Pagamos por aquilo que falamos



ÁLVARO RICHELIE


PAGAMOS POR AQUILO QUE FALAMOS

2007


Dedico este trabalho ao meu Pai, a minha Mãe e ao Meu Divino Real Ser, pelas suas existências e influências nas minhas vidas.


FALAS INICIAIS


Este trabalho é batizado com este nome, devido às inúmeras observações que realizamos em nós mesmos e nas pessoas que nos circundam, sejam elas conhecidas ou não.

O tema ? Pagamos por aquilo que falamos - é amparado pela Bíblia Sagrada e tem por objetivo maior tratar analisar o que ocorre conosco em nossas vidas.

Observamos que o verbo: pagamos, induz ao pensamento que sempre nos é cobrado algo, por aquilo que fazemos ou que fizemos. Existe uma razão para isso, haja vista que, vivemos numa sociedade capitalista, onde se paga por tudo e torna-se até benéfico, pois ao final, não haverá mais dívidas, logo não existirão mais cobranças tampouco punições.

A motivação por este trabalho se deu pelo fato de nós, seres falantes e sociais, estarmos a todo o momento, por meio da fala, construindo ou destruindo algo. Infelizmente observamos mais a destruição do que a edificação, pois utilizamos ? em nossa maior parte - o Poder da Palavra, para mentir, roubar e destruir o nosso semelhante, bem como o ambiente em que vivemos.

"Guardai-vos da inútil murmuração, e preservai da maledicência a língua; pois a mais secreta palavra não passará sem efeito, e a boca mentirosa mata a alma" (Sab: 1, 11).

Nosso interesse por este tema é alertar, com a finalidade de posicionar um filtro em nossa fala, e com isso provocar o Silêncio ? não a quietude -, mas a fala consciente com o auxílio da Bíblia Sagrada, para promovermos a reflexão, a análise e a auto-ajuda de maneira cristã.

"A morte e a vida estão no poder da língua: os que a amam, comerão dos seus frutos" (Prov: 18, 21).

O alerta desse provérbio é transmitido para nós, desde que o mundo é mundo, ou seja, o Poder Divino ? Deus ? orienta, educa, e por fim, corrige nossos excessos na fala para que possamos ser dignos de sua morada em Seu reino.

A leitura deste trabalho promoverá a reeducação no nosso modo de trabalhar com a linguagem e encontrarmos um meio cristão de filtrar a nossa fala íntima, coletiva e diária, para que não sejamos julgados e condenados pela atuação dos nossos defeitos psicológicos, os quais têm por único objetivo a autodestruição humana.

A cada capítulo encontraremos instrumentos cristãos para combater os defeitos psicológicos que residem no nosso interior e conquistarmos um coração puro e capaz de nos tornarmos dignos da imagem e semelhança do nosso Criador (Gên: 1, 26). E para isso, devemos observar nossos sentimentos, pensamentos, falas e reações, para que, aos poucos, conhecemo-nos melhor e podemos cada vez mais aperfeiçoar-nos como filhos de Deus.

O trabalho é árduo, mas não tanto quanto ao de Nosso Senhor Jesus Cristo, que quando aqui passou na Terra, sacrificou-se por todos nós, para a remissão dos nossos pecados, ensinando-nos a utilizar a Palavra do Senhor: (Mt: 12, 36-37):
"Ensinou Jesus: Ora eu vos digo que de toda a palavra inútil que os homens proferirem hão de dar contas no dia do juízo; pois pelas tuas palavras serão justificados e pelas tuas palavras serão condenados".

Nossa pesquisa norteou os diversos livros que compõem a Bíblia Sagrada. Haja vista, que nela contém informações verídicas, que dão suporte básico e necessário para este trabalho de cunho cristão.

As citações bíblicas são identificadas por abreviaturas, que podem ser consultadas, caso dúvida, ao final deste trabalho na parte do Glossário.

Este trabalho apresenta a representação e a força do Silêncio, do Poder da Palavra e suas características com o único objetivo de transformar os defeitos psicológicos que habitam em nós em virtudes, as quais nos tornarão legítimos filhos de Deus.

"Dar-lhe-ei coração para que me conheçam, porque eu sou o Senhor. Ser-me-ão por povo, e eu lhes serei por Deus, pois se converterão a mim de todo o seu coração" (Jer: 24, 7).

Esperamos que cada um de nossos leitores, além de conhecer os nossos instrumentos teóricos, pratiquem, para que possa atingir os objetivos propostos, que é ter um coração puro, um pensamento equilibrado e uma fala consciente.

Boa Leitura!












CAPÍTULO I

1. O SILÊNCIO DE GABRIEL


O Silêncio de Gabriel representa a disciplina pela qual o ser humano se mantém calado ou somente fala algo estritamente necessário. Deve-se iniciar a sua prática pela boca (língua), para não se tornar um "burro falante", um "papagaio tagarela", ou um "macaco falante", os quais se expressam pelos cotovelos, sem se importarem com o que estão falando ou se tem prova ou ciência do que dizem.

Diz o cunho popular que o anjo Gabriel ao observar o nascimento de uma criança coloca o seu dedo indicador sobre os lábios da mesma, com a finalidade de deixar um pequeno vão no buço daquela recém-nascida, para que saiba que deverá manter o silêncio como uma dádiva.

O Anjo Gabriel combate incessantemente os animais intelectuais falantes, que existem no mundo material (principalmente no interior do ser humano), com o objetivo de promover o Sagrado Silêncio revelador.

Na Bíblia Sagrada se encontram várias passagens sobre o valor do Silêncio:
"Dos frutos da própria boca goza o homem. Aquele que refreia a própria boca guarda a sua própria vida; porém, aquele que é irrefletido no falar, aguarda-o a ruína" (Prov: 13, 2-3);

"Sabei-o, meus amados irmãos: Cada um deve ser pronto para ouvir, tardo para falar, lento para a cólera, porque a cólera do homem não realiza a justiça de Deus" (Tg: 1, 19-20);

"Meus irmãos, não sejais muitos a assumir o cargo de mestres, sabendo que seremos julgados com maior severidade. Com efeito, todos cometem muitas faltas. Quem não peca no falar, esse é homem perfeito, capaz de refrear o corpo inteiro. Quando pomos o freio na boca dos cavalos, é para torná-los dóceis, e assim podemos governar todo o seu corpo... Assim também a língua: é um membro pequeno e pode gloriar-se de grandes coisas. Considerai como uma pequena chama pode incendiar uma grande floresta! Colocada entre os nossos membros, contamina todo o corpo e, inflamada pelo inferno, põe em chamas o roteiro de nossa existência. De fato, toda espécie de feras, aves, répteis e animais marinhos são domados e foram pela raça humana, mas a língua nenhum homem a pode domar: é um mal irrequieto, cheio de peçonha mortal. Com ela bendizemos o Senhor e Pai. E com ela amaldiçoamos os homens feitos à imagem de Deus; da mesma boca saem a benção e a maldição. Não deve ser assim meus irmãos" (Tg: 3, 1-10).

O Silêncio representa circunstâncias positivas, defensivas e acolhedoras, tais como:
1.1. Ato de Fé, de Esperança e Resignação

O livro de Isaias (53, 7) nos diz:

"Era maltratado e ele sofria, não abria a boca; era como cordeiro levado ao matadouro e como ovelha muda nas mãos do tosquiador, e não abriu a boca".

O cristão que, tem a compreensão da existência de um Mundo Superior e Verdadeiro, e não somente este, consegue se manter em silêncio mesmo nos momentos em que está totalmente correto e sendo punido.

1.2 Vontade de Falar

O livro de Amós (5, 13) nos relata:

"O sábio naquele dia emudecerá, porque é tempo de desventura".

O sábio sabe realmente a hora de abrir e fechar a boca. O cristão sempre deve trabalhar com a auto-observação e analisar quando se deve falar e calar, mesmo que ocorra uma explosão interna desejosa de pronunciar algo. O silêncio é o melhor caminho para a paz.

"Os escribas e os sumos sacerdotes não conseguiam apanhar Jesus em palavras diante do povo e, admirados com sua resposta, calaram-se" (Lc: 20, 26).

Quando estamos acuados por determinadas falas e não temos como argumentá-las no respectivo momento, a melhor saída para nós é o Silêncio.

1.3 Visto de Sabedoria

O livro de Provérbios (10, 19) e Jó (13, 5), respectivamente, comentam:

"Nas muitas conversas não faltará o pecado, e o que refreia os seus lábios é sábio".
"Oxalá vos calásseis por completo! Ser-vos-ia atribuído como ato de sabedoria".

Infelizmente quando se reúnem duas ou mais pessoas para conversar, cada uma delas falam sobre seus dramas, sucessos e tudo que as envolve e também de outros indivíduos, os quais nas maiorias das vezes nem estão presentes, a ocasionar com isso falatórios excessivos e até mesmo mentirosos (fofocas maldosas).

O Silêncio de Gabriel nos ensina a conter-nos em nossas palavras e utilizá-las realmente, quando forem estritamente necessárias. Quando poupamos as nossas falas inúteis fortalecemos as nossas palavras; e assim, quando necessariamente as utilizamos, conseguimos realizar e materializar aquilo que pronunciamos: o Poder da Palavra.

"O homem prudente guarda silêncio" (Prov: 11, 12).



CAPÍTULO II

2. O PODER DA PALAVRA


O Poder da Palavra, também pode ser designado como: Poder da Fala, Poder do Verbo ou Poder da Comunicação, cada um, compreenda-a e utilize-a, conforme sua melhor apreciação.

Haja vista que, os cristãos são a imagem e a semelhança de Deus (Gên: 1, 26-27), devemos entender que a Palavra de Deus está inserida neles, ou seja, a Palavra que eles emitem tem Poder (tanto a falada quanto a escrita).

O Poder da Palavra é emanado por Deus ao interior do cristão, conforme os livros de Salmos (33, 6); Gênesis (1, 1-31); Sabedoria (9, 1) e Eclesiástico (42, 15):

"Uma palavra do Senhor criou os céus, e um alento de sua boca a todos ornou".

E complementado por:

"... e tenha poder sobre todos os peixes do mar, e sobre as aves do céu, e sobre os animais, e sobre as feras terrestres, e sobre os répteis que rastejam pela terra" (Gên: 1, 26-27; 5, 1.3; Sab: 2, 23; Eclo: 17, 1; 1Cor: 11, 7; Tg: 3, 9).

Se o referido Poder está dentro de nós; então, ele é manifestado por meio da razão e da emoção, ou seja, pela Linguagem ? Comunicação.

Para comunicar-nos, dispomos de vários recursos, como palavras, gestos, expressões fisionômicas, símbolos, signos, sinais e sons.
Esse conjunto de manifestação do ser humano para consigo e ao seu semelhante é conhecido como Linguagem.

2.1 Linguagem

Linguagem é todo sistema organizado de sinais que serve como meio de comunicação entre os indivíduos (FARACO & MOURA, 2003).

"Em tudo te dá, por exemplo, de boas obras. Na doutrina mostra integridade, reverência, linguagem sã e irrepreensível, para que o adversário se envergonhe, não tendo nenhum mal que dizer de nós" (Tt: 2, 7-8).

Existem dois tipos de linguagem: a Verbal (que se utiliza palavras) e a não-verbal (que não se utiliza palavras).

A Linguagem é o fator principal desse poder, sem ela nada existiria e viveríamos numa eterna confusão e desentendimento. Logo, ela é a própria Palavra, a qual é a manifestação de Deus.

No Evangelho de João (1, 1), encontra-se que:

"No princípio era a palavra e a palavra estava com Deus, e a palavra era Deus".

Em um diálogo escrito por Platão e denominado Fédron, nós encontramos a afirmação de que a língua é Pharmacon, que significa, ao mesmo tempo veneno, remédio e cosmético.

Para ocorrer à linguagem verbal, bem como o Poder da Palavra, há necessidade de uma língua (idioma), a qual é a única modalidade de comunicação de que se utilizam palavras.

2.2 A Língua (idioma)

A Língua (idioma) é um conjunto de sons e ruídos, combinados, com os quais o ser humano falante, transmite a outro, ou a outros seres humanos ouvintes, o que está em sua mente: emoções, sentimentos, vontades, ordens, apelos, idéias, raciocínios, argumentos e combinações de tudo isso (HOUAISS, 2006).

Segundo registros oficiais, há no mundo mais de duas mil línguas, dentre elas o Português (WIKIPEDIA)¹.

"... e toda língua confesse que Cristo Jesus é o Senhor, para glória de Deus Pai" (Fp: 2, 11).

Sendo que, cada um de nós faz da sua língua (idioma) seu uso individual e particular. Isso se dá o nome de Fala.

2.3 Fala

Fala é a utilização particular da Língua (idioma e órgão). É a maneira individual de se dizer algo a alguém; e, por meio dela surge o Poder da Palavra.

Na Carta de Tiago (2, 12), encontra-se a orientação de se falar algo (atitude) e agir da mesma maneira (comportamento):

"Falai de tal maneira e de tal maneira procedei, como aqueles que hão de ser julgados pela Lei da Liberdade".

O Poder da Palavra é manifestado a todo o momento em que a Fala é, por nós, exalada com energia ou pureza de coração, isto é, com Sinceridade.
1. http://wikipedia.org/wiki/L%C3%B3gica
Nos momentos de profunda irritabilidade ou de sinceridade amena, o Poder da Palavra se manifesta e produz resultados: tanto prósperos como falências, tudo a depender do que seja pronunciado; por isso, não devemos maldizer, e sim, somente sempre agradecer a Deus por tudo.

"... dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo" (Ef: 5, 20).

Isso representa como devemos trabalhar o Verbo: palavra, "logos", isto é, sempre de forma positiva e produtiva, para que dele se receba o retorno, da mesma maneira. Toda palavra que sai da boca produz alguma coisa, seja benéfica ou maléfica; e sua reação ocorre quando retorna a sua origem, como um jogo de vai-e-vem (ANJOS, 2002)¹.

"E tudo o que fizerdes por palavras ou por obras, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por Ele graças a Deus Pai" (Cl: 3, 17).

A palavra emanada é uma onda que atinge o seu obstáculo, produz um efeito e retorna àquele que a emanou, devido à própria Lei da Física. Se alguém emana palavras positivas e construtivas acaba a recebê-las da mesma maneira, devido ao reflexo produzido por elas. Como também, se envia mensagens negativas e destrutivas recebe-as, no retorno, com a mesma intensidade ou maior, pois o alvo que a mesma atingiu inicialmente pode estar desequilibrado, e assim aumentará a intensidade da carga energética no seu retorno.

O Poder da Palavra está na maneira do nosso falar, o qual é produzido pela vibração nas cavidades bucais e nasais e também da posição dos lábios, mandíbula e língua (órgão); e em alguns casos pela gesticulação: mudos (GEWANDSNAJDER, 2005, p. 225).


1. 3ª Lei de da Física de Newton ? Princípio da Ação e Reação.
A preocupação com a maneira de falar (uso da língua) é algo bastante remoto, sendo dada grande importância, por parte dos seguidores de Cristo, pois encontraram nela o caminho para se entrar no céu ou no inferno. Muitas são as orientações, para que os seguidores de Cristo preservem-se das maleficências da fala (excesso), e procurem por meio da auto-observação manter o silêncio promissor e com isso conquistar dádivas (tesouros) do Senhor.

Tiago (3, 3-12) escreve uma carta às Doze Tribos da Dispersão, sobre a Língua:

"Vê, pomos um freio na boca dos cavalos, para torná-los dóceis, e assim podermos governar todo o seu corpo. Assim também os navios: tão grandes como são e batidos por ventos impetuosos, são guiados por um pequeníssimo leme, para onde a vontade do piloto quiser. Assim também é a língua: é um membro pequeno e pode gloriar-se de grandes coisas. Vê que fagulha pequenina e quanta matéria inflamam! Também a língua é um fogo, um mundo de iniqüidade. Colocada entre os nossos contamina todo o corpo e, inflamada pelo inferno, põe em chamas o roteiro de nossa existência. De fato, toda espécie de feras, aves, répteis e animais marinhos se domam e foram domados pela raça humana, mas a língua nenhum homem a pode domar: é um mal inquieto, está cheia de peçonha mortal. Com ela bendizemos o Senhor e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens feitos á imagem de Deus; da mesma boca saem a benção e a maldição. Não deve ser assim, meus irmãos. Por ventura lança uma fonte por uma mesma bica água doce e água amarga? Pode a figueira, meus irmãos, produzir azeitonas, e a videira figos? Tampouco pode a água salgada dar água doce".

A língua é um instrumento muito poderoso e perigoso, pois pode: construir, destruir, unir, separar, dar a vida e matá-la. Ela tem um poder incrível, que se utilizado para o bem (ético, legal e moral) produz frutos maravilhosos, mas quando utilizado pelo e para o mal (imoralidade e ilegalidade) gera a corrupção e até a morte do ser humano.

"Muitos caíram trespassados pelo fio da espada, mas não tantos quantos caíram trespassados pela língua" (Eclo: 28, 18).

"Quem no falar não peca, esse é homem perfeito, capaz de refrear o corpo inteiro" (Tg: 3, 2).

2.4 Utilização da Palavra

A utilização adequada da palavra por meio da fala ou da escrita tem seu tempo certo e oportuno. Apropriadas, as palavras fortes se tornam saudáveis, mas em momentos inadequados, a palavra salutar se torna mortal ou doentia. Tudo devido ao seu inexplicável poder energético que carrega em si.

A palavra sempre deve ser falada ou escrita de Maneira Cortês. Denotamos a presença da Cortesia nos Livros de Provérbios, Eclesiástico e na Carta de Paulo aos Colonenses:

"A suavidade de linguagem confere mais eficácia à doutrina" (Prov: 16,21).

"Boca doce granjeia muitos amigos e lábios afáveis atraem saudações" (Eclo: 6, 5).

"Que a vossa linguagem seja sempre cortês, temperada com sal, de modo que saibas como deveis responder a cada um" (Cl: 4, 6).

A palavra deve ser sempre utilizada de forma Discreta e Comedida, conforme preceitua o Livro de Provérbios, capítulos 12 e 13, versículos 2 e 3; e 14 respectivamente:

"Dos frutos da própria boca goza o homem. Aquele que refreia a própria boca guarda a sua vida, porém, aquele que é irrefletido no falar, a ruína é para ele".

A palavra tem o poder de tudo cristalizar, ou seja, realizar algo; então, há necessidade do cuidado extremo em se pronunciar alguma expressão, seja para si ou para alguém. Pois tudo que da boca sai acaba voltando para a sua origem, isto é, para quem a pronunciou.

"Nas muitas conversas não faltará o pecado, e o que refreia os seus lábios é sábio. A boca do justo é prata finíssima, mas o coração dos ímpios vale bem pouco. Os lábios dos justos nutrem a muitos, mas os estultos morrem por falta de entendimento" (Prov: 10, 19-21).

Para ocorrer o Poder da Palavra, no aspecto de materializá-la há necessidade de se realizar aquilo que a fala se comprometeu ao pronunciar-se, para tal, necessita-se conhecer as Características da Palavra.




















CAPÍTULO III

3. CARACTERÍSTICAS DA PALAVRA FALADA


As Características da Palavra Falada são identificadas pela sua significação, intensidade, qualidade do orador, pelo efeito produzido nas pessoas e sua obrigação. Elas ressaltam principalmente o Poder da Palavra, na Fala, que é utilizada por nós, pois somos a imagem e semelhança de Deus (Gên: 1, 26).

Uma das identificações de um ser vive, a classificá-lo como humano, é a sua capacidade de se comunicar e construir com a sua linguagem um laço de relacionamento e prosperidade com o próximo: socialização.

"Moisés falou aos israelitas: Eu estava entre o Senhor e vós, para vos transmitir a palavra do Senhor; porque à vista do fogo os assustastes e não subistes à montanha" (Dt: 5, 5).

3.1 Significados da Palavra Falada

A Palavra, segundo a Bíblia, tem alguns significados interessantes:

No Evangelho segundo Mateus, significa o Alimento da Vida e Eternidade, respectivamente.

"Jesus respondeu ao demônio: Está escrito: Não só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que procede da boca de Deus" (4, 4);

"Disse Jesus: Passarão o céu e a terra, mas as minhas palavras não hão de passar" (24, 35);

Na carta de Paulo aos Hebreus (4, 12) significa a Eficiência.

"Viva é a palavra de Deus, operante e mais cortante do que qualquer espada bigume, e penetrante, até ao ponto da separação entre a alma e o espírito, entre articulações e medulas, e perscrutora dos pensamentos e das intenções do coração";

No livro de Tobias (14, 5-9) significa a Infalibilidade.

"Estando para morrer, Tobias chamou seu filho e os filhos deste, e deu-lhes estas ordens: Filho, toma teus filhos e apressa-te em ir para a Média; pois creio no decreto divino pronunciado contra Nínive: que tudo acontecerá como foi dito sobre a Assíria e a respeito de Nínive em particular. Cumprir-se-á tudo o que disseram os profetas de Israel, enviados de Deus, e nenhuma de suas palavras deixará de se verificar; todo se realizará a seu tempo";

No Evangelho segundo João, significa a Liberdade, a Luz, a Verdade e a Vida, respectivamente.

"Dizia Jesus aos judeus que nele tinham crido: Se permanecerdes constantes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos e conhecereis a verdade e a verdade tornar-vos-á livres" (8, 31-32);

"Jesus voltou a falar ao povo, nestes termos: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida" (8, 12);

"Assim orou Jesus ao Pai: A tua palavra é a verdade" (17, 17);

"Disse Jesus: As palavras que eu vos disse são espírito e vida" (6, 63).

No livro dos Salmos (12, 6) significa a Pureza.

"As palavras do Senhor são palavras sinceras, prata depurada no crisol, sete vezes refinadas"

Na Primeira Carta de Pedro, significa a Semente Incorruptível.

"Fostes gerados não de uma semente corruptível, mas de uma incorruptível, pela palavra viva e eterna de Deus".

3.2 A Intensidade da Palavra Falada

A Intensidade da Palavra Falada, segundo a Bíblia, é a quantidade de energia transportada pela fala. Quanto maior a energia, da respectiva pronúncia, chegar aos ouvidos alheios, mais intensos será o seu resultado. Ela carrega em si a Virtude e o Mandato Divino.

No aspecto da Virtude, a Intensidade da Palavra Falada atua na pessoa como:

Beatificação (Lc: 11, 28);
Condenação (Jo: 12, 48);
Torná-la discípulo (Jo 8: 31);
Tabernáculo da Santa Trindade (Jo: 14, 23) ; e
Imortalizá-la:

"Jesus tomou a palavra e disse: "Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, e não incorre em condenação, mas passa da morte para a vida" (Jo: 5, 24).

No aspecto do Mandato Divino, a Intensidade da Palavra Falada, comporta obrigações que a pessoa deverá obedecer e cumprir, por possuir o Poder da Palavra em si.

Esse mandamento fora cumprido até por Nosso Senhor Jesus Cristo, aqui na Terra:

"Eu não falei por mim mesmo, mas o próprio Pai que me enviou, prescreveu-me o que hei de dizer e ensinar" (Jo: 12, 49);

No Evangelho, segundo Marcos (16, 15), a referida obrigação fora transmitida por Cristo aos seus discípulos:

"Disse Jesus a seus discípulos: Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura".

Na Segunda Carta de Paulo a Timóteo (2, 2), o pregador da palavra deverá ser reconhecido pela sua ética e pedagogia (habilidade de ensinar):

"Os ensinamentos que aprendeste de mim, na presença de muitas testemunhas, transmite-os a homens dignos de confiança, capazes de ensinar também aos outros";

Ao corpo docente da Igreja a pregação é um dever de confiança:

"Não tenho de que gloriar-me se anuncio o Evangelho; é um dever este que me incumbe, e ai de mim, se não pregasse! E, de fato, se eu o fizesse espontaneamente, adquiriria um merecimento; mas, se não o faço de minha vontade, eu desempenho somente um cargo que me foi imposto" (1 Cor: 9, 16-17);

O pregador da palavra deve ter em mente que prestará contas a Deus de todas as suas pronúncias, principalmente daquelas que envolvam o nome do Senhor.

No livro de Ezequiel (3, 18) temos:

"Se eu disser ao malvado: "Morrerás!" e tu não o admoestares e não falares para retrair o malvado do seu perverso caminho, para dar-lhe a vida, o malvado morrerá na sua iniqüidade, mas eu pedirei a ti conta do seu sangue";

Os oradores e pregadores devem ter autorização e devidas qualidades para aplicar a palavra escrita ou falada, para não incorrerem no equívoco da falta de interpretação, compreensão e análise daquilo que falam; e provocarem danos irreversíveis:
"Dirigindo-se Jesus à multidão e aos seus discípulos, disse: "Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Correis o mar e a terra para fazer um prosélito e, depois de feito, o tornais filho do inferno, duas vezes mais do que vós!"" (Mt: 23, 15);

Na Primeira Carta de Paulo a Timóteo (5, 17), os oradores e pregadores da Palavra Falada - consciente - herdarão grande recompensa.

"Os anciãos que governam bem, sejam tratados como dignos de dupla honra, principalmente os que afadigam na pregação e no ensino".

3.3 Qualidade do Orador da Palavra Falada

A Qualidade do Orador é saber como pronunciar e cuidar da Palavra Falada, para que ela possa surtir um efeito positivo nos seus ouvintes. Situando-se em:

Falar com Clareza: (1 Cor: 1, 17);
Falar com Destemor: (Mt: 10, 27-28);
Falar com Caridade: (1 Cor: 13, 1);
Falar com Fidelidade: (2 Cor: 4, 2);
Praticar primeiro; Ensinar depois: (2 Cor: 6, 3);
Procurar não seu interesse, mas a salvação do próximo: (1 Cor: 10, 33); e
Ser zeloso: (Rom: 1, 16).

O Orador deve estar atento para que suas palavras não permaneçam na retórica, mas que tenham aproveitamento na vida das pessoas, bem como ficar atento aos falsos e interesseiros falantes que desejam ganhar mais do que oferecer.
"Foi-me dirigida a palavra do Senhor nestes termos: "Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza e dize a estes pastores: - Assim fala o Senhor Javé: Ai dos pastores de Israel que apascentam a si mesmos! Não é ao rebanho que os pastores devem apascentar? Vós vos nutris com o leite e vos cobris com a lã, matais as cevadas, mas não apascentais a grei. Não fortalecestes a débil nem curastes a doente; não pensastes a que tinha ferimentos, nem reconduzistes a desgarrada; não buscastes a perdida, dominastes com dureza a robusta. Andavam dispersas por falta de pastor, e eram pasto de todas as feras do campo. Andavam errantes as minhas ovelhas e vagueavam por toda as montanhas e sobre todas as colinas elevadas; estão dispersas por toda a parte e não há quem delas tome conta, não há quem as procure". - Ouvi, portanto, ó pastores, a palavra do Senhor: - Pela minha vida, sentencia o Senhor Deus, já que o meu rebanho foi depredado e as minhas ovelhas serviram de alimento a toda as feras do campo, por falta de pastores, visto que os pastores não iam empoa do meu rebanho, antes cuidaram de apascentar-se a eles mesmos, e não à minha grei, - ouvi, portanto, ó pastores, as palavras do Senhor: - Assim fala o Senhor Javé: Eis-me, eu mesmo, contra os meus pastores, para exigir das suas mãos o meu rebanho para apascentar, já não serão pastores os que a si mesmos se apascentam. Arrancar-lhes-ei da sua boca as minhas ovelhas, as quais já não serão o seu pasto" (Ez: 34, 1-10).

3.4 Efeito Produzido pela Palavra Falada

O Efeito Produzido pela Palavra Falada nas pessoas se deriva de quando se faz a Vontade do Pai. Ele pode vir de maneiras atrativas e repulsivas, pois nem sempre fazer a vontade do Pai é agradar ao ser humano:

Admiração: quando todos elogiavam Jesus e admiravam-se pelas suas palavras (Lc: 4, 22);

Adesão: as pessoas creram nas falas de Jesus e o acompanharam (Jo: 4, 39-42);

Contradição: as pessoas que ouviam a Cristo criam, outras, porém ignoravam e repudiavam (Jo: 7, 12);

Desprezo: o povo ouvia a Paulo, mas o mesmo era desprezado pelos judeus, os quais o contradiziam com mentiras, por pura inveja (At: 13, 43-46);

Indignação: as palavras podem provocar indignação aos ouvidos que não aceitam o novo (Jo: 8, 58-59);

Derrota dos Inimigos: quando a palavra é aplicada com fé ninguém a resiste (Jo: 18, 6).

Louvor: o elogio se faz presente, pelos ouvintes, quando às palavras são ditas com o coração puro (Lc: 11, 27).

Ódio para os maus, alegria para os bons que a ouvem: essas são as palavras que alegram a Deus e terrorizam o ser humano material (Lc: 13, 15-17).

Na parábola do semeador, encontraremos os Efeitos da Palavra Falada, que o nosso Senhor Jesus Cristo, nos ensina por meio dela (Mt: 13, 3-8; Mc: 4, 1-20; Lc: 8, 11-15):

"E falou-lhes de muitas coisas por meio de parábolas, dizendo: Certo semeador saiu a semear.
E, quando semeava, parte da semente caiu à beira do caminho, e vieram as aves e a comeram.
Outra parte caiu em terreno pedregoso, onde não havia terra bastante, e logo nasceu, porque a terra não era funda.
Mas, saindo o sol, queimou-se, e secou-se, porque não tinha raiz.
Outra parte caiu entre espinhos, e os espinhos cresceram e a sufocaram.
Outra caiu em boa terra, e deu fruto: uma semente produzindo a cem outra, outra a sessenta e ainda outra a trinta por um (...)
O que semeia, semeia a palavra.
Os que estão junto ao caminho são aqueles em quem a palavra é semeada. Tendo-a eles ouvido, vem logo Satanás, e tira a palavra que foi semeada nos seus corações.
Os que estão sobre a pedra são os que ouvindo a palavra, a recebem com alegria, mas como não têm raiz, apenas crêem por algum tempo, e na hora da provação se desviam.
A que caiu entre espinhos são os que ouviram e, com o passar dos dias, são sufocados com os cuidados, riquezas e deleites da vida, e seus frutos não chegam a amadurecer.
Ao que caiu em boa terra são os que ouvindo a palavra, a retêm num coração honesto e bom, e dão fruto com perseverança".

3.5 Obrigação à Palavra Falada

A Obrigação à Palavra Falada diz respeito às obrigações que seus praticantes têm que realizar para com ela, pois não adianta somente ter o conhecimento teórico, há necessidade da sua intensa prática, para que assim ela funcione, ou seja, produza os seus frutos.

A missão do orador é falar palavras conscientes, mas para isso ele terá que ter um Coração Puro; e para atingir esse proposto, um dos caminhos é ouvir com interesse e cumprir a Palavra de Deus.

"Disse Jesus: Todo aquele que ouve as minhas palavras e as põe em prática é semelhante a um homem prudente, que edificou sua casa sobre a rocha"" (Mt: 7, 24).

São vários os exercícios para a prática na Obrigação à Palavra, cada qual com o seu objetivo próprio e específico, para que consigamos ao final dele obter aquilo que almejamos: Estar com Deus - por meio de falas conscientes, originárias de um pensamento equilibrado e de um coração puro.

A Palavra Falada tem imensa força, por isso, há necessidade de sempre estarmos vigilantes e atentos em oração (Mc: 13, 33), para não sermos perturbados pelos nossos Defeitos Psicológicos, os quais procuram destruir nosso poder por meio da nossa fala insensata.

Quando há muita disciplina e resignação podem ocorrer às primeiras impressões no aspecto de materializar o que falamos. Mas como somos formados em nossa essência de defeitos psicológicos, acabamos a falar muito e nada fazer; logo, o nosso poder de Palavra torna-se algo imaginário.

Pela intensa energia dispensada pela mente, a palavra se torna um materializador, um cristalizador de pensamentos. Quando os pensamentos são equilibrados não há nenhum problema, pois as palavras serão curtas e conscientes. Mas, como não somos perfeitos acabamos a demonstrar na prática que não conseguimos controlar a nossa língua (fala) e ocasionamos danos ao referido Poder e descaracterizamos a Palavra, isto é, a destruímos em invés de estruturá-la.

Fazemos com que, a Língua se torne má, perversa, maligna, a promover a destruição, a separação, a ruína, a desgraça, a guerra, a fome, a doença, a solidão, a morte, e outros males; sendo que isso, somente ocorre devido a algo desequilibrado existente dentro de nós: Os Defeitos Psicológicos.

"Mas eu vos digo que de toda palavra frívola que os homens proferirem hão de dar conta no dia do juízo. Pois pelas tuas palavras serás justificado e pelas tuas palavras serás condenado" (Mt: 12, 36-37).

No livro de Apocalipse, capítulo 18, versículo 4, referente à Babilônia, podemos compará-la à Língua maligna:

"Ouvi outra voz do céu dizer: Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados, para que não incorras nas suas pragas".






CAPÍTULO IV

4. DEFEITOS PSICOLÓGICOS


Defeito, referente ao nosso trabalho, é aquilo que designa o não funcionamento adequado de algo.

Psicológico, refere-se à mente do ser humano.

O Defeito Psicológico é um desequilíbrio que o ser humano possui e que promove desajustes nos seus campos vibratórios: mental, emocional, instintivo, motor e sexual.

O Defeito Psicológico na sua generalidade tem como origem básica o raciocínio. Todo animal racional tem o defeito psicológico, pois se não o tivesse seria um ser perfeito. A ausência do defeito psicológico demonstra a perfeição; e como se sabe, segundo a Fé, somente há uma perfeição: Deus. Como não somos deuses, logo somos imperfeitos, ou seja, temos Defeitos Psicológicos.

"Eu sei, efetivamente que, em mim, isto é, na minha carne, não habita o bem; querer o bem está, sim ao meu alcance, mas realizá-lo não. De fato, eu me comprazo na lei de Deus, de acordo com o homem interior, mas sinto nos meus membros outra a lutar contra a lei da minha razão e me faço escravo da lei do pecado que se encontra nos meus membros. Que desditoso homem eu sou! Quem há de libertar-me deste corpo que me dá tal morte?" (Rom: 7, 18. 22. 24).

Não devemos confundir defeito psicológico com distúrbios ou disfunções neurológicas, emocionais ou psíquicas. Mas, algo que está presente dentro da nossa "consciência", independente do nosso grau de intelectualidade ou inteligência.
O Defeito Psicológico está presente em todos nós, independente do nosso credo; situação sócio-econômico-cultural; sexo; e etnia; e atua em cada um de nós com uma maior ou menor intensidade de manifestação. Nascemos e vivemos com eles infelizmente.

No Evangelho, segundo João (8, 7-9), Nosso Senhor Jesus Cristo confirma a presença do defeito psicológico em nós:

"... Aquele que dentre vós está sem pecado, seja o primeiro a lhe atirar uma pedra."

Os Defeitos Psicológicos são os nossos atos (pensamentos) e comportamentos (ações) semiconscientes e inconscientes, que disputa o seu alimento diário, por todos os segundos da nossa vida, no interior do nosso próprio organismo possuído.

As Atitudes humanas são envolvidas pelo raciocínio e sentimento e promovem comportamentos desequilibrados (ações, reações e omissões incorretas e inadequadas) que ocasionam distúrbios internos (na própria pessoa) e externos (no próximo, na coletividade e no ambiente em geral).

O Livro de Eclesiástico (28, 23-27) nos diz:

"Feliz aquele que dela está a coberto, quem não foi atingido por seu furor, quem não arrastou o seu jugo e quem não foi agrilhoado por suas cadeias; porque o seu jugo é jugo de ferreiro, e suas cadeias, cadeias de bronze. Morte funesta é que ela acarreta, e melhor do que ela é o inferno. Ela não tem poder sobre os homens piedoso, os quais não serão abrasados em suas chamas. Os que abandonam a Deus cairão sob o poder dela, e entre eles arderá sem jamais se extinguir; será lançado contra eles como leão, e como pantera os destroçará".

Referente ao falar, os defeitos psicológicos atuam constantemente na nossa mente, a promover falas que não condizem com a realidade em que vivemos.

Egoísmo; mentiras; ilusões; ironias; críticas; vaidades, ciúmes são algumas das perturbações que somos vitimas, por estarmos com a nossa consciência adormecida, ou seja, por não nos conhecermos agimos mecanicamente (piloto automático) e sob muita confusão. E esses impulsos fazem com que falemos, sem filtrar o que pronunciamos, e isso ocasiona a desarmonia, o desequilíbrio e até o caos para nós, para os outros e o ambiente que vivenciamos.

O livro de Eclesiástico (23, 7-20) nos orienta:

"Ouvi, filhos, a doutrina que vos dou sobre a moderação da língua: e aquele que a guardar, não perecerá pelos lábios, nem cairá em ações péssimas. A tua boca não se acostume ao juramento, porque nele se dão quedas por muitos modos. A nomeação, pois do nome de Deus não seja freqüente na tua boca, e não te mistures com os nomes dos santos; porque nisto não serás isento de falta... O homem que jura muito será cheio de iniqüidade, e não se apartará de sua casa o flagelo. E se não fizer o que prometeu com juramento, o seu pecado será sobre ele; e se faltar a isso por desprezo, peca em dobro... A tua boca não se acostume a palavras indiscretas: porque nelas se acha, com efeito, o pecado. Lembra-te do teu pai e tua mãe, pois estás no meio dos magnatas: para que Deus não se esqueça talvez de ti diante desses mesmos grandes, e para que enfatuado tu com o contínuo trato, que tens com eles, não padeças algum impropério, e venhas a desejar antes não ter nascido, e amaldiçoes o dia do teu nascimento. O homem acostumado a dizer palavras de impropério, nunca em dia de sua vida se corrigirá".

Os Defeitos Psicológicos envolve a nossa mente e coração, isto é, a nossa Essência. Eles são exteriorizados, por meio do nosso caráter e personalidade, os quais podem ou não ser perceptíveis por nós mesmos, devido a nossa cegueira de consciência.

"Respondeu Jesus aos fariseus: Se fôsseis cegos, não teríeis culpa; mas vós dizeis que vedes, e assim o vosso pecado permanece" (Jo: 9, 41).

O Defeito Psicológico, como o próprio nome diz, é um aglomerado de erros e confusões, que animam o ser humano em sua vida. Eles podem ter diversos tipos, origens e objetivos. Sendo que cada um deles está aprisionado a uma teia imensa, cheia de ramificações e emaranhados, a constituir-se numa infinita árvore, a qual suas raízes estão profundamente e bem escondidas no interior do nosso organismo.

"Ou fazei a árvore boa e o seu fruto bom, ou fazei a árvore má e o seu fruto mau" (Mt: 12,33).

4.1 Origem dos Defeitos Psicológicos

A Origem dos Defeitos Psicológicos se dá por Hereditariedade e por Influência.

A Hereditariedade, referente aos Defeitos Psicológicos, caracteriza-se pelo acúmulo de informações genéticas que recebemos de todos os nossos antecessores (pais, avós, bisavós, etc.). Os inúmeros defeitos que são recebidos e alojados no nosso interior (Essência) no momento da nossa concepção.

"Homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvido! Vós sempre resistis ao Espírito Santo, assim vós sois como vossos pais! (At: 7, 51).

A Hereditariedade e a Influência são origens do nascimento e desenvolvimento dos defeitos psicológicos no ser humano respectivamente. Sendo, por isso, associado ao Pecado, tanto o original quanto o desenvolvido durante a nossa vida.

"Como por um só homem entrou o pecado no mundo e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram" (Rom: 5, 12; 5, 17-18).

Os Defeitos Psicológicos geram o erro, logo o pecado. Pecar significa errar. Quando se erra, pode-se pecar com qualquer sujeito, animal, objeto ou ambiente. O ser humano nasceu psicologicamente defeituoso.

Nós poderemos verificar que existem pessoas que se dá muito bem com as outras. Até bem demais. Isso demonstra uma grande afinidade de defeitos psicológicos. Outras que até se sentem isoladas ou não têm tantas afinidades assim, a demonstrar o contrário, que seus defeitos psicológicos não combinam com os das outras pessoas.

O que designamos de simpatia e gostar, relativamente é a representação clara da manifestação do defeito psicológico em suas afinidades. O contrário é verdadeiro.

Esse processo se inicia desde a gestação. Quando a criança gerada recebe da mãe e do pai os primeiros defeitos psicológicos, e tendo afinidade ou não, pode provocar amor ou ódio aos seus genitores.

Denotamos a explicação primária dos conflitos que ocorrem nas várias escalas sociais, principalmente dentro da família, pois na realidade estão ocorrendo choques entre defeitos psicológicos.

O defeito psicológico é uma anomalia e dentro dessa anomalia, por incrível que pareça há uma "inteligência". E essa "inteligência" faz com que o defeito seja alimentado constantemente, pois se não o for morrerá.

Carta de Tiago (1, 14-15) nos diz:

"Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pelo seu próprio defeito. Depois, havendo o defeito atuado, dá à luz ao erro; e o pecado, sendo consumado, gera a morte"

A origem dos Defeitos Psicológicos por Influência pode vir de duas maneiras: a sobrenatural e a natural.

A sobrenatural é caracterizada pela manifestação de tudo que possa envolver as percepções não assimiladas pelos cinco sentidos: olfato, paladar, tato, audição e visão.

Não necessariamente precisa ser somente uma influência espiritual, mas pode estender-se para o campo energético promovido pela Natureza Invisível.

A Natureza "Invisível" envolve mistérios até hoje desconhecidos. Alguns estudiosos tentam a todo o instante descobrir tais segredos, mas somente obtém teorias e hipóteses não científicas. A Fé é a grande chave ou conforto para esse campo coberto.

Nesse campo coberto, os mistérios conduzem o ser humano às imaginações e fantasias cada vez mais emaranhadas; a possibilitar o ato de filosofar e pesquisar sobre as suas possíveis características, dentre elas, a influência angelical e a demoníaca.

Em Colonenses (1, 16) encontramos:

"Em Cristo foi criado tudo o que existe no céu e na terra, as coisas visíveis e as coisas invisíveis, os tronos, as dominações, os principados, as potestades".

A influência angelical se deriva de anjo. Este termo vem do grego, não indicando natureza, mas função. São mensageiros ou ministros, ou núncios, ou enviados de Deus. A Escritura Sagrada no-los apresenta como puros espíritos que Deus criou para a sua glória e serviço.

A Bíblia distribui a Influência Angelical em nove graus ou hierarquias: Tronos, Dominações, Principados, Potestades, Virtudes, Arcanjos, Anjos, Querubins, e Serafins.

Os anjos são as influências invisíveis entre o ser humano e Deus.

"Jacó teve um sonho: eis uma escada que se apoiava em terra e cujo cimo tocava o céu, e os anjos de Deus subiam e desciam por ela" (Gên: 28, 12).

Em Atos dos Apóstolos, a influência angelical se manifesta às pessoas e comunica-se com algumas delas:

"Apareceu-me esta noite um anjo daquele Deus a quem pertenço e a quem sirvo, dizendo-me: Não tenhais receio, Paulo; tens de comparecer perante o César, e eis que Deus te concedeu a vida de todos os que navegam contigo" (27, 23-24);

Na carta de Paulo aos Hebreus (13, 2) denotamos o convívio com anjos visíveis:

"Não vos esqueçais da hospitalidade, porque, graças a ela, alguns, sem o saber, hospedaram anjos".

A tendência da Influência Angelical é fazer a vontade de Deus, independente do pseudo-entendimento do ser humano. Às vezes, a pessoa em sua consciência ainda em desenvolvimento crê fervorosamente que os anjos somente falam ou induzem-na às coisas boas, devido às convenções.

Convenção pode ser entendida, como o conjunto de normas, regras, pensamentos, "leis", que refletem as idéias de um grupo "que detém o poder" e são impostos a outrem. Ela também pode surgir como o resultado de experimentos, experiências realizadas por um sujeito mais dotado ou mais sensível, que é lançada pra outros que sem argumentos aceitam-na como "lei" (convenção).

A Convenção ? ai nosso ver - está diretamente ligada ao tempo (época) e surge com o sentido de MODA (termo matemático que nos remete a um grupo).

Como se tem a Influência Angelical, logo se tem a demoníaca. Tudo para haver o equilíbrio na equação da vida.

A Influência Demoníaca ou anjos maus se dá pelas orientações que fogem do equilíbrio e visam roubar, matar ou destruir um sujeito ou o ambiente.

A Igreja, fundamentada na Bíblia, definiu que nem todos os anjos perseveraram no estado de graça em que foram criados, tornando-se maus.

O termo "demônio" vem do grego "daimon", que se traduz por semideus ou divindade inferior.

Como na Influência Angelical, na Demoníaca existe uma graduação bíblica que, corresponde à seguinte denominação: Serpente; Dragão; Inimigo; Maligno; Legião; Espíritos Imundos; Satanás; Diabo; e o Anticristo, os quais representam à falta de consciência: o Mau.

A influência da Natureza "Invisível" provoca nas pessoas reações, as quais refletem nas suas falas e acabam construindo ou destruindo alguma coisa ou alguém.

Muitas vezes, o ser humano fala algo que nem imagina donde surgiu tal assunto ou idéia.

Na Natureza Visível existe um grande campo energético que nos rodeia. Tal energia que está presente no ar, na terra, no fogo, na água e no odor promove ações, que resultam na manipulação da nossa área mental, e com isso, nos dão a idéia (harmônica e desarmônica), a qual as expomos, por meio de nossas falas - pensamentos ou sentimentos -, as quais promovem conseqüências equilibradas ou não.

Tudo que existe na Natureza é formada de átomos. Logo, tudo que está inserido ou faz parte dela tem essa formação atômica. Então, somos compostos de energia atômica e acabamos a tornarmos parte de um campo energético maior. Assim, exalamos e recebemos energia a todo o momento.

O pensamento é uma forma de energia e na sua recepção e transmissão ocorre à troca ou a captação de outros pensamentos alheios, por meio dos nossos neurônios; pois, segundo, alguns filósofos "as idéias estão no ar" (MANON, 1992), as quais são captadas por nós, fazendo com que tenhamos atitudes ou comportamentos, que não são próprios (geneticamente), tampouco de influência (angelical ou demoníaca), e sim, da Influência da Natureza Visível (energia natural).

4.2 Identificação dos Defeitos Psicológicos

A Identificação dos Defeitos Psicológicos envolve a sua quantidade e a sua tipificação, ou seja, a sua denominação e natureza.

"Então Jesus lhe perguntou: Qual é o teu nome? Respondeu ele: Legião é o meu nome, pois somos muitos" (Mc: 5, 9).

Os Defeitos Psicológicos, referentes à quantidade, estão estruturados sob 07 (sete) grandes colunas, os quais despertam e desenvolvem outros defeitos menores, mas poderosos.

Os defeitos Psicológicos, referentes à tipificação, denotam a grande organização e os interesses, que os norteiam, para se manterem vivos e agir, conforme a sua natureza, que são caracterizadas para: Roubar, Matar e Destruir o ser humano (Jo: 10, 10).

As colunas dos Defeitos Psicológicos são: a Soberba; a Avareza; a Luxúria; a Ira; a Gula; a Inveja; e a Preguiça, bem como as suas derivações e subdivisões.

Os defeitos psicológicos são suicidas potenciais. Quanto mais eles se alimentam do ser humano, mais próximos estão da sua morte.

"O salário do pecado é a morte" (Rom: 6, 23; 5, 21).

Encontramos então, um paradoxo existencial¹, pois o defeito psicológico que existe dentro de nós, alimenta-se do nosso equivocado pensamento e sentimento para viver e estar fortalecido, com o seu objetivo primaz de roubar-nos; destruir-nos; e matar-nos, mesmo que para isso, venha a morrer.

O livro de Apocalipse (2, 10) nos explica:

"Não temas as coisas que estás para sofrer. Escutai, o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais provados, e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida".

Todos os momentos que pronunciamos algo, nós demonstramos que o nosso pensamento e a nossa emoção estão atuantes naquela fala; e o nosso coração está cheio daquilo.

Essas pronúncias podem estar cheias de equívocos ? pensamentos e emoções semiconscientes e inconscientes -, as quais provocarão em nós

Isso é devido à ação dos defeitos psicológicos, que eufóricos e famintos por se alimentarem, provocam em nós esses distúrbios, para obterem o resultado, por meio da fala equivocada.



1. Conflito psicológico interno de querer viver para morrer.
Nós, devido a nossa consciência adormecida ou em desenvolvimento fazemos o que eles assim o querem. E sofremos com isso, pois acabamos pagando por aquilo que falamos.

4.2.1 Soberba

A Soberba é o conjunto de defeitos psicológicos que contém o orgulho, a vaidade, a vergonha, o medo, a arrogância, a prepotência, o autoritarismo, o metediço, a inferioridade, a passividade, a possessividade, a insegurança, o ciúme, a altivez, a auto-adoração, a magnitude, a autopiedade e todo pensamento ou emoção que possa ferir ou elevar o nosso "ego".

O livro de Oséias (13: 5, 6), mostra-nos que, a Soberba é a mãe da Irreligiosidade:

"Eu te apascentei no deserto, na região mais árida. Bem apascentados e plenamente saciados, elevaram-se em soberba e se esqueceram de mim"


A vaidade, a ostentação, o orgulho-próprio, a arrogância faz com que o ser humano se gabe de si mesmo e desfaça-se do seu semelhante, a tornar a jactância um mal, que o leva ao pó da inexistência futura. Sem proveito algum do que ele foi ou se passou (aparências) durante a sua vida material (Sab: 5, 8-13).

A Bíblia Sagrada denota que a Soberba é um ato de Desrespeito a Deus:


"É bem verdade que muitos creram em Cristo, também entre os chefes, mas por causa dos fariseus não o confessavam, para não serem expulsos da sinagoga, amando, assim, mais a glória dos homens do que a glória de Deus" (Jo: 12, 42-43; 3, 1-2).

A Soberba pode viciar até os atos mais sagrados, por isso Cristo nos acautela:
"Guardai-vos de praticar a vossa justiça diante dos homens, para serdes admirados por eles. De outra sorte não tereis recompensa junto de vosso Pai que está nos céus. Portanto, quando deres esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam as suas recompensas. Mas quando deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita, de sorte que a tua esmola fique secreta, e teu Pai, que vê o que é secreto, te recompensará. E, quando orardes, não sejais como os hipócritas, que gostam de orar de pé nas sinagogas e nos cantos das praças, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam as suas recompensas. Tu, porém, quando orardes, entra no teu quarto, fecha a porta e ora ao teu Pai em segredo. E teu Pai que vê o que é secreto, te recompensará. Quando jejuais, não andeis tristes como os hipócritas, os quais desfiguram o rosto, para mostrarem aos homens que jejuam. Em verdade vos digo que já receberam as suas recompensas. Tu, porém, quando jejuais, perfuma a tua cabeça e lava o teu rosto, a fim de que não apareça aos homens que jejuais, mas a teu Pai, que está presente também ao que se faz em segredo. Teu Pai, então, que vê as coisas ocultas, te recompensará"(Mt: 6,1-6; 16-18).

A Soberba é o desejo desordenado da própria superioridade. A falta de conhecimento próprio leva o cristão à ilusão da própria grandeza, ao passo que, a noção de consciência, conserva-o na humildade, que se baseia a verdade.

"Agora vos vangloriais das vossas fanfarronices! Toda vanglória desse gênero é má" (Tg 4, 16).

A área de atuação inicial da Soberba no corpo humano é a cardíaca, refletindo-se na estomacal e alongando-se para a mental. Ela é um defeito psicológico bastante atuante no cristão. Quase podendo ser dito que é o motor da condução da vida de uma pessoa, pois produz o crescimento e a queda do seu possuído. Quanto mais alto ela conduz a sua vítima, maior, é a queda que ela resulta.

Das inúmeras facetas deste Defeito Psicológico, destaca-se a não somente preocupação em posicionar sua vítima no auge, mas mantê-la no limbo de sua consciência, ou seja, ela pensa e senti que sempre é superior ao seu semelhante, às circunstâncias e ao ambiente. Até o momento que ela é humilhada e desmascarada.
"Jesus falou assim às turbas e a seus discípulos: Todo aquele que se exaltar será humilhado, e todo aquele que se humilhar será exaltado". (Mt: 23, 1-2; Lc: 14, 11).

O miserável desnutrido, desgraçado e paupérrimo mental é tão soberbo quanto ao rico gordo, orgulhoso e prepotente. A Soberba dá as suas extremidades o mesmo atendimento padrão.

Na fala, a Soberba atua como uma arma de defesa da sua vítima dominada, por meio das pronúncias: "Tenho vergonha"; "Tenho medo"; "Não sei!"; "Sei lá!"; "Não vai dar"; "Estou triste"; "Estou desanimado"; "Ninguém gosta de mim"; "Estou sozinho"; "A vida é dura"; "Não agüento mais"; "Quero morrer"; "Sou infeliz"; "Sou a pior pessoa do mundo"; "Nada dá certo"; "Eu posso"; "Eu sou bom"; "Eu sou o cara"; "Como não tem vez..."; "Não leve desaforo p?ra casa"; "Eu sou o melhor", "Eu me amo"; "Primeiro eu"; "Eu sou trabalhador..."; "Eu sou mais eu"; "Você não é nada"; "Você é um vagabundo..."; e, tantas outras frases e expressões que "superiorizam" ou "inferiorizam" o próprio cristão ou o seu semelhante. Tudo isso são sinais da atuação da Soberba.

A manutenção da aparência e do poder são as duas grandes bases que sustentam a Soberba. Ela luta a todo o momento para mantê-las; e quando, se sente ameaçada usa todas as armas possíveis para não se deixar desestruturar-se.

A Soberba, por meio da oratória, manifesta-se no ser humano não poupando palavras para manter-se. Quando a língua (fala) não consegue defendê-la, utiliza o corpo humano, mediante a agressão verbal e física contra aquele que a enfrenta, para impor a sua autoridade.

"Como pode ensoberbecer-se quem é pó e cinza, quem vivo ainda, tem os intestinos cheios de podridão" (Ecl: 10, 9).

4.2.2. Avareza

"Inclinai o meu coração às vossas advertências, e não para a avareza" (Sl:119, 3).
Avareza é o amor desequilibrado aos bens terrenos e o desapego às orientações de Deus. É a afiliada da Cobiça.

Disse Jesus: "Cuidai e guardai-vos de toda cobiça, porque a vida de alguém não está na abundância dos seus haveres" (Lc: 12, 15).

A Avareza é o conjunto de defeitos psicológicos que contém o egoísmo, a usura, a ganância, a solidão, o individualismo, a incredulidade, o ateísmo, o apego, a sordidez, a mesquinhez, e todo pensamento e sentimento que possa causar perdas ao ser humano, o qual ao crer que sendo avaro tem controle sobre si e sobre os sujeitos e objetos que o rodeiam.

A Avareza atinge e manifesta-se tanto nas pessoas de posse quanto nas de nenhuma conquista material ou emocional.

Quando a Avareza atua nas pessoas de posse, manifesta-se também a soberba, como uma armadura de proteção. Já, nas pessoas de nenhum bem adquirido, a inveja atua como autodefesa.

Na fala, a Avareza age sob a forma de controle e dominação sobre a pessoa avara e as outras que estão ao seu redor. Utiliza-se das palavras: "Meu..."; "Eu tenho..."; "Meu aquilo...Meu isso"; "Isso é meu..."; "Não empresto"; "Não tenho"; "A situação está difícil"; "Estou sem ..."; "Puxa vida!"; "É caro!"; "É de graça?"; "No momento não..."; "Estou sem ..."; "Quanto vou ganhar?"; "Passa outra hora"; "Empresta-me"; "Quebra esse galho"; "Não posso..."; e tantas outras que representam algo que se possa perder ou não tê-lo.

O apego e a fascinação aos objetos e aos sujeitos (possessão) numa maneira de manipulação e desejo são as bases e dramas vividos pelo avarento.

O livro de Colonosenses (3, 1-3) nos diz:

"Uma vez, pois, que ressuscitastes com Cristo, procurai as coisas lá de cima, onde Cristo está assentado à direita de Deus; interessai-vos pelas coisas lá de cima, não pelas coisas terrenas, desde que vós morrestes, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus".

4.2.3 Ira

A Ira é o conjunto de defeitos psicológicos que agrupa a cólera, a raiva, a traição, a vingança, o ódio, o assassinato, a agressão verbal e física, a promoção do dano material e moral, a intriga, o desequilíbrio mental momentâneo, a conspiração, a revolta, e todo o pensamento e sentimento que desencadeia uma perturbação na harmonia e no bom senso do cristão. Ela se manifesta inicialmente por um desejo desequilibrado de revolta.

"O que é tardo à ira tem grande prudência, e o que está pronto à cólera fará muitas loucuras" (Prov: 14, 29; 12,16).


A Ira é um vulcão que está vivo, mas dormente no interior do cristão, mesmo que ele demonstre que está bem tranqüilo. A qualquer momento pode explodir e lançar suas lavas que podem até matar.

O iracundo, ou seja, o indivíduo que vive na ira é um perturbado mental; instintivo; emotivo; motor; e sexual.

Não há harmonia tampouco simetria numa pessoa iracunda. Por haver uma discrepância emocional inexiste a racionalidade (pensar e falar apropriadamente), pois a ira deixa cega a pessoa possuída.

"Não há veneno pior do que o da serpente, e nenhuma cólera superam a cólera de uma mulher..." (Eclo: 25, 22-23).

Na fala, a ira atua para destruir e matar. A língua se transforma numa arma fatal, tanto para o iracundo como para a vítima que está sendo atingida e agredida.
No momento de ira, palavras verdadeiras e mentirosas são pronunciadas de formas desordenadas provocando o caos para quem as ouve ou as são dirigidas.

A Ira se utiliza às falas: "Vai par o inferno!"; "Vai..."; "desgraçado"; "me solta, seu..."; "Eu vou te pegar!"; xingamentos em geral; palavras de baixo calão; acusações infundadas; injúrias; difamações; calúnias; ameaças; praguejamentos em geral; e outras que envolvam a vontade de falar e não parar mais até cansar-se.

Em determinados momentos, a ausência ou o excesso de alguma substância química no cérebro faz com que a pessoa iracunda sinta-se bem quando manifesta esse desequilíbrio orgânico. Como se o próprio corpo satisfizesse tal lacuna ou repelisse alguma substância indesejada.

"Rejeitai agora, vós também, todas estas coisas: a ira, a animosidade, a maledicência, a linguagem torpe, bani-a da vossa boca" (Cl: 3, 8).

4.2.4 Inveja

Comete-se a Inveja quando, por maledicência, a pessoa tem prazer pelo mal ao próximo ou sente-se triste ao ver o sucesso alheio.

"Pilatos perguntou ao povo reunido: Quem quereis que vos solte: Barrabás ou Jesus, chamado Cristo?, porque sabia que era por inveja que lho tinham entregado" (Mt: 27, 17-18).

A Inveja é o conjunto de defeitos psicológicos que agrupa: o desejo; a ansiedade; a frustração; o querer; a irritação da prosperidade alheia; a insegurança; a inutilidade; a maldade; e, todo pensamento e sentimento que o próximo possa obter e que a pessoa invejosa não a consegue.

A Inveja é um estado do pensamento e do sentimento desarmoniosos que, quando domina a pessoa, faz com que ela fique mal e até doente; pois, ao ver o seu próximo crescer ou ter algo, a invejosa entra em depressão, sente raiva e se manifesta imediatamente por meio de sua fala.

Como nos diz o livro de Eclesiástico (30, 24-25; 14, 6-10):

"A inveja e a ira encurtam a vida, e a angústia envelhece antes do tempo"

A Inveja é classificada em: Ativa e Passiva.

A Inveja Ativa é aquela em que a pessoa invejosa tem na sua fala a maldade e a destruição.

"Vendo Raquel que não dava filhos a Jacó, teve inveja de sua irmã, e disse a Jacó: Dá-me filhos, senão, morrerei" (Gên: 30, 1).

Tudo o que a pessoa invejosa vê, faz comentários e críticas, os quais provocam danos alheios.

A Inveja Passiva é aquela em que a pessoa invejosa tem na sua fala apenas comentários mais maldosos e destrutivos para consigo, pois provoca em si a depressão causada pela sua própria inveja.

"João Evangelista tomou a palavra e disse; Mestre, vimos um que expulsava demônios em teu nome e quisemos proibi-lo, porque não anda conosco. Respondeu-lhe Jesus; Não lho proibais, porque quem não está contra vós está a vosso favor" (Lc: 9, 49-50; Mc: 9, 38-39).

Tanto a Inveja Ativa quanto a Passiva são prejudiciais ao cristão; pois, por meio delas o mau adentrou ao mundo e com ele a morte (Gên: 3, 1-18).

Na fala, a inveja atua como uma crítica dolorosa, não se polindo e não se esquivando de nada. O veneno se encontra nos olhos, mas a língua transmite de imediato o suco venenoso. Utiliza-se das palavras e expressões: "Nossa!"; "Puxa vida!"; "Não reparei em nada"; "Legal!"; "Olha só..."; Tem gente p´ra tudo!"; "Olha aquilo..."; " O fulano conseguiu..."; "O ciclano ganhou ..."; "Eu não faço isso!"; "Eu também terei..."; "Eu também comprarei..."; "Que gracinha;;;"; "É o meu sonho..."; "É o meu desejo de consumo..."; "Puxa, você merece..."; "Uau!"; e, tantas outras expressões conscientes ou inconscientes de desejo ou frustração por algo.

O Salmista nos orienta:


"Não te aflijas por causa dos prósperos sucessos dos outros" (Sl: 37, 7).

A inveja tem como seu sustentáculo a maldade e o desgosto interior. As pessoas más e que não gostam de si acabam sendo os maiores instrumentos da Inveja.

Paulo em sua carta aos Gálatas (5, 26) nos adverte:

"Não procuremos a vanglória, nem nos provoquemos mutuamente, nem tenhamos inveja uns dos outros".

4.2.5 Gula

A Gula é o conjunto de defeitos psicológicos que envolvem a avidez; a sofreguidão; a voracidade; a ansiedade; a ambição; o egoísmo; a impaciência; a gulodice; o alcoolismo; a fuga; o desespero; o medo; a tristeza (depressão); as carências; e, tudo que possa resultar na ânsia de satisfazer uma necessidade por meio do alimento (sólido, liquido, drogas legais e ilegais). Ela é a provocadora do excesso que a pessoa tem na ingestão de comida ou bebida, tornando-a esganada.

A gula promove o falatório, o qual pode ser equivocado e perverso.

"Chegada a hora de levantar, não sejais o último a sair, retira-te para tua casa e fazer o que quiseres. Ali poderás divertir-te e dizer o que te aprouver, guardando o temor de Deus e não sem sensatez" (Eclo: 32, 15-17).

O defeito psicológico da Gula provoca a autodestruição do cristão, por meio do desequilíbrio mental e físico, causando repugnância das outras pessoas que o circundam. Ela causa a embriaguez (bebida) e deixa o ilustre sem honra e o rico na miséria. Quando unida à luxúria, a bebida torna o ser humano num mero ser animal (Eclo: 19, 1-2).

Na fala, a Gula é identificada com as seguintes palavras ou expressões: "Estou com fome..."; "Estou com sede..."; "Preciso comer algo..."; "Preciso beber algo"; "Preciso fumar..."; "Sinto vontade de beber ou comer algo, mas não sei bem o que é"; "Estou entediado..."; "Estou ansioso..."; "Estou impaciente"; "Estou sem sono"; "Estou preocupado"; e as falas que expressam a sensação de vazio ou falta de algo dentro da própria pessoa.

"Ninguém vos condene por razões de comida ou de bebida" (Cl: 2, 16).



4.2.6 Preguiça

É o conjunto de defeitos psicológicos que abrangem: a ausência de ânimo; a indisciplina; a má-vontade; a incompetência; o medo; a covardia; a ociosidade; a negligência; e tudo que envolve o desafeto a algum tipo de trabalho, seja físico ou mental. Ela é o estado da pessoa que faz nada. Ao preguiçoso tudo parece difícil.

A preguiça provoca na pessoa: o eterno desejar sem construção (Prov: 21, 25-26); a indigência (Prov: 26, 14-15 e 19,24); o falatório ( 1 Tim: 5, 13); o sono eterno (Prov: 6, 9-11); a eterna autopiedade e desculpas e a culpabilidade nos outros pelo seu infortúnio (2 Tim: 3, 1-5); e a ignorância (Prov: 26, 16).

Na fala, a preguiça utiliza as seguintes palavras ou expressões: "Não posso..."; "Não sei"; "Estou indisposto"; "Estou com preguiça"; "Não estou com vontade"; "Não..."; "Será que alguém pode ajudar-me"; "Ninguém me ajuda"; "Depois eu faço..."; "Não tenho tempo"; "Puxa vida!"; "Agora não dá!"; "Pode ser para mais tarde"; "Amanhã eu faço"; "Que horas são..."; "Ainda!"; "Tenho tanta coisa p´ra fazer, mas sem um pingo de vontade!"; "Que saco!"; e, tantas outras que expressam a falta de vontade em fazer algo para si ou para outrem.

"Todos os atenienses e estrangeiros que chegavam a Atenas, para nenhuma outra coisa encontravam tempo, senão para dizer e ouvir alguma novidade" (At: 17, 21).

O defeito psicológico da preguiça amortiza os braços e as pernas, mas afia a língua, a qual, cortante, estimula a luxúria no seu dominado.

4.2.7 Luxúria

A Luxúria é o conjunto de defeitos psicológicos que envolvem: o sexo e as suas afinidades, tais como: a sensualidade; o erotismo; a pornografia; e as suas variadas maneiras de execução. Ela é o prazer desordenado do ato sexual e genital.

A Luxúria, por meio da atitude e comportamento do ser humano, promove: o adultério, a bestialidade, o concubinato, o estupro, a fornicação, a masturbação, o meretrício, o onanismo, o rapto, a sedução, a sodomia e o assédio.

O Adultério é a união sexual entre duas pessoas de sexos diferentes, das quais uma, ao menos, é casada (Lev: 20, 10);

A Bestialidade é a união carnal da criatura humana com animal irracional (Lev: 20, 15-16);

O Concubinato é a freqüente prevaricação com a mesma mulher, quer seja mantida em casa quer não (Jo: 4, 16-18);

O Estupro é, no sentido genérico, a violenta opressão de uma mulher, seja virgem, não virgem ou casada, contra a sua vontade; ou ao menor de catorze anos de idade (Dt: 22, 23-27);

A Fornicação é a relação sexual entre homem e mulher não casados, com mútuo consentimento (Lev: 18; 6-18);

A Masturbação ou Polução é a completa satisfação venérea sem a cópula. (Eclo: 23; 22-29);

O Meretrício ou Prostituição é o estado que um ser humano (homem ou mulher) se entrega, a todos os que o desejam, seja por lucro ou por libido (1 Cor: 6, 15-16);

O Onanismo é a união genital marital realizada de modo a não haver geração (Gên: 38; 8-10);

O Rapto é o transporte violento de uma mulher de um lugar a outro, com o fim de alguém satisfazer a própria libido (Gên: 34; 1-2);

A Sedução é atrair o ser humano com presentes, promessas ou blandícies para o pecado sexual (Ex: 22; 16-17); e

A Sodomia é a união sexo-genital entre pessoas dos mesmos sexos ou de sexos diferentes. Pode abranger o homossexualismo, o bissexualismo ou o polissexualismo (Jud: 7 e 8);

O Assédio é a importunação que uma pessoa faz a outra, com o intuito de ter algum tipo de vantagem ou prazer; ou pelo simples ato de prejudicá-la. Ele pode ser caracterizado como: Assédio Sexual; Assédio Moral; e Tortura Psicológica.
"Digo-vos que, ainda que não se levante a dar-lhe os pães, por ser seu amigo, levantar-se-á, todavia, por causa da sua importunação, e lhe dará tudo o que ele necessitar" (Lc: 11, 8).

O Assédio Sexual é a importunação que uma pessoa faz a outra com o objetivo de ter algum tipo de prazer (Luxúria). Ela se inicia com uma sutil aproximação, e por meio da fala (elogios e convites) até chegar na coação e chantagem propriamente ditos, para atingir o seu objetivo lascivo.

O livro de Eclesiástico (9, 3-9) nos orienta:

"Foge do encontro com a mulher estranha, para não caíres nas suas redes. Não te entretenhas com uma bailarina para que não aconteça que fiques preso pelas suas carícias. Não detenhas o teu olhar sobre uma virgem, para não incorreres na pena por sua causa. Não te entregues à prostituta, a fim de não dissipares o teu patrimônio. Não vagueies o olhar à entrada da cidade, nem perambules pelas suas praças. Vela-te os olhos diante de uma mulher elegante, e não contemples uma formosura que não te pertence; muitos se arruinaram por causa de uma beldade feminina; por esse caminho inflama-se como fogo a paixão. Com a casada não tomes alimento, nem bebas com ela vinho ou bebidas inebriantes; a fim de que não se incline para ela o teu coração, e não tenhas que descer cruentamente à cova".

O Assédio Moral é a importunação de uma pessoa a outra com o intuito de perturbar-lhe e injuriar-lhe. Nesse aspecto de assédio, a pessoa que assedia cria situações nada confortáveis para a assediada. Geralmente, o motivo do assédio se dá por ira, inveja e soberba que a pessoa que assedia tem pela assediada.

"Ó filho do diabo, cheio de todo o engano e de toda a malícia, inimigo de toda a justiça, não cessarás de perturbar os retos caminhos do Senhor?" (At: 13, 10).

A Tortura Psicológica é a atitude ou o comportamento que uma pessoa realiza em outra, sob ordem de uma terceira, com o objetivo de prejudicar a pessoa torturada. Ela está acima do Assédio Moral, pois além de prejudicar e injuriar a torturante, também deseja maltratá-la, castigá-la e até destruí-la, e, conforme o caso, podendo até matá-la, devido ao intenso drama psicológico aplicado a sua vítima.

Na tortura psicológica, não há agressão física, somente a agressão verbal (fala), a qual é composta pela injúria, difamação, calúnia, coação, chantagem, humilhação, preconceito, discriminação ou qualquer pronúncia que tente prejudicar a pessoa que está sofrendo a referida tortura.

"Aquele que se vinga, sofrerá a vingança de Deus, que pedirá minuciosa conta de seus pecados. Perdoa a injúria ao teu próximo, e então, aos orares, ser-te-ão perdoados os teus pecados. Guarda um indivíduo rancor a outro homem, e pede a Deus que o cure? Não tem compaixão para com o homem, seu semelhante, e roga o perdão dos seus pecados? Se ele, que é carne, guarda o rancor, quem lhe obterá o perdão dos seus pecados?" (Eclo: 28, 1-3).


Quando ocorre a tortura psicológica, principalmente nos lares e locais de trabalho, as vítimas, vendo-se que não estão suportando mais tais agressões verbais, para o nosso trabalho, deve permanecer no local sozinho e CHORAR intensamente e ao mesmo tempo invocar ao Pai, dizendo-lhe: Pai livra-me deste cálice, mas seja feita a vossa vontade e não a minha.

O choro é um grande confortador nesses momentos.

"... dizendo: Pai, se queres, passa de mim este cálice, todavia não se faça a minha vontade, mas a tua. Então lhe apareceu um anjo do céu, que o confortava". (Lc: 22, 40-41).

Quando a pessoa chora, por sinceridade, e invoca ao Pai para lhe ajudar. Algo extraordinário ocorre: Por meio do choro, ela se alivia e ao mesmo tempo sente-se confortada, pois Deus envia um de seus anjos para auxiliá-la, nesse momento tenebroso.

Muitas pessoas choram debaixo do chuveiro, sob a água quente.

"Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados" (Mt: 5, 4).

O choro, o pranto (choro em excesso) ou ato de chorar ou lacrimejar é um efeito fisiológico dos seres humanos que consiste na produção em grande quantidade de lágrimas dos olhos, geralmente quando estão em estado emocional alterado como em casos de medo, tristeza, depressão, alegria exagerada, raiva etc.

O sistema límbico, sistema do cérebro responsável pelos sentimentos, associa um estímulo emotivo com aqueles que já temos guardados, gerando algumas respostas, sendo que uma delas é o choro. Depois disso, várias substâncias envolvidas no processamento das emoções, como noradrenalina e serotonina são liberadas. Através do sistema nervoso independente (responsável por ações como piscar dos olhos) causarão a contração da glândula lacrimal, liberando a lágrima.

Esses fenômenos neurológicos e endocrinológicos são relacionados ao instinto de defesa do ser humano (WIKIPEDIA)¹.

Na Fala, a Luxúria utiliza as seguintes palavras e expressões: "Você está bonita"; "Você está sexy"; "Você está atraente"; "Estou querendo você"; "Desejo você"; "Estou louco por você"; "Você me deixa louco"; "Você me atrai"; "Nossa, você está maravilhosa"; "Ninguém está vendo"; e, outras, que podem ser chulas, de baixo calão, pornográficas, torturantes ou de assédios.

Nós enfatizamos bastante o defeito psicológico da Luxúria, pois ela ? relacionada ao sexo ? tem grande influência no ser humano. Por meio dela ocorre grandes manifestações no corpo do ser humano, principalmente naquele que inicia seu ingresso na vida sexual, cujos hormônios e glândulas sexuais, promovem inúmeras transformações físicas e psicológicas em si.

Com o desenvolvimento físico e psicológico do indivíduo, as energias sexuais atuarão cada vez mais fortes a provocar alterações físicas e psíquicas no seu corpo, fala e pensamento.




1. www.pt.wikipedia.org/wiki/choro_ fisiologia
A Luxúria na fala destaca dois caminhos: o estreito e o largo. O estreito é aquele em que a pessoa, segundo a Bíblia, tem uma vida regrada sexualmente, consegue conter-se, e com isso, manter-se calma, humilde, paciente, silenciosa, pacífica, temperante e temerosa à Deus, ou seja, ela tem uma vida tranqüila.

"Eu disse: Guardarei os meus caminhos, e não pecarei com a minha língua; refrearei a minha boca enquanto o ímpio estiver na minha presença" (Sl: 39, 1).

No caminho largo, observa-se a presença da ira, do nervosismo, dos falatórios, das injúrias, das difamações, das falsas promessas, das irresponsabilidades, das doenças, e dos vários males que destrói aos poucos a pessoa.

"Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele conduz à morte" (Prov: 14, 12).

Logo, está no sexo, o grande segredo para o equilíbrio do ser humano, nele se promove à serenidade e a longevidade.

Por estar, o eixo humano voltado ao sexo e a grande massa humana estar ligada à luxúria, ocorrem inúmeros conflitos internos, sociais e ambientais, como: guerras, fomes, doenças, morte, injustiças, e tudo que está ligado ao desequilíbrio e desarmonia do indivíduo e do ambiente em que vive (Apoc: 6, 1-8).

Sabemos quais e quantos são esses defeitos psicológicos. Para se sabermos como destruí-los, ou eliminá-los há necessidade de se conhecer quais são os seus objetivos e por que eles existem.

O Salmista nos adverte:

"Pois eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim" (51: 3).

4.3 Objetivos dos Defeitos Psicológicos

Os Objetivos dos Defeitos Psicológicos comungam com as suas próprias origens, as quais estão enraizadas dentro do ser humano. São eles: roubar, matar e destruir o seu ocupante, ou seja, o local que está sob seu domínio: o ser humano.

Com essa ação, os defeitos psicológicos procuram e promove o seu objetivo maior: a autodestruição, pois ao atingirem seus objetivos com o ser humano dominado acabam eliminando-se.

A Consciência promove a vida; os Defeitos a morte.

"O inimigo só vem para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância" (Jo: 10,10).

Jesus Cristo é a Consciência; o Anticristo é o Defeito.

Quanto maior a potencialidade dos defeitos psicológicos menor é o nosso grau ou condição de consciência.

Os defeitos psicológicos não se preocupam em serem eliminados, a partir do momento que, a pessoa possuída perca a sua consciência.

Tiago (1, 12-15) nos diz que:

"Bem-aventurado o homem que suporta a provação, porque depois de ter passado na prova, receberá a coroa da vida, que o Senhor prometeu aos que o amam.
Ninguém ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus. Pois Deus não pode ser tentado pelo mal, e ele a ninguém tenta.
Mas, cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência concebido, dá a luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte".

Nascemos com os defeitos psicológicos. Eles, por suas vezes, tentarão de todas as maneiras se fortalecerem dentro de nós, com o objetivo de nos destruir e a eles também.

Ninguém os mandou para nós; nem Deus tampouco os seres humanos. Eles são acúmulos genéticos, que herdamos de nossos antepassados; mas, temos a missão ? se quisermos transformar a nossa consciência ? com a ajuda de Deus, de transformá-los em virtudes dentro de nós.

Roubar, Matar e Destruir a consciência do ser humano; esses são os objetivos dos defeitos psicológicos. Eles, por meio da Fala, acabam dominando a pessoa, que habitam, a qual a cada minuto sem perceber permanece menos consciente, isto é, seu corpo se envelhece e a sua consciência morre, permanecendo somente uma legião de defeitos dentro de si, esperando a morte orgânica.
"Cada um se nutre dos frutos de sua boca, e sacia-se com o produto de seus lábios. A morte e a vida estão em poder da língua; qual o uso que dela fizeres tal o fruto que dela colherás" (Prov: 18; 20-21).

4.3.1 Roubar

Na Fala, o objetivo Roubar, do defeito psicológico, é a ação que cada palavra mentirosa realiza, ou seja, cada vez que mentimos é subtraída a possibilidade de nossa consciência se manifestar. O aspecto puro que ainda tenhamos na nossa Essência é aprisionado pelo defeito psicológico. Nessa impossibilidade de manifestação, aprisiona-se uma parte da nossa consciência. Isto se pode equiparar a perder algo espiritual ou partes do próprio espírito ou da nossa alma.

O maior sinal de roubo é aquilo que vai contra a verdade, pois representa ir contra Deus. O falso testemunho é abominável para Deus.

"O lábio da verdade ficará para sempre, mas a língua mentirosa dura só um momento" (Prov: 12, 19).

A Verdade, entre as suas significações, consta à conformidade entre o objeto e o intelecto. Deus é a própria verdade subsistente, porque Nele há a perfeita adequação entre o Seu intelecto e a Sua essência, das quais estão realmente todas as coisas possíveis.

Nas Cartas de 1 Jo: 5, 20; 1 Tes: 1, 9; e Rom: 1, 25, comprova-nos que:

"Sabemos que o Filho de Deus veio e deu-nos o entendimento para conhecemos o Verdadeiro; e nós estamos no Verdadeiro, no seu Filho, Jesus Cristo. Este é o Deus veraz e a vida eterna".

A verdade é integral. Tudo que está fora dela é mentirosa. Quando se designa a integralidade de algo se subentende que seja 100%; logo, se a fala não produz essa porcentagem [ela] mente.

"Não apresentarás falso testemunho contra o teu próximo" (Ex: 20, 16; 23,1; Dt: 5, 20).

A Mentira é a ausência total ou parcial da verdade. Ela pode ser mascarada como pseudoverdade, semiverdade, mentiras perfeita e imperfeita.

A pseudoverdade é a mentira disfarçada que se compõe de 25% de verdades e 75% de ficções.

A semiverdade é a mentira mascarada que se compõe de 50% de verdades e 50% de ficção.

As mentiras perfeitas e imperfeitas são em sua maioria falsidades, sendo que a imperfeita é aquela que rapidamente é identificada; já, a perfeita é a mentira que se passa por verdade, por anos, décadas e séculos, mas num determinado momento é descoberta e conhecida a sua falsidade.

"Eu não vos escrevi como se vós ignorásseis a verdade, mas como a quem conhece: e sabe que da verdade não vem nenhuma mentira" (1 Jo: 2, 21).

As pessoas expelem de suas bocas inúmeras mentiras a todo o momento e, pouquíssimas são as verdades ditas por elas.

Toda vez que uma pessoa menciona uma mentira e retirada de dentro de si uma chispa de consciência. A cada momento essa pessoa mentirosa se torna um ser hipnotizado da sua própria existência. A aumentar assim, a possibilidade de ser cada vez mais, um animal racional (intelectual), portanto, deixa-se de ser um Ser Humano.

"Oxalá, vos calásseis por completo! Ser-vos-ia atribuído como ato de sabedoria" (Jó: 13, 5).

A ausência de uma consciência plena transforma o cristão num ser vivo comum e corrente, como tantos, espalhados pela natureza. Sem vida interna (espiritual), mas somente, uma vida material e psicológica, para satisfazer seus desejos e suas necessidades.

Cada vez que, o cristão mente comete algum dano a sua consciência, simplesmente ele se enfaixa (mumificação) e dificilmente consegue sair da referida situação que se encontra. A mentira, por meio de suas faixas, envolve-o que acaba a morrer asfixiado (Jo: 11, 14).

O ser humano se mortifica cada vez que utiliza sua fala (ofensas e mentiras) contra o seu próximo ou ao ambiente que vivencia, para viver uma de aparências (vida psicológica) e angariar sempre prazer e vantagens para si (Ef: 2, 1-2).
Subentendamos o Evangelho de São João (11, 44) que, pela iniciativa e compromisso de não mais mentir, o ser humano consegue, aos poucos, enfraquecer as amarras causadas nele pela mentira e recuperar a sua consciência aprisionada (Jo: 8, 32).

A luta para que todo ser humano resista a mentira e viva a verdade é antiquíssima, mas o mesmo devido a sua imensa carga de defeitos psicológicos acaba a cometer erros, os quais o levam a mentir.

A Primeira Carta de Timóteo (2, 4), nos adverte:

"Deus quer que todos se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade".

O que aproxima o cristão de Deus é a sua consciência, a qual é a verdade. Sem ela nada o é.

"Jesus replicou aos fariseus: O demônio era homicida, desde o princípio e não permaneceu na verdade, porque a verdade não está nele. Quando diz a mentira, fala do que é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira" (Jo: 8, 44; 1 Pd: 5, 8).

4.3.2. Matar

O Objetivo Matar dos defeitos psicológicos, na fala, distingue-se um pouco do ato de Roubar (mentir), mas implica em desgastar o corpo material da sua vítima (pessoa dominada) a provocar nela o seu envelhecimento precoce.

Esse objetivo detém em si algumas características, como: a falsa moralidade, a blasfêmia, a impecração e a maldição do corpo atuante.

"É pela obra de suas mãos que o artista conquista a estima, e o príncipe do povo, pela sabedoria de seus discursos, e os anciãos, pela prudência de suas palavras" (Eclo: 9, 24).

Poupar-se da fala, no aspecto e características do Matar, promove a longevidade no ser humano.

A Falsa Moralidade faz com que o cristão se expresse de maneira soberba ou mesquinha, a colocá-lo numa posição superior do que ele esteja realmente.
"Jesus falou assim às turbas e a seus discípulos: "Todo aquele que se exaltar será humilhado, e todo aquele que se humilhar será exaltado" (Mt: 23, 12; Lc: 14, 11).

A Blasfêmia é uma expressão injuriosa contra Deus ou contra pessoas e lugares consagrados a Deus.

"Foi-me dirigida a palavra do Senhor nestes termos: "Filho do homem, volta o teu rosto para o lado do monte Seir e profetiza contra ele. Dir-lhe-ás: - Asti, ó monte de Seir, também sobre ti estenderei a minha mão e transformar-te-ei numa landa desolada. Ouvi todos os ultrajes que proferistes contra os montes de Israel, dizendo: Estão abandonados, são-nos entregues em pasto! Também contra mim a vossa boca proferiu insolências, e contra mim multiplicastes as vossas palavras. Eu bem ouvi!" (Ez: 35, 1-3; 12 e 13).

A cada blasfêmia proferida é tirado do blasfemador um suspiro de vida.

"Eles dizem uns para os outros julgando de maneira não reta: Curta e penosa é a nossa vida; o remédio não está na morte do homem, nem se conhece que alguém tenha voltado do outro mundo. Nós viemos a existência por acaso, e depois seremos como se não houvéramos existido. É um pouco de vapor o hálito que respiram nossas narinas, e o pensamento, uma faísca que salta ao palpitar do nosso coração. Extinta a qual em cinzas se desfará o corpo e o espírito se dissipará qual aura sutil. Com o tempo o nosso nome será olvidado e ninguém se lembrará das nossas obras. Eia! Portanto, desfrutemos dos bens presentes e lestos, gozemos do mundo, como na juventude. Inebriemos de vinhos preciosos e de perfumes e não deixemos fugir nenhuma flor primaveril. Coroemo-nos de botões de rosas antes que murchem; nenhum prado se negue a nossa orgia. Em toda parte deixemos sinais de pândega porque esta é a nossa porção, a nossa sorte" (Sab: 2, 1-4. 6 e 9).

A Imprecação, na Fala, consiste em rogar pragas a alguém.

A língua "afiada" e "comprida" não se detém em lançar agouros a quem quer que seja como uma ação de defesa ou simplesmente um ataque indevido.

Mesmo sob enorme sofrimento, Jó, segundo a Bíblia, não utilizou sua língua para a imprecação.

"Não me alegrei com a ruína de meu inimigo, nem me regozijei por ter sido assaltado pela desventura; tampouco deixei pecar a minha língua, nem desejei com a imprecação a morte dele" (31, 29-30).

A Imprecação está ativa em pessoas, nas quais a ira, a soberba e a inveja nelas são seus fortes defeitos atuantes.

O xingamento (ofensa simples) pertence à Imprecação e não à maldição.

A Maldição, na Fala, consiste em lançar sobre as pessoas castigos, isto é, punir alguém: aplicar-lhe o julgamento instantâneo e condenatório. Diferenciando-se da Imprecação, que assume o papel explosivo de uma manifestação oral.

A Maldição é uma profecia desejada pela pessoa que manifesta, tal oratória cujo Poder da Palavra (da pessoa atuante), pode materializar-se, se houver algo que a motive para isso: ira e orgulho.

"Como pássaro fugaz e como andorinha a voar, assim é a maldição sem motivo: não se realiza" (Prov: 26, 2).

A Maldição para ser concretizada, como descrevemos, deve ter origem em alguém que detenha um certo poder sobre o amaldiçoado: Deus, Santos, Anjos, Profetas, Pai, Mãe, Idosos, ou qualquer pessoa que tenha viva convicção do que se está proferindo.
"O Senhor disse à serpente: Porque fizeste isso, maldita sejas tu como nenhum outro animal ou fera; arrastar-te-ás sobre o teu ventre e morderás a terra todos os dias da tua existência" (Gên: 3, 14-16).

A Maldição deixa seqüelas psicológicas sobre as pessoas que as recebem, e principalmente, nas que as enviam.

"Amai os vossos inimigos; fazei bem aos que vos odeiam, bendizer os que vos amaldiçoam, rezai pelos que vos caluniam" (Lc: 6, 27-28).

O cristão deve lutar para não matar a si mesmo, por meio desse objetivo do defeito psicológico. Para isso, ele deve sempre pensar e dizer boas palavras e sentir boas emoções.

4.3.3. Destruir

Na Fala, o Objetivo Destruir representa, os problemas orgânicos que surgem no transcorrer da vida no cristão, pelos referidos defeitos psicológicos. Esses problemas podem ser na visão, na audição, na fala, no sistema motor, no âmbito sexual, na área cerebral em geral, no campo psicológico, psíquico, e todos que envolvem o bom funcionamento e harmonia material e psicológica do respectivo humano. Esse objetivo pode gerar a morte material do ser humano.

Os elementos que envolvem o Objetivo da Destruição do defeito psicológico são: a calúnia, a injúria, a difamação, a delação, a crítica, a fofoca, a pornografia (palavras de baixo calão), a zombaria, o negativismo, e toda atitude e comportamento que promova na pessoa atacada a sensação de desvalorização moral.

A todo instante que, a nossa fala produz uma sensação de inferioridade a outra pessoa, ocorre em nós um colapso no nosso organismo. Que pode ser uma pequena dor de cabeça até dramas psíquicos ou traumas físicos. Semelhante a que descrevemos sobre a Tortura Psicológica.

Devemos sempre pensar e dizer boas palavras e sentir boas emoções.

"Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que granjeia bom nome, tudo o que é virtuoso, tudo o que é digno de louvor, seja o objeto dos vossos pensamentos" (Fp: 4, 8).

A Calúnia, referente à Destruição, é a afirmação falsa e ofensiva que fere a reputação de alguém (honra). É uma falsa ofensa criminosa¹.

As frases ou orações mais comuns promovidas pela fala na calúnia são: "Você é um ladrão!"; "Assassino!"; "Terrorista!"; "Corrupto!", e as demais que falsamente imputam na pessoa um crime, que é sabido que ele é inocente.

A Injúria ou insulto, referente à Destruição, é a agressão verbal a uma pessoa.

Os enunciados da Injúria que atentam contra a harmonia de uma pessoa são os que a machucam sentimentalmente, ou seja, o vulgo "tiração de sarro", "encher o saco", "incomodar" ou aquilo que leve a pessoa ao vexame ou a sua exposição ao ridículo.

"Ensinou também Jesus: Quem chamar ao seu irmão raca será submetido ao sinédrio. E quem lhe chamar doido será submetido ao fogo do inferno" (Mt: 5, 22).

A Difamação, referente à Destruição, é o ato de desonrar uma pessoa com uma ofensa não criminosa.

A Primeira Carta de Timóteo (3, 11) nos recomenda:

"As mulheres sejam dignas de estima, não difamadoras, sejam sóbrias, fiéis a todas as coisas".

As expressões difamatórias são as que ofendem a moral, o caráter, a honra de uma pessoa, como por exemplo, chamá-la de: vagabundo, safado, pilantra, déspota, "zero à esquerda", e outras atitudes e comportamentos que, chocam ou machucam moralmente alguém.





1. Artigo 138, do Código Penal Brasileiro.
Para não haver dúvidas: A injúria é quando um indivíduo incomoda uma pessoa com palavras, inconveniências, provocação, brincadeiras de mau gosto, ou seja, a ação de perturbar alguém, mas sem ofender. Quando ocorre a ofensa moral ela se torna uma difamação. E se, essas ofensas mentirosas envolvem alguma acusação criminosa infundada, torna-se uma calúnia.

A Delação é quando nós denunciamos um crime, um delito ou uma transgressão de alguém, sob o intuito de lucrarmos com essa revelação.

O livro de Eclesiástico (28, 15-19) condena a Delação:

"A língua malédica mandou muitos para o exílio e os dispersou de nação em nação; destruiu cidades fortes e arrasou as casas dos grandes".

Denunciar um criminoso ou um fato criminal com o intuito de se livrar de algo ou ter um ganho com esse ato, por meio da Fala promove a desgraça de um e a graça de outro. Mas, é válido denunciar um criminoso com o objetivo da preservação ou defesa da própria vida ou da alheia.

"Reconcilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás com ele a caminho, para que o adversário não te entregue ao juiz, o juiz ao oficial de justiça, e te recolham à prisão" (Mt: 5, 25).

A Crítica é o objeto da Destruição que promove a opinião invejosa; negativa; perversa; e interesseira de alguém para outrem, sem escrúpulos.

"Guardai-vos da inútil murmuração, e preservai a língua da crítica, pois a mais secreta palavra não passará sem efeito, e a boca mentirosa mata a alma" (Sab: 1, 11).

Não existe a crítica construtiva. Toda crítica é má, pois provoca mais danos que benfeitorias, para quem a recebe, pois ela somente vê a falha e o lado perverso da fala, segundo uma opinião subjetiva alheia.

"A boca do justo produz sabedoria em abundância, mas a língua perversa será exterminada" (Prov: 10, 31).

A Crítica tem como base a inveja e a avareza; logo, ela não é benéfica. Nós utilizamos o termo: construtivo, para amenizar o lado perverso da destruição que carregamos na nossa fala. Todas, às vezes, que criticamos algo, temos no nosso interior a clara manifestação - consciente, semiconsciente ou inconsciente - da nossa inveja (em desejar aquilo) e sustentado pela nossa avareza (de não querer se doar para aquilo que foi elaborado), por isso acabamos a criticar tal evento.

As nossas vidas são tão mecânicas, surdas e cegas que não conseguimos interpretar e compreender nossos próprios pensamentos e ações; e por isso, acabamos não vendo o que realmente e sinceramente fazemos com as nossas falas e palavras.

A Fofoca é a destruição realizada pela fala que gera intrigas, inquietações, separações, agressões e até a morte.

Falar de algo que não se viu, ou "papagaiar" assuntos que não se tem certeza causa danos irreparáveis a quem é lançada tais maledicências.

"E olha para não escorregardes acaso com a língua, e caias diante dos teus inimigos, que te armam ciladas, e venha a tua queda ser incurável" (Eclo: 28, 30).

A fofoca produz inúmeras ciladas, que nós quando fofocamos sobre algum assunto, mentimos para dar graça ou volume ao tema comentado. E com isso arruinamos ainda mais a nossa consciência.

A Pornografia é à parte da Destruição promovida pela fala que envolve as pronúncias de palavras de baixo calão (palavrões) e similares.

Paulo na carta aos Efésios (5, 3-4) nos adverte:


"A fornicação e qualquer outra impureza ou baixa cobiça, nem sejam sequer mencionadas entre vós, como é próprio de santos; nem haja linguagem torpe, conversações ou chistes grosseiros, todas essas coisas indecentes".

A Zombaria ou mofa, referente à Destruição, é o ato de debochar de algo: seja de uma pessoa, de um ambiente ou de uma situação alheia.

O deboche é um ato de desdém.

"Zomba cada um do seu próximo, e não falam a verdade. Ensinam a sua língua a proferir mentiras, andam-se cansando em praticar a iniqüidade" (Jer: 9, 3-5).

"Não vos crieis ilusões: de Deus não se zomba" (Gál: 6,7).

Nós, devido a nossa consciência tão adormecida e perturbada pelos defeitos psicológicos, em muitos momentos acabamos em zombar de Deus, dos nossos semelhantes, de nós mesmos, do ambiente em que vivemos e de tudo que possa estar ao nosso redor. E sofremos por isso, pois:

O que nós sentimos atraímos;
O que nós pensamos acontece; e
O que nós falamos materializa-se.

O Negativismo é a parte da Destruição, cujo objetivo na fala, envolve o nosso interesse particular, devido aos Defeitos Psicológicos, em provocar o desânimo, a descrença e a desmotivação em outras pessoas.

As falas do negativismo envolvem: "Não"; "Ih!"; "Sei lá!"; "Não vai dar certo!"; "Estou em dúvida"; "Acho"; "Estou receoso"; "Estou com medo"; "Não tenho certeza"; e, tantas outras expressões que apresentam nitidamente o lado desarmônico ou "negativo", do aspecto destrutivo da ação.

"Se tens inteligência, responde ao teu próximo: e se não, põe a tua mão sobre a tua boca, para que te não suceda seres apanhado numa palavra indiscreta, e caíres em confusão" (Eclo: 5, 14).

Roubar; Matar; e Destruir: esses são os objetivos dos defeitos psicológicos, os quais tenta a todo custo dominar por completo a nossa consciência humana, principalmente as Três Partes Divinas Conscientes (3%) - Pai, Filho e o Espírito Santo - que habita no nosso interior.

Os defeitos psicológicos atuam em nós devidos o pensamento desequilibrado e da fala inconsciente que temos e as impurezas do nosso coração.

A fala promove a construção, mas também a destruição. Tudo depende de como a utilizamos e de como queremos tratar a nossa Consciência.

"É melhor tropeçar no chão do que com a língua; do mesmo modo, a queda dos maus virá subitamente" (Eclo: 20, 20).












CAPÍTULO V

5. CONSCIÊNCIA


Consciência é a norma subjetiva e próxima da atividade do indivíduo. No seu significado ético consiste num juízo moral-prático acerca da liberdade e da ação humana. Mediante a Ética, a consciência se manifesta no ser humano.

"Digo a verdade em Jesus Cristo, não minto, disso dá-me testemunho a consciência no Espírito Santo" (Rom: 9, 1).

A Consciência pode ser imaginada como um grande edifício com 49 andares, divididos em quatro grandes blocos cada um, ou seja, 12 andares com seus quatro blocos. Sendo complementada com um fechamento superior: A Pedra Rejeitada (Mt: 21, 42) ².



49º Consciência Plena


37 º ao 48º Estágio Noesis

25º ao 36º Estágio Pistis

13º ao 24º Estágio Eikasia
1º ao 12º Estágio Limbus
"A cidade era quadrangular, o seu cumprimento era igual à sua largura. Mediu a cidade com a cana e tinha ela doze mil estádios de comprimento, e a largura e altura eram iguais" (Apoc: 21, 16)

LEVI (1993, p. 90 e 254) nos descreve a simbologia do triângulo:

A teologia católico-cristã ocidental reconhece esta concepção à qual denomina de Santíssima Trindade explicando que em Deus, que é UM, coexistem TRÊS aspectos que se manifestam no ato de Criação. Estes três aspectos são: Pai, Filho e Espírito Santo. Criador, Criatura e a Mente Una, esta última, que opera a união indissoluta dos dois primeiros. Quanto ao modo como Deus pode ser TRÊS EM UM, esta é uma questão cuja resposta é simplesmente inacessível à inteligência humana no seu estágio atual de evolução. Os teólogos chamam esta condição de inacessibilidade de "Mistério".

Uma vez que se admita DEUS TRÊS EM UM é preciso esclarecer que este é o estado do Ser Criador em circunstância de repouso, de não-criação. Os físicos contemporâneos afirmam, de forma semelhante, que o Universo existe em dois estados simultâneos que compreendem o SER e o NÃO-SER, ou ainda, Universo Objetivo e Universo Subjetivo. O triângulo com o vértice (ponta) para cima é uma representação geométrica de Deus em seu estado mais puro e elevado, sutil, abstrato, não manifestado. Quando Deus se manifesta ou cria, projeta suas infinitas possibilidades de SER em uma constituição densa, material, física, concreta, em uma escala ontológica (de formas de ser) que compreende diferentes graus materialidade. Retomando a análise do triângulo: voltado para cima, representa Deus em sua misteriosa condição de Trindade, a Realidade Celestial ou Espiritual.

A construção deste edifício se deu pela análise do número (12) como básico em várias passagens bíblicas, e somando-se a ele o número (1), como sendo o Nosso Senhor Jesus Cristo ? detentor da Consciência Plena: Jesus e os doze apóstolos: as 13 Pedras Fundamentais.
Assim obtivemos o total de 49 andares nesse respectivo caminho à Consciência Pura, isto é, 100% de consciência real, e não apenas 3% como a temos atualmente.
"Dai graças a Deus, a quem conforme já aos meus progenitores sirvo com consciência pura, enquanto, sem cessar dia e noite, lembro-me de ti nas minhas orações" (2 Tim: 1,3).

Na palavra Consciência tem a união das palavras "com" mais "ciência", significando a presença da ciência junto à mente, ou seja, a pura convicção de tudo que se faz, sente e pensa.

Essa consciência com o formato quadrangular (simbólico), localiza-se no interior das pessoas e são divididos em quatro blocos, conhecidos como estágios, os quais se envolvem em quatro andares respectivamente.

5.1 Limbo

O primeiro estágio se chama Limbo.

Limbo, referente à Fala, é uma fímbria, isto é, uma área inicial da Consciência. Nela ocorrem as oscilações do inconsciente com o lampejo da consciência. Compara-se aos primeiros anos de vida de uma criança, quando tudo é novo e estranho.

A confusão é imensa. A indecisão paira nesses doze andares iniciais.

O Salmista (52, 1-4) relata este estágio:

"A maquinar ruínas estás o dia todo; qual navalha afiada é a tua língua, ó artífice de enganos. Ama o mal de preferência de perdição, língua pérfida!".

Na Fala, esse estágio promove pensamentos e falas de baixo calão; palavras destrutivas, mentirosas, abomináveis, irônicas, falsas, inconsistentes, fraudulentas, vingativas, cruéis, "maquiavélicas", e as que envolvem a inferioridade moral e ética do ser humano.

Limbo é considerado um estágio da Consciência com atitudes e comportamentos adormecidos e ignorantes.

"Jesus dizia: Perdoa-lhes, Pai, porque eles não sabem o que fazem!" (Lc: 23, 34).


5.2 Eikásia

O segundo estágio se chama Eikásia.

Eikásia, referente à Fala, é a suposição que surge como um princípio de noção de consciência. Tendo como ambientes propícios às ilusões, tentações, apegos e imaginação geral (fantasiosa). É o universo dos "achismos": mãe das incertezas. Uma área, onde sendo superior a do Limbo, mas ainda bastante inferior ao esperado. A incerteza paira nesses andares.

O ser humano no seu "achismo" de ter uma consciência acaba a operar no mau e arruinar-se, bem como, ao seu próximo e ao ambiente em que vive (Prov: 11, 9).

Na Fala, esse estágio promove pensamentos e palavras referentes aos prazeres, à libido, à selvageria, às intrigas, às invejas, às necessidades fisiológicas; e, toda atitude e comportamento que envolve o lado instintivo: animal do ser humano.

As mentiras (perfeita e imperfeita), a pseudoverdade e a semiverdade estão presentes nesses andares.

"Meu filho, atende à minha sabedoria, inclina o teu ouvido à minha prudência, a fim de conservares as suas reflexões e manteres em teus lábios a ciência. Os lábios do inimigo destilam mel, e a sua boca é mais suave do que o azeite, mas o seu fim é amargo como absinto, pungente como espada bigume" (Prov: 5, 1-6).

5.3 Pistis

O terceiro estágio ou bloco se chama Pistis.

Pistis, referente à Fala, é o mundo dos sentimentos, dos afetos, das crenças, dos fanatismos, dos medos, dos misticismos e das coincidências. Ele é um estágio de transição, ou seja, as pessoas oscilam nesse bloco tanto para os andares superiores, quanto aos inferiores.

O trabalho para a melhoria da consciência é bastante árduo e constante, mas ocorrem desânimos, inquietações, incertezas, dificuldades, que promovem a queda de consciência da pessoa labutadora. Qualquer deslize provoca o desmoronamento nesse bloco.

"Feliz o homem que não pecou pelas suas palavras, que não é atormentado pelo remorso do erro" (Eclo: 14, 1).

Neste estágio se encontra em seus andares fagulhas da verdade, mas enfeitada com mistificações, misticismos, crédulos, religiosidades, moralismos confusos, sabedorias infundadas e profanas, "egos" inflamados, intelectualidade, genialidade, etiqueta, vaidades, e, toda a atitude e comportamento que envolve falas, referente à própria pessoa.

Pistis é o estágio das confusões e do pseudomoralismo.
A Primeira Carta de João (4, 20-21) nos adverte que:

"Se alguém disser: Amo a Deus e odiar seu irmão, é mentiroso. Em verdade, quem não ama a seu irmão, que vê, não pode amar a Deus, que não vê; e este mandamento recebemo-lo dele: quem ama a Deus, ame também a seu irmão" (1 Jo: 4, 20-21).

5.4 Noesis

O quarto estágio se chama Noesis.

Noesis, referente à Fala, é o estado da Razão; compartilha o racionalismo, a prudência, a justiça, e a eficácia: o equilíbrio. São os andares preparatórios para a Consciência Plena.

Este estágio é o resultado do árduo sacrifício pela melhora dos atos e comportamentos do ser humano, o qual é obtido, por meio da Higiene na Linguagem. Não é difícil cair desses andares, ao contrário. O difícil é adentrar-nos nos mesmos.

A Higiene é fundamental para o trabalho que, as pessoas devem realizar para atingir o estágio da Consciência Plena, a envolver diretamente as suas atitudes e os seus comportamentos.

A Consciência, esta grande construção, é constituída pelos 12 apóstolos (pedras), com as suas respectivas características e níveis de consciência atuantes. Sendo que, em todos os blocos há a presença do Defeito Psicológico, metaforizado pela trindade maléfica: Pôncio Pilatos, o Trio Heródes e Judas Iscariotes.

Por isso, a Consciência Plena é obtida somente no 49º andar, onde se encontra o Senhor Jesus Cristo, o Grande Mestre (a pedra mestra).


5.5 Apostolado

A palavra "apóstolo", de origem grega, comporta no Novo Testamento dois sentidos bem diferentes: "Mandatário revestido de autoridade delegada"; e "Enviado". Normalmente, porém, reservam-se para designar um terminado grupo de pessoas, os 12 colaboradores de Cristo.

Para o ser humano ter a Consciência Plena há necessidade do apostolado, e transpor todos os níveis necessários. Os 12 trabalhos constituem o núcleo e o fundamento da Consciência nascente.

"A muralha da cidade tinha por fundamento doze pedras, sobre as quais estavam doze nomes, os doze apóstolos do Cordeiro" (Apoc: 21, 14).

Existem algumas características para cada pedra ou apóstolo, que constroem essa pirâmide (Consciência), são elas:

PEDRO
Estágio: Limbo

"Desde então começou Jesus a mostrar aos seus discípulos que convinha ir a Jerusalém, e padecer muito dos anciãos, e dos principais dos sacerdotes, e dos escribas, e ser morto e ressuscitar ao terceiro dia. E, Pedro tomando-o de parte, começou a repreendê-lo, dizendo: Senhor tem compaixão de ti; de modo nenhum te acontecerá isso. Ele, porém, voltando-se disse a Pedro: Para trás de mim Satanás, que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só a que são dos homens" (Mt: 16, 21-23);

Estágio: Eikasia

"E quando acabou de falar, disse a Simão: Faze-te ao mar alto, e lançai as vossas redes para pescar. E, respondendo Simão, disse-lhe: Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos; mas, sobre tua palavra, lançarei a rede" (Lc: 5, 4-5);
Estágio: Pistis

"Mas Pedro, respondendo, disse-lhe: Ainda que todos se escandalizem em ti, eu nunca me escandalizarei" (Mt: 26, 31-34); e,

Estágio: Noesis

"E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo" (Mt: 16, 16-19).

ANDRÉ
Estágio: Limbo

"Falou a Jesus um de seus discípulos, André, o irmão de Simão Pedro: "Está aqui um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixes; mas que é isso para tanta gente?"" (Jo: 6, 8-9)

Estágio: Eikasia

"Sentando-se no monte das Oliveiras, em frente do templo, Pedro, Tiago, João e André perguntaram a Jesus em particular: Dize-nos quando acontecerão essas coisas e qual o sinal de quando tudo isso esteja para ser cumprido" (Mc: 13, 3-4).
Estágio: Pistis

"Entre os que tinham subido para adorarem por ocasião da festa, havia também alguns gentios. Acercaram-se eles de Filipe, que era de Betsaida da Galiléia, e fizeram-lhe este pedido: "Senhor, nós desejaríamos ver Jesus". Filipe vai dizê-lo a André. Depois André e Filipe vão dizê-lo a Jesus"" (Jo: 12, 20-22).

JOÃO E TIAGO
Estágio: Limbus

"Prosseguindo um pouco, Jesus viu a Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam também no barco a consertar as redes. E chamou-os logo" (Mc: 1, 19-20).

Estágio: Eikasia

"Como estivesse a chegar o tempo de ser levado deste mundo, tomou Jesus a firme resolução de se dirigir para Jerusalém. Mandou, portanto, mensageiros a sua frente, os quais, pondo-se a caminho, entraram numa povoação de samaritanos, a fim de lhe prepararem hospedagem. Estes, porém, não o receberam, porque se dirigia para Jerusalém. Ao ver isso, disseram os discípulos Tiago e João: "Mestre, queres que invoquemos que desça fogo do céu e os destrua?" Mas Jesus, voltando-se, repreendeu-os. E partiram para outra povoação"" (Lc: 9, 51-56).

Estágio: Pistis

"Chegaram a um lugar, de nome Getsêmani e disse aos seus discípulos: "Sentai-vos aqui enquanto eu estarei a orar". Tomou consigo a Pedro, Tiago e João e começou a aterrorizar-se e a angustiar-se"" (Mc: 14, 32-33).




Estágio: Noesis

"Seis dias depois, Jesus tomou consigo a Pedro, a Tiago e a João e levou-os, só a eles, à parte a um monte alto. E transfigurou-se diante deles" (Mc: 9, 2-5).

FILIPE
Estágio: Limbus

"No dia seguinte, Jesus resolveu ir para a Galiléia, e, encontrando Filipe, diz-lhe: Segue-me". Filipe era de Betsaida, terra de André e de Pedro" (Jo: 1, 43-44).
Estágio: Eikasia

"Erguendo então Jesus os olhos e vendo a grande multidão que viera a ele, diz a Filipe: Onde compraremos pão para que estes tenham o que comer?" Dizia isto para pô-lo à prova, pois quanto a ele, sabia já o que ia fazer. Respondeu-lhe Filipe: "Duzentos denários de pão não bastariam, para receber cada qual um pouquinho" (Jo: 6, 5-7).

Estágio: Pistis

"Diz-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta". Responde-lhe Jesus: "Há tanto tempo estou convosco, e não me conheces ainda, Filipe? Quem me vê, vê também o Pai" (Jo: 14, 8-9).

BARTOLOMEU (Natanael)
Estágio: Limbus

"Disse-lhe Natanael: Donde me conheces tu? (Jo: 1, 48).
Estágio: Eikasia

"Disse-lhe Natanael: Pode vir alguma coisa boa de Nazaré?" (Jo: 1, 46).

Estágio: Pistis

"Natanael respondeu, e disse-lhe: Rabi, tu és o filho de Deus, tu és o rei d'Israel" (Jo: 1,49).

TOMÉ
Estágio: Limbus

"Diz-lhe Tomé: "Senhor, não sabemos para onde vais. E como podemos saber o caminho? (Jo: 14, 5).

Estágio Eikasia

"Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Dizem-lhe, pois, os outros discípulos: "Vimos o Senhor". Ele, porém, respondeu-lhes: "Se não vir a abertura dos cravos em suas "mãos", e não puser o dedo no lugar dos cravos e não colocar a mão em seu lado, não acreditarei"". (Jo: 20, 24-25).

Estágio: Pistis

"Tomé, chamado Dídimo, disse aos companheiros: "Vamos também nós, para morrermos com ele"" (Jo: 11, 16).



MATEUS (Levi)
Estágio: Limbus

"Jesus viu sentado ao banco dos gameleiros um homem chamado Mateus e disse-lhe: "Segue-me". E ele levantou-se e seguiu-o" (Mt: 9, 9).

Estágio: Eikasia

"Ofereceu-lhe Levi, em sua casa, um grande banquete, e havia grande número de publicanos, e de outros, que estavam com eles à mesa" (Lc: 5, 29).

Estágio: Pistis

"Enquanto Jesus estava jantando na casa de Levi, muitos cobradores de impostos e pecadores estavam assentados à mesa com Jesus e seus discípulos, pois eram muitos os que tinham seguido" (Mc: 2, 15).

Esses são alguns exemplos referentes aos apóstolos, notando-se a ausência de Tiago (o menor), Judas Tadeu, Simão (zelador), incluindo-se ainda Matias e Paulo de Tarso; demonstrando que, cada um deles tem na grande obra e nos respectivos estágios de consciência, as suas atividades.

"Tendo convocados os doze discípulos, Jesus deu-lhes poder e autoridade sobre todos os demônios, e para curarem enfermidades" (Lc: 9, 1).

Como, Pedro, o grande escolhido para a Igreja do Senhor, passou por diversos momentos de sua consciência até atingir o seu ápice, e assim, a sua sublimação. Temos também na Grande Construção ? Consciência -, em seus quatro blocos, a presença do defeito psicológico: o Tentador -, o qual tem por objetivo fazer que nós que labutamos para o sucesso caiamos aos níveis inferiores ou permaneçamos neles.

Os defeitos Psicológicos, para tanto, têm consigo nos respectivos andares e blocos, a presença do trio maligno metaforizado em: Judas, o Iscariotes; Pôncio Pilatos e o Trio Herodes. O símbolo do roubar, destruir e matar respectivamente.

A Consciência Plena (Jesus Cristo) nos orienta em Lucas (22, 22) e João (6, 70-71), respectivamente:

"Disse Jesus a seus discípulos: "O Filho do homem se vai, conforme está escrito; mas ai daquele homem por meio do qual vai ser traído!".

"Respondeu Jesus a seus discípulos: "Não vos escolhi em número de doze? Contudo um de vós é um demônio!..." .

5.6 Traidores

JUDAS ISCARIOTES
Estágio: Limbo

"Seis dias antes da Páscoa, veio Jesus a Betânia, onde estava Lázaro que ele ressuscitara dos mortos. Ofereceram-lhe lá uma ceia. Marta o servira e Lázaro era um dos que estavam com ele à mesa. Então Maria, tomando uma libra de perfume de nardo genuíno, de alto preço, ungiu os pés de Jesus e enxugou-os com os seus cabelos. A casa se encheu com a fragrância do perfume. Nisto Judas Iscariotes, um dos seus discípulos, aquele que estava para o trair, protestou: "Por que não se vendeu este perfume por trezentos denários e não porque se importasse com os pobres, mas porque era ladrão e, estando a seus cuidados a bolsa, tirava do que nela depositava-se" (Jo: 12, 1-6).




Estágio: Eikasia

"Um dos doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os sumos sacerdotes e perguntou-lhes: "Que me quereis dar e eu vô-lo entregarei?" (Mt: 26, 14-15; Mc; 14, 10-11; Lc: 22, 4-6).
Estágio: Pistis

"Porventura sou eu, Mestre? (Mt: 26, 25).

Estágio: Noesis

"Pequei, traindo sangue inocente" (Mt: 27, 1-5).


PÔNCIO PILATOS
Estágio: Limbus

"E disse Pilatos aos principais dos sacerdotes, e à multidão: Não acho culpa alguma neste homem" (Lc; 23, 4 e 22).

Estágio: Eikasia

"Disse-lhe Pilatos: "Não me falas a mim? Não sabes tu que tenho poder para te crucificar e tenho poder para te soltar?" (Jo: 19, 10).

Estágio: Pistis

"Eu sou inocente do sangue deste justo: considerai isso" (Mt: 27, 24).

Estágio: Noesis

"... O que escrevi, escrevi" (Jo: 19, 19-22).

TRIO HERODES (*)
Herodes, o Grande (37 aC. a 4 dC.)
Herodes Antipas (4 dC a 37 dC)
Herodes Agripa I (37dC a 44 dC)

Estágio: Limbos

"Então Herodes, o Grande, tendo chamado secretamente os amigos, procurou saber deles, com exatidão, o tempo em que a estrela lhes tinha aparecido, e, enviando-os a Belém, disse-lhes: "Ide e informai-vos diligentemente do menino e, quando o tiverdes encontrado avisai-me para eu ir também adorá-lo"" (Mt: 2, 7-8).

Estágio: Eikasia

"Então Herodes, o Grande, ao ver-se iludido pelos magos, enfureceu-se em extremo e mandou trucidar todos os meninos de Belém e seu território, de dois anos para baixo, segundo o tempo que tinha indagado dos magos. Cumpri-se então o que foi dito pelo profeta Jeremias: "Ouvi-se um grito em Rama, choro e grande pranto: é Raquel que chora os seus filhos e não admite consolação porque não existem" (Mt: 2, 16-18).






(*) Existiram cinco Heródes, mas aqui não estão o Heródes Filipe e o Heródes Agripa II, pois não tiveram participação nos respectivos eventos. (EDIPE, 1991).
Estágio: Pistis

"Por volta desse tempo, Herodes (Agripa I) resolveu perseguir alguns da Igreja, e matou a espada Tiago, irmão de João" (At: 12, 1-2).

Estágio: Noesis

"Herodes (Antipas) dizia: "A João o mandei eu decapitar; quem é, portanto, esse de quem ouço dizer tais coisas?"" (Lc: 9, 9).

Os traidores, por meio dos defeitos psicológicos, tentam a todo custo: roubar, destruir e matar, o ser humano, para que ele não tenha acesso à Consciência Plena.

Roubar, matar e destruir o ser humano, tanto material, psicológica, como espiritual, são os objetivos dos defeitos psicológicos, os quais não medirão esforços para atingi-los. Mesmo que para isso sejam autodestruidores. Para eles tanto os fins como os meios justificam os seus fins.

"Deus meu, glória minha, não vos quedeis mudo, enquanto contra mim abrem a boca maldosa e pérfida, e usam comigo a linguagem da perfídia. Cercam-me com palavras de ódio, e sem motivo me hostilizam. Em troca do meu afeto, apresentam acusações, e eu me vejo obrigado a tomar a defesa; pagam-me o bem com o mal, e o amor com o ódio" (Sl: 109, 1-5).








CAPÍTULO VI

6. PENSAMENTO: A Base da Palavra


Antes de falarmos pensamos; mesmo que não nos lembremos disso. Tudo passa pelo cérebro. Infelizmente, a maioria são ações inconscientes e semiconscientes (mecânicas).

O pensamento é rápido, dinâmico e mutável. É a fala inaudível, ou seja, quando pensamos falamos, mas somente nós ouvimos.

O ser humano sempre pensa antes de falar, mesmo que ele não se lembre. Talvez, não refletiu sobre o que ia dizer, mas que pensou, pensou, pois a palavra vem do sentimento (coração) e passa, às vezes, pela razão (reflexão) e é exalada por meio da linguagem verbal ou não-verbal.

Quando passa pela mente (razão) ocorre à análise, a reflexão. Mas, quando não passa, torna-se uma maledicência. Isso ocorre, porque a razão é um filtro moral e ético: uma característica do nível de consciência de cada pessoa (Noesis). A não filtragem provoca nas palavras oriundas do coração (sentimento-emoção) o atravessar imediato do pensamento e são transmitidas instantaneamente pela fala, gestos, sons e sinais e afastam o ser humano de Deus (Mt: 15, 18-19).

"Os juízos tortuosos afastam de Deus" (Sab: 1, 3).

Para nós falarmos palavras conscientes, há necessidade de termos pensamentos equilibrados, e para tal um coração puro.

"Viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra, e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era má continuamente" (Gên: 6, 5).

As Palavras Conscientes são aquelas que, quando são proferidas resultam na harmonia de quem as recebe. Não são palavras boas ou más. São pronúncias necessárias para o momento, e suas combinações energéticas (sonoridade) proporcionam um bem estar geral.

Isaias (55, 10-11) ratifica o enunciado anterior:

"Assim como a chuva e a neve do céu descem e não voltam para lá sem terem antes irrigado a terra, e a terem fecundado e feito germinar e dar semente ao semeador e pão para comer, assim será da palavra que sair da minha boca; não voltará a mim vazia mas, antes, operará tudo o que me agrada, e obterá o escopo para o qual a enviei".

O Pensamento Equilibrado provém do exercício regular do relaxamento, da concentração e da meditação.

A prática do relaxamento, concentração e meditação envolvem a disciplina como medida necessária para a obtenção dos resultados para o equilíbrio do pensamento. Sem essa prática, a nossa mente e o nosso coração se tornam confusos e indeterminados entre si, a promover assim, pensamentos e emoções desequilibrados ou inconscientes.

"Aquele que ama a disciplina, ama a ciência: mas o que aborrece as repreensões, é um insensato" (Prov: 12, 1).


6.1 Relaxamento

O Relaxamento é o ato e o comportamento que envolve a mente e o corpo respectivamente. Relaxar é repousar a mente e o corpo.

O Salmista (4, 4) nos orienta ao silêncio na nossa cama:
"Irai-vos e não pequeis; falai com o vosso coração na vossa cama, e calai-vos".

O relaxamento é uma oração:

"Ensinou Jesus: Quando orardes, entra no teu quarto, fecha a porta e ora ao teu Pai que está presente em lugar secreto. E teu Pai, que vê o que é secreto, recompensar-te-á" (Mt: 6, 6).

O relaxamento envolve o trabalho com a respiração e a imaginação concomitantemente. A prática do relaxamento não é algo fácil, por isso há necessidade da disciplina, a qual valorizada nos promove um bem estar físico-mental.

Devido à vida tão agitada e complexa que hoje em dia é proporcionada a nós, ocorre certa dificuldade na prática do relaxamento, por isso, inicialmente o relaxamento deve ser realizado no período do repouso (hora de dormir).

Um bom banho morno nos auxilia nas preliminares do relaxamento.

Existem várias maneiras que podemos fazer o relaxamento físico-mental. Citamos um exemplo:

Devemos estar deitados de barriga para cima ? posição dorsal ? na nossa cama, com as pálpebras fechadas, braços e pernas estendidas. A respiração é realizada pelas narinas e exalada pela boca bem suave e profundamente.

Após alguns curtos minutos, a imaginação deve ser praticada.

"... pois como imaginou na sua alma, assim é;" (Prov: 23,7).

Devemos imaginar a cor azul celeste que passa a iluminar todo o nosso corpo, a iniciar pelos pés, a passar pelas pernas, área genital, estômago, tórax, braços, mãos, pescoço, face até os cabelos. Todo o corpo deve estar revestido pela referida cor azul.

Tal imaginação deve ser praticada constantemente até conseguirmos o domínio do referido azul em todo o nosso corpo.

A referida cor deve estar presente em todos os detalhes possíveis, mediante a nossa imaginação, no nosso corpo.

Após, trabalharmos incessantemente esse ou outro exercício que produz em si o relaxamento deverá passar para o próximo passo: a Concentração.

6.2 Concentração

A Concentração envolve o trabalho com a mente centrada (mentalização) num único ponto.

Como o Relaxamento, existem vários exercícios para o aprimoramento da concentração; a seguir, demonstramos um deles:

Após o Relaxamento e com os exercícios respiratórios atuantes (nariz e boca), devemos imaginar o nosso coração e procurar ouvi-lo bater. Sempre que a mente fugir do seu objetivo, devemos retomá-la e reiniciar a imaginação imediatamente, no seu foco de concentração (o coração).

A partir do momento que, assim o conseguirmos, deve procurar por meio das batidas dele (coração) realizar uma viagem (imaginação) ao interior do mesmo e adormecer com essa imaginação, ou seja, dormir, imaginando que estamos passeando por dentro dele.

Outra atividade que também pode ser realizada é concentrarmo-nos no nosso coração, ouvirmos as suas pulsações e nesse ínterim pensarmos naquilo que deseja conquistar (ter ou ser) ou em momentos agradáveis que desejamos sentir e apreciar. Adormecendo com essa imaginação.

A disciplina e a prática constante farão de nós, seres, com uma ótima concentração e com isso uma muralha de autoproteção.

"Os bens do rico são a sua cidade fortificada, e como uma muralha na sua imaginação" (Prov: 18, 11).

A partir deste momento poderemos passar para o próximo passo: a Meditação.

6.3 Meditação

Meditação é o ato de pensar em nada. O silêncio da mente.

Observe este paradoxo: - Como não pensar em nada, se o nosso cérebro emana milhões de pensamentos diariamente automaticamente?

A meditação não é praticada, e sim alcançada. Com o sucesso da Concentração ocorre a Meditação, que é o ligamento e o desligamento do mundo físico. Nós estamos e não estamos presentes, ou seja, estamos no meio do pêndulo: no ponto de equilíbrio.

No nada se encontra o tudo: o vácuo iluminado.

O vácuo, na Física, é a ausência de matéria (como moléculas e átomos) em um volume de espaço, ou seja, as trevas.
Quando alcançamos à meditação, defrontamo-nos com as trevas. Mas, ocorre o milagre divino: Deus faz a Luz.

"Pois Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, é quem brilhou em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Crsto" (2 Cor: 4, 6).


Meditar é procurar a Deus.

"Buscai o Senhor enquanto ele se deixa encontrar, invocai-o, enquanto está perto" (Is: 55, 6).

Na Meditação, localiza-se o ponto de equilíbrio; promovem-se assim, o pensamento equilibrado, logo, palavras conscientes e um coração puro.

"Louvai ao Senhor que me aconselha; até de noite o meu coração me ensina" (Sl: 16, 17).

6.4 Dificuldades para Relaxar e Concentrar

Poderão existir momentos de grandes dificuldades para relaxarmos e concentrarmos no nosso coração, devido a atuação dos defeitos psicológicos, os quais, por meio de inúmeros pensamentos e sentimentos, irão perturbar-nos.

A mente é como um animal selvagem que precisa ser domada para obedecer.

Inclusive, isto é simbolizado na passagem bíblica na qual o grande mestre Jesus entra em Jerusalém montada sobre o asno, o burrico. Se quisermos entrar na Jerusalém celestial, nas dimensões superiores da natureza invisível, devemos montar domar e controlar o asno, ou seja, a mente (Mt: 21, 7-11).

Para isso, devemos utilizar recursos psicológicos, para dominá-la. Um deles são os Koans¹.


Um koan é uma frase enigmática que tem como objetivo propor um problema à mente que ela não consegue resolver.




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Conforme a mente se cansa, ela se aquieta até ficar em completo silêncio.


Dessa forma fazemos com que a mente se canse procurando uma resposta que ela não pode encontrar, uma vez que a resposta para um koan está além da mente, em um nível superior.

Esse é o objetivo do koan: silenciar a mente e ao mesmo tempo atrair levemente o sono.

Quando adormecemos, mesmo que por um breve instante, com a mente em silêncio, é que vivemos a experiência da Meditação.

Pode-se fazer uma das seguintes perguntas à mente:


- "Quem é aquele que está só no meio de dez mil coisas?" ou

- "Se tudo se reduz à unidade, a que se reduz a unidade?"

Depois de lançar o koan para a mente responder deve-se concentrar esperando a sua resposta, ouvindo as pulsações de seu coração.

Dessa forma, mantemos a mente "pressionada" a trazer a resposta até ela se cansar e ficar em silêncio, ou seja, os nossos defeitos psicológicos se aquietam.

A mente é claro, tenderá a não obedecer, a trazer respostas erradas (pois ela não conhece a resposta para um koan) ou desviar para outros pensamentos.

Por isso deve-se insistir para que ela obedeça e traga a resposta para o koan.

Se a mente insiste em desviar para outros pensamentos seja imperativo com ela dizendo mentalmente: Fora! Não é isso que estou procurando!

Em seguida volta a se concentrar esperando a resposta.

Lembre-se: qualquer resposta trazida pela mente estará errada, pois ela jamais pode conhecer algo que está além dos afetos e da mente.

A prática do relaxamento e da concentração deve respeitar os nossos limites, ou seja, começar praticando por pouco tempo e, gradativamente, aumentarmos o tempo da prática.

Se forçar à concentração por longo tempo logo de início, pode ser que ocorram dores de cabeça ou mesmo tontura.

É importante que se pratiquem essas técnicas com continuidade, preferencialmente todos os dias, pois é dessa forma que se obtêm resultados.

A ausência da prática do Relaxamento, da Concentração e da Meditação promove uma grande manifestação dos defeitos psicológicos, que atuam na nossa mente, os quais provocam à desordem, o desequilíbrio, a confusão dos pensamentos oriundos do nosso semiconsciente e inconscientes.

6.5 Coração

"Ensinou Jesus: "O homem de bem, do bom tesouro do seu coração, tira coisas boas, e o mau, do mau tesouro, tira coisa más, porque a boca fala daquilo que o coração está cheio" (Mt: 15, 9; Lc: 6, 45; Rom: 1, 21 e 24; 2, 5; 6, 17; 2 Cor 2, 4; e 2 Tim 2, 22).

O coração, segundo a Bíblia, tem vários significados:

O Próprio Órgão do Corpo (2 Rs 9, 24):

"Jéu já tinha retesado o arco com a mão e atingiu Jorão entre as espáduas. A flecha lhe varou o coração e ele tombou no carro".

A Sede da Vida Corpórea (Rom: 16, 18):

"Os que causam dissensões e escândalos não servem a Cristo, nosso Senhor, mas ao próprio ventre, e, por meio de uma linguagem suave e lisonjeira, seduzem os corações dos simples".

A Sede da Vida Sensitiva ou Afetiva (Rom: 9, 2):

"Eu, Paulo, sinto grande tristeza e dor incessante no meu coração".

A Sede da Vida Intelectiva (1 Rs: 3, 10-12):

"Deus se agradou da oração de Salomão e disse-lhe: "Porque pediste tal coisa e não pediste para ti vida longa, nem riquezas, nem a morte de teus inimigos, mas somente saberes compreender o direito, eis que faço como pediste-me: concedo-te um coração sábio e perspicaz, de sorte que jamais houve quem te igualasse, antes de ti, nem depois de ti surgirá outro igual" .

A Sede da Vida Volitiva (Sl: 57, 7):

"Pronto está o meu coração, ó Deus, pronto está o meu coração".

A Sede da Vida Moral (Gên: 6, 5):

"O Senhor viu que a maldade do homem era grande sobre a terra e que todos os instintos e propósitos do seu coração estavam continuamente voltados para o mal".

A Sede da Lei Natural (Rom: 2, 14-16):

"Quando os gentios que não têm lei, cumprem, pela luz natural, aquilo que a lei ordena, sem terem a lei, são leis para si mesmos. Eles mostram a ação da lei gravada nos seus corações, como os atestam a sua consciência e as reflexões, que vez por vez, acusam-los ou também defendem-los conforme se fará no dia em que Deus julgar, por meio de Jesus Cristo, as ações secretas dos homens, segundo o meu Evangelho".


A Sede da Revelação Sobrenatural (Prov: 7, 1-3):

"Meu filho, guarda as minhas palavras e esconde dentro de ti os meus preceitos. Observa os meus mandamentos e então viverás, e os meus ensinamentos como a pupila dos teus olhos. Prende-os aos teus dedos, escreve-os na tábua do teu coração".

A Sede da Atitude e Comportamento Religioso (Rom: 5, 5; 10,9):

"O amor de Deus se encontra largamente difundido nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado".

A pureza e a impureza têm na Bíblia não apenas um sentido simbólico e eterno, mas principalmente um aspecto ético e interior constituído de uma defesa contra o paganismo e o pecado. Não se trata, porém, de pureza ou impureza moral, mas sim ritual. Deus é a santidade e a pureza por excelência, o qual exige, portanto, uma semelhança da parte das suas criaturas.

Para haver a purificação do coração do ser humano; a Bíblia Sagrada comporta e orienta atitudes e comportamentos para atingir esse feito.

6.5.1. Meios de Purificação do Coração

Para que possamos ter um coração puro, para dar ênfase ao pensamento equilibrado e às palavras conscientes, devemos procurar entender os meios de purificação, segundo a Bíblia Sagrada.

Eles são caracterizados como: o Fogo; a Água; o Sangue de Cristo; a Palavra de Deus; o Batismo; o Voto de Fé; a Esperança em Cristo; e a Oração.

O Fogo se caracteriza pelas provações e transformações exercidas pela própria existência em nós - seres humanos, por meio das nossas Vidas.
Livro de Números (31, 21-23) nos orienta:

"O sacerdote Eleazar disse aos homens que tinham voltado da guerra: "Eis uma prescrição legal que o Senhor ordenou à Moisés: - O ouro, a prata, o cobre, o ferro, o estanho, o chumbo e tudo que resiste ao fogo, fá-lo-eis passar pelo fogo e será puro, depois de ter sido purificado com água lustral"".

Tudo o que passamos em nossas vidas têm uma finalidade divina, ou seja, uma permissão de Deus, tantos os momentos agradáveis como os desagradáveis. Infelizmente pela falta de consciência desperta, não conseguimos compreender ou interpretar o que nos passa, principalmente nos momentos ruins.

A Água se caracteriza pelas graças e as bênçãos que recebemos em nossa própria existência.

No livro de Números (31, 23; 8, 6-7; 19, 6-12) encontramos:

"Tudo aquilo que não resiste ao fogo, fá-lo-eis passar pela água".

Tudo o que temos é do nosso próprio mérito, ou seja, pedimos em algum momento de nossa existência. Tanto os bons momentos quanto os ruins. Infelizmente não nos recordamos o exato momento em que solicitamos a Deus tal episódio para comprovarmos esta veracidade.

Por isso, devemos sempre agradecer a Deus por tudo o que temos, somos e vivemos nessas nossas vidas.

Devemos aprender a agradecer e não praguejar as coisas ruins que recebemos. Como a água mata a sede, a enchente mata as pessoas. Todas as duas são a mesma água.

Mas, é tão difícil pensar em agradecer a Deus, quando nos ocorre uma desgraça. Isso acontece porque os nossos inúmeros defeitos psicológicos dominam a nossa consciência. Por isso, devemos lutar e tentar compreender o que nos ocorre, para assim acabarmos sempre a agradecer a Deus por tudo aquilo que Ele nos dá, seja graças e bênçãos, como desgraças e maldições.

"Dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo" (Ef: 5, 20).

Lembre-se do fogo: tudo é um processo evolutivo. Tanto os ganhos como as perdas.

O Sangue de Cristo se caracteriza pela purificação realizada pela transformação no novo ser humano, por meio da morte do Cristo e da remissão dos pecados do velho ser humano.

"Cristo, tendo vindo como sumo sacerdote dos bens futuros, por meio do maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos de homens, isto é, não deste mundo, nem com sangue de bodes ou de vitelos, mas com o próprio sangue, entrou, uma só vez por todas, no santuário, depois de ter alcançado uma redenção eterna. Se, com efeito, o sangue de bodes e de touros e a cinza de uma novilha aspergida sobre os impuros dá a santidade de uma pureza material, quanto mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, ofereceu-se a si mesmo, vítima sem mácula, a Deus, purificará a vossa consciência das obras mortas para vos oferecerdes ao culto do deus vivo? (Hb: 9, 11-14; 1 Jo: 1, 7; Apoc: 7, 14).

Quando nós aceitamos Cristo, como nosso Salvador e começamos a vivenciar à Palavra de Deus, mesmo que vagarosamente, iniciamos uma transformação em nossa consciência. Com isso ocorrerá, em nós, uma mudança interna, a refletir em nossa aparência externa (nova, irradiante) e atitude e comportamento pessoal (dignidade). Diferente daqueles que se dizem cristãos da boca para fora e têm atitudes e comportamentos piores do que outras pessoas que desconhecem a Cristo.

A Palavra de Deus se caracteriza pela leitura e a prática dos ensinamentos bíblicos.

O Evangelho segundo João (15, 3), ratifica o enunciado:

"Disse Jesus a seus discípulos: Vós estais já puros, por causa da palavra que vos disse".

Deus nos transmitiu, por meio de seus mediadores, a Doutrina Cristã, cuja leitura cabe somente a nós, isto é, devemos compreendê-la e praticá-la para purificação do nosso coração.

O Batismo se caracteriza pelo renascimento do ser humano, por meio da ação da água e do fogo ao mesmo tempo.

O Batismo pode se dar em três momentos da nossa existência:

1º) No nosso nascimento (Mt: 28, 19):

"... batizando-os em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo".

2º) No nosso casamento (Ef: 5, 25-26):

"Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e entregou-se por ela, a fim de a santificar, purificando-a com o lavraco da água juntamente com a palavra" (Ef: 5, 25-26).

3º) No nosso aceitar a Cristo como Salvador Eterno (1 Pd: 3, 21):

"Que também agora, por uma verdadeira figura ? o batismo ? vos salva, o qual não é o despojamento da imundícia da carne, mas a indagação de uma boa consciência para com Deus, por meio da ressurreição de Jesus Cristo".

O Voto de Fé se caracteriza pelo instrumento de confiança vital da nossa vontade em sermos e estarmos purificados.

"Deus não fez distinção alguma entre nós e os pagãos, purificando os corações pela fé" (At: 15, 9).

A Esperança em Cristo caracteriza-se pela comprovação da fé em Cristo. Torna-se uma força vital e energética para nós, pois o Cristo tem o poder para purificar-nos, independente de qualquer situação.

"Todo aquele que tem Nele a esperança, purifica-se a si próprio, tal como Ele é puro" (1Jo: 3, 3).

A Oração se caracteriza pela utilização da palavra ao conversarmos com Deus.

O Salmista (51, 10), nos orienta como devemos conversar com Deus, para a purificação do nosso coração:

"Formai, em mim, ó Deus, um coração puro, e infundi em mim um novo espírito constante".

Por meio desses instrumentos, Deus purifica o nosso coração.

"Bem-aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus" (Mt: 5, 8).

A cada instante das nossas vidas é uma progressão espiritual, independente do que se passa em nossa existência. Os meios de purificação bíblico fazem com que sejamos preparados para algo maior e melhor em nossa tríplice vida (material, psicológica e espiritual).

A Primeira Carta de João (5, 8) nos denota a tríplice vida:


"E três são os que dão testemunho na terra: o Espírito (vida espiritual*), a água (vida psicológica*) e o sangue (vida material*), e estes três concordam".

Nós vivemos, numa mesma existência, três vidas distintas, cujas interligações são presentes. Cada uma delas interligada as três ao mesmo tempo de maneira mútua e constante.
(*) inserção do autor.
Na nossa existência temos a nossa vida material, ou seja, a ocupação de nos alimentarmos, nos proteger por meio de vestuários e abrigos e a nossa reprodução sexual dando seqüência da existência humana na Terra.

Essas três características são básicas para a nossa Vida Material: alimentação, proteção e reprodução. Os demais são supérfluos.

Então, quanto à vida material temos que ter essa ocupação e preocupação para a manutenção da nossa existência.

Segundo a Bíblia, somos imagem e semelhança de Deus, e isto, representa que, tanto a Aparência como o Poder de Deus estão presentes em nós, por meio do Espírito Santo de Deus, os quais estão inseridos na nossa Consciência.

O Espírito Santo habita em nós; logo, temos uma Vida Espiritual.

Por fim, temos a Vida Psicológica, ou seja, o meio termo entre a vida material e a espiritual.

Nós não podemos aqui no mundo material somente viver a vida material, pois em algum momento dela sentiremos falta de algo e não o encontraremos somente nela, como: sentimentos, emoções, carinho, amor, etc.

Bem como, é utópico vivermos somente a vida espiritual nesta existência terrena, porque necessitamos de alimentos, vestuários ? mínimo que for -, para sobrevivermos. E nesse ínterim, a vida psicológica auxilia no sentido de equilíbrio dessas duas naturezas.

Nós devemos viver intensamente a Vidas Material, Psicológica e Espiritual ao mesmo tempo, por meio da Harmonia e da Ética, e passarmos pelas provações da purificação do Fogo.

O importante é ressaltar que, se nós não tivermos um coração puro não poderemos pronunciar palavras conscientes na sua totalidade, ou seja, em 100%.

Todos os seres humanos têm certa porcentagem de pureza em seus corações. Alguns têm 0,00..1% alguma coisa e outro um percentual mais elevado. Tudo depende do trabalho interno que se realiza, o qual basicamente envolve o relaxamento, a concentração e a meditação.

Somente há palavras conscientes com um pensamento equilibrado, o que provém de um coração puro. Uma ação provoca a outra, as quais estão interligadas.

Coração Puro ’ Pensamento Equilibrado ’ Palavras Conscientes.

O pensamento desequilibrado pode ter sua origem em vários aspectos. Um deles é a atuação de duas mazelas psicológicas: a Tagarelice Interna e a Canção Psicológica, que geram a atuação dos animais intelectuais que residem em nós.








CAPÍTULO VII

7. TAGARELICE INTERNA E CANÇÃO PSICOLÓGICA


A Tagarelice Interna e a Canção Psicológica são duas atitudes que promovem na nossa mente um distúrbio que origina pronúncias indesejáveis e inconscientes.

7.1 Tagarelice Interna

A Tagarelice pode ser entendida como a ação de tagarelar, isto é, falar muito; matraquear; e o termo Interna, representa que esta ação se dá na mente (pensamento). É a voz ou conversa que se ouve na mente, a qual pode ser tranqüila ou agitada, tudo a depender do estado em que vivemos em dado momento.

Às vezes, é confundida como a voz da consciência, Mas não a é.

Muitas vezes, por não estarmos psicologicamente ou fisicamente bem, promovemos esses distúrbios em nossas mentes e cremos que, somos alvos de perturbações espirituais ou somos seres escolhidos, para darem ou enviarem mensagens sobrenaturais.

Na realidade são vozes que foram absorvidas no nosso dia-a-dia, e por alguma deficiência orgânica nossa não são bem canalizadas e começam a provocar esses fenômenos.

Os sons e palavras diversas e de variadas tonalidades são armazenadas na mente até o ponto da explosão, ou seja, ela expele aquilo que lhe é supérfluo ou demasiado.

Nessa defesa, a mente lança a sua voz interna ou silenciosa aos nossos ouvidos, e conforme, o processo estafante que passamos essa liberação pode ser harmônico ou desarranjado.

Quando harmônica, geralmente expele-se no tramitar do sono (sonho), mas no desarranjo, a ou as vozes perturbam muito no período em que estamos acordados, por meio de ruídos, conversas, sons, vozes estranhas, que mantém até um diálogo em que nos envolve numa discussão interna a vivenciar tais perturbações.

Nós acabamos conversando e brigando conosco, gerando um terrível estresse.

Por isso, devemos praticar o relaxamento, a concentração e a meditação, pois são exercícios, que auxiliam a descarregar da mente registros desnecessários e prejudiciais as nossas saúdes material, espiritual e psicológica.

O equilíbrio e a harmonia devem estar presentes tanto em nossos ambientes pessoais como nos profissionais. Falar o suficiente e procurar ouvir o necessário.

O excesso, como em tudo, provoca danos. Um dos maiores danos à saúde pública é provocado pela poluição sonora.

O ser humano, após o seu nascimento, já inicia o seu processo de audição - há alguns que dizem que tal processo se inicia durante a gestação ? mas, de grosso modo, o pequeno bebê ouve as palavras, a partir do seu momento natalino e, a partir daí, não pára mais.

De tanto ouvir a criança começa a falar, ou seja, a sua mente recebe as informações necessárias, organiza-as e assim, consegue pronunciar breves palavras, até a sua pronúncia normal. Quanto mais ela ouve durante os primeiros dias de sua vida até os seus cinco ou seis anos, mais ela poderá tornar-se uma pessoa faladeira ou quieta, comunicativa ou introvertida, e assim por diante.

A boa educação promove um ótimo resultado tanto aos falantes quanto aos quietos.

Por ouvirmos muitas coisas desnecessárias e desarmônicas durante o curso de nossa existência promovemos em nós distúrbios, que ocasiona a Tagarelice Interna, a qual perturba tanto, a não nos permitir a concentração em atividades pessoais ou profissionais; e pode, por meio da intuição, forçar que nós falemos sem conhecimento.

Devemos combater tanto a Tagarelice Interna quanto a Canção Psicológica, que é um outro mal que nos prejudica no nosso pensar e falar.

7.2 Canção Psicológica

A Canção Psicológica é o distúrbio gerado pela excessiva atividade auditiva, tanto na audição de músicas como de discursos imperativos.

Os discursos imperativos são aqueles que são ouvidos constantemente da mesma maneira e intensidade, a promover sonhos e vozes auditivas mentais, sobre o respectivo discurso.

Quando ouvimos sempre a mesma ordem, o mesmo discurso, a mesma voz do chefe ou de alguém que estamos subordinados, provocamos em nosso cérebro um distúrbio capaz de recriar tal audição várias vezes posteriormente, tanto no período do sonho como na lucidez do dia-a-dia.

Exemplo: A pessoa ouve alguém chamá-la e ao verificar o chamado observa que, não tem ninguém que está chamando-lhe.

Referente à audição de músicas, quando ouvimos repetidamente a mesma música, provocamos em nosso cérebro um estresse, que gera, em determinados momentos posteriores, a repetição da mesma melodia em nossa mente, que pode desequilibrar-nos ou perturbar-nos em nossa concentração.

A Tagarelice Interna e a Canção Psicológica, além de serem instrumentos prejudiciais ao relaxamento, à concentração e à meditação, promovem à falta de juízo, ou seja, a incoerência na mente, a refletir naquilo que se deseja pronunciar. Acaba a danificar o filtro (razão) que consegue inibir algumas falas, as quais podem ser prejudiciais ou desnecessárias.

Verificamos tal situação nos ébrios, dementes e crianças pequenas, os quais falam sem pensar.

"Quem me dera uma guarda para a minha boca e um selo prudente para os meus lábios, para que eu não venha a cair com eles e para que a minha língua não me leve à ruína" (Eclo: 22, 33).

A Tagarelice Interna como a Canção Psicológica podem ser combatidas, mas como nós ainda somos muito preguiçosos para com as questões da autodisciplina e autoconhecimento acabamos aumentando ou desenvolvendo ainda mais essas duas perturbações do pensamento, despertando-nos o nosso: "Macaco Falante", "Papagaio Tagarela" ou "Burro Falante".

Nada contra esses três animais, os quais têm imensas qualidades e necessidades para a Vida no seu todo.

Essas expressões são somente para identificar que o ser humano, ainda, devido aos seus inúmeros defeitos tem mais características internas animais do que humanas. O Macaco, porque ele fala como sendo superior a tudo, mas não o é; o Papagaio, porque somente repete aquilo que ouviu; e o Burro, pois fala sem fundamento (sem ciência).

7.3 Macaco Falante

O "Macaco Falante" é uma expressão utilizada para identificar uma pessoa que acredita ser consciente e superior aos demais seres humanos. Ela, no aspecto psicológico, ainda é considerada uma primata, ou seja, um "macaco" que fala; e por não trabalhar a sua razão ou estar impossibilitado disso, utiliza a sua fala de modo inconsciente e até mesmo inconsistente. Fala, com ar de conhecimento e superioridade, mas não tem certeza.

Na maioria das vezes, o "macaco falante" fala algo que nem presenciou, mas diz que estava presente ao ocorrido. Diz coisas que julga serem verdades, mas não sabe de onde veio tal falar; e no final são inverdades ou enganosas intuições, que podem dar certas ou não. Se derem certo se vangloria como alguém em especial. Se não derem certas tais falas, se pasma como se não pudesse errar.

No livro de Eclesiástico (37, 21), encontramos o "Macaco falante":


"Uma palavra má transtornará o coração: dele nascem quatro coisas, o bem e o mal, a vida e a morte, e sobre elas quem domina de contínuo é a língua. Há homem sagaz que ensina a muitos, e para a sua alma é inútil".

O "Macaco Falante" quer falar e ser ouvido, independente se o seu pronunciar constrói alguma coisa ou destrói algo, acredita-se que está com a Razão.

Geralmente o "Macaco Falante", ao ser indagado sobre sua fala inconsciente, defende-se dizendo: "que não se lembra de ter dito"; ou "eu não disse isso"; ou "você me interpretou mal"; ou "não é bem isso"; mas, quando a sua fala é prodigiosa, utiliza-a com mais veemência, a demonstrar a sua ostensiva soberba.

O "Macaco Falante" é um palhaço, que quer sempre ser o centro das atenções, e para isso, utilizam-se da fala para chamar a sua presença-e-pessoa as ouvidas e vistas curiosas e famintas de falas alheias e sensacionalistas.

"Aquele que fala muito, ofenderá a sua alma; e aquele que arroga a si o poder injustamente, será aborrecido" (Eclo: 20, 8).

Os "Macacos Falantes", os "Papagaios Tagarelas" e os "Burros Falantes" existem devido aos ouvidos famintos e mentes desocupadas, que persistem em dar energia, crédito e vitalidade a essas três espécies diabólicas.

"Cerca os teus ouvidos com espinhos, não queiras ouvir a língua danada, e põe na tua boca portas, e fechaduras" (Eclo: 28, 28).

A consciência humana inerte dá vazão para o vício, o qual é existente graças à necessidade do viciado e a propaganda do vicioso.

7.4 Papagaio Tagarela

O "Papagaio Tagarela" é aquele sujeito que repete tudo que ouviu. Não inventa nada, mas acaba há aumentar um pouco ou a dar uma entonação ou uma importância a mais do que o necessário ao referido assunto. É o verdadeiro: "Ouvi dizer"; "Não invento, mas aumento"; "Língua comprida"; "Fofoqueiro"; "Contador de histórias"; "Fala sozinho"; "Gosta de prosear". É o indivíduo que tem ânsia e afobação em falar. Às vezes, acaba falando por ingenuidade ou inocência: "Foi sem querer querendo"¹




1. Jargão utilizado pela personagem "Chaves" do próprio programa mexicano.
O "Papagaio Tagarela" não consegue conter-se ante uma novidade, fofoca, ou assunto que lhe é interessante. Tem a necessidade vital de contar ou comentar com alguém sobre um ocorrido. Sente-se mal se não o fizer.

O Salmista (140, 1-3) nos adverte:

"Livrai-me, Senhor, do homem mau, salvai-me dos homens violentos, que vibram a língua como serpentes, têm veneno de víboras atrás dos lábios".

Vê-se inúmeros "Papagaios Tagarelas" nos programas de entretenimento dos programas de televisões, onde o falar da vida alheia alimenta o "Papagaio" como também as mentes desocupadas e ansiosas e ouvidos famintos.

"O provérbio na boca do néscio é desaprovado, porque não o diz a seu tempo" (Eclo: 20, 20).

Muitas vezes, a postura do "Papagaio Tagarela" produz danos irreparáveis, por ser um delator ou mexeriqueiro ou um provocador de intrigas.

"Há quem se cala e é tido por sábio e há quem é reprovado em todo o seu falar. Existe quem silencia por não saber o que responder, e existe quem cala porque sabe quando é o tempo. Aquele que fala demais é detestado, e aquele que se arroga autoridade atira-se à aversão" (Eclo: 20, 5-8).

Para o "Papagaio Tagarela" comentar sobre a vida alheia é algo normal, prazeroso e que dá certo "status".

"As palavras do delator são como doces bocados, que descem até aos mais fundos das vísceras" (Prov: 18, 8; 26, 22).

7.5 Burro Falante

O "Burro Falante" é uma espécie diabólica de sujeito que não suporta o silêncio, tampouco à meditação, o relaxamento, o ato de dormir e a quietude. Tudo isso, representa para ele a morte. Necessita e gosta de barulho, agitação, multidão, barulho e muita conversação. Não se importa com o que se diga, o importante é falar, conversar, dialogar sem parar. Quando não se tem assunto ? situação que não acontece com ele ? logo inventa algum assunto para manter a comunicação. Ele fala demais, sem saber adequadamente o que está falando.

Por falar demais, o "Burro Falante" fala o que deve e o que não deve; não guarda segredos; não é sutil em suas palavras; atravessa as conversas; mete-se em diálogos e assuntos alheios que mal conhece.

Seus ouvidos estão antenados a todos os lados e locais, e a qualquer momento capta um assunto e explode em falatórios.

A comunicação para o "Burro Falante" é mais importante que a sua própria alimentação. Prefere falar a comer. Às vezes, a conversa se torna agradável, mas pelo excesso acaba a tornar-se tediosa, chata e insuportável.

Devido a sua intensa carência afetiva, juntamente como o "Macaco Falante" e o "Papagaio Tagarela" acabam a não respeitar o local e as pessoas, pois não "se toca", que é um indivíduo indesejável e inconveniente. Por educação, as outras pessoas o suportam, mas rezam para ele sumir.

A fala do "Burro Falante", às vezes, inicia-se com uma relativa coerência, mas após algumas orações, a incoerência e a ilógica se tornam presentes e contundentes, pois muda sua fala, conforme o interesse seu ou da maioria. E, jura que, nunca falou aquilo, se acaso for questionado por alguém. Tudo para levar certa vantagem, ou se sair bem nos seus relacionamentos. Mas, para o bom observador, é logo percebido que a sua pronúncia é ambígua e interesseira.

Os "Macacos Falantes", os "Papagaios Tagarelas" e os "Burros Falantes" sofrem de profunda carência generalizada, a qual as preenchem erroneamente e inconscientemente com suas falas, que são atos e comportamentos psicologicamente defeituosos.

Essas falas inconscientes, muitas vezes, são transmitidas a outras pessoas como conselhos para ajuda ou resoluções de problemas. Esquecendo-se eles que, suas palestras, orações e comunicações são a princípio, para eles mesmos - devido ao reflexo da comunicação - e depois para os seus respectivos ouvintes, pois são ótimos prescreventes, mas não conseguem se autocurarem com suas próprias receitas, por não acreditarem realmente nelas.

Essa trindade diabólica é completamente louca.

"Se procedeste loucamente, exaltando-te, e se imaginaste o mal, põe a mão na boca" (Prov: 30, 32).














CAPÍTULO VIII

8. REFLEXO DA COMUNICAÇÃO


CUNHA¹ (2000) nos diz:
"Duas conquistas científicas do século que está findando, da maior significação na teoria do conhecimento, a Teoria da Relatividade de Einstein e a Mecânica Quântica iniciada por Bohr, revertem radicalmente as expectativas do pensamento clássico.

A Física Relativista nos leva aos espaços siderais, a lugares onde sonhamos estar jamais. Em viagens fantásticas, a altíssimas velocidades, próximas à da luz, que só uma fértil imaginação concebe e conduz. A velocidades que tais, o tempo se comprime enquanto o Universo se expande mais, mostra-se ilimitado mas finito; esfuma-se o tabu, esboroa-se o mito. O relógio eterno não existe mais, o tempo é você quem faz. Se viajo próximo à velocidade da luz - que fato estranho! -, o tempo não passa e eu continuo como antes fui.

A teoria põe em evidência o caráter "relativo" do espaço e do tempo, antes tidos como conceitos "absolutos" - fundamentos basilares da Ciência Clássica.

A Mecânica Quântica mostra uma desconcertante realidade entre as partículas subatômicas, em complexa ou caótica atividade. Irrequieto, o ente eletrizante move-se a altíssimas velocidades, ora p'ra lá, depois p'ra cá, em ritmo alucinante. O próton tenta atraí-lo e mantê-lo preso na órbita original, assim como a mãe tenta manter o filho peralta nos limites do quintal.



Às vezes, ele foge, para realizar a mágica - parece miragem! - de ao mesmo tempo chegar a dois lugares em sua viagem. Quando excitado, volta a saltitar, em saltos quânticos, o elétron, levando o átomo a irradiar energia em forma de quantum ou fóton. É uma "performance" extraordinária a desta partícula quase imaginária. Mas há um personagem diferente nesse ambiente - chama-se neutrino. Um ente pequenino que a outro não se une, viaja imune. Atravessa espessas paredes de aço, nada o detém. Altivo, esnobe, segue sem cansaço, em busca do além.
É a vida em permanente transformação, desde a partícula mais ínfima do átomo, até aos monumentais choques intergaláticos!
Diferentemente das relações lineares, de causa-efeito, e da crença na predição mecanicista, a realidade quântica evidencia descontinuidades, incertezas, paradoxos, inumeráveis interações dinâmicas entre os fatores, responsáveis por fenômenos naturais complexos, como renovação e recriação permanentes, cuja expressão completa define o espetáculo mágico de encanto e beleza exibido no palco da natureza.

O que estes avanços da Ciência e as conseqüentes reflexões filosóficas têm a ver com o homem comum?

O que muda em sua vida? É de ver que, sem referenciais absolutos para o espaço e o tempo e sem poder confiar em determinismos nos processos humanos e sociais, passa-se a depender muito mais de uma confiável soma de informações a fim de bem compreender as tendências dos processos, com vistas a planejar as ações individuais e coletivas.

Ao compreender que não há uma trajetória única, pré-determinada, a ser seguida inexoravelmente no evolver das sociedades e dos indivíduos, toma-se consciência de que se é ator mas, de alguma forma, também autor dos processos.

Então será possível pensar o presente como única realidade. A memória psicológica é um repositório de percepções ideológicas, contaminadas, incompletas, frustrantes, do passado. Por isso, distantes da realidade. De outro lado, o presente aponta tendências, mas não assegura certezas no porvir. Logo, obriga-nos a bem administrar o "agora", de modo a não restar "resíduos psicológicos".

Cada instante da vida é novo, é uma "singularidade". Não obstante, para perceber a vida como nova, a mente há de estar liberta dos condiconamentos acumulados. Mente liberta, experimenta-se a leveza do ser; dá-se o despertar da mais fecunda faculdade humana - a de criar".


Reflexo é aquilo que volta sobre si. Pode também ser as reações naturais, emocionais ou orgânicas, provocadas por qualquer excitação interna ou externa de uma pessoa.

Na comunicação ou linguagem, o reflexo é a imagem invertida criada e projetada pelo emissor da fala, ou seja, o receptor é a imagem invertida do seu emissor.

Todas, às vezes, que pronunciamos ou emanamos alguma fala para ou sobre alguém ? adjetivos ? na realidade estamos enviando-as para nós mesmos.

Todos os momentos que, por meio da linguagem, prejudicar alguém estarmos a prejudicar-nos a nós mesmos. Tudo isso ocorre devido a ação do Reflexo da Comunicação.




1. Prof. Nílton de Oliveira Cunha. Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, novembro de 2000.
"Miriã e Aarão murmuraram contra Moisés por causa da mulher cusita; é que Moisés havia esposado uma mulher cusita. O Senhor desceu na coluna de nuvem e ficou na entrada do tabernáculo e chamou Aarão e Miriã. Tendo-se os dois aproximado, falou: "Ouvi minhas palavras: Se um de vós se tornasse profeta, eu, o Senhor, a ele me revelaria e visão e falar-lhe-ia em sonhos. Mas não é assim com meu servo Moisés, que é um homem de confiança em toda a minha casa. Com ele eu falo face a face, e às claras, não por figuras; e ele contempla o semblante do Senhor. Como, pois, atreveste-vos a murmurar assim de Moisés, meu servo? E, indignado contra eles, foi-se. Mal a nuvem se havia retirado em cima do tabernáculo, Miriã apareceu coberta de lepra, como de neve; Aarão se voltou para Miriã e viu-a leprosa" (Num: 12, 1-10).

Então, quando fazemos um elogio para alguém, na verdade, estamos nos elogiando. Igualmente quando proferimos palavras hostis ou maldições.

Por isso que, devemos pensar antes de falar e, jamais falar desopilarmente, ou seja, falar por falar, com vontade de se aliviar de algo.

Alguns psicólogos orientam que as pessoas devem falar e não guardar nada. Às vezes, é interessante falar, principalmente numa sessão de análise, num confessionário para um padre, para um pastor, a um amigo; mas, é um pouco perigoso falar aleatoriamente ou como dizem "explodir". Porque podemos neste momento de explosão dizer bobagens ou ofender quem estiver ao nosso redor.

Devemos aprender a canalizar as nossas energias, principalmente a fala. E isso, é possível por meio da Higiene na Linguagem.

"O que contamina o homem não é o que entra pela boca, mas o que sai da boca, isto sim é o que contamina o homem" (Mt: 15, 11).






CAPÍTULO IX

9. HIGIENE NA LINGUAGEM


A Higiene é a busca natural do ser humano pelo seu bem-estar físico, mental e ambiental. Ela estuda os diversos meios de conservar e promover a saúde.

A Higiene na Linguagem promove a pureza, a harmonia e a saúde da fala; logo, do pensamento, e por fim do coração do ser humano.

Coração puro ’ Pensamento equilibrado ’ Palavras conscientes.

A Higiene tem na Bíblia não apenas um sentido simbólico e externo, mas principalmente, um sentido ético e espiritual, a constituir uma defesa contra o paganismo e o pecado. Não se trata, porém, de pureza ou impureza moral, mas sim ritual. Deus é a santidade e a pureza por excelência, a exigir, portanto, uma semelhança e aparência por parte das suas criaturas.

A Higiene na Linguagem está relacionada a tudo o que nós falamos, sentimos, pensamos e agimos. Ela deve ser praticada na nossa Atitude e no nosso Comportamento, cuja influência está no nosso mental e emocional; na nossa aparência e fisionomia; e nos Ambientes que freqüentamos.

A Higiene tem por objetivo não somente a limpeza das palavras pronunciadas, mas também na higienização do pensar, agir, reagir, sentir, e da proteção contra as palavras recebidas.

A Segunda Carta de Paulo aos Cotíntios (7, 1) nos orienta:

"Ora, amados, visto que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza tanto da carne, como do espírito, aperfeiçoando a nossa santificação no temor de Deus".

9.1 Atitude

A Atitude, segundo à Higiene na Linguagem, é a forma abstrata que envolve a mente (pensamentos, reflexões, análises, observações, deduções...) e o sentimento (emoções em geral) de uma maneira íntima no ser humano.

"Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que granjeia bom nome, tudo o que é virtuoso, tudo o que é digno de louvor, seja o objeto dos vossos pensamentos" (Fp: 4, 8).

A Atitude está apoiada em sete grandes colunas: Palavra; Fé; Sabedoria; Sexo; Força Psíquica; Memória; e Potencial.

9.1.1 Palavra

"O espírito é que vivifica, a carne para nada serve. As palavras que eu vos disse são espírito e vida" (Jo: 6, 63).

A Palavra é o sopro da vida. Por ela, nós nascemos e vivemos. Ela propicia a nossa comunicação e socialização, a qual é poderosíssima, pois pode levar-nos ao céu ou conduzir-nos ao inferno.

Cada ser humano se alimenta daquilo que sua língua produz e materializa aquilo que se fala. A morte e a vida estão envoltos à fala; qual o uso que dela fizer, tal o pagamento se realizará (Prov: 18, 20-21).

Pagar por aquilo que se fala, não condiz somente à punição, mas sim, a realização daquilo que se foi falado. O que nós falamos, materializa-se.

A Palavra, referente à Higiene na Linguagem, é construída de ações que envolvem: a Leitura; a Oratória Pacífica; a Interiorização; a Ingestão; a Prudência; a Vigilância; o Conselho; e a Amorização.

Leitura

A prática da Leitura é um hábito; logo, uma atitude higiênica. Esse costume nos torna capazes de entender, compreender e interpretar inúmeras coisas e situações que ocorrem em nossa vida.

A Leitura alimenta a mente, principalmente se for pacífica, construtiva e vitalizadora em seus ensinamentos.

Obras Pacíficas são aquelas que não transmitem ao leitor, a violência, o uso de drogas e desequilíbrios sexuais; Obras Construtivas são aquelas que conseguem despertar a criatividade no leitor; e Obras Vitalizadoras são aquelas que transmitem confiança, paz, sucesso, vitalidade aos seus leitores.

Inicialmente a Leitura é algo cansativo e poderá até ser enjoativo, conforme o assunto lido, por isso deve ser realizado pausadamente ou em grupos, para que assim se possa conseguir habituar-se a ela.

A Leitura produz dois grandes resultados: o conhecimento intelectual e espiritual. O primeiro resulta na oportunidade de um bom relacionamento social e profissional; o segundo, na compreensão, esclarecimentos e auxílio na condução para uma vida mais harmônica. Ela, como parte da Higiene na Linguagem, nos conforta, purifica e fortalece o nosso pensamento e sentimento.

"Então o Senhor me respondeu: Escreve a visão, e torna-a bem legível sobre tábuas, para que aquele que a ler, corra com ela" (Hc: 2, 2).


Oratória Pacífica

A Oratória Pacífica busca trabalhar a fala (palavra) no aspecto da transmissão da paz e da harmonia. A lutar contra tudo que seja falado e transmitido de maneira desequilibrada ou que cause desequilíbrio a quem a receba. Falar é fácil. Difícil é falar algo que se construa alguma coisa. Atualmente falamos muito e pouco dizemos.

Como diz o adágio popular: "Até papagaio fala!".

Para que encontremos na oratória a paz e o equilíbrio é necessário fugirmos dos erros causados pela nossa falta de auto-observação no exato momento que estamos orando para nós ou para alguém.

"A língua dos sábios torna a doutrina estável, e a boca dos néscios vomita tolices" (Prov: 15, 2).

A nossa auto-observação deve iniciar-se a partir do recebimento da informação, independente do sentido que a captou (visão, audição, olfato, tato e gustação). Após, o recebimento da informação, que pode vir equilibrada ou desequilibrada, devemos refletir sobre a mesma, no objetivo de não deixar que a reação (resposta) surja, em nós, rapidamente. Somente devemos responder a "provocação", após análise com o pensamento preparado no aspecto de sabermos argumentar adequadamente e de forma equilibrada, para que não seja prejudicada a nossa Oratória Pacífica.

Devemos sempre procurar o autocontrole e a harmonia, mesmo quando somos ultrajados por palavras ofensivas e desonrosas. E nunca nos colocarmos no mesmo patamar que a pessoa que nos ofende.

Numa discussão, somente iremos nos manifestar se acaso fomos acionados ou indicados na mesma. Em hipótese alguma devemos responder uma pergunta sem que alguém nos solicite, pois a ânsia pela nossa manifestação numa discussão será muito forte devido ao instinto animal que é presente no nosso interior (Macaco Falante, Papagaio Tagarela e Burro falante). Mas, mesmo assim, nunca deveremos revidar a injusta agressão verbal; e sim, tentarmos permanecer serenos a ela. O silêncio é um grande aliado nestes momentos perturbadores.

"... Há hora para falar e para se calar" (Ecl: 3, 7).

Nós temos dois ouvidos e devemos usá-los, ou seja, a informação entra por um lado e sai pelo outro. Em determinados casos, com essa atitude, evitamos sofrimentos desnecessários.

Nos variados momentos de perturbação e cólera, a língua pronuncia palavras que, na verdade não diz nada. São apenas explosões lingüísticas desequilibradas. Todos nós temos uma essência pura no nosso interior (espiritual); portanto, ao recompor-nos de nossas impensadas atitudes, retiraremos tudo aquilo que foi transmitido pela nossa língua, por meio do remorso ou frustração íntima que, nos atingirão nossas consciências; mas, infelizmente as seqüelas das nossas falas ficam.

O que é dito sempre ecoa por um determinado tempo.

Nós como seres sociais, devemos falar o menos possível e somente o que é principal e necessário. Não precisamente sermos fanáticos ou imbecis, pois uma boa conversa é algo saudável, mas o excesso é prejudicial ao nosso equilíbrio.

Ao orarmos a Deus, devemos solicitar-Lhe que discipline e doutrine a nossa língua, para que as nossas palavras sejam construtivas, pois o que falamos vem do nosso pensamento e realiza-se.
"Ponde, Senhor, uma guarda a minha boca, defendei a porta dos meus lábios" (Sl: 141, 3).

Interiorização

A Interiorização é a parte da Atitude, que tem por objetivo da Higiene na Linguagem a prática da auto-observação, auto-análise e autocontrole.

A Auto-Observação é o ato em que o ser humano se observa. Observar seus pensamentos, sentimentos, desejos, vontades, ansiedades, frustrações, alegrias, tristezas, emoções, medos, saudades, sonhos, e tudo aquilo que o envolve em seus campos vibratórios: mental, emocional, intuitivo, motor e sexual.

O Campo Mental envolve toda a área do cérebro: as vontades. O Campo Emocional envolve toda a área cardíaca: os sentimentos. O Campo Intuitivo envolve toda a área estomacal: as ansiedades, as intuições. O Campo Motor envolve os membros superiores e inferiores: a ação, a força. O Campo Sexual envolve as regiões genitais: os impulsos, a energia vital.

A Auto-Observação auxilia no nosso autodescobrimento, isto é, conseguimos saber quem somos o que gostamos o que sentimos o que devemos fazer e o porquê de fazer e equilibrar as nossas ações e reações.

A auto-observação é bastante simples de ser realizada, basta somente a nossa vontade. Para realizá-la há necessidade de estarmos atentos aos nossos campos vibratórios. Quando surgir um pensamento, um sentimento, uma sensação qualquer deve estudá-lo (senti-lo e verificar em que campo ele vibra mais forte) e falemos: "O que é isso? Por que isso está perturbando-me?".

Independentemente se encontrarmos ou não a resposta; e se aquele objeto de estudo ainda continuar a manifestar-se invoquemos o poder de Deus, para e transformar esse defeito psicológico numa virtude, para não nos prejudicar mais, com a seguinte oração:

"Pai, em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo,
transforme este defeito psicológico numa virtude
e me dê compreensão".

Qualquer tipo de pensamento, sentimento, emoção ou vibração energética instável que adentra no nosso corpo e manifesta-se nele provoca ações, as quais podem ser prejudiciais; lembremo-nos que: os defeitos psicológicos têm por objetivo: roubar, matar e destruir o ser humano em que, ele, nele habita.

Quando invocamos o poder do criador combatemos tais defeitos que, se forem danosos não nos prejudicarão.

A palavra "Pai", pode, conforme a fé do ser humano ser substituído por Deus, Mãe, Nossa Senhora. O importante é a utilização do Verbo Divino (Jesus Cristo).
"Falou Jesus a seus discípulos: "Em verdade, em verdade vos digo: quanto pedirdes ao Pai, ele vô-lo dará em meu nome. Até agora nada pedistes em meu nome: pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja plena"" (Jo: 16, 23-24; 14, 12-14).

Além de solicitar que seja transformado tal defeito psicológico numa virtude é necessário a petição da compreensão, para que possamos aos poucos compreender o que nos ocorre e descobrir a origem do referido defeito.

O referido pedido deve ser executado de maneira imperativa e no presente momento em que o defeito está manifestando-se. Devemos observar onde ele está agindo (campos) e falarmos energicamente a referida frase com convicção (Fé).
Devido à falta de exercícios e pelo grande poderio do defeito psicológico, inicialmente poderemos não sentir os efeitos, mas com a prática constante notaremos uma mudança.

É o bom combate! A guerra do bem contra o mal. É a verdadeira guerra santa.

Paulo em sua primeira carta aos Coríntios (9, 25-27) nos orienta:


"Todo aquele que luta, em tudo se domina. Ele para alcançar uma coroa corruptível, nós, porém, a incorruptível. Portanto, corro, não como indeciso, combato, não como batendo no ar. Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado".

A pessoa praticante da Higiene na Linguagem, após a realização constante da Auto-Observação deverá passar para a Auto-Análise, a qual deverá ser feita no momento em que ela estiver deitada (ao dormir) ou quando estiver tranqüila.

A Auto-Análise é o procedimento de refletirmos sobre os nossos pensamentos e emoções que nos afligiram com maior intensidade durante o dia. Se acaso sentirmo-nos atacados por qualquer defeito psicológico nesse momento de auto-análise deveremos providenciar a sua transformação, por meio da invocação ao Pai.

Refletir é a atividade de se pensar sobre o ocorrido e tentar descobrir ou compreender por que aquilo aconteceu. Quando não conseguirmos ter essa compreensão, devemos pedi-la a Deus, para que Ele nos a dê.

Quantos livros de auto-ajuda nós já lemos? Indaguemo-nos à respeito. E, quantos desses livros continham em si informações, que de alguma maneira poderia mudar a nossa vida para melhor?

O que ocorre é o seguinte:

Quando estamos de posse do respectivo livro, e numa ansiedade terrível estamos lendo-o e tentamos absorver o máximo de informações possíveis e acabamos a encantar-nos pelo que interpretamos e compreendemos; mas, ao final da leitura não ocorre o principal objetivo de uma boa obra: a prática. Sem ela, tudo que foi, por nós, lido, absorvido não valeu para nada, e com o passar do tempo vão para o nosso inconsciente e permanecerá inativo por lá. Identificando-se com a parábola do semeador, dita por nosso Senhor Jesus Cristo (Mt: 13, 1-23; Mc: 4, 1-9; e Lc: 8, 4-15).

Após a realização da Auto-Análise, deveremos passar para o Relaxamento, a Concentração e a Meditação, conforme orientações anteriores.

Para termos um dia sob vigilância e proteção devemos trabalhar com o autocontrole.

O Autocontrole é o trabalho mais difícil, mas não impossível na Palavra. Sua utilização é importantíssima para a manutenção da Higiene na Linguagem, pois surgem há todas instantes situações que exigem a sua manifestação. Ele é a parte da Atitude na Palavra que nos possibilita mantermo-nos equilibrados ante as "provocações" internas e externas que possamos receber.

Devemos calar-nos quando atacados por palavras ofensivas; aquietar-nos na hora que somos agredidos verbalmente; ficarmos serenos quando são nos imputados calúnias, injúrias, difamações, fofocas e humilhações; equilibrar-nos quando todos ao nosso redor estiverem apavorados ou desesperados; ficarmos esperançosos, quando tudo ao nosso redor parecer estar desmoronando; fortalecer-nos, quando tudo ao nosso redor parecer estar a desmoronar-se e quando necessitar lutarmos e recomeçarmos do "zero". Todas essas características são do trabalho com o Autocontrole.
O Autocontrole é bastante eficaz para a Higiene na Linguagem, principalmente se ele for acompanhado da Auto-Observação e da Auto-Análise constantemente.

Não se consegue o Autocontrole do dia para a noite. Há necessidade de muita prática da Auto-Observação, Auto-Análise, do Relaxamento, da Concentração e da Meditação.

Mas, existe outra prática bastante interessante para nos auxiliar, principalmente quando estivermos sob ataque de palavras vindas de outras pessoas. Se não tivermos como evadirmos do ambiente contaminado, deveremos colocar a palma a nossa mão direita em cima do nosso umbigo (poderemos fazê-lo, colocando a nossa mão sobre a roupa). Após isso, imaginaremos um ambiente agradável (pode ser um outro local). Respiraremos pelas narinas profundamente e calmamente exalaremos o ar pela boca vocalizando a vogal I (iiiiiiiiiiiiiiiiiiiii...) até a saída total do ar. Não há necessidade de ser em tom alto, pode ser baixo. Outra vez, agora com a exalação da vogal É (éééééééééééé......). Novamente respiramos e exalaamos a vogal Ó (óóóóóóóóóóóó...). A próxima vogal a ser exalada, no mesmo movimento, é U (uuuuuuuuuuuu...). E, por fim, a vogal A (aaaaaaaaaaa....).

Devemos fazer isso, por várias vezes, até o ambiente que estivermos, ou a pessoa que nos estiver agredindo com palavras não esteja mais presente. Lembrando-nos que, durante esse período a nossa mão direita deverá sempre estar protegendo o nosso umbigo.

Por que da proteção do umbigo?

A palavra umbigo tem sua origem no latim umbilicus, diminutivo de umbo, com o sentido de saliência arredondada em uma superfície. Ele sempre teve um significado especial na mente do ser humano por representar o elo biológico que liga a mãe ao filho e expressar a relação de dependência entre uma vida e outra. No semiconsciente, o umbigo simboliza a vinculação do ser com o mundo exterior e identifica-se com o centro do corpo. Na mitologia grega, o centro do mundo localizava-se no templo de Apolo, em Delfos, e era assinalado por uma escultura de mármore, de forma cilíndrica e extremidade superior arredondada, a que se denominava omphalós. Junto dela, a pitonisa proferia seus oráculos sob o influxo de vapores emanados de uma fonte da rocha e que se acreditava proviessem do interior da Terra. Era a mãe-Terra ligando-se pelo umbigo aos filhos inseguros e temerosos que ali compareciam. Logo, é por meio do umbigo (região do plexo-solar ? estomacal, que adentra as vibrações emanadas pelos eventos externos e pelas falas das outras pessoas) (REZENDE, 2006).

Por isso que, quando somos acometidos inesperadamente por alguma notícia ou acontecimento externo. Essas vibrações ao adentrarem ao nosso organismo provocam algumas alterações que podem atingir a nossa região estomacal.

A mão esquerda pode ser colocada em cima da direita, quando esta não tiver em uso.

Por que das vogais?

O nome, na Bíblia, tem uma significação bem mais profunda do que entre nós. Longe de ser um simples rótulo ou endereço, expressa a realidade íntima de quem o possui. O Criador, por exemplo, é Javé, isto é, "Ele É", que indica aquilo que é por essência. Latinizado Javé, tornou-se JEOVÁ, o qual carrega em si as letras "J", que pode ser entendida como "I"; a vogal "E"; a vogal "O", a letra "V", que pode ser compreendida como a vogal "U"; e, por fim, a vogal "A". Tornando-se assim, a expressão "IEOUA". Simbolizando assim, Deus, e deve-se invocá-Lo no momento de aflição.

"José disse a seus irmãos: Vós é verdade, profetastes o mal contra mim, mas Deus trocou-o em bem" (Gên: 50, 20).

"Na angústia, a mim invocaste e te livrei; da nuvem trovejante te respondi" (Sl: 81, 7).


Lembre-se que, nós estamos a todos os momentos sendo alvos de atuações de forças, que nem imaginamos que existam; e por meio do próprio ambiente que estamos ou outras pessoas que nos cercam e nos atentam a fazer ou dizer algo que poderá prejudicar-nos. Devemos assim, estarmos sempre atentos e auto-observando nossos campos vibratórios e sempre invocar ao Pai para socorrer-nos.

Os defeitos psicológicos nunca descansam e comem pelas beiradas. Os objetivos deles são roubar, matar e destruir a todos nós.

A Interiorização, referente à Higiene na Linguagem, destaca a importância que temos de nos doar para nós mesmos e buscarmos em todos os momentos conhecermo-nos e protegermo-nos.

Ingestão

Ingestão, referente à Higiene na Linguagem, envolve a ação de ingerir qualquer substância natural ou química que promova a alteração da Atitude ou Comportamento do ser humano, principalmente no aspecto da Fala.

Das substâncias referidas acima se destacam: as legais e as ilegais.

As Substâncias Legais são aquelas que promovem uma alteração orgânica no indivíduo, mas são legalizadas pelo governo atuante ou pela Lei maior de uma nação. Identificadas por chás caseiros e até medicamentos vendidos em farmácias (tanto as prescritas por profissionais da medicina como as não); mas, principalmente aquelas que são de uso cotidiano, como o café, álcool e tabaco. (fumo em geral).
Essas substâncias legais quando ingeridas, pelo ser humano, de maneira excessiva promovem o desconforto e desequilíbrio em seus campos vibratórios e ocasionam transtornos à prática do relaxamento por provocarem grandes agitações.

A ingestão excessiva de café ou chás provoca uma excitação no nosso sistema nervoso. O excesso de álcool provoca danos maiores e até irreparáveis. O consumo dessas substâncias deve ser moderado e responsável.

As substâncias ilegais são aquelas que são proibidas por Lei. Tanto para a sua fabricação, consumo, porte, transporte e demais utilizações. São substâncias que promovem um grande desequilíbrio no ser humano e podem levá-lo à morte. São conhecidas como entorpecentes (drogas). Elas promovem danos, principalmente na fala, incontestáveis.

"Aconselhou Jesus: "Tendes não se tornarem pesados os vossos corações com a crápula, a embriaguez e as preocupações da vida"" (Lc: 21, 34).

Prudência

O livro de Provérbios (2, 6) nos diz:

"O Senhor dá a sabedoria e de sua boca se difunde a ciência e a prudência".

A Prudência, referente à Palavra, envolve o controle e o equilíbrio de sabermos dizer o que é necessário num determinado momento. Muitas vezes, sentimos a necessidade de dizermos determinadas palavras, e isso, pode ser muito forte e prejudicial a alguém. Devemos ter certa cautela para dizê-las, pois nem todas as pessoas estão preparadas para ouvir determinadas coisas, mesmo que delas venham à verdade.

Uma verdade mal colocada ou pronunciada provoca danos irreparáveis.

Nesse momento impulsivo de se falar há necessidade da aplicação da disciplina, do silêncio e da prudência. Nem tudo deve ser dito.

Devemos em primeiro lugar respeitar a particularidade das outras pessoas. Às vezes, é melhor pensar e não falar. Antes de falarmos algo, devemos refletir muito sobre o que será dito. É um bom exercício que, nos traz bons frutos com a prática.

"Quando a sabedoria entrar no teu coração e a ciência deleitar a tua alma, a reflexão velará sobre ti e o discernimento te guardará, preservando-te da seqüência dos maus, dos homens que falam, perversidades" (Prov: 2, 10-11).

O prudente não acredita em qualquer coisa que ouve, mesmo que seja de uma fonte relativamente fidedigna; prefere acautelar-se e vigiar-se, diante de tudo o que ouve e vê, antes de expor a sua opinião; e procura na Oração a resposta adequada.

A Carta de Pedro (4, 7) nos adverte:

"Sede prudentes e vigiai na oração" .

Vigilância


"Vigiarei sobre meu proceder, para não pecar com a língua. Porei um freio na minha boca ao apresentar-se a impiedade" (Sl: 39, 1-2).


A Vigilância, conforme à Higiene na Linguagem, é o ato de autovigiar e autopoliciar. Ela tem duas características a destacar-se: a Observação e a Prevenção.
A Observação é o ato de poder detalhar com a visão e a audição tudo aquilo que se possa ter acesso, principalmente às palavras que nos atingem vindas de outras pessoas. Ela auxilia a percebermos como essas palavras chegam até nos e dá a oportunidade necessária para nos defendermos.

Nós devemos sempre estar vigilantes quando nos encontramos com outras pessoas ou freqüentamos ambientes agitados, para não sermos alvos das energias desequilibradas produzidas pela língua e verificar se tais falatórios (pessoas ou ambiente) estão prejudicando nossos campos vibratórios.

O livro de Provérbios (23, 26) nos diz:

"Dá-me, filho meu, o teu coração, e os teus olhos observem os meus caminhos" .

A Prevenção, na Higiene na Linguagem, é o exercício da Vigilância, junto à prática da reflexão, para evitarmos a pronúncia de palavras indesejáveis. Sabido que o falatório pode incomodar-nos ou prejudicar-nos, devemos: afastar-nos do ambiente; não o freqüentar; ou mudar de assunto e termos diálogos sadios.

"Sê vigilante, e confirma o restante, que estava para morrer, pois não tenho achado as tuas obras perfeitas diante do meu Deus" (Apoc: 3, 2).

Existem pessoas que somente conversam assuntos de desgraça, problemas e dores. Ao permanecemos poucos minutos, próximos a essas pessoas, o nosso corpo começa a sentir as conseqüências.

Todo ser humano que procura uma vida digna se afasta do mal, a demonstrar vigilância para conservar-se tranqüilo e saudável. (Prov: 16, 17).

A Primeira Carta de Pedro (5, 8) nos adverte:

"Sede sóbrios e vigiai! O vosso adversário, rodeia-vos como leão que ruge, à procura de quem devorar. Resiste-lhe, firmes, na fé!".

Conselho

"Antes de todas as tuas obras vá adiante de ti a palavra verídica, e antes de toda a ação um conselho estável" (Eclo: 37, 20).

O Conselho, na Palavra, é o aviso; a orientação recebida, por meio de dois fatores sociais: a Maturidade e a Experiência.

A Maturidade é o conjunto de qualidades que equilibra o ser humano; é o seu estado de amadurecimento. Ela é adquirida com o tempo e com a vivência de certos momentos captados pela observação e mantidos pela memória.

A Maturidade nos auxilia no momento que somos solicitados a opinar sobre algo ou tomar decisões. E, por meio da fala, utilizá-la no momento adequado e com eficiência, ou seja, dar uma resposta agradável a uma situação oportuna (Prov: 15, 23).

O livro de Eclesiástico (25, 6) dignifica o saber aconselhar:


"Quão belo é para velhice é o saber julgar, e para os anciãos o saber aconselhar" .

A Experiência é todo o ato que se realiza e verifica-se o seu resultado. Se o resultado for positivo continua a realizar a mesma atitude. Se negativo, altera-a e anuncie o seu não funcionamento. Ela é a prática da vida que auxilia em muito para evitarmos erros e sofrimentos desnecessários.

Antes de falarmos ou opinarmos sobre algo, sempre devemos recorrer a uma segunda opinião, de alguém mais vivido ou experiente naquele assunto, para não nos arrependermos daquilo que mencionaremos. (Eclo: 32, 24).
"Ouve os conselhos e aceita a instrução; tu serás sábio para o futuro" (Prov: 19, 20).

A vivência (Maturidade e Experiência) e a prática do amor é o maior desafio que temos como cristãos dentro do mundo, pois deles surgem a Amorização, a qual é fundamental para o fortalecimento e purificação do nosso coração.

Amorização

Nosso Senhor Jesus Cristo transmite o amor do Pai e envia-nos o Espírito Santo, o qual é o responsável pela amorização, que deve ocorrer em nossas vidas. Esta amorização é a atitude e comportamento básico do cristão que pela força do Divino Espírito Santo transforma a realidade das vidas concretamente (Jo:14, 16-17).

Amorização, na Higiene na Linguagem, refere-se à pronúncia de palavras de afeto, de cordialidade, positivas, animadoras, reconfortantes, esperançosas e amorosas.

Vejamos algumas: "muito obrigado!"; "por favor!", "tudo dará certo!"; "com licença!"; "haverá a possibilidade?"; "perdão!"; "desculpe-me!"; "você será feliz"; "você conseguirá!"; "você é um vencedor!"; "parabéns!"; "felicidades!"; "Jesus te ama"; "Deus é contigo"; "boa sorte!"; "coragem!"; "levanta-te!"; "levanta a cabeça"; "você será muito feliz"; "eu sou feliz"; "eu vencerei!"; "eu tenho sorte!" e as demais que expressam amor, delicadeza e cuidado.
Essas curtas palavras e expressões carregam em si uma grande energia revitalizadora, e quando são faladas auxiliam tanto as pessoas que pronunciam quanto as que as recebem. Na injusta agressão verbal a pessoa deve emanar palavras amorosas.

As pessoas devem ser caridosas e amorosas em suas palavras e pronúncias (1 Cor: 13, 1-3).

Com a amorização, a Palavra consegue mostrar os seus primeiros sinais de purificação; e ao serem fortalecidas pela Fé atinge os limites da Ciência, isto é, a comprovação de sua potencialidade como instrumento de realizações.

Nosso Senhor Jesus Cristo (Jo: 14, 12) nos afirma:

"Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço. E as fará maiores do que estas, porque eu vou para o Pai".

A palavra é importantíssima na atitude de uma pessoa. Ela é a base, mas sem Fé, ela não é nada. Se não acreditarmos no que falamos acabamos por destruir e não a construir algo. A Fé é uma maneira de se obter ciência da palavra; logo, o que falamos, crendo, materializa-se.

9.1.2 Fé

Fé é um conjunto de dogmas e doutrinas que constituem um culto (AURÉLIO, 2006). Ela é a primeira virtude teologal, sinal de firmeza na execução duma promessa ou compromisso assumido. É um dos dons espirituais que Deus manifesta, por meio do Espírito Santo, no ser humano.

Existe somente uma Fé, um único sentimento de se acreditar em algo (Ef: 4, 5), mas ela pode ser graduada. Essa graduação tem as seguintes denominações: Inconsciente, Filosófica, Popular, Fanática, Científica, Religiosa, Idólatra ou Totemista, Inconstante, Empírica, Política, Interna e Consciente.

"Em virtude da graça que me foi conferida, digo a quem quer que se encontre no meio de vós, que não se estime mais do que convém, mas que nutra sentimentos de justa modéstia, cada qual segundo o grau de fé que deus lhe concedeu" (Rom: 12, 3).

Essa graduação ou medição demonstra que a Fé, na Atitude, vai além do simples ato de crer em algo material e espiritual.

A Fé em si inexiste; há necessidade de um sujeito que dela se utiