.000 imóveis compõem o conjunto tombado como Patrimônio Nacional, que só exclui os bairros da Saramenha e Bauxita. Apesar de estarem na área preservada, 44 monumentos são tombados separadamente, conforme consta no site do Iphan - Ouro Preto.
O Iphan concentra hoje suas fiscalizações na chamada Zona de Proteção Especial (ZPE), delimitada no Plano Diretor, já que conta com apenas dois fiscais, que trabalham em dias alternados, para acompanhar as obras e identificar irregularidades. O restante da área tombada está dividido em Zona de Proteção Paisagística.
O problema de trânsito e mobilidade é do tipo ? Problema Parcialmente Estruturado, (Martus, 1993) - que não se pode definir, nem se explicar com absoluta precisão; por isso, não se sabe exatamente como deve ser solucionado. As possibilidades de sua solução são criadas pelos homens e existem em número muito grande.

Responsabilidade do município
Adequabilidade, Participação da comunidade e durabilidade.
"O Estado, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação." (Constituição - 1988).


O que o Plano Diretor do Município de Ouro Preto diz sobre patrimônio e trânsito?
O Plano Diretor - LEI COMPLEMENTAR Nº 29 DE 28 DE DEZEMBRO DE 2006, TÍTULO I, DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS; CAPÍTULO I: DA CONCEITUAÇÃO E DOS OBJETIVOS:
Art. 1º - Fica instituído, de acordo com a Constituição da República Federativa do Brasil com o Estatuto da Cidade e a Lei Orgânica Municipal o Plano Diretor do Município de Ouro Preto que, fixando diretrizes, estratégias e instrumentos para o pleno desenvolvimento do Município, em consonância com as funções sociais da cidade e da propriedade, constitui-se no principal instrumento norteador das ações dos agentes públicos e privados no território Municipal.
§I° O Plano Diretor do Município de Ouro Preto incorpora os princípios de sustentabilidade, compatibilidade e equidade nas ações, planos, programas e projetos que devem nortear o desenvolvimento do Município.
§2° Para efeito desta lei consideram-se:
I - Diretrizes: o conjunto de intenções que devem nortear o Poder Público
Municipal em suas diversas áreas de atuação:
II - Estratégias: o conjunto de ações a serem promovidas pela Prefeitura e pela Câmara Municipal de Ouro Preto, isoladamente ou em parceria com o Estado, a União. A iniciativa privada e a sociedade, visando à realização das diversas diretrizes setoriais.
Art. 2°- Os bens artísticos, arquitetônicos, urbanísticos e paisagísticos de relevante valor cultural e natural localizados no Município e tomados individualmente ou em conjunto, são considerados bens inalienáveis de sua população, cabendo a ela exercer, de forma concorrente às diferentes esferas da Administração Pública, a sua guarda, proteção e gestão.

Art. 3°- A preservação e a valorização do Patrimônio Cultural município são fatores determinantes para o seu desenvolvimento econômico e geração de empregos e para a melhoria da -qualidade de vida da população.

Art.4°O Plano Diretor tem o objetivo de:
1 - favorecer a dinamização econômica no Município, de forma compatível com a proteção das áreas e edificações de interesse natural e cultural, facilitando e promovendo a descentralização, das atividades econômicas e dos equipamentos urbanos em todo o território;

III - direcionar o desenvolvimento do Município no sentido do cumprimento da função social da cidade:

V - planejar a expansão das áreas urbanas do Município de modo a adequar sua ocupação às condições do meio físico e à oferta de infra-estrutura, bem como às necessidades de proteção do patrimônio natural e Cultural;

VII - promover uma maior autonomia dos distritos e dos bairros do distrito-sede da sede municipal no sentido de atender as necessidades cotidianas de suas populações, de forma a reduzir as pressões de ocupação e de circulação de veículos no núcleo histórico de Ouro Preto;
VIII - implementar e preservar espaços públicos destinados ao lazer, ao esporte, à saúde, à contemplação e à preservação da paisagem, estimulando as diversas formas de convívio da população;
IX - promover o acesso da população de baixa renda à moradia de boa qualidade, com prioridade para a melhoria das condições dos assentamentos existentes, buscando diminuir a exclusão social e a desigualdade;
XI - promover a justa distribuição dos custos e dos benefícios decorrentes dos investimentos públicos:

CAPÍTULO II
DAS FUNÇÕES SOCIAIS
Seção I
Da Função Social da Cidade
Art. 5° É função social da cidade, garantir:
1 - a universalização do acesso ao trabalho, à moradia, ao Jazer. à cultura. À educação, à saúde, ao transporte público às infra-estruturas e aos demais equipamentos e serviços urbanos;
Il - a proteção do patrimônio e da produção cultural para a fruição no presente e a sua transmissão às gerações futuras, observadas as competências do Estado e da União;
III - a manutenção e a oferta de um meio ambiente ecologicamente equilibrado;
V - a gestão democrática do Município, através da participação de sua população nos processos de planejamento, execução e fiscalização das ações dos agentes públicos.

