Petróleo: Sociedade, Energia e Desenvolvimento



1 INTRODUÇÃO
A energia é elemento essencial para a sobrevivência. Com ela o ser humano desenvolveu novas técnicas de trabalho (inicialmente a tração animal), manipulou o fogo (preparo de alimentos, iluminação e calor), construiu obras impressionantes, estimulou o crescimento econômico, acelerou o processo de industrialização, fez expandir a rede de transportes (veículos, aviões, trens, navios, etc.), maximizou a evolução tecnológica e científica e inclusive integrando as informações, ao mesmo tempo difundindo o processo de globalização.
Nessa perspectiva, o petróleo como fonte energética foi introduzido de maneira massiva, pois este desdobra inúmeras empregabilidades inerentes à satisfação dos avanços técnicos-científicos, e necessidades dos bens materiais (combustível, calçados, bolsas, matéria-prima, entre outros artefatos) pela sociedade como um todo. Em contrapartida essas aplicações cotidianas estarão limitadas em um futuro próximo, pois o petróleo é uma fonte irrenovável.
Assim, podem-se elencar algumas indagações sobre o mesmo: o que fazer quando o petróleo acabar? A terra estará comprometida (ambientalmente) com o intenso uso deste?


2 O PETRÓLEO COMO FONTE ENERGÉTICA
Desde que o petróleo foi descoberto, tornou-se instrumento indispensável à produção de energia e artefatos diversos para o consumo de todos integrantes de uma sociedade capitalista inseridos em panorama global. Como fonte energética é empregada como combustível, produção de eletricidade, propulsão para o funcionamento de máquinas e motores, etc.
Além de predominante no setor de transportes, o petróleo ainda é o principal responsável pela geração de energia elétrica em diversos países do mundo. Apesar da expansão recente da hidroeletricidade e da diversificação das fontes de geração de energia elétrica verificadas nas últimas décadas, o petróleo ainda é responsável por aproximadamente 7,9% de toda a eletricidade gerada no mundo (PAFFENBARGER, 1997; AIE, 2003).


3 SOCIEDADE E DESENVOLVIMENTO
Com a fase da Primeira Revolução Industrial, buscou-se incessantemente a solução para as novas fontes energéticas, a princípio o carvão mineral foi a força motriz necessária às máquinas. O aperfeiçoamento e a velocidade produtiva exigiam uma combustão eficaz de maior potencial calorífico. A era do petróleo, principalmente como energia, desdobrou enorme impulso a tais satisfações estando na atualidade como sinônimo de "poder" e riqueza, resultando numa sociedade dependente desse recurso.

3.1 O consumo energético
O desenvolvimento de uma sociedade está atrelado, entretanto, ao poder aquisitivo e de consumo dos indivíduos integrantes da mesma, em primeira instância da energia.
A distribuição geográfica das fontes energéticas no mundo é irregular e, portanto, o seu gasto. A utilização desses recursos quadruplicou nos últimos cinqüenta anos. Todavia, quase um terço da população (2 bilhões de pessoas) não dispõe de eletricidade. Segundo dados obtidos pelo Relatório sobre o desenvolvimento e a Agência Internacional da Energia (censo 2000), a parcela da população mais rica ? um quinto ? consome 58% da energia total, enquanto a classe mais carente responde por 4%. O petróleo e o gás natural somam juntos 55,5% das fontes consumidas no mundo.
De fato, o desequilíbrio apresentado liga-se à questão social e gera implicações diversas como fome, pobreza e dependência financeira dos países subdesenvolvidos.

3.2 Empregabilidades do petróleo como energia
O petróleo apresenta inúmeras aplicações energéticas, das quais podemos destacar:
? A produção de eletricidade em usinas termelétricas a partir do calor gerado pela queima do sumo do petróleo;
? Os veículos desempenham seus movimentos através da energia resultante da queima dos combustíveis fósseis;
? O gás de cozinha fundamental ao preparo de alimentos;
? Força motriz à rotação de motores e aparelhos diversos;
? Derivados como gasolina, éter, tíner, óleos e entre outros hidrocarbonetos.
Como podemos observar, a energia decorrente do petróleo é indispensável para uma sociedade inserida no contexto do capitalismo vigente. Por isso pode-se afirmar que há extrema dependência das pessoas em relação ao "ouro negro".


