A Revolução Industrial e suas Consequencias na vida do Trabalhador na Inglaterra no Século XVIII
2010
SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
CURSO DE HISTÓRIA
JANAINA DIAS
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Cidade
SINOP
2010
JANAINA DIAS
A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E AS CONSEQUÊNCIAS NA VIDA DO TRABABALHADOR NA INGLATERRA NO SÉCULO XVIII.
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Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito para obtenção do título de Licenciado em História.
Tutor eletrônico: Simone Aparecida Paviotti Favaro Gouveia
Tutor de sala: Marcia Elisa Andrade Ferreira.
Professor Orientador: Janaina Carla da Silva Vargas Hilario
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Dedico este trabalho, ao meu esposo, e minha filha, que souberam compreender a razão de minha ausência nos dias em que me dediquei apenas ao estudo, e também aos amigos que me auxiliaram neste processo de crescimento, e, que juntos percorremos este caminho.
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AGRADECIMENTOS
Primeiramente eu agradeço a Deus, por toda força e luz e determinação que me concedeste;
Ao meu esposo Leonaldo, eu agradeço por todo apoio e coragem que me ofereceu, contribuindo para meu crescimento intelectual;
A minha filha Thaís Fernanda, obrigada por me dar forças, e iluminar de maneira especial os meus pensamentos, me levando a buscar mais conhecimentos.
À minha mãe Ivanira, obrigada por todo o apoio que me ofereceste desde sempre;
Aos meus avós, o meu muito obrigada por todo incentivo, que sempre me destes;
Á Prof.ª Simone Aparecida Paviotti Favaro Gouveia tutora eletronica que nos socorrera todas as vezes que encontramos algumas dificuldade ao longo destes três anos e meio; Meus sinceros agradecimentos;
Ao meu amigo Jean Vasconcelos, obrigada pelo apoio e estímulo na construção de meu trabalho;
Á todos os professores que contribuíram para o meu crescimento intelectual e profissional.
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Epígrafe.
O único modo de escapar da corrupção causada pelo sucesso é continuar trabalhando.
Albert Einstein
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DIAS, Janaina. A Revolução Industrial e as Conseqüências na vida do Trabalhador na Inglaterra no Século XVIII. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em história) ? Centro de Ciências Empresariais e Sociais Aplicadas, Universidade Norte do Paraná, Sinop, 2010.
Resumo
A partir do século XVIII, profundas alterações tecnológicas são iniciadas pela humanidade, e sua importância é de tal magnitude que foi chamada de Revolução Industrial. São inventados a máquina a vapor (James Watts, 1781) e o regulador automático de velocidade (1785), inventos estes que deram ao homem a independência das fontes localizadas de energia (rios) e o uso de forma controlável, de baixo custo e abundante. A organização das primeiras indústrias foi uma tragédia para as classes trabalhadoras, dadas as condições subumanas nas quais se desenvolviam as atividades fabris, a exploração do trabalho, aliada as novas tecnologias, provocaram grandes transformações na vida pessoal e laboral dos trabalhadores.
Palavras ? chave: Tecnologia; Trabalho; Trabalhador, Exploração; Revolução.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO:....................................................................................................... 07
1. O PROCESSO DE PRODUÇÃO..........................................................................09
1.1 A INGLATERRA E A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL............................................ 11
1.2. AS CONDIÇÕES DE TRABALHO, MORADIA E ECONOMICAS....................13
1.3 A BEBIDA E AS FORMAS DE LAZER...............................................................17
2. REFERENCIAL TEÓRICO.....................................................................................19
2.1 A TECNOLOGIA, O CAPITALISMO E AS RELAÇÕES COM O TRABALHO. ...................................................................................................................................19
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................31
REFERÊNCIAS..........................................................................................................33
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INTRODUÇÃO
A Revolução Industrial foi uma das mais importantes entre todas as Revoluções, pois ela transformou toda a História mundial, essa Revolução foi marcada por uma grande transformação no processo de produção artesanal e manufatureiro para a produção fabril, esse processo aconteceu na Inglaterra de 1760 a 1850, encerrando a transição entre o feudalismo e capitalismo, nesse período a Inglaterra ficou conhecida como Oficina do Mundo.
Embora esta pesquisa enfoque a nova metodologia, e condições de trabalho do homem na Inglaterra no período de 1750 à 1850, é importante citar as outras fases da Revolução.Onde a segunda fase vai de 1850 a 1900, cuja Revolução Industrial espalha-se por toda a Europa, América e Ásia, é nesse período que cresce a concorrência, a indústria de bens de produção se desenvolvem, as ferrovias se expandem, surgem às hidrelétricas e a derivada de petróleo, o transporte se revoluciona com a invenção do barco a vapor e locomotivas. De 1900 até os dias atuais, o sistema bancário e grandes corporações financeiras tornam - se dominantes e passam a controlar as demais atividades, como indústrias, comércios, agricultura e pecuária. Nesse período também surgem às multinacionais e conglomerados industriais, a produção se automatiza, surge a produção em série e com a expansão dos meios de comunicação, fomentou o surgimento da sociedade de consumo de massas, houve também avanços com a indústria em todos os seguimentos.
Diante da imensa dimensão desses acontecimentos, e do grande impacto que eles causaram globalmente. Tenho por objetivo nesta pesquisa, analisar o Processo de Revolução sintetizando a relação do homem com a máquina, que seria novo instrumento de trabalho, e podermos avaliar se houve melhorias na vida destes trabalhadores no decorrer dos anos, através das revisões literárias acerca do assunto, busco ainda, através dessa pesquisa constatar o desenvolvimento do setor fabril e tecnológico.
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Na sociedade capitalista as relações sociais de produção definem dois grandes grupos dentro da sociedade: de um lado os capitalistas que são aquelas pessoas que possuem os meios de produção (máquinas, ferramentas, capital, etc) necessários para transformar a natureza e produzir mercadorias; do outro, os trabalhadores, também chamados, em seu conjunto, de proletários, aqueles que nada possuem, a não ser o seu corpo e sua disposição para trabalhar. A produção na sociedade capitalista só se realiza porque capitalistas e trabalhadores entram em relação (TOMAZI, 2000, pg 21).
Nessa perspectiva, iremos analisar neste estudo o contexto histórico do fortalecimento do Capitalismo, a exploração da mão ? de ? obra, para que possamos entender a origem de problemas de caráter social, tais como: A concentração de renda e a miséria; O fortalecimento do Capitalismo; O processo de transformação acompanhado por notável evolução tecnológica, e o impacto de todos esses acontecimentos na vida do homem, especificamente do trabalhador.
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1. O PROCESSO DE PRODUÇÃO
A pesquisa buscou conhecer o universo e as condições de vida dos trabalhadores na Inglaterra no século XVIII (1750 ? 1850), bem como a relação entre os homens e as novas tecnologias no método de trabalho, ou seja, o surgimento das máquinas.