Seção II
Da Função Social da Propriedade
Art. 6° A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação estabelecidas nesta Lei. às normas e parâmetros urbanísticos estabelecidos na Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo,e, em especial aos seguintes requisitos:
1 - proteção, preservação e recuperação do meio ambiente natural e construído, do patrimônio cultural, histórico, artístico, paisagístico e arqueológico:
Il - aproveitamento socialmente justo e racional do solo, mediante parcelamento. ocupação e utilização compatíveis com a disponibilidade e a sustentabilidade dos recursos naturais e com a infra-estrutura urbana existente;
III - observância dos parâmetros e normas estabelecidos quanto à salubridade, segurança e acessibilidade das edificações e assentamentos urbanos.



Estatuto da Cidade
Diretrizes
Art. 2o, incisos I a XVI, da Lei no 10.257/2001:
I. "garantia do direito a cidades sustentáveis: que o direito a terra, equipamentos urbanos etc. estejam comprometidos com a geração atual e com as futuras".
V. oferta de equipamentos urbanos, públicos, além de serviços e transportes.
XII. "proteção, preservação e recuperação do meio ambiente natural e construído, do patrimônio cultural, histórico, artístico, paisagístico e arqueológico".
Infraestrutura, equipamentos e serviços.
No art. 2º, consta a oferta de equipamentos urbanos e comunitários, transporte e serviços públicos adequados aos interesses e às necessidades da população e às características locais.
Mobilidade Urbana
O transporte público é o único serviço urbano explicitamente citado no Estatuto da cidade. Mas, enquanto 35% da população brasileira só se deslocam a pé, o número de automóveis privados cresce conforme cresce a população urbana.
Segundo a Associação Nacional de Transportes Públicos e Ministério das Cidades, mobilidade urbana é um atributo das cidades e se refere à facilidade de deslocamento de pessoas e bens no espaço urbano. Tais deslocamentos são feitos através de veículos, vias e toda a infraestrutura (vias, calçadas etc.) que possibilitem esse ir e vir cotidiano.
O Estatuto da Mobilidade Urbana e Desenvolvimento Urbano destaca:
 desenvolvimento sustentável
 transferência e participação social no planejamento, controle e avaliação da política de mobilidade urbana;
 integração com a política de uso e controle do solo urbano;
 diversidade e complementaridade entre serviços e modos de transportes urbanos;
 mitigação dos custos ambientais, sociais e econômicos;
 priorização do transporte coletivo e não-motorizado.
Percebe-se uma mudança de postura; agora, ao invés de simplesmente controlar o patrimônio cultural existente, busca-se a reflexão sobre o patrimônio, com o envolvimento da comunidade para a identificação e conservação do patrimônio existente.
Trânsito: "é a utilização que pessoas, veículos e animais, isolados ou em grupos, fazem das vias para fins de circulação, parada, estacionamento e operação de carga ou descarga." (Código de Trânsito Brasileiro).
A gestão do trânsito é entendida como a parte da gestão de transportes que tem o objetivo de assegurar o trânsito a todos, bem como, a valorização da vida, a promoção, o incentivo de ações que busquem a otimização do mesmo.
Nas Premissas no Código de Trânsito Brasileiro está estabelecido que os municípios "Sejam, também, responsáveis pela gerência do trânsito, recebendo autonomia para agirem, conforme o necessário.
Para a Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), "o desenvolvimento urbano e as políticas de transporte e trânsito devem ser trabalhados em conjunto, pois estão ligados entre si".
Gestão de trânsito é a parte de transporte que tem o objetivo de assegurar o trânsito a todos, bem como a valorização da vida, a promoção e o incentivo de ações que busquem a otimização de todo o seu processo. Consiste em planejamento que possibilite a melhoria do sistema viário da cidade, garanta a mobilidade à população e, consequentemente, aumente a qualidade na segurança no trânsito. (OLIVEIRA, Tatiana. S. Maior; 2007 p 28 e 29).
Além das sinalizações, as ações de gestão de trânsito têm como objetivo melhorar a circulação nas vias, dando maior segurança aos seus usuários (pedestres e veículos). (SILVA; FERREIRA, 2004). A gestão de trânsito é o esforço em adequar a estrutura da cidade à evolução da mesma, de forma a proporcionar maior tranquilidade aos cidadãos.
Circulação: define a forma de uso de toda estrutura viária tanto pelas pessoas quanto pelos veículos, tendo como atividades essenciais à legislação: a engenharia de tráfego, a educação e a fiscalização a fluidez e segurança, a acessibilidade, o nível de serviço dos transportes, o custo do transporte e a qualidade ambiental.
Educação no Trânsito: a educação no trânsito consiste basicamente no uso de estratégias que previnam problemas relacionados com o trânsito, por meio da conscientização da população.
. Gestão urbana: É um conjunto de instrumentos, atividades, tarefas e funções que visam a assegurar o bom funcionamento de uma cidade. (Acioly e Davidson, 2005).
Embasados nestas afirmações é que queremos traçar alguns caminhos que poderão servir de base para uma futura gestão de trânsito e movimentação em uma discussão sobre o futuro de Ouro Preto e seu Patrimônio. Esta proposta de plano visa uma mudança na gestão pública a longo prazo, mas cada passo deve ser discutido e debatido por toda sociedade ouropretana, mineira e brasileira para conseguir atingir seu objetivo. Pois aqui serão preposicionados termos como transporte urbano, circulação de veículos e pedestre, além da mudança em seu paisagismo. Todos esses temas devem ser encarados firmemente pelos futuros administradores de Ouro Preto, focando o objetivo final que será a manutenção do Centro Histórico da Cidade como um lugar onde cada morador, visitante e passageiro possa se sentir dentro da história viva e de vida eterna.
Para uma boa gestão de turismo sustentável é importante usar os eixos propostos pelo Ministério do Turismo: eixo humano, o físico e o social. Sendo que o eixo humano visa à inserção da população local no mercado de trabalho, oferecido pelo turismo, através da oferta de capacitação profissional adequada com ênfase nas faixas de população de menor nível de escolaridade; o eixo físico propõe o fortalecimento da infraestutura pública e privada e do mercado imobiliário e de créditos financeiros; o último eixo, social, é focado na participação da população local em todas as etapas do desenvolvimento turístico, além de criar instrumento para crédito social e consolidar a gestão pública participativa. (ULTRAMARI, Clovis e DUARTE, Fábio; Desenvolvimento local e regional, 2009, p82 e 83).

