Retratos da nossa gente




Sergipe é uma terrinha pequena, dotada de filhos brilhantes, que fazem da nossa terra um esteio impressionante...Daqui surgem inspirações pra uma gente que não deixa de sonhar, que não esquece ser fruto da terra e a nossa identidade garimpar...É assim o caso dos nossos artistas, que a todos veio contemplar, com todo seu talento múltiplo, ao nosso povo acrescentar...
Não seria justo deixar de homenagear o intelectual: Mário de Araújo Cabral, escritor por excelência da história social, mas também da literatura, dos clubes, da vida noturna, das festas, das artes... e sobretudo um crítico sensacional.
Nascido na Ilha de Terceira, Açoures, Mário Cabral até pensou em deixar de escrever, seria esse com certeza o único pecado a cometer, mas não foi assim que aconteceu, GRAÇAS A DEUS!!! Ocupou a décima sétima cadeira da Academia Sergipana de Letras, dando ali sua mais rica contribuição, foi ainda: advogado, jornalista, poeta,ficcionista, ensaísta,historiador, literário, folclorista, dramaturgo, professor da Escola Normal, da Faculdade de Direito e de Filosofia, diretor da Revista de Aracaju e Sergipe Jornal, promotor público, prefeito de Aracaju, procurador da prefeitura, pintor...Enfim, múltiplas são suas afinidades, e o mais importante, mostrando competência em todos os campos que se propõe em atuar.
Suas publicações são de extrema valia, dentre elas: Cidade Morta, Juízo Final-Coroa de Sonetos, Caminho da Solidão, Aracaju bye,bye; Espelho do Tempo, Confissão, Reconvenção e Majoração do Imposto, Jornal da Noite, Sete Poemas Terminais, Caderno de Crítica, etc.
Sua cultura humanística, vital e dinâmica nos fascinam...Seu espírito firme e irrequieto, se faz presente...Num coração escritor,numa uma alma de artista.
Dono de um estilo singular, ecológico e tropicalista, mesmo antes do tropicalismo. Telas repletas de elementos internos e externos de uma casa, tais quais: bananeiras, jaqueiras, mangueiras, fruteiras, cores fortes e repetidas, esse é J.Inácio, figura de destaque na história da arte Sergipana (faleceu em primeiro de agosto, 2007, perpetuando-se através de sua arte), que mesmo não obedecendo aos enquadramentos estéticos que aqui regiam, deixou aos críticos o problema teórico da interpretação.
Uma figura emblemática, eu diria, curiosa... Uma vida errante, desapegada dos cânones tradicionais, vendia quadros fantásticos como quem vendia banana na feira, desprovido de casa, de rumo diário, tantas vezes tido como doido. Enfim, poeta e andarilho, deixando registrado em suas telas a vidinha simples do interior sergipano.



Autor: Nicolle Cristinne Ramos Dantas


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