O estudo foi desenvolvido por meio de avaliações qualitativas, através de pesquisas bibliográficas, em livros e em sites especializados, e também a revisão literária que possibilitou uma visão de totalidade dos fenômenos pesquisados.
Iremos enfatizar nesta pesquisa, o primeiro período da Revolução onde ocorre a transição do feudalismo ao Capitalismo pleno, onde ocorre uma nítida separação entre a burguesia possuidora de bens de produção e os proletariados. Desse modo, podemos nos perguntar como os trabalhadores se adequaram as novas práticas de trabalho? Se as mudanças foram positivas? E Principalmente, em que condições estes, desenvolviam suas atividades? Quais as condições de moradia e higiene os trabalhadores ficaram submetidos? Portanto, procuraremos estas respostas, ao analisar o contexto histórico desse acontecimento.
Pode ? se dizer que a Revolução Industrial foi um dos fatores responsáveis por estabelecer novas formas de compreender a realidade social, pois através das mudanças em que a sociedade passou ao fim do século XVIII, seja ela de caráter econômico, político, produtivo e cultural, os problemas sociais marcaram a população, assim o feudalismo dá lugar ao modo de produção capitalista, onde esse modo de produção nos acompanha até hoje, pois trocamos nosso trabalho por um determinado salário.
Sendo assim o trabalho assalariado rompe com a autonomia do homem, e os salários como já no século XVII até os dias atuais, não atendem as necessidades básicas, gerando conflitos de classes.
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A Revolução Industrial iniciou - se com o surgimento das máquinas à vapor, na Inglaterra por volta de 1750, o processo de Evolução Tecnológica, se divide em Artesanato, manufatura e maquinofatura. Na fase do artesanato, os artesãos eram donos das ferramentas de trabalho, controlava o ritmo de sua produção e determinava o preço final da mercadoria. Na manufatura, processo que ocorreu no final da idade média, onde os capitalistas eram os donos das fábricas, determinavam o ritmo de trabalho, controlavam o processo de produção, e determinavam o valor da mercadoria, aos trabalhadores cabia o recebimento de um salário mensal.
A partir da metade do século XVIII, o processo de acumulação de velocidade para partida é tão nítido que historiadores mais velhos tenderam a datar revolução industrial de 1760. Mas uma investigação cuidadosa tenderam a datar a revolução industrial de 1760. Mas uma investigação cuidadosa levou a maioria dos estudiosos a localizar como decisiva a década de 1780 e não de 1760 (Hosbawm, 2009, p. 59)
Na maquinofatura, o trabalhador ficava submetido a gerencia direta do empresário, e ao regime de funcionamento da máquina, foi nesta etapa que solidificou a então chamada Revolução Industrial.
Esse período histórico, iniciado na Inglaterra e que acabou resultando no advento da industrialização alicerçada nas fábricas e no maquinismo, convencionou se designar como Revolução Industrial. (IANNONE, 1992, p6)
Dessa forma, a Revolução industrial consolida novas formas de produção, pois o trabalho manual passa a ser desenvolvido com a ajuda de máquinas dentro de um processo produtivo, reforçando o papel da classe burguesa, como sendo a detentora dos bens, máquinas, fábricas e matérias primas, e o surgimento da classe trabalhadora, com sua força de trabalho, em troca de um salário.
A compra de matérias ? primas e a organização da produção, [...] levavam ao desenvolvimento de um novo processo produtivo em contraposição ao das corporações de ofício. Ao se desenvolver a manufatura, os organizadores da produção passaram a se interessar cada vez mais pelo aperfeiçoamento das técnicas de produção, visando produzir mais com menos gente, aumentando significativamente os lucros. Para tanto, que pudessem ter aplicação no processo produtivo (TOMAZI, 2000, p.3)
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Entretanto a introdução das máquinas não foi um processo facilmente aceito pelos trabalhadores e muitos deles, mantinham resistências contra os novos métodos de trabalho e faziam ameaças a seus patrões, reivindicando melhores condições de trabalho melhores condições de trabalho, isso quando não tentavam quebrar as máquinas.
A introdução das máquinas, contudo, não foi um processo pacífico. Pelo contrário, encontrou bastante resistência, como a dos luditas. Esses trabalhadores (comandados por um imaginário general Ludd, rei Ludd, ou Ned Ludd) começaram, em 1811, um movimento nas indústrias de renda e meias, perto de Nottingham, na Inglaterra, que se espalhou pelas fiações nos anos seguintes. Os Ludistas faziam exigências de salários e condições de trabalho aos donos das fábricas e, quando não atendidos, quebravam e ateavam fogo às máquinas. (DECCA; MENEGUELLO, 2009, p.36)
Ao resumir as características da Revolução Industrial, conhecida também como Revolução Inglesa, podemos citar: O Desenvolvimento do setor fabril; Aplicação de energia à Indústria; Aumento do domínio do Capitalismo; A revolução do meio de transporte e grande desenvolvimento tecnológico.
Singer (2001) afirma que as inovações tecnológicas trouxeram como conseqüência, os grandes deslocamentos, desse modo milhões de trabalhadores perderam suas qualificações, e em contra partida as máquinas passaram a substituir a mão de obra humana com menores custos
1.1 A INGLATERRA E A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Os fatores que contribuíram para que a Inglaterra fosse a pioneira foram: Estado Liberal; Acúmulo de Capitais resultante do processo de acumulação de capitais através do mercantilismo; jazidas de carvão que alimentavam as indústrias no primeiro momento da Revolução. Mão ? de ? obra disponível, resultado do processo de transformação da estrutura fundiária também conhecido como a lei dos cercamentos, onde ocorre a substituição da agricultura pelas pastagens, ocorrendo assim o êxodo rural.
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Com êxodo rural, aumentou ? se o número de pessoas morando nas cidades, conseqüentemente aumentou - se o número de oferta de trabalho e diminuição de emprego, pois com o aumento populacional e a migração do homem do campo para as cidades, aumenta-se o número de desemprego. Tal situação contribui para que os donos de fábricas pagassem salários inadmissíveis.
A partir da metade do século XVIII, o processo de acumulação de velocidade para partida é tão nítido que historiadores mais velhos tenderam a datar a revolução industrial de 1760. Mas uma investigação cuidadosa levou a maioria dos estudiosos a localizar como decisiva a década de 1780 e não a de 1760, pois foi então que, até onde se pode distinguir, todos os índices estatísticos relevantes deram uma guinada repentina, brusca e quase vertical para a "partida". A economia, por assim dizer, voava. (Hobsbawm, 2009, p. 20, 21)
O industrialismo passa por duas etapas onde a primeira delas se restringe a Inglaterra no século XVIII, onde o capitalismo é concorrencial e os setores que se desenvolvem nessa fase é o setor têxtil; siderúrgico e agrícola.