Objetivos
O Escopo deste estudo é nortear a presente e futuras administrações do Município com possíveis soluções para o trânsito e mobilidade nas ruas de Ouro Preto, para a preservação do patrimônio artístico da cidade, visando maior segurança para os pedestres com foco no turismo de qualidade. Para isso, deve-se manter um olhar crítico baseado na razão sobre o transporte pesado de cargas e de passageiros ao centro histórico e nos estacionamentos das ruas centrais para buscar saídas praticáveis e aplicáveis rumo ao desenvolvimento sustentável da cidade em períodos de curto, médio e longo prazos.

Metodologia e Especificações
Para a realização deste trabalho, foram consultados pedestres, moradores da cidade, donos de veículos da cidade e de outras localidades, motoristas de caminhões, motoristas e passageiros dos ônibus, turistas e profissionais da área de construção civil para a viabilidade plausível de sustentabilidade.
Foram consultadas várias pessoas, e o resultado da pesquisa foi transformado em gráficos para melhor entender qual a situação do momento e as projeções para o futuro.
Também, foram feitas várias idas ao centro da cidade, palco deste trabalho, para registrar por fotos e fatos o que acontecia no local. Foi constatado um número muito grande de veículos parados em paralelos às ruas citadas e na Praça de Tiradentes, além de outra grande quantidade a se locomover ao mesmo tempo, fatos que geraram engarrafamentos por todas as ruas adjacentes à praça central, criando uma dificuldade enorme para os guardas de trânsito e para a locomoção das pessoas.
Foram feitos alguns trajetos a pé pelo centro da cidade para se perceber dificuldades encontradas pelos pedestres e condutores dos veículos. Constatou-se um grande contingente de pedestres se locomovendo entre os veículos parados e, mesmo quando estes se locomoviam, eram visíveis a ansiedade e o nervosismo dos envolvidos.
Realizaram-se, ainda, várias viagens pelo centro da cidade com um veículo particular e, também, nos coletivos públicos, registrando com fotos os perigos e os transtornos para motoristas e passageiros pelas ruas de Ouro Preto.
Foram procurados locais possíveis de remanejamentos ou de construções físicas para a realização de projetos que atenda os objetivos deste, como: lotes baldios, terrenos públicos, localização e condicionantes.
Uma pesquisa realizada para o curso de Turismo da Universidade Federal de Ouro Preta em 2004, feita por Thiago Pereira da Silva, fica claro o tipo de turista, as opiniões sobre o patrimônio e serviços de que vem em Ouro preto.

