Saudade em notas
Ainda grita-lhe o peito:
Cordas finas que a saudade
Insiste em nos tocar ?
Pois ela vem, nos desafina.
Com mãos desinteressadas,
Nos tateia, avalia.
E, como fossemos duas cordas
De violão que se cruzam,
Nos separa.
E foge, corre por aí, sozinha
Quebrando notas e corações.
Vadia, pela vida afora.
Sua ausência é para nós
O descanso de pernas muito calejadas,
Ainda em câimbras.
É a pausa de quem se cala e espera a paz.
E espera, e espera, e espera...
Mas, inconsequente, ela ainda volta,
Sem ao menos olhar nos olhos.
Se maqueia; cauculista; e nos engana.
No ar, noto o ruido daquela mesma música
Que logo se esvai, abafada.
Ela mente para nós
E chega com outro nome:
Reencontro.
Autor: Wison Mozzer M.
Artigos Relacionados
Espera
Digo Que Fui
Espera No Senhor...
Fatos Interessantes Sobre O Violão
Desalmado
Brilhe!
Nostalgia