A emergência do sistema fabril revoluciona completamente as estruturas de produção que permaneciam na sua retaguarda: a manufatura se transforma constantemente em fábrica, o artesanato em manufatura e, finalmente os resquícios do artesanato e do trabalho doméstico transformam-se, rapidamente, em antros de miséria onde campeia livremente a exploração capitalista. (ARRUDA, 1994, p.67)
Entende-se por Revolução Industrial, como sendo um conjunto de transformações, onde a energia física se transforma em energia mecânica e o trabalho de manufatura passa a ser realizado nas fábricas com a ajuda de máquinas.
A Inglaterra então foi a primeira nação a se industrializar. Havia necessidades de máquinas que aumentassem a produção, reduzissem os custos e aumentassem os lucros para a burguesia. As relações de trabalho também se modificaram. Os homens para sobreviver abandonaram as antigas ocupações, mudaram-se para as cidades em busca de emprego nas fábricas. Surgiu então, uma das principais oposições de classe, a burguesia (donos do meio de produção) versus operários (trabalhadores assalariados das indústrias).
Burawoy (1984) define o processo de trabalho, como um conjunto de atividades e relações envolvidas na transformação de matéria bruta em produtos,
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em que dimensões ideológicas, políticas e econômicas do trabalho estão combinadas de modo inseparável, em uma relação de determinação mútua.
1.2 AS CONDIÇÕES DE TRABALHO, MORADIA E ECONÔMICAS.
Nesse sentido, a Revolução Industrial causou insatisfações por parte dos trabalhadores, pois o local de trabalho não oferecia a estes, as condições mínimas de higiene e segurança. A jornada de trabalho era excessiva, em média 15 horas diária. Essas condições de trabalho levavam aos trabalhadores a uma menor variedade dos movimentos, e assim causava danos a saúde dos mesmos, causados por movimentos repetitivos.
Concordando com POCHMANN (2001), entendemos que diante do avanço tecnológico, principalmente pela mecanização, e pelo transporte a vapor, a produção ganhou bastante impulso, e da mesma forma a divisão de trabalho sofreu uma grande transformação, onde tiveram efeitos significativos tanto na estrutura ocupacional, quanto no conteúdo dos novos postos de trabalho.
Assim, os trabalhadores eram submetidos aos mais variados riscos de acidentes de trabalho, onde muitos deles perderam suas vidas, e muitos outros ficaram incapacitados para desenvolver suas atividades trabalhistas por conseqüência dos acidentes de trabalho.
Toda a sorte de acidentes graves, mutilantes e fatais, além de intoxicações agudas e outros agravos à saúde, atingiram os trabalhadores, incluindo crianças de cinco, seis ou sete anos e mulheres, preferidos que eram ? crianças e mulheres ? pela possibilidade de lhes serem pagos salários mais baixos. (MENDES, 1996, p.7)
Os capitalistas preferiam contratar mulheres e crianças, porque os salários eram ainda mais baixos que os salários pagos há homens adultos. E os acidentes de trabalho eram inevitáveis, onde a maior parte deles atingia as crianças.
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A descrição da vida destes pequenos trabalhadores de ambos os sexos, é dantesca. Trabalhavam até 18 horas por dia, sob o látego de um capataz que ganhava por produção. Os acidentes de trabalho eram freqüentes, má alimentação, falta de higiene, de ar, de sol, imoralidade e depravação, nos alojamentos. As faltas eram punidas com castigos terríveis. (ARRUDA, 1994, p. 69)
Segundo Huberman (1986) o trabalho infantil era um complemento do trabalho dos pais e controlado por eles; enquanto que na fábrica, as crianças trabalhavam sob a direção de um supervisor, cujo emprego dependia da produção que pudesse arrancar de seus pequenos corpos.
Para Decca; Meneguello (2009), os industriais justificavam o uso do trabalho infantil, como uma forma de livrar as crianças de mendicância, proporcionando a elas o seu próprio sustento.
Era comum que os aprendizes ? crianças ou jovens, muitas vezes órfãos, que começavam a trabalhar nas fábricas por um salário muito pequeno para aprender sua função ? fossem tratados de forma desumana. Seu trabalho era cansativo, repetitivo e praticamente igual ao dos adultos. Nas tecelagens, cabia ás crianças, exatamente por serem pequenas, se espremerem por entre as máquinas para executar sua limpeza ou alcançar algum carretel ou peça. (DECCA; MENEGUELLO, 2009, p.41).
Assim essas crianças que dormiam pouco, e que recebiam alimentação inadequada, acabavam muitas vezes adormecendo sobre ás máquinas correndo o risco de ficarem seriamente feridas. Mesmo depois com leis que buscaram melhorar essa situação, crianças e jovens que se adaptavam ao trabalho melhor que os adultos, estes habituados ao sistema, continuaram nas fábricas tornado - se operários e dependendo de um salário para sobreviver. Desse modo, aprendiam desde cedo a se adaptar ao ritmo de trabalho.
Como as fábricas precisavam estar próximas dos mercados, das fontes de energia e matéria - prima, cidades surgiram e outras foram crescendo em volta. A cidade surgia então, como uma massa de chaminé e fumaça, onde as fábricas ficavam no centro.
As aglomerações industriais eram um tanto difusas, a principio, porque as indústrias em torno das quais haviam se formado não estavam ainda completamente consolidadas. As primeiras fábricas dependentes da energia hidráulica tinham que se estabelecer nas cercanias das cidades, aproveitando - se para ali adquirir a sua subsistência necessária e, eventualmente vender os seus produtos. (ARRUDA, 1994, p. 65)
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A possibilidade de trabalho atraía a mão ? de ?obra, e muitos camponeses vinham para a cidade em busca de uma vida melhor, contribuindo assim para a explosão urbana.
Estudiosos afirmam que o crescimento demográfico desse período, deveu - se mais a uma redução da taxa de mortalidade do que do aumento da natalidade.
Não somente o ritmo do crescimento demográfico foi alterado. Transforma-se completamente a densidade demográfica, alterando-se a paisagem urbana, com fortes deslocamentos populacionais, refletindo-se diretamente na paisagem rural. (ARRUDA, 1994, p.65)
Por sua vez, a cidade industrial surge como um lugar perigoso, selvagem e sem civilização.
Os operários vivam em bairros sujos e poluídos, e as suas moradias eram abarrotadas sem nenhum conforto. Como o transporte público era caro demais para a sua renda, eram obrigados a viver no centro das cidades, próximo das fábricas. (DECCA; MENEGUELLO, 2009 p. 49)
As condições de moradia eram precárias, muitos trabalhadores habitavam porões, sem as mínimas condições de moradia, e com isso, a incidências de doenças, tais como a tuberculose, mutilações e desnutrição, aumentavam consideravelmente.