Resultados da pesquisa do Sr. Thiago ( ex-aluno da UFOP):
Perguntados sobre:
- se shows na Praça Tiradentes ou carnaval na Rua São José, provocam danos ao patrimônio histórico: 49% disseram que não; 47% responderam que sim e 4% não souberam.
- avaliação negativa de serviços: responderam sim: 50% dos estudiosos; 33% dos turistas e 22% dos moradores.
- perguntados sobre maiores decepções na cidade: 80% disseram ser a baixa qualidade dos serviços e 60% disseram ser a falta de equipamentos.
- sobre guias de turismo: 6% disseram excelente; 14% não responderam ; 14% disse ser péssimo; 27% acharam bom: 39% disse ser regular.
- sobre a exploração do turismo: 63% disseram ser importante fonte geradora de emprego; 25% acharam de pequeno movimento na economia informal; 6% responderam que o turismo não é uma atividade economicamente significativa para a economia local e 6% não souberam responder.
Foram consultados várias monografias e documentos constantes no acervo das bibliotecas da Universidade Federal de Ouro Preto, que além de tratarem de turismo, ambiente e trânsito, também, possuem estudos sobre as características da formação do solo da cidade, que serão ressaltados aqui por ter ligação com a preservação do patrimônio, como:
Em trabalhos realizados por Carvalho (1982), Sobreira et al. (1990ª), Souza (1996) e Sobreira e Fonseca (2001a), afirmam que o substrato do solo é constituído de metassadimentos de idade paleoproterozóica ? filitos, quartizito, xistos e formações ferríferas ? que são afetados por movimentos tectônicos. Nos estudos, o filito da Formação Batatal, que é impermeável, e pode se entender ao longo do subsolo, escorregar por ações de águas e de vibrações de trânsito e outros sons. Como a cidade possui uma grande massa deste material sob o solo, o risco de deslizamento em Ouro Preto passa a ser muito grande, podendo danificar as estruturas do Patrimônio Arquitetônico, o que é constatado nas pontes e moradias residenciais.
Para Ahumada, "A confusão entre a natureza do diagnóstico e a política de fixação de objetivos tem sido responsável pelo fracasso de muitos intentos de programação". É com esta perspectiva de longo de curto, médio e longo prazos que se pode garantir a aplicação de um planejamento eficaz na defesa do Patrimônio de Ouro Preto.

Resultados da Pesquisa Deste Trabalho:

1 - RESULTADO DA PESQUISA DOS MORADORES E PROFISIONAIS DIVERSOS
RESULTADO DA PESQUISA ENTRE OS MORADORES E PROFISSIONAIS DIVERSOS
TOTAL DE ENTREVISTADOS = 24

1 - Você é a favor manutenção do Patrimônio Artístico da cidade ? sim 92%
não 0%
2 - Você gosta de morar, visitar e transitar na cidade ? sim 75%
não 17%
3 - Qual a maior dificuldade na mobilidade do centro histórico de Ouro Preto? muitos carros 83%
outros 17%
4 - Você acha que o trânsito no centro histórico deteriora o patrimônio? sim 88%
não 13%
5 - Você é a favor ou contra o trânsito de ônibus e caminhões no centro da cidade? a favor 4%
contra 92%
6 - Você se sente seguro ao passar pelas ruas de Ouro Preto ? sim 50%
não 50%
7 - Você acha que trânsito de veículos atrapalha as pessoas nas ruas de Ouro Preto? sim 71%
não 13%
8 - Qual ou quais locais dentro da cidade são mais problemáticos para os pedrestres? centro 88%
outros 8%
9 - Qual seria a melhor maneira de se locomover em ouro Preto em sua opinião? a pé 46%
motorizado ou cavalo 13%
taxi 13%
não souberam 21%
10 - O que deve mudar para melhorar o trânsito no centro de Ouro Preto para a proteção do patrimônio e das pessoas? acabar com o estacionamento nocentro 38%
proibir a passagem de caminhões e ônibus com capacidade acima de 25 lugares 58%
criar área de embarque e desembarque de passageiros 71%
proibir o estacionamento e passagem de qualquer veículo motirizado 29%











2 - RESULTADO DA PESQUISA ENTRE OS TURISTAS

RESULTADO DA PESQUISA ENTRE OS TURISTAS
TOTAL DE ENTREVISTADOS = 11

1 - Você é a favor manutenção do Patrimônio Artístico da cidade ? sim 100%
não 0%
2 - Você gosta de morar, visitar e transitar na cidade ? sim 100%
não 0%
3 - Qual a maior dificuldade na mobilidade do centro histórico de Ouro Preto? muitos carros 91%
outros 9%
4 - Você acha que o trânsito no centro histórico deteriora o patrimônio? sim 100%
não 0%
5 - Você é a favor ou contra o trânsito de ônibus e caminhões no centro da cidade? a favor 0%
contra 100%
6 - Você se sente seguro ao passar pelas ruas de Ouro Preto ? sim 0%
não 100%
7 - Você acha que trânsito de veículos atrapalha as pessoas nas ruas de Ouro Preto? sim 100%
não 0%
8 - Qual ou quais locais dentro da cidade são mais problemáticos para os pedrestres? centro 100%
outros 0%
9 - Qual seria a melhor maneira de se locomover em ouro Preto em sua opinião? a pé 91%
motorizado ou cavalo 9%
10 - O que deve mudar para melhorar o trânsito no centro de Ouro Preto para a proteção do patrimônio e das pessoas? acabar com o estacionamento no centro 82%
proibir a passagem de caminhões e ônibus com capacidade acima de 25 lugares 100%
criar área de embarque e desembarque de passageiros 73%
criar teleférico 18%
semáforos e câmeras 27%




























