DIFERENÇA ESSENCIAL ENTRE O HOMEM E O ANIMAL



O homem, através das suas diferenças defronta-se com seu comportamento, pois o homem é um ser surpreendente; sua mudança é constante, seus hábitos, costumes, crenças e culturas.
A palavra "razão"é o que predomina em seu vocabulário. O Homem tem consciência axiológica e vontade racional para analisar, avaliar e optar por uma ação. Esta capacidade intelectual (que só o Homem a possuí) chama-se inteligência formal e criativa. Já os animais não visam um conhecimento para o futuro, mas vivem a realidade do momento, se expressam de uma maneira natural para a vida.
Até pouco tempo atrás, a inteligência animal era destacada somente como simples respostas aos instintos ou estratégia de sobrevivência, sem nenhuma relação com a cognição
Em sua obra escrita no início do século passado "O lugar do homem no cosmos" (1928), Max Scheler estabelece mudanças na forma de explicar o homem.
Nesta obra o maior interesse era por explicar a diferença entre o homem e os animais, isso no que se refere à inteligência. Tal diferença essencial estaria contida a um princípio geral contrária a vida, no qual ele interpretou como espírito.
Segundo Scheler o espírito absolve o homem da pressão do biológico, dos instintos. Esse desligar dos instintos faz com que o homem não se adapte aos ambientes como os animais deixando o livre ao mundo.
Os animais por sua vez estão todos como limitados aos seus instintos fixos e inatos a seus respectivos ambientes específicos. Cada animal vivendo numa mesma determinada área se torna totalmente diferente. Cada animal capta para si somente o necessário e o que tem importância para sua existência.
O homem por sua vez mantém junto a natureza uma posição particular. O homem quando exposto para viver em uma ambiente da natureza selvagem é por demasiadamente inferior fisicamente e um ser inapto para tal. No entanto suas deficiências são superadas pela grande capacidade que ele tem de transformar a natureza, fazendo com que ela seja útil a sua vida.
O homem é a única espécie que pensa, que é capaz de transformar a sua experiência vivida em um discurso com significado e transmiti-la aos demais seres de sua descendência, também o único a diferenciar as experiências no tempo, e em conseqüência, a projetar ações futuras.
Segundo (Gehlen, 1961)


A sua inteligência, sua objetividade, a abertura dos seus sentidos pouco potentes, mas não limitados somente ao importante para os instintos, para demonstrar que o homem está capacitado para elaborar racionalmente as condições naturais para se conservar em qualquer ambiente natural. É esse mesmo critério do homem como ser ativo que lhe confere possibilidade de transformar o meio natural, o qual é um processo necessário para se manter vivo.

Portanto a natureza na sua forma natural se não for transformada por ele não existira nenhuma chance para que ele nela sobreviva.
Segundo (Mourão, 2008, pg.7):

"O que somente do homem faz um "homem" não é um novo estádio da vida em geral ? nem sequer é um estádio da única forma de manifestação desta vida, da "psique"; mas é apenas um princípio oposto a toda e a cada vida em geral, e também à vida no homem: um genuíno e novo fato essencial que, se a algo se reduz, é apenas ao fundamento supremo e único das coisas: ao próprio fundamento, de que a "vida" é apenas uma grande manifestação".



Somente o homem, enquanto pessoa, como ser vivo consegue alcançar-se acima de si e atingir um mundo para lá de espaço-temporal, fazendo de tudo, inclusive de si próprio, um objeto de conhecimento. Por isso o homem como ser espiritual é o ser superior a si como ser vivo e ao mundo (Mourão, 2008).
Foi dessa capacidade de pensar o mundo, de atribuir significado à realidade, que o homem criou o conhecimento. Percebemos que todos os problemas enfrentados pelo homem, tais como: sobrevivência, defesa, perpetuação da espécie, lhe aparecem como problemas ontológicos, ou seja diz respeito na sua busca sobre si mesmo e o mundo do qual vive.
Quanto aos animais hoje sabemos que eles pensam, são inteligentes, são capazes de resolver problemas, aprender com seus erros e adaptarem a situações novas assim como o homem.
























SCHELER, Max. Diferença Essencial entre o Homem e o Animal. Tradução de Artur Morão. Lisboa, Covilhã 2008.

Autor: José Joel Inácio


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