Todas as atividades eram realizadas no mesmo cômodo da casa: lavar roupas, cozinhar, dormir, comer, brincar, etc. Os banheiros ficavam do lado de fora, consistindo geralmente apenas em uma casinha com um buraco no chão, compartilhada por dezenas de famílias. Os banhos eram então muito raros, e em geral os trabalhadores possuíam apenas duas mudas de roupa e um par de sapatos. (DECCA, MENEGUELLO, 2009, p 59)
Nos bairros operários não havia saneamento, o esgoto corria a céu aberto, a água não era tratada e o número de pessoas vitima de doenças de doenças como o cólera era grande, muitos chegaram a óbito por causa disso.
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Todos fazem fila para conseguir água. Muitas vezes, dezenas de moradias compartilhavam uma única torneira localizada em um pátio. Pode se bem imaginar as condições de higiene de então. (DECCA, MENEGUELLO 1999, p. 51)
No trabalho, o fato de as atividades dos trabalhadores serem executadas em ambientes fechados, onde a ventilação era mínima. Doenças de toda a ordem atingiam os trabalhadores e trabalhadoras, especialmente as crianças (principalmente as infecto-contagiosas, como o tifo europeu, que era chamado de febre das fábricas, cuja disseminação era facilitada pelas más condições do ambiente de trabalho e pela concentração de promiscuidade dos trabalhadores em geral).
Mesmo com todas essas dificuldades, a cidade representava aos trabalhadores, a única possibilidade de melhora em seus padrões de vida, até mesmo, como a única alternativa para não passar fome.
Os baixos salários não permitiam que os trabalhadores tivessem uma alimentação adequada, e mesmo no trabalho, a alimentação ficava sempre em segundo plano.
A alimentação era muito precária, e restava a possibilidade de beber, muitas vezes para tapear a fome. Com uma parte substancial dos baixos salários usada para pagar altíssimos aluguéis das míseras casas onde viviam, pouco restava para a alimentação, que não representava grande variedade. Praticamente o único alimento que nutria a população pobre (e comumente associado aos imigrantes irlandeses) eram as batatas. Certas comidas eram inacessíveis, e evitavam - se outras, como tomates e bananas ? que poderiam ter melhorado a dieta do povo -, porque na época os próprios médicos difundiam informações equivocadas de que esses alimentos faziam mal. (DECCA; MENEGUELLO,2009, p. 58)
Para Decca; Meneguello (2009), as primeiras experiências de viver nas cidades foram difíceis e complexas, pois os vilarejos em que todos se conheciam, foram substituídos por lugares onde massas humanas anônimas circulavam e buscavam sobreviver.
Contudo, a vida do trabalhador não se restringia apenas ao trabalho e a vida doméstica, por viverem nas cidades, podia ir a bares, teatros, reunir-se com os amigos etc.
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Diante do descontentamento da classe trabalhadora, era grande a falta de perspectiva de melhorias nas condições de vida e de trabalho, e com isso aumentava os problemas de caráter social, tais como a prostituição, marginalidade, alcoolismo dentre outros.
Diante da catástrofe social que não conseguiam compreender, empobrecidos, explorados, jogados em cortiços onde se misturavam o frio e a imundície, ou nos extensos complexos de aldeias industriais de pequena escala, mergulhavam na total desmoralização [...] O alcoolismo em massa, companheiro quase invariável de uma industrialização e de uma industrialização e de uma urbanização brusca e incontroláveis [...] O infanticídio, a prostituição, o suicídio e a demência tem sido relacionados com este cataclismo econômico e social [...] O mesmo se deu em ralação ao aumento da criminalidade e da violência crescente, freqüentemente despropositada que era uma espécie de ação pessoal cega contra as forças que ameaçavam engolir os elementos passivos. (HOSBBAWM, 2009, p.74)
O trabalhador que bebia, jogava ou realizava suas tarefas lentamente era severamente punido, aquele operário que causasse algum dano as máquinas, ou então desobedecesse a alguma regra estabelecida, tinha seu salário descontado, quando não eram vitimas de punições e maus tratos.
1.3 A BEBIDA E AS FORMAS DE LAZER.
Segundo Decca e Meneguello (2009), a bebida era uma das realidades mais presentes no período de crescimento das cidades. E, muitos acreditavam que além da cerveja ser o caminho mais curto para fugir da triste realidade das cidades, a cerveja fortalecia o homem.
Os autores afirmam que, a bebida era combatida por filantropos da classe média, que culpavam a bebida por todos os males que afligiam os pobres, incluindo suas fraquezas, falta de dinheiro e, acima de tudo, sua suposta falta de moral.
Ainda segundo os autores, os bares da cidade, eram locais de encontros e conversas, e os trabalhadores freqüentadores destes; aproveitavam para discutir assuntos sérios como a Reforma parlamentar e a revogação de leis, as quais consideravam prejudiciais as classes operárias, ou até mesmo para organizar
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passeatas e movimentos grevistas. Assim, por servir como ponto de reuniões agitadas, onde os operários podiam obter mais informações sobre política e economia, muitos bares foram obrigados a fechar.
Quanto às formas de lazer, segundo Decca e Meneguello (2009), as feiras ao ar livre com exposição de animais selvagens, os jogos de cartas, as brigas de galo, e as lutas de boxe, eram as possibilidades de lazer existentes. AS corridas a pé, ou a cavalo também eram comuns, assim como longos passeios de a pé ou de bicicleta pelas áreas rurais ou entre as cidades vizinhas.
Aos finais de semana iam a igreja, sendo que a religião metodista exercia grande influencia tanto sobre a classe média, quanto sobre a classe operária.
O teatro era também outra forma importante de divertimento, porém os membros das classes pobres, apenas poderiam freqüentar teatros sofisticados, caso se sentassem no alto das galerias.Contudo, a partir do século XIX, surgiram dezenas de teatros na capital Inglesa, voltados para as classes mais pobres e iletradas.
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2.REFERÊNCIAL TEÓRICO
2.1. A TECNOLOGIA, O CAPITALISMO E AS RELAÇÕES COM O TRABALHO.
Podemos citar como sendo um dos principais teóricos dessa fase, o pensador, Adam Smith com sua principal obra, A Riqueza das Nações- investigação sobre sua Natureza e suas Causas, onde é considerado o pai do liberalismo e defensor da propriedade Privada.
Smith (1723 - 1790), afirma que a acumulação do capital é a condição prévia para se progredir na capacidade produtora do trabalho, e que ao mesmo tempo a acumulação colabora naturalmente para aperfeiçoar tais avanços.
O estado estacionário no qual a acumulação líquida de capital tenderia a desaparecer, embora logicamente não necessário, era visto por ele como resultado inevitáve da redução da taxa de lucro incentivo básico à acumulação ? pela exaustão das oportunidades de investimento e pelo crescimento dos salários conseqüente a um rápido e sustentado aumento do estoque de capital.(SMITH, (1723-1790))
Para Smith (1996), o progresso traria beneficios a todos e, no devido tempo, eliminaria as más condições de vida.E que a economia seguiam leis que deveriam ser respeitadas.