3 - RESULTADO DA PESQUISA ENTRE ESTUDANTES GERAL

RESULTADO DA PESQUISA ENTRE OS ESTUDANTES EM GERAL
TOTAL DE ENTREVISTADOS = 10

1 - Você é a favor manutenção do Patrimônio Artístico da cidade ? sim 100%
não 0%
2 - Você gosta de morar, visitar e transitar na cidade ? sim 80%
não 20%
3 - Qual a maior dificuldade na mobilidade do centro histórico de Ouro Preto? muitos carros 50%
falta de estacionamento 30%
outros 20%
4 - Você acha que o trânsito no centro histórico deteriora o patrimônio? sim 80%
não 20%
5 - Você é a favor ou contra o trânsito de ônibus e caminhões no centro da cidade? a favor 20%
contra 80%
6 - Você se sente seguro ao passar pelas ruas de Ouro Preto ? sim 60%
não 40%
7 - Você acha que trânsito de veículos atrapalha as pessoas nas ruas de Ouro Preto? sim 70%
não 30%
8 - Qual ou quais locais dentro da cidade são mais problemáticos para os pedrestres? centro 90%
outros 10%
9 - Qual seria a melhor maneira de se locomover em ouro Preto em sua opinião? a pé 50%
motorizado ou cavalo 10%
taxi 40%
10 - O que deve mudar para melhorar o trânsito no centro de Ouro Preto para a proteção do patrimônio e das pessoas? proibir passagem de caminhões/ônibus com capacidade acima de 25 lugares 50%
fazer educação de trânsito periódica 70%
criar área de embarque/desembarque passageiros 60%
criar mais área de estacionamento 0%

















Conclusão

Após os estudos estatísticos e geológicos, é notória a necessidade urgente de os dirigentes públicos - municipal, estadual e federal - tomarem uma atitude na busca de alternativas que possam ser implantadas em Ouro Preto para preservar o Patrimônio Histórico e Artístico e a vida das pessoas residentes e turistas, sem desfazerem dos aconchegos turísticos e culturais da cidade. Também, é preciso investir na conscientização dos moradores da cidade sobre a importância cultural que Ouro Preto representa para a humanidade, pois muitos têm uma visão distorcida sobre o que é morar em uma cidade patrimônio mundial.
A proposta de divisão da Administração da Cidade em duas gestões, nada mais é que a de buscar uma eficiência administrativa para o Centro Histórico e outra para o desenvolvimento dos Bairros e Distritos. Assim, todos sairão ganhando na eficácia da Política Pública.
As implantações de terminais de embarque e desembarque, de carga e passageiros propostos terão impacto substancional positivo na relação trânsito motorizado, pedestre e moradores logo após sua implantação.
A criação dos estacionamentos públicos fora do centro dará uma inspiração sadia de proteção da cidade.
A criação das linhas de TELEFÉRICO ligando a atual rodoviária ao futuro estacionamento, no campo da Água Limpa, e a outra que ligará o Centro à Bauxita ? UFOP será de suma importância como transporte público e como alternativa turística para o desenvolvimento sustentável da cidade.
Por fim, constata-se a necessidade de um planejamento estratégico para mudanças necessárias de curto, médio e longo prazo na Gestão do Trânsito da Mobilidade e de Proteção ao Patrimônio Arquitetônico e Artístico Ouro Preto.
As proposições levantadas, além de trazerem a melhoria do trânsito, sem deixar a cidade parar, melhorará muito a mobilidade no Centro Histórico e, também, ajudará a proteger o Patrimônio Histórico da Cidade. Tudo isso dará a Ouro Preto uma outra cara, com mudança paisagística e de sustentabilidade ambiental, além da criação de novos empregos e de cursos desenvolvimentistas e culturais.
Ouro Preto respirará novos ares a partir de 2030, caso contrário, como já previsto pelos estudos geológicos, em breve a cidade não aguentará essas vibrações causadas pela movimentação intensa dos veículos pelo seu centro.
As autoridades e sociedade precisam tomar uma atitude urgente para salvar nosso patrimônio e que isso aconteça até 2030.