3.3 Sociedade subordinada ao petróleo e a energia
Na atualidade seria difícil imaginar como seria uma realidade isenta do consumo energético. Isso traz em vista uma relação de dependência entre as pessoas e o cobiçado "ouro negro".
A nossa sociedade depende do petróleo. Desde que este passou a ser usado, nos fins do século XIX, como combustível, ele tomou um papel cada vez mais importante. Hoje em dia é usado para produzir eletricidade, como combustível para a maioria dos meios de transporte e muitos usos domésticos, para produzir plástico, sem o qual a nossa sociedade seria muito diferente de como a conhecemos. Não existe qualquer dúvida de que a energia é de uma extrema importância para a nossa civilização. De fato, pode-se dizer que toda a economia está dependente dela, como já foi mencionado. Assim, é natural que ocorram certas reações de pânico quando é mencionado que as reservas de petróleo estão perto do seu fim.
As reservas atuais são suficientes para manter a atual produção durante mais de 40 anos e o nível de reposição das reservas é bastante satisfatório. A demanda dos países desenvolvidos está praticamente contida aos níveis atuais e não cresce mais numa relação direta com o crescimento do PIB.
Contudo a dependência energética é o reflexo deste quadro, que seus elementos mais que se completam para formar os pilares da globalização.


4 O FUTURO SEM PETRÓLEO
O que fazer quando o petróleo esgotar? É uma das questões que norteiam a razão das pessoas adaptadas ao seu massivo consumo.
O petróleo é um recurso valioso, sem o qual a vida moderna, tal como a conhecemos, não seria possível. Em que é que o petróleo é fundamentalmente utilizado? Energia! O petróleo é uma das maiores fontes de energia mundial, e é utilizado quer como combustível quer para gerar eletricidade. Atualmente quase 40% do abastecimento de energia da União Européia provém do petróleo.
A escassez do recurso afetaria a economia global de uma maneira brutal sem deixar precedentes.

4.1 Sem energia: a problemática mundial
Haveria um "apagão" ou mesmo uma paralisação no planeta nos âmbitos econômico, políticos e sociais. Hipoteticamente, uma catástrofe aterradora composta de conflitos em busca do valioso "ouro negro" vitimaria milhões de habitantes sem deixar precedentes.
Nesse quadro, a tensão sobre as provisões do recurso está sempre a aumentar. A procura do petróleo vai continuar a crescer nos próximos 20 anos. Por outro lado, o mais provável é que os recursos existentes de petróleo não consigam dar resposta a este crescimento da procura. O petróleo vai continuar a ser uma fonte de energia importantíssima nos próximos anos, mas é evidente que precisamos desenvolver tecnologias e fontes de energia que nos permitam utilizar o petróleo da maneira mais eficiente possível.

4.2 Desestruturações econômicas
A economia na esfera global seria afetada homogeneamente uma vez que a escassez do recurso levasse a tal conseqüência.
Nos países desenvolvidos (EUA, Inglaterra, Japão, Alemanha) a crise seria ainda mais aterradora já que dependem veementes deste recurso para alimentar os focos de suas economias. Por outro lado há enormes investimentos para a exploração do mesmo o que daria impulso às novas descobertas e assim aos seus eixos econômicos.
A produção industrial estaria completamente estagnada com a ausência do recurso e, portanto, a circulação de mercadorias como calçados, bolsas, combustíveis, roupas, pneus, etc. As fontes energéticas, principalmente a eletricidade produzida em termelétricas esgotariam ocorrendo uma "escuridão" em determinados pontos da terra.
Vários setores responsáveis pelo desenvolvimento socioeconômico estariam acarretados em detrimento da escassez do petróleo.
4.3 Reflexos globais
Os reflexos pela falta do petróleo seriam sentidos em escala global. Diante desse quadro podemos elencar alguns fatores resultantes desta crise:
? Elevado preço dos subprodutos originários do petróleo;
? Industrialização altamente acarretada em virtude da crise;
? A global economia afetada de maneira generalizada;
? Paralisação em vários mecanismos do eixo socioeconômico mundial;
? Recorrência às pesquisas para objetivar o alcance a outras fontes energéticas alternativas oriundas da biomassa.

Como podemos observar, o conjunto de fatores está estreitamente ligado crise a energética mundial. Com isso acarretaria demasiadamente diversos setores das estruturas sociais.


5 ENERGIA E MEIO AMBIENTE
O consumo energético traz em parte conseqüências irreparáveis ao meio ambiente já que ambos estão vinculados por meio de todos os fatores naturais ? importantes para a biodiversidade e vida na terra.

