Ludicidade na aprendizagem: dois lados da mesma moeda



Ludicidade na aprendizagem: dois lados da mesma moeda

Como se sabe o lúdico nem sempre é visto como uma técnica didática com fins educacionais que contribui de forma significativa para uma aprendizagem diferenciada. Alguns teóricos são contra e outros a favor da implantação da ludicidade no processo de ensino/aprendizagem, pois o lúdico as vezes aparece como um método positivo que tem caráter formador, mas aparece também como uma alienação, e apenas uma forma de expressar ao máximo lazer, fruto de pessoas descompromissadas com o seu trabalho e seu alunado.
Para mostrar os dois lados dessa moeda, faz-se necessário apresentar alguns teóricos que são contra e a favor a esse novo método educacional (o lúdico) para que dessa forma possa observar até onde o lúdico é importante no aprendizado dos alunos.
No grupo dos teóricos a favor tem-se Pestalozzi (1746-1827), um teórico que apoia a utilização do lúdico no âmbito escolar, pois prega o progresso do desenvolvimento psicológico dos alunos, e ao mesmo tempo defende o jogo como um fator decisivo que enriquece o senso de responsabilidade por parte dos alunos, além de fortificar as normas de cooperação entre os mesmos.
Outro teórico e filósofo que jamais pode ser esquecido é Froebel (1782-1852), o grande educador que fortaleceu os métodos lúdicos na educação com suas teorias e práticas lúdicas. Como o próprio Froebel (FROEBEL apud NUNES 2003. p.23) cita: a educação mais eficiente é aquela que proporciona atividade, auto-expressão e participação social [...].
Maria Montessori (1870-1952) é outra teórica de suma importância no que se diz respeito à ludicidade, pois a partir das déias froebelianas, a mesma observa a necessidade dos jogos para a educação de cada um dos sentidos. Os jogos sensoriais estão intrinsecamente ligados ao seu nome.
Jean Piaget cita em diversas de sua obras as experiências lúdicas aplicadas em crianças. Para Piaget (PIAGET apud NUNES 2003. p.25) os jogos não são apenas uma forma de desafogo ou entretenimento para gastar a energia das crianças, mas meios que enriquecem o desenvolvimento intelectual.
O teórico Celso Antunes também é a favor do lúdico, tanto que dedicou uma parte do seu tempo em publicações que defendia o lúdico no âmbito escolar. Ele afirma em uma de suas obras que:
"O jogo é o mais eficiente meio estimulador das inteligências, permitindo que o indivíduo realize tudo que deseja. Quando joga, passa a viver quem quer ser, organiza o quer organizar, e decide sem limitações. Pode ser grande, livre, e na aceitação das regras pode ter seus impulsos controlados. Brincando dentro de seu espaço, envolve-se com a fantasia, estabelecendo um gancho entre o inconsciente e o real."

O pedagogo russo Makareno (1888-1939) cita que o jogo é tão importante na vida da criança como é o trabalho para o adulto, daí a importância de sua utilização na sala de aula.
Gilda Rizzo, uma também pedagoga e renomada autora na área da Educação defende o lúdico de maneira concisa quando cita que os jogos, pelas suas qualidades intrínsecas de desafio à ação voluntária e consciente, devem estar, obrigatoriamente, incluídos entre as inúmeras opções de trabalho escolar .
Celestin Freinet a princípio era contra a utilização do lúdico como atividade educativa. Ele mesmo cita: tentaremos não mais nos deixar levar a essas atividades arbitrariamente impostas que suscitam e pedem os jogos de relaxamento compensados[..]. Mas na verdade Freinet é contra a prática pedagógica do lúdico apenas como diversão com o intuito apenas de satisfazer a alegria da criança. Pois ele é a favor da utilização do lúdico como atividade educativa quando é trabalhada de forma séria, fazendo com que a criança se dedique ao jogo como se fosse um trabalho, e não simplesmente pelo fato da diversão.
Todos esses autores citados deixam claro que as atividades lúdicas são indispensáveis à prática educacional. Tornando - se imprescindível para as práticas intelectuais e sociais.

Autor: Monalisa Lisboa


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