Proposições:
- Criar um novo olhar educacional (curso, palestras, mídias e etc.) sobre o Patrimônio Artístico e Cultural que vise à sustentabilidade e ao desenvolvimento de Ouro Preto;
- Construir uma área de desembarque de cargas e de estacionamento no local do antigo campo de futebol da Água Limpa;
- Criar dois Teleféricos (bonde) como transporte público alternativo para sociedade e turistas para suprir os ônibus coletivos;
- Acabar com o estacionamento de veículos na Praça Tiradentes, Rua São José, parte da Rua Conde Bobadela entre outras localidades;
- Aumentar as calçadas das ruas São José e Conde de Bobadela e onde couber;
- Construir uma área de embarque e desembarque no local do atual "Posto das Lajes", situado na Rua Conselheiro Quintiliano, para atender aos viajantes oriundos da região leste de Ouro Preto e às cidades vizinhas, ficando proibido o estacionamento no local.
- Dividir a cidade em duas Gestões Administrativas para melhorar o gerenciamento:
a) Gestão Administrativa do Centro Histórico da Cidade de Ouro Preto;
b) Gestão Administrativa do Entorno e Distrital da Cidade de Ouro Preto.

Complemento e desdobramento das propostas:

A Praça Tiradentes
- Ficará proibido o estacionamento de veículos em todo o centro da Praça Tiradentes, com exceção da lateral utilizada para o ponto de táxi, a lateral da Câmara de Vereadores e para veículos de policiamento.
- Passará a ser um ponto de passagem de veículos e pedestre.
- Será aberta uma nova rotatória junto à parte de trás da estátua para melhor o fluxo de veículos e aumentando a passagem de pedestre por toda extensão dos atuais estacionamentos.
- Implantar semáforo entre a Praça Tiradentes e a Rua Padre Rolim.

Rua Conde de Bobadela (Rua Direita):
- Passará a ser proibido o estacionamento de veículos no percurso entre o seu início e a travessa Cônego Camilo Veloso, entre as 08 horas até às 20 horas.

Rua são José
- Passará a ser proibido o estacionamento de veículos por toda sua extensão no período de 8 até às 20 horas, com permissão somente de passagem;
- Os passeios ou calçadas serão refeitas com um acréscimo de aproximadamente 30 centímetros de cada lado para melhor locomoção dos pedestres, preservando locais de paradas para a polícia e seguranças.




Ruas: Conselheiro Quintiliano e Maciel.
- Passará a ser proibido o estacionamento de veículos por toda sua extensão;
- Realização de obra primária emergencial: será rebaixada parte da pista na altura do atual "Posto das Lajes", lado debaixo, para retirado de parte do muro que invadiu a pista de rolamento, melhorando o fluxo de veículos;
* Poderão fazer uso da pista, como estacionamento, apenas moradores locais, com direito a um veículo por residência, cadastrado no Órgão de Controle de Trânsito da Cidade.

Transportes de cargas e Coletivos
- Ficará proibido o trânsito de ônibus de capacidade acima de 25 lugares no Centro Histórico da Cidade.

Região Leste ? Será construída uma área de embarque e desembarque no local do atual "Posto das Lajes" - situado na Rua Conselheiro Quintiliano, para atender aos viajantes oriundos da região leste de Ouro Preto e cidades vizinhas, ficando proibido o estacionamento no local. A ligação deste local para com os demais da cidade será feita por veículos de capacidade máxima de 25 lugares.

Região da Oeste do Centro da Cidade de Ouro Preto.
Como já se localiza nessa região a Rodoviária de Ouro Preto, esta continuará a desempenhar este papel, e também será um local de estacionamento de veículos e de carga e descarga de produtos transportados por veículos de capacidade superior a 1,5 toneladas, proibidos de transitarem pelo centro histórico da Cidade.
O novo local que abrigará toda infraestrutura para receber as mercadorias destinadas aos comerciantes de Ouro Preto poderá ser o espaço do antigo campo de futebol da Água Limpa. Será um estacionamento público para os veículos dos turistas, principalmente nos feriados e fins de semana e eventos culturais. O transporte das pessoas deste local até ao centro serão feitos por veículos com capacidade máxima de 25 lugares, como vans, táxis, e motoboys.
Como proposta de transporte alternativo para esta região, foi sugerida a implantação, neste local, de linha de teleférico tipo "Bondinho do Pão de Açúcar ? RJ" ou de cadeiras suspensas por cabos de aço, que funcionarão ligando a base do estacionamento da Água Limpa à Rodoviária Municipal. A capacidade atual deste tipo de transporte é 65 passageiros por viagem, que durará em torno de 5 minutos a uma velocidade de 21 km/h. Além de transporte alternativo, será mais uma atração turística e um passeio sobre o solo até a rodoviária atual. Esta proposta, que já foi palco de disputa no passado, veio à tona com esse trabalho, por ser considerada uma solução para o transporte público.

