PÁGINAS AMARELADAS



Autora: Maria Helena Silva

Quão grande e infinito é a força do meu amor por ti.
Minha vida perdera o brilho.
O impulso de viver transformara-se,
Como se em velhas e
Quebradiças páginas amareladas...

Amareladas,
Talvez não pelo tempo,
Mas pela pungente e impossível
Esperança que trago em minhas entranhas,
No desejo ardente de ti sentir.

Sentir num sussurro
Autêntico e delirante
Essa maciez de pele aprazível,
Num eterno bailado, imaginado
Em minha fantasia de mulher.

Imagino, és vida!
Vida da minha vida,
Vida do meu penar,
Quisera bailar, bailar!
Contigo, sem nunca parar...

Ponho-me a sonhar...
Sonhar, sonhar, delirar...
Eis que sinto!
Uma tenra saudade...

Saudade a embargar-me
De profunda melancolia
Todo meu ser a sonhar...

É como se configurasse em mim,
Momento de eterna felicidade.
É a brisa quente e macia que toca em mim,
Fazendo-me sentir..., Lembrar...

Lembrar tua pele aveludada!
Entrelaçada em teus afetuosos braços,
Num bailado sem fim!
Sob os acordes de uma valsa,
Nossos pés deslizam sobre o tablado,
À meia luz.

Ao ar puro e fresco da manhã,
Na suavidade da relva verde e orvalhada,
Tua suavidade eclode
Em toda sua plenitude.

Assemelha-se ao broto de um lírio
Que explode!
E aos primeiros raios de luz... E nossos corpos levitam...
De intensa felicidade...

Lírio, que ao desabrochar
Da imponente altivez de sua plenitude,
Embebe o ambiente que nos aconchega...
E o aroma disperso na atmosfera,
Representa tua capacidade de amar...

Ah! Amar, amar...
Avalia-se o ser humano, não pela dimensão física,
Mas, pela inconfundível, e indescritível essência.
Essência personalítica do teu ser!
Que faz externar através da sensibilidade,
Sensibilidade que lhe é peculiar.
Na suavidade do cantar, compor, do expressar-se,
A magnífica capacidade de amar.

Ah! Amar, amar...
Capacidade efêmera que nos enobrece.
Enobrece, fortalecendo-nos ao impulso.
Impulso para suplantar o plano material,
E alcançar a espiritualização,
A plena sublimação,
Ato transcendental da autêntica,
E verdadeira capacidade de amar.

Ah! Amar, amar...
Sentimento belo e vivaz.
Amar que chamo de luz,
Potencialidade de vida que vibra em mim.
Fulgor de sol que resplandece em m?alma.
Magnificante ímpeto que brota da vida.

Vida da minha vida,
Vida do meu penar,
Quisera bailar, bailar!
Contigo sem nunca parar...

Ponho-me a sonhar...
Sonhar, sonhar, delirar...
Eis que sinto
Uma tenra saudade.
Saudade a embargar-me,
De profunda melancolia.

Todo o meu ser se agita,
Ao contemplar o firmamento
Vislumbrando o entardecer...
Sobrepondo-me ao alpendre.

Na encosta da varanda,
Ao contemplar a natureza...
Percebo que um reflexo de luz,
Está a nos iluminar.

Elevo o olhar e sinto.
Sinto, que é o reflexo do sol, e entendo...
Entendo. O sol se vai, para dar lugar.
Dar lugar às estrelas e astros reluzirem, resplandecerem...
E outros mundos a iluminar...
Favorecendo à lua com sua luz prateada.

Oh! Luz prateada de imenso fulgor...
Que clareias desbravando mares, rios...
Montes e montanhas...
Pântanos e coqueirais...

Neste sublimar-se, eis que pequeninas rajas.
Rajas de nuvens embranquiçadas,
Pontilham o céu estrelado e,
Num suave e misterioso bailado...
Bailado suspenso na atmosfera,
Sobepunha-se ao constante e forte reluzir,
Da lua cor de prata.

E sonho...
Um sonho autêntico e voraz:
Eu, luz...
Tu, anjo...
Debuxo de nuvem,
Que alheio à própria vontade,
Sobrepunha o meu reluzir.
Sobrepunha as minhas forças...
E eis que desfaleço...

Eu, pecado fluídico de ardentes desejos.
Luz obscura, talvez de angústias.
Resquício de um passado que não volta mais.
Passado que ironicamente o destino roubara-me.

O cruel destino ousara-me interceptar.
Interceptara as veredas da apetecível felicidade.
Tolhera-nos do bailado febril do intenso amor.
Amor imenso que apesar de tenro,
Desabrochara com a fortaleza e a velocidade da luz...

Ah! Amar, amar...
Sentimento belo e vivaz.
Amar que chamo de luz,
Potencialidade de vida que vibra em mim.
Fulgor de sol que resplandece em m?alma.
Magnificante ímpeto que brota da vida.

Vida da minha vida,
Vida do meu penar,
Quisera bailar, bailar!
Contigo, sem nunca parar...

Bailar envolta em teus afetuosos braços,
Num bailado suave e perene...
E eis que sonho...
Sonho cantarolando de felicidades...

Vida da minha vida,
Vida do meu penar,
Quisera bailar, bailar!
Contigo, sem nunca parar...

Como um pássaro feliz
No gorjeio do alvorecer.
Insisto e canto.
Felicidade. Ah! Felicidade...
Não existe entre nós, bem sei.
Essa força magnética não nos pertence.
O nós nos fora negado.

E negara-se em mim o prazer de viver.
Ah! Essa força magnética...
Na quietude do meu aconchego,
Saboreio os mais ardentes desejos.

Sentimentos que soubesses avivar em mim.
Avivar com teu jeitinho manso e sensual,
Embargando todo o meu ser,
De incomparável melancolia.
Hoje dor que ecoa em m?alma.

No esplendor desse céu, és excelso.
Excelso a vigiar madrugadas.
Sentinela que me dar forças.
Guardião dos meus dias.
Anfitrião a convidar-me a aderir.
Aderir vida pura e angelical.

És luz, bem sei...
Santa luz que me sublima!
Força angelical que me arrebata.




Autor: Maria Helena Silva


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