Contudo, foi Marx quem se dedicou a estudar sobre a acumulação do Capital em sua obra O Capital, no terceiro volume, Marx defende o conhecimento cientifico como determinante para se converter em elemento essencial para o desenvolvimento das forças produtivas, subjugando a tecnologia e o processo de trabalho cada vez mais articulado com o desenvolvimento humano em seu conjunto.
Marx (1847) defende a idéia de que o trabalho humano é regulado pelo poder do pensamento conceitual que tem origem no sistema nervoso central, e o resultado dessa capacidade de pensamento conceitual é a cultura humana, e a capacidade de executar o trabalho é chamada força de trabalho.
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Para Marx, todo o pensamento está fundamentado na idéia de trabalho e organização social. E o homem não é analisado isoladamente, mas sim, dentro de um contexto social e econômico.
Marx afirma que, com o aprofundamento da inovação, as indústrias bem como a busca pelo conhecimento se espalharia pelo mundo.
Concordando com Marx (1847), entendemos que o trabalhador não tinha alternativa de sobrevivência senão por meio do trabalho, e a condição social destes, contribuíam para o aumento do capital, e os tornavam obrigados a se tornarem assalariados
Quanto mais se desenvolvem o maquinismo e a divisão do trabalho, mais aumenta a quantidade de trabalho, quer pelo prolongamento das horas, quer pelo aumento do trabalho exigido em um tempo determinado, pela aceleração do movimento das máquinas etc. A indústria moderna transformou a pequena oficina do antigo mestre da corporação patriarcal na grande fábrica do industrial capitalista. Massas de operários, amontoadas na fábrica, são organizadas militarmente. Como soldados da indústria, estão sob a vigilância de uma hierarquia completa de oficiais e suboficiais. (MARX, 1847)
Para Marx, a substituição do trabalho realizado pelo homem, pelas máquinas, era um pressuposto que inviabilizava o capitalismo como sendo o modo de produção capaz de possibilitar o progresso humano.
Concordando com Marx, (1847), entendemos que na sociedade A obra O Manifesto Comunista, de Marx e Engels (1848), enfoca a evolução da história humana, o papel da burguesia sendo a grande responsável pela revolução Industrial, enfatiza também as lutas de classes, e a divisão de trabalho e a Revolução no método de trabalho.
A Burguesia só pode existir com a condição de revolucionar incessantemente os instrumentos de produção, por conseguinte, as relações de produção e, como isso, todas as relações sociais. A conservação inalterada do antigo modo de produção constituía, pelo contrário, a primeira condição de existência de todas as classes industriais anteriores. Essa revolução contínua da produção, esse abalo constante de todo os sistema social, essa agitação permanente e essa falta de segurança distinguem a época burguesa de todas as classes industriais precedentes [...]. Tudo que era sólido e estável se esfuma, tudo que era sagrado é profanado, e os homens são obrigados finalmente a encarar com
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serenidade suas condições de existência e suas relações recíprocas. (MARX; ENGELS, 1848).
Para Marx; Engels (1848), à medida que o maquinismo se desenvolve, aumenta a quantidade de trabalho, e também a divisão dele, seja por horas de trabalho, ou pelo aumento deste em um tempo determinado, a medida que aumenta a monotonia do trabalho, decrescem os salários.
A indústria moderna transformou a pequena oficina do antigo mestre da corporação patriarcal na grande fábrica do industrial capitalista. Massas de operários amontoados nas fábricas são organizadas militarmente. Como soldados da indústria, estão sob a vigilância de uma hierarquia completa de oficiais e suboficiais. Não são somente escravos da classe burguesa, do Estado burguês, mas também diariamente, a cada hora, escravos da máquina, do contramestre e, sobretudo do dono da fábrica. (MARX; ENGELS, 1848)
Burawoy, em sua obra a A Transformação dos Regimes Fabris no Capitalismo Avançado, faz algumas afirmações que nos permitem a refletir sobre o processo de trabalho.
A existência de um mercado interno de trabalho implica uma série de conseqüências importantes. Primeiro, o individualismo possessivo, associado ao mercado externo de trabalho, é transposto para dentro da fábrica. O sistema de postulação e de passar por cima contribui para sobrepor o interesse pessoal ao interesse coletivo. Reclamações relativas ao exercício de uma função de trabalho podem ser resolvidas pelo recurso à postulação a um novo posto. (BURAWOY, 1990, p 5 )
Braverman, em sua obra A Degradação do Trabalho no século XX, (1984) discuti a mais ? valia, que em seu entendimento, o modo de produção capitalista que se fortaleceu no século XVIII, e se impôs de forma generalizada e universal.
Burawoy (1990) distingue - se de Marx (1847), e Braverman (1984), na abordagem do processo de trabalho, naquilo que se refere a temática do controle que o capital exerce sobre o trabalho. Este autor reconhece a coerção como o único modo pelo qual a força de trabalho se traduz em trabalho. A transformação da força de trabalho em trabalho, é para ele, o problema definitivo do processo de trabalho capitalista. No processo de trabalho, a força de trabalho se traduz em trabalho por
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meio do controle que o capital exerce sobre o trabalho, o que se faz por coerção ou outro modo, como visto por Burawoy. Cabe á gerencia assegurar a mais ? valia, a tempo em que se mantém oculta tanto para o trabalhador quanto para o capitalista. Para entender como isso se dá, o esforço da gerência é no sentido de ligar a dinâmica interna dos conflitos fabris à dinâmica macrossocial do papel do Estado, o que engloba a regulação do Estado sobre esses conflitos e a dinâmica do mercado de trabalho, de concorrência intercapitalista.
O historiador Eric J. Hobsbawn busca em sua obra; A era das Revoluções, por meio de pesquisas bibliográficas e revisões literárias, discutir sobre as transformações ocorridas no período de 1789 a 1848, documentando o duplo impacto das Revoluções Francesas e Inglesas.
A Era das Revoluções, busca explicar a transformação dos camponeses em mão de obra assalariada; o surgimento da burguesia liberal; o florescer de novas ciências; tecnologias e ideologias.
Concordando com Hobsbawn (2009), entendemos que a Revolução Industrial, não foi um episódio com um principio e um fim, pois sua essência foi a de uma mudança revolucionária que se tornou norma desde então, mas foi de extrema importância para a alimentação do sistema capitalista através do processo produtivo.