Região Centro-Sul ? Praça da Estação
Este local será o ponto final do transporte coletivo oriundo da Região Distrital como Santa Rita, Lavras Novas, Salto e bairros de Saramenha, Bauxita ? Vila Itacolomi, Nossa Senhora do Carmo, Morro do Cruzeiro e outros da região. Será apenas ponto de embarque e desembarque de passageiros. Para auxiliar o transporte de passageiros, será importante a reconstrução da malha férrea, que liga Ouro Preto à Saramenha, Tripuí, Rodrigo Silva, Engenheiro Correa e outras localidades.
Outra proposta sugerida por turistas e moradores para essa região, como transporte público alternativo, é a implantação de linhas para teleférico como o bonde sobre cabos (ex: Bonde do Pão de açúcar ? RJ), já citados anteriormente, com sua base no "Morro da Forca" ligando o Centro Histórico e a UFOP / Bairro Bauxita.
A proposta de transformação do Campo de futebol, citados anteriormente, em estacionamento, visa maior otimização das poucas áreas destinadas ao objetivo final, que é o deslocamento dos estacionamentos das Ruas da Cidade para locais seguros e confortáveis para os usuários e visitantes. Não tem objetivo de acabar com a área de lazer do futebol, e sim por já possuírem áreas dessa natureza e com boa infra-estrutura, como: Campo da Barra, da UFOP, Campo de Saramenha ? AAA e campos distritais, além de quadras espalhadas por vários bairros da cidade sede.

Rua Cláudio Manuel (Rua do Gibu),
Com relação à Rua Cláudio Manuel (centro), propõe-se transformá-la em mão única no trajeto da Pracinha São Francisco até a Rua Felipe dos Santos, podendo um de seus lados ser utilizado como estacionamento de veículos de pequeno porte (máximo 8 lugares).

Para finalizar as proposições, uma outra proposta de melhoria para o trânsito em Ouro Preto, embora já se tenha discutido e nada foi decidido ou divulgado até o fechamento deste trabalho, é a criação de mão única na Rua Pandiá Calógera até o IFMG e mão única de Saramenha ao Bairro da Barra.


Conclusão

Após os estudos estatísticos e geológicos, é notória a necessidade urgente de os dirigentes públicos - municipal, estadual e federal - tomarem uma atitude na busca de alternativas que possam ser implantadas em Ouro Preto para preservar o Patrimônio Histórico e Artístico e a vida das pessoas residentes e turistas, sem desfazerem dos aconchegos turísticos e culturais da cidade. Também, é preciso investir na conscientização dos moradores da cidade sobre a importância cultural que Ouro Preto representa para a humanidade, pois muitos têm uma visão distorcida sobre o que é morar em uma cidade patrimônio mundial.
A proposta de divisão da Administração da Cidade em duas gestões, nada mais é que a de buscar uma eficiência administrativa para o Centro Histórico e outra para o desenvolvimento dos Bairros e Distritos. Assim, todos sairão ganhando na eficácia da Política Pública.
As implantações de terminais de embarque e desembarque, de carga e passageiros propostos terão impacto substancional positivo na relação trânsito motorizado, pedestre e moradores logo após sua implantação.
A criação dos estacionamentos públicos fora do centro dará uma inspiração sadia de proteção da cidade.
A criação das linhas de TELEFÉRICO ligando a atual rodoviária ao futuro estacionamento, no campo da Água Limpa, e a outra que ligará o Centro à Bauxita ? UFOP será de suma importância como transporte público e como alternativa turística para o desenvolvimento sustentável da cidade.
Por fim, constata-se a necessidade de um planejamento estratégico para mudanças necessárias de curto, médio e longo prazo na Gestão do Trânsito da Mobilidade e de Proteção ao Patrimônio Arquitetônico e Artístico Ouro Preto.
As proposições levantadas, além de trazerem a melhoria do trânsito, sem deixar a cidade parar, melhorará muito a mobilidade no Centro Histórico e, também, ajudará a proteger o Patrimônio Histórico da Cidade. Tudo isso dará a Ouro Preto uma outra cara, com mudança paisagística e de sustentabilidade ambiental, além da criação de novos empregos e de cursos desenvolvimentistas e culturais.
Ouro Preto respirará novos ares a partir de 2030, caso contrário, como já previsto pelos estudos geológicos, em breve a cidade não aguentará essas vibrações causadas pela movimentação intensa dos veículos pelo seu centro.
As autoridades e sociedade precisam tomar uma atitude urgente para salvar nosso patrimônio e que isso aconteça até 2030.

Considerações Finais

A esperança é que este trabalho possa contribuir com o debate urgente de um futuro próximo sobre a situação do trânsito e movimentações na cidade de Ouro Preto, MG, local que adotei como mãe dos meus desejos e anseios na realização de minha vida profissional. Aqui é casa em que me fiz cidadão e que me sinto co-responsável pelo seu desenvolvimento e proteção de sua memória para o sempre. A esta cidade tenho sempre de agradecer pela vida que me deu e sonhar pela sua vida eterna.

Frases:

"Comece fazendo [planejando] o que é necessário, depois o que é possível e de repente você estará fazendo [planejando] o que é impossível." (São Francisco de Assis).