5.1 Degradação e impactos ambientais
Os principais impactos da geração de energia elétrica a partir de derivados de petróleo decorrem da emissão de poluentes na atmosfera, principalmente os chamados gases de efeito estufa (GEE). Os mais problemáticos são o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4) e o óxido nitroso (N2O). Pelo menos parte das mudanças climáticas verificadas nas últimas décadas, entre elas o aumento da temperatura média do planeta, tem sido atribuída ao aumento da concentração desses gases na atmosfera. Grande porção dessas emissões decorre da queima de combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás natural) para a geração de energia elétrica.
Uma das possíveis conseqüências do aquecimento global do planeta é o derretimento de grandes geleiras (notadamente na Antártida) e, por conseguinte, a elevação do nível do mar e o alagamento de áreas costeiras e insulares, atingindo grandes contingentes de pessoas e animais silvestres e alterando a biodiversidade dessas regiões.

5.2 Mobilização mundial: O que fazer?
Os lançamentos na atmosfera dos detritos resultantes da queima de combustíveis fósseis interferem veementemente no clima e na qualidade do ar, provocando chuvas ácidas e problemas respiratórios.
Existem, contudo, tecnologias e processos que permitem a remoção desses poluentes e a redução de seus efeitos nefastos. Os equipamentos mais usuais são os ciclones e os precipitadores eletrostáticos, mais eficientes na remoção de partículas mais grosseiras. Esses equipamentos podem ser combinados com dispositivos mais eficientes, como os filtros cerâmicos e de mangas, que podem remover até 99% do material particulado.
O conjunto de medidas que contribuem para a melhoria das condições ambientais no mundo necessita da participação de todos os países, isso é imprescindível, apesar disso, medidas individuais podem contribuir para a melhoria do mundo em aspectos sociais e ambientais, ou seja, cada indivíduo faz a sua parte. Todas as atitudes apontadas não são conclusivas e estão sujeitas às divergências por parte de diversas ciências e concepções.



5.3 Alternativas energéticas e sustentabilidade
O desenvolvimento sustentável praticado de forma planejada produz resultados significativos, aliar crescimento econômico e ambiental é o principal foco desse processo. Além disso, a criação de novos materiais de maior vida útil para diminuir a rotatividade de produtos se faz necessária, atitude essa que está vinculada ao consumo.
Podem-se destacar diversas fontes alternativas de energia as quais são provenientes, entretanto, da biomassa os etanóis da energia solar, da eólica e de entre outras fontes renováveis. A vantagem desta utilização é justamente reduzir custos e contribuir para o beneficiamento do meio ambiente.
A dependência de consumo de combustíveis fósseis para a produção de energia certamente afeta a vida na terra e compromete a qualidade ambiental, e continuará sendo desse jeito. Sendo assim, é necessário que o trabalho científico e tecnológico do mundo atual sejam dirigidos para produzir outros tipos de energia (que sejam menos poluidoras e que causem menos impactos ambientais, diferente do petróleo), as chamadas energias alternativas.
A energia alternativa (ao petróleo) é uma forma de produzir energia elétrica, causando menos problemas à sociedade atual, ao meio ambiente e, menos poluição.


6 CONCLUSÃO
Nos estudos das sociedades capitalistas na esfera global, a Geografia deslumbra alto peso, primordialmente quando trata de questões envolvendo o meio social sob várias visões acerca das adversidades inerentes ao qual contexto entra em pauta.
O consumo energético tem levado à discussão sobre as adequações quanto ao futuro próximo escasso de bens favoráveis à sobrevivência. De fato, a recorrência a alternativas energéticas levanta polêmica, pois estima que o planeta abrigue inúmeras fontes de energia a serem despendidas à vontade, o que pode ser um equívoco. No tocante da dependência mundial ao petróleo, a "acomodação" social global de maneira generalizada, resultará posteriormente numa convulsão em busca do precioso líquido hidrocarbonizado. O fosso entre a relação sociedade-natureza estará cada vez mais largo se não houver medidas imediatas às soluções ambientais.
Assim, conclui-se que a forte ligação interdependente entre sociedade e energia gera desenvolvimento nas estruturas socioeconômicas. Para tanto, vale frisar os fatores negativos e positivos condizentes a tal desenvolvimento, ou mesmo haveria uma crise alastrando em meio aos principais pilares do eixo econômico mundial em detrimento da falta de racionalização.























Autor: Clisostenes Barbosa


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