O que significa a frase a revolução industrial explodiu? Significa que a certa altura da década de 1780, e pela primeira vez na história da humanidade, foram retirados os grilhões do poder produtivo das sociedades humanas, que daí em diante se tornaram capazes da multiplicação rápida, constante, e até o presente ilimitada, de homens, mercadorias e serviços. Este fato é hoje tecnicamente conhecido pelos economistas como a partida para o crescimento auto-sustentável. Nenhuma sociedade anterior tinha sido capaz de transpor o teto que uma estrutura social pré-industrial, uma tecnologia e uma ciência deficientes, e conseqüentemente o colapso, a fome e a morte periódicas, impunham a produção. (HOBSBAWN, 2009, p. 59)
O contemporâneo historiador José Jobson de Andrade Arruda, em sua obra A Revolução Industrial publicada em 1994, enfatiza por meio de pesquisas realizadas em documentos escritos da época, além de imagens, ilustrações, relatos e tabelas, aborda os anos revolucionários que tem a na base a Revolução Inglesa do século XVII e, no topo, a Revolução Industrial do século XVIII.
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Para Arruda (1994), Imensas eram as dificuldades da classe trabalhadora, desde a mais simples, como por exemplo, estes trabalhadores se viam obrigados a fazer suas compras nas lojas do próprio patrão, onde recebiam seus pagamentos em mercadorias miúdas, ou então, se verem obrigados a morar em casas fornecidas pela fábrica, contra o pagamento de pesados aluguéis, até os problemas mais graves, tais como: a jornada excessiva de trabalho, e baixos salários.
A vida nas fábricas era odiosa. A disciplina intolerável. O trabalhador no sistema artesanal ou doméstico era dono de seu tempo, não apenas dos meios de produção. Trabalhava apenas para garantir a sua sobrevivência, o restante do tempo dispendia em lazer. Com poucos dias de trabalho semanal, em geral três ou quatro, este limite era atingido, sobrando lhe dois ou três dias para descanso ou bebedeiras, sua forma mais apreciada de lazer. (ARRUDA, 1999, p.68)
Arruda (1994), afirma que o problema das invenções no século XVIII é complexo. Pois o mesmo, não pode ser relacionado a progressos científicos significativos. Pelo contrário, foram mais o resultado de problemas práticos colocados pela produção. E somente no século XIX é que a ciência se apoderaria da tecnologia. Desse ponto de vista, foi pequena a contribuição da educação para o processo tecnológico.
De uma forma geral, a educação era bastante limitada. A lei de 1807, que visava ampliar a educação à maior parte da população, foi bloqueada pela câmera de Lordes, por considerá-la perigosa para a ordem social.(ARRUDA, 1999, p. 54).
Segundo Arruda, é difícil pensar em melhorias tecnológicas sem pensar em incorporação de bens de capital havendo, pois, uma estreita relação entre investimentos, acumulação, progresso técnico e crescimento da produção.
Se o capital acumulado era reduzido, o crescimento da produção teria que resultar da melhoria do equipamento técnico, e isto envolve invenções e inovações. O grande problema é determinar por que uma invenção adequada foi conseguida num momento preciso, quais os conhecimentos dela resultantes e o momento e a forma de sua incorporação produtiva pelos empresários. A resposta a tal questão envolve a compreensão do clima social, nível de conhecimento, em suma, a interação das idéias fundamentais e as possibilidades técnicas, aliadas aos estímulos essenciais. O amplo front percorrido pelo avanço tecnológico, setor têxtil,
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metalúrgico, mineração, transportes, agricultura, energia, evidencia um crescimento geral da potencialidade do progresso tecnológico. (ARRUDA, 1999, p.54,55)
Concordando com Arruda (1994), entendemos que antes da industrialização, o antigo artesão que combinava a atividade artesanal com a agricultura, produzia o sustento indispensável a sua sobrevivência. Ao ser deslocado para o sistema fabril, perde esta garantia básica fundamental e que tem que trabalhar para atingir o mesmo limite da subsistência.
A situação dos trabalhadores era, acima de tudo, muito instável. Para tanto contribuía a concorrência do trabalho feminino, infantil e dos imigrantes, estes últimos, sobretudo na indústria da construção civil [...] Por todas estas razões, a situação do operário era de um déficit orçamentário constante, o que se traduz, imediatamente numa redução da vida média, que na década de 1840 era duas vezes maior entre todos os trabalhadores rurais. (ARRUDA, 1999, p.73).
Contudo, Arruda, baseado no relatório de 1976, Manchester Board of Health, afirma que entre os problemas imediatos da classe trabalhadora, além de todas as dificuldades já mencionadas, outra questão importante é que as pessoas que trabalhavam nestas fábricas em condições insalubres, passíveis de doenças, necessitavam de um regime mais razoável e humano.
[...] as pessoas empregadas nas manufaturas de algodão estão sujeitas a febres contagiosas de rápida difusão; são debilitadas pelo vapor ou ar impuro; o trabalho de noite e as longas jornadas diminuem a longevidade, não recebem instrução, nem educação moral e religiosa. (ARRUDA, 1999, P. 74)
Leo Huberman em sua obra A História da Riqueza dos Homens, (1981). Busca explicar a história do processo de revolução industrial, pela teoria econômica, e a teoria econômica pela história, o mesmo fundamenta sua pesquisa baseado principalmente nos pensamentos de Adam Smith e Karl Marx.
O valor de uma mercadoria é determinado pela quantidade total de trabalho nela encerrada. Mas parte dessa quantidade de trabalho é realizada num valor, pelo qual foi pago um equivalente na forma de salário; parte dela é realizada num valor cujo equivalente não foi pago. Parte do trabalho encerrado na mercadoria é trabalho pago; parte é trabalho não-pago. Vendendo a mercadoria pelo seu valor, ou seja, pela cristalização da
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quantidade total do trabalho nela empenhado, o capitalista a está necessariamente vendendo com lucro. Vende não apenas o que ela Lhe custou, embora tenha custado o trabalho de seu operário. O custo da mercadoria para o capitalista e seu custo real são coisas diversas. Repito, portanto, que o lucro normal e médio é obtido vendendo a mercadoria não acima do seu valor, mas pelo seu real. ( Huberman, 1981, p. 200).
Concordando com Huberman (1981), fundamentado na teoria de Marx (2001), entendemos que a Teoria da mais valia explica exatamente de que forma o trabalho é explorado na sociedade capitalista,onde a mais valia, é a fonte de exploração, a fonte de juros, lucro e renda dos donos dos meios de produção.
O sistema capitalista se ocupa da produção de artigos para a venda, ou de mercadorias. O valor de uma mercadoria é determinado pelo tempo de trabalho socialmente necessário encerrado na sua produção. O trabalhador não possui os meios de produção (terra, ferramentas, fábricas etc.). Para viver, ele tem de vender a única mercadoria de que e dono, sua força de trabalho. O valor de sua força de trabalho, como o de qualquer mercadoria, é o total necessário à sua reprodução - no caso, a soma necessária para mantê-lo vivo. Os salários que lhe são pagos, portanto, serão iguais apenas ao que é necessário à sua manutenção. Mas esse total que recebe, o trabalhador pode produzir cm parte de um dia de trabalho. Isso significa que apenas parte do tempo estará trabalhando para si. O resto do tempo estará trabalhando para o patrão. A diferença entre o que o trabalhador recebe de salário e o valor da mercadoria que produz, é a mais-valia. (HUBERMAN, 1981, p.201)
Huberman (1981), afirma que a acumulação de Capital aliada a existência da classe trabalhadora sem propriedades, foram fatores que prenunciavam o inicio do capitalismo industrial, e o sistema fabril contribuiu para a acumulação de riquezas, que por sua vez, os donos destas riquezas, educados na crença de que os ricos entrariam no reino dos céus se economizassem, e reinvestissem suas economias em fábricas, esse processo deu inicio, ao processo moderno que conhecemos.
Resumidamente a Revolução Industrial constitui-se num conjunto de mudanças tecnológicas profundas na economia que transformaram a humanidade a partir do século XVIII, onde a máquina foi suplantando o trabalho humano e uma nova relação entre o trabalho e o capital se impôs.
A produção mecanizada, porém, depois de atingido um certo nível de desenvolvimento, teria que remover a base inadequada sobre a qual se assentava . O passo seguinte foi a indústria moderna apoderar-se do seu
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próprio instrumento característico de produção, isto é, a própria máquina, e passar a produzir máquinas com máquinas. Somente assim superou o descompasso em relação à sua própria base técnica, ou seja, o fato de erigir-se sobre a manufatura. (ARRUDA, 1999, p 51)
Os autores Edgar de Decca; e Cristina Meneguello, na obra Fábricas e Homens A Revolução Industrial e o Cotidiano dos Trabalhadores (2009), busca retratar as dificuldades vivenciadas pelos trabalhadores ocorridas na Inglaterra em meados do século XVIII e as transformações econômicas, políticas e sociais.
O essencial é perceber que a Revolução Industrial trouxe uma grande transformação. O mundo não poderia continuar o mesmo depois desse acontecimento: o aumento da população, a transformação da sociedade rural em urbana, o crescimento das cidades, a utilização das máquinas no trabalho e as alterações no modo de vida das pessoas são prova disso.(DECCA; MENEGUELLO, 2009 p.68,69)
Para Decca e Meneguello, de todas as transformações ocorridas por conseqüência da Revolução Indústria, a modificação no modo de vida e nos métodos de trabalho das pessoas, foi uma das mais significativas.
Se nas manufaturas a habilidade do trabalhador no manejo das ferramentas era imprescindível, com a invenção das máquinas essa habilidade deixou de ser fundamental para o processo de produção. O trabalhador que foi para a fábrica não era dono de nada que lá existia. Não era dono das matérias primas, nem do dinheiro necessário para comprá-las. Não era dono das máquinas e tampouco dos produtos finais que ajudava a fabricar. Os trabalhadores que serviam de mão - de - obra para as fábricas eram, em grande parte, os camponeses que tinham perdido suas terras e se tornaram, respeitadas as diferenças históricas, os sem-terra da época da Revolução Industrial. Existiam também aqueles que buscavam melhor oportunidade de vida nas cidades porque seu oficio havia perdido a importância diante das máquinas, capazes de produzir mais e com maior rapidez. Por exemplo, com a primeira máquina moderna de fiação, conhecida como Jenny, uma pessoa sozinha realizava o trabalho de doze fiandeiras. (DECCA; MENEGUELLO, 2009, p15).
Ainda segundo os autores, os trabalhadores vendiam sua força de trabalho em troca de baixos salários, obedecendo a jornadas desumanas e sofrendo com as flutuações do mercado.
Sendo donos apenas de sua força de trabalho, os trabalhadores das primeiras fábricas transformaram - se em operários, empregados de algum dono de fábrica, perdendo sua independência. Em troca de um salário muito
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baixo, tinham de trabalhar de dez a doze horas por dia, sempre com medo de perder o emprego, uma vez que, caso cometessem alguma falta ou desagradassem a seus chefes e patrões, poderiam ser substituídos pelos inúmeros trabalhadores desempregados. A necessidade de sobrevivência de grande parcela da população levou para as fábricas também mulheres e crianças, que trabalhavam tanto quanto os homens, porém recebiam salários menores. Nas cidades modernas, tais condições impostas pelas fábricas eram em grande parte responsáveis pelos focos de pobreza nos bairros centrais, habitados pelos operários. (DECCA; MENEGUELLO, 2009, p. 15,16)
As inovações aceleravam a produção, porém os patrões nessa época não se preocupavam com o bem-estar dos empregados.
O trabalhador que antes atuava em grupos pequenos e exercia funções que exigiam muita habilidade, viu se jogado entre centenas de trabalhadores em ambientes escuros e sufocantes, nos quais as máquinas ditavam o ritmo da atividade. Para viver próximo ao local de trabalho (as fábricas, em geral, ficavam nos centros das cidades) amontoavam - se com suas famílias em casas com um único cômodo, localizadas em bairros sujos, onde não havia água encanada e o esgoto corria a céu aberto. Eram expostos ao frio e às doenças e, nos períodos em que as indústrias não vendiam bem sua produção, estavam sujeitos ao desemprego e a fome. (DECCA; MENEGUELLO, 2009, p.18)
Segundo Decca e Meneguello (2009), Marx e Engels descreveram as terríveis condições que cercavam o trabalho nas fábricas e a vida dos trabalhadores nas cidades. Para eles, toda a riqueza era obtida à custa do sofrimento dos operários. E só visitando os cortiços em que viviam os trabalhadores se poderia ter a real dimensão da miséria humana por trás de um sistema que parecia tão benéfico. Nascia assim, uma longa discussão, que se prolonga até hoje, sobre as conseqüências do processo econômico.
Ao estudarmos a Revolução industrial, acabamos por tomar uma posição diante das mudanças que ela produziu e continua produzindo. Poucos temas da história têm a capacidade de mobilizar assim nossa consciência: afinal, a Revolução industrial não é apenas um tema do passado, e seus resultados ainda são bastante presentes em nossa vida. Continuamos cada vez mais dependentes das máquinas que nos rodeiam; nas fábricas (muito mais modernas e com tecnologias avançadas), ainda hoje os trabalhadores são assalariados. (DECCA; MENEGUELLO, 2009 p.19)
Concordando com Decca e Meneguello (2009), entendemos que houve muitos sacrifícios e muitas vítimas para que o trabalhador fosse beneficiado
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com o advento de melhores condições de trabalho. E só a partir de 1815, pequenas melhorias começaram a surgir, e ganharam força com o surgimento dos sindicatos por volta de 1825.
Embora o período da Revolução Industrial fosse um momento em que o capitalismo se afirmava com toda a sua força, os trabalhadores começavam a se organizar em torno de diversas idéias, como o socialismo, que pregava a distribuição das riquezas socialmente produzidas pelo trabalho.
Os defensores dessas idéias denunciavam as injustiças que viam no sistema fabril, e muitos eram presos e perseguidos por isso. Além disso, para reivindicar mudanças políticas ou sociais, os trabalhadores realizavam marchas de protestos, muitas das quais terminaram em tragédia ao serem reprimidas, como aconteceu no ano de 1819, na cidade de Manchester, no episódio que ficou conhecido como massacre Perterloo. (DECCA; MENEGUELLO, 2009, p.64)
Assim, a consolidação do capitalismo e as novas relações de trabalho são o fio condutor para o surgimento da Sociologia.
Em tempos modernos, podemos dizer que as máquinas influenciam desde a maneira como utilizamos nosso tempo, até o modo como desenvolvemos nossas atividades profissionais, domésticas, escolares e sociais.
As máquinas dão a impressão de que tornam nossa vida mais simples, eficiente e agradável, e de que sem elas o cotidiano perderia todo o sentido. Automóveis, telefones, televisores, por exemplo, são cada vez mais indispensáveis em nossa rotina diária. Por outro lado, sua existência também nos acarreta sérios problemas, como a poluição do ar, causada em grande parte pelos automóveis, e a dos rios, decorrente, sobretudo do lançamento de resíduos industriais em suas águas. (DECCA; MENEGUELLO, 2009, p.13)
Portanto o sistema fabril representou desde o primeiro momento da revolução industrial, um aumento grandioso no processo de produção, e conseqüentemente modificou o método de trabalho. Contudo, essa mesma revolução, é grandiosamente responsável por muitos avanços, de vários setores, áreas e seguimentos. Um exemplo disso é progresso dos meios de comunicação e meios de transportes, pois sem eles seriam impossível vender produtos industrializados no mercado. Algumas dessas invenções nessas áreas foram os navios a vapor, a locomotiva, o telegrafo e o telefone.
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O crescimento da população, as revoluções nos transportes, agricultura e indústria - tudo isso estava correlacionado. Agiam e reagiam mutuamente. Eram forças abrindo um mundo novo. (HUBERMAN, 1981, P. 158)
Entretanto, ao analisarmos se as conseqüências diretas na vida do trabalhador foram positivas ou não; podemos dizer que no primeiro momento foi um processo lento, que causou grandes sofrimentos, como pobreza ao extremo, péssimas condições de trabalho, alimentação inadequada, e a prática de trabalho em regime de exploração. Porém, a revolta destes trabalhadores, aliada a união e persistência destes, na luta por uma vida melhor, foi incisiva para que houvesse melhorias nas condições de vida e trabalho.
O movimento cartista dos anos 30, na medida em que visava as reformas parlamentares, contribuiu de forma significativa para a arregimentação da classe operária, em termos de reivindicações nacionais. O movimento desse período não pode ser simplesmente classificado como um movimento de classe operária, tanto em sua composição quanto em seu programa de ação e ideologia e, muito menos, em sua ação concreta. Tratava-se de uma frente comum a todos os setores sociais que representavam o trabalhador pobre e, especialmente, o trabalhador urbano. Suas experiências forjadas nas lutas anteriores deram-lhes instrumentos de ação vigorosos: o sindicato, as sociedades de auxilio mútuo e, acima de tudo, a solidariedade e a greve. Sua meta principal, contudo, era um novo tipo de parlamento a ser eleito pelos trabalhadores, e composto por seus próprios representantes, que fossem capazes de conquistar, para a classe trabalhadora, benefícios sociais. (ARRUDA, 1994, p.81,82)
Não podemos deixar de falar sobre a reforma religiosa, que foi um amplo movimento que dividiu a Cristandade européia em dois grandes grupos: católicos e protestantes quebrou a tradicional unidade religiosa e enfraqueceu o poder papal. Nesse processo de mudança da estrutura da sociedade, tanto a revolução francesa, quanto a revolução industrial, foram responsáveis pelas mudanças no âmbito produtivo e político, iniciados no século XVIII, dessa forma na Revolução industrial o trabalho manufatureiro, ou seja, o trabalho manual, com o auxilio de alguns instrumentos rudimentares, passa a ser baseado no trabalho com máquinas dentro do processo produtivo, como a classe burguesa é a detentora dos meios de produção, reforça ainda mais o seu papel dentro do sistema capitalista como sendo a classe dominante, e os trabalhadores sendo os proletariados.
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Assim a classe burguesa sendo dona do poder econômico e produtivo, alia - se aos camponeses, trabalhadores e burgueses, a fim de firmar-se também como classe política. E a sociedade capitalista torna - se desigual por natureza.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho partiu de uma lógica estrutural, compreendendo temáticas de interesse acerca do tema.
Com esse estudo, além de ter contribuído quanto ao interesse da autora, foi possível reunir pensamentos de estudiosos no tema, e contribuir para o exercício de uma reflexão sobre o processo de trabalho e as relações com o homem, partindo do contexto histórico em questão, além de nos possibilitar a fazermos uma análise sobre o processo de mudança no decorrer da história.
As novas práticas de trabalho em principio trouxeram grandes sofrimentos aos trabalhadores, por inúmeras razões, desde as condições insalubres em que desenvolviam suas atividades; salários irrelevantes; péssimas condições de higiene tanto no trabalho quanto nas moradias; alimentação inadequada, dentre outros. A mudança causada na cotidiana na vida destes trabalhadores foi extremamente impactante. Contudo podemos afirmar que a Revolução Industrial foi um acontecimento importante para acelerar o crescimento da economia mundial e para modificar as relações de trabalho.
Conclui - se que a Revolução Industrial levou a um aumento da produção, dos lucros e também da exploração de trabalho humano, onde o trabalhador foi submetido a longas jornadas de trabalho, com salários baixíssimos, as crianças também trabalhavam nas fábricas como operárias, com salários menores ainda.
Quando refletimos sobre essa prática em dias atuais, percebemos que em pleno século XXI, o trabalhador continua com excesso de jornada de trabalho e os salários na maioria das vezes, não atendem as necessidades básicas do trabalhador.
Sendo assim, A Revolução trouxe consigo a Tecnologia e inovação, que vem se aperfeiçoando desde o século XVIII, porém ainda faltam políticas para qualificar os trabalhadores de um modo geral.
Portanto é válido afirmar que todo processo de transformação social não ocorre de uma hora para outra, e sim só ocorre por ser fruto de uma intenção
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humana, na busca de condições de vidas melhores, já que compartilhamos um mundo cheio de desigualdade e injustiça social, segundo a teoria de Marx, o homem é responsável pela construção e transformação da sociedade.
Podemos afirmar que a revolução industrial, bem como a revolução francesa, foi responsável por estabelecer novas formas de compreender a realidade social.
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HOBSBAWM, Eric J., A Era das Revoluções. 25ª Ed. São Paulo: Paz e Terra, 2009.
HUBERMAN, Leo. História da Riqueza do homem. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1981.
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Autor: Janaina Dias
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