Bibliografia:
- COELHO, F. Freitas, 2004; A ORGANIZAÇÃO E O PLANEJAMENTO DO TURISMO NA CIDADE DE OURO PRETO; Monografia de bacharel em turismo da Universidade Federal de Ouro Preto; 29 de julho de 2004.
- ULTRAMARI, Clovis e DUARTE, Fábio; Desenvolvimento local e regional, 2009; Curso de Gestão Pública da UNINTER.
- OLIVEIRA, Tatiana S. Maior ? Gestão do meio urbano; 2007. Curso de Gestão Pública da UNINTER.
- GOMES, Guilherme. J. Cunha; "Analise Temporal e Espacial do Risco de Escorregamento em Ouro Preto ? MG". Monografia do Curso de Eng. Ambiental da UFOP ? 2005.
- BERNARDI, Jorge Luiz, Organização Municipal e a Política Urbana ? Curitiba: Ibpex, 2009.
CONSALTER, Maria. A. Soares; Elaboração de Projetos ? da introdução à construção; Curitiba, 2007.
- QUEIROZ, Rosevelt Brasil; Formação e Gestão de Políticas Públicas ? Curitiba: Ibpex, 2009.
- BRUDEKI, Nelson Martins ? Curitiba: Ibpex,2007.
- DUARTE, Fábio; Planejamento Urbano ? Curitiba: Ibpex, 2007
- TENDÊNCIAS E PROPOSTAS ? DOSSIÊ; A gestão do Estado Brasileiro hoje-Rio de Janeiro, 1995.
Universidade Federal de Ouro Preto; Plano de Desenvolvimento Institucional da UFOP ? 2003.
- Revista Itinerarium v.2 2009; Departamento de Turismo e Patrimônio ? Escola de Museologia ? Centro de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO);








ANEXO I.
Pesquisa de Opinião para Plano de Gestão de Trânsito e Mobilidade para Ouro Preto - 2030
Nome:______________________________________________________________
Profissão:___________________________________________________________
Residente na cidade ou turista:___________________________________________
1 -Como você vê a preservação do Patrimônio Arquitetônico da Cidade?
Comentário:_______________________________________________________
2 - Você é a favor da manutenção do Patrimônio Artístico da Cidade?
Sim: Não:
3 - Você gosta de morar ou visitar e transitar na Cidade?
Sim: Não:
4 - Qual a maior dificuldade na mobilidade do centro histórico de Ouro Preto?
Comentário: _____________________________________________________
5 - Você acha que o trânsito no centro histórico deteriora o patrimônio?
Sim: Não:
6 - Você é a favor ou contra o trânsito de ônibus e caminhões no centro da cidade?
Sou a favor Sou Contra
7 - Cite pelo menos um exemplo de como deve se fazer para combinar de trânsito e circulação de pessoas no centro da cidade?
Comentário:______________________________________________________
8 - Você se sente segura ao passar pelas ruas de Ouro Preto?
Sim: Não:
9 - Você acha que trânsito de veículos atrapalha as pessoas nas ruas de Ouro Preto?
Sim: Não:
10 - Qual ou quais os locais dentro da cidade mais problemáticos para os pedestres?
Comentário______________________________________________________
11 - Qual seria a melhor maneira de se locomover em Ouro Preto em sua opinião?
Comentário:____________________________________________________
12 - O que deve mudar para melhorar o trânsito centro de Ouro Preto para a proteção do patrimônio e das pessoas? Marcar pelo menos duas alternativas.
a) acabar com o estacionamento no centro da Praça Tiradentes
b) proibir a passagem de caminhões e ônibus de capacidade maior que 25 lugares
c) proibir o estacionamento e passagem de qualquer veículo motorizado
d) criar transporte alternativo
e) fazer educação de trânsito periódica
f) fixar horário para o trânsito motorizado
g) criar área de embarque e desembarque de passageiros nas aproximações

Outras sugestões:_________________________________________________

ANEXO II - FOTOS

Foto: Vista do centro histórico - OP/2010 Foto: Vista do centro histórico ? OP/2010






Foto: Praça Tiradentes ? OP/2010 Foto: Praça Tiradentes ? OP/2010


Foto: Pracinha São Francisco ? OP/2010 Foto: Praça Tiradentes ? OP/2010.



Foto: Rua Conde de Bobadela ? OP/2010 Foto: Rua Conde de Bobadela ? OP/2010




Foto: Rua das Flores ? OP/2010





Foto: Praça Reinaldo A. Brito ? OP/2010 Foto: Praça R..A.Brito/ Rua S. José ?OP/2010








Foto: Praça Tiradentes à noite ? OP/2010 Foto: Praça Tiradentes - OP/2010





Foto: Morro da Forca ? OP/2010 Foto: acidente de ônibus em O. Preto



Autor: Rubens Santos Tavares


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