Entendendo o que é tecnologia



Entendendo a relação entre a Tecnologia e Globalização

Marisa Gomes da Silva

As inovações tecnológicas ocorrem mais depressa do que podemos acompanhar. A tecnologia tornou nosso mundo menor, mais próximo e mais veloz. Nunca, a sociedade vivenciou tantas ações de transformação quanto nos últimos anos. E entre estas mudanças está a utilização dos recursos tecnológicos.

Outro aspecto da sociedade é que as novas tecnologias não só permitem novas formas de produção, como também produzem novas formas de relacionamentos sociais.

A existência social e suas segmentações no mundo pós-moderno dependem de uma conexão na rede. A evolução da sociedade, o crescimento demográfico e o avanço tecnológico têm feito com que cada vez mais se estabeleçam as relações em rede. Estas relações de natureza biológica, social, política, econômica ou tecnológica apresentam algumas características comuns e seu estudo faz parte da chamada "ciência da rede".

Esta nova ciência tem como objetivo o estudo das relações, gerando vidas complexas. No mundo, em rede, todos são forçados a enfrentar o grande desafio de re-construir seu ser e seu estar-no-mundo. Este novo conceito tem organizado indivíduos em "ativos na rede", ou seja, aquele que traz sua vida ligada à rede de conexões, interligadas as redes interativas de comunicação, "passivos na rede" e os desconectados. Essas novas classificações organizam o sistema econômico global.

A política pós-moderna tem suas estratégias organizadas em rede, que viabiliza possibilidades positivas e negativas das estruturas sociais. Os meios de comunicação mostram a todo o momento como a vida está se organizando com os recursos tecnológicos. Na sociedade contemporânea devemos estar conectados às novas tecnologias de Informação como: MP3, MP4, palmtop, celulares, netbook, notbook, máquinas digitais, dentre outras. Instrumentos que possuem múltiplas funções e conectados à rede pode nos colocar em sintonia com o mundo em tempo real.

Existem lugares geograficamente distantes onde a rede de informação tecnológica, a Internet promove o conhecimento daqueles que não os possuem em suas realidades sociais. Ex: Usuários da rede do país de Cabo Verde, na África, utilizam a Internet gratuita, estudam e até fazem atendimento médico e controle de doenças como a "Dengue" através de informações enviadas e recebidas pela rede de conexão ? Internet. Outros lugares como o sul do Brasil esse serviço é gratuito, enquanto que, na maioria dos Estados o serviço é cobrado, e mesmo assim não tem uma eficiência aplausível.

Sabe-se também que a velocidade em que acontece uma informação na rede rompendo tempo/espaço facilitou a vida humana atualizando e incluindo o sujeito em um mundo globalizado.

Mas, nem sempre esta ação pós-moderna está disponível para todos. A inclusão digital deve acontecer a cada indivíduo e a cada nação. Hoje, se você não tem ou não utiliza um computador, a Internet, uma filmadora ou uma máquina digital, está desconectado do mundo e pode sofrer preconceitos e exclusão por não fazer parte da nova era "Era Eletrônica".

Tentando minimizar ou até resolver essa exclusão social, dentro deste contexto pós-moderno existe um grande grupo, formado por aqueles que estão mais voltados para a nova configuração global do mundo do trabalho, que defende que a preocupação central da educação deva ser uma formação interdisciplinar.

A interconexão com o mundo e uma nova forma de veicular informações pelas diferentes mídias impressas, televisivas e telemáticas, de produzir conhecimentos e saberes, bem como de comunicar tudo isto através das redes digitais, em especial a Internet, faz com que a aldeia global, concebida por McLuhan nos anos 1960 ?1970, possua hoje "uma outra configuração, muito mais interativa, possibilitando a emergência das chamadas comunidades de aprendizagem.

As tecnologias da comunicação e da informação, desde que não sejam consideradas como simples equipamentos ou apoio utilitário, mas como geradoras de espaços alternativos para trocas intelectuais, sociais, afetivas e culturais, constituem-se em meios potenciais de transformação de práticas pedagógicas, exigindo um repensar sobre a concepção de educação, como também sobre a necessidade de investimento na formação dos professores para o desenvolvimento de trabalho pedagógico com as Novas Tecnologias de Informação e Comunicação (NTICs), o que vai muito além do mero conhecimento de máquinas e programas (softwares). Os sistemas, ou quando inseridos na web ou em outras mediações tecnológicas, não propiciam magicamente aprendizagens significativas, fruto de uma colaboração efetiva, quando não contemplam o grupo, o coletivo, deixando que a ênfase recaia sempre no individual.

De acordo Levy, 1993, "trabalhar, viver, conversar fraternalmente com outros seres, cruzar um pouco por sua história, isto significa, entre outras coisas, construir uma bagagem de referências e associações comuns, uma rede hipertextual unificada[...]".

Esta construção de bagagem social, reestruturada, conecta o mundo à sociedade em rede, onde passam os fluxos de riqueza, de poder, de informação e de conhecimentos.

Diante deste panorama, o contexto da informação no mundo, uma das grandes formas de interatividade que ganha espaço no âmbito da educação globalizada é aquela proporcionada pelas novas tecnologias; elas trazem uma ampla dimensão de informatização para espaços educacionais e empresarias e constituem uma das formas de contribuição nas práticas educativas. Porém, pesquisas revelam que;

"o atual interesse em inserir computadores nas salas de aula é motivado, sobretudo por empresas comerciais em busca de novos e previsíveis mercados para seus produtos e por governo aparentemente desesperados para resolver o que consideram problemas da educação pública" .

A citação acima mostra que existem diferentes olhares sobre a necessidade de uma inclusão digital. É claro que o interesse econômico prevalece e a busca incessante de adquirir mercadorias mais valorizadas da economia pós-moderna nos levam a compartilhar ações das atividades econômicas, comerciais e financeiras.

Desde que as tecnologias de comunicação e informação começaram a se expandir pela sociedade, aconteceram muitas mudanças nas maneiras de ensinar e aprender. Independentes do uso mais ou menos intensivo de equipamentos mediáticos nas salas de aula, professores e alunos tem contatos durante todo o dia com as mais diversas mídias.(KENSKY, 2005)

Outras pesquisas mostram que o impacto da tecnologia na prática cotidiana dos professores é bastante limitado. Muitos resistem ao uso da tecnologia, por não saberem lidar com a mesma e por não acreditarem que ela contribui para que alcancem seus objetivos pedagógicos. As práticas tradicionais de conviver, trabalhar, educar e mesmo de pensar têm sofrido abalos de transformações, e aceitar essa nova realidade não é fácil, principalmente quando se têm limitações na operação e no conhecimento destas novas tecnologias.

O contexto atual requer dos espaços escolares muito mais autonomia no que se refere aos processos de aprendizagem, observa-se, portanto, que um dos avanços na área educacional está relacionado com o uso dos meios tecnológicos em suas varias dimensões de atuação na prática escolar.

A onda de inovações tecnológicas que avança sobre a atual sociedade e consequentemente nos espaços escolares, levanta um longo e interessante debate educativo, ético e cidadão, em face das técnicas de comunicação e das mudanças frequentemente anunciadas na esfera da mídia, no entanto, a sociedade, os professores e o mundo escolar ainda esperam as inovações pedagógicas anunciadas, ou seja, os computadores estão mais presentes nas aulas e nossos alunos são da chamada "geração digital" e estão cada vez mais imersos nesse mundo digital, sendo assim, estão exigindo um novo ambiente de aprendizagem.

Eles aprenderam com o controle remoto da TV e agora aprendem com o mouse, assim, migram da tela estática da TV para a tela do computador conectado à Internet. Então é preciso reconhecer: O ato de ensinar precisa sofrer MUDANÇAS, repensar a sala de aula como um espaço que não seja fechado e isolado do mundo.

Sendo assim, percebe-se que o educando do futuro deva estar inserido em um processo de aprendizagem para contribuir com suas vivencias no meio intelectual, social, cultural e até mesmo trabalhar as várias competências no campo das diversidades e atitudes em seu próprio processo de aprendizagem.


REFERÊNCIAS


ARAGÃO, Claudia. Comunidades virtuais de aprendizagem 2 ed- Especialização em educação a distancia. Salvador; UNEB/EAD, 2010. (Educação e tecnologia da informação e comunicação).
PRIMO, Alex Fernando Teixeira. A emergência das comunidades Virtuais. In: Intercom, 1997 ? XX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, 1997, Santos. Anais... Santos, 1997.
KENSKI, Vani Moreira. Das salas de aula aos ambientes virtuais de aprendizagem. FE; USP-Site educacional - 05/2005.
SIQUEIRA, Holgonsi Soares Gonçalves. Sociedade em Rede: conexões e desconexões. Artigo publicado em 17.12.2004 como "Tema do Mês pela RITS (Rede de Informações para o Terceiro Setor)".






Autor: Marisa Gomes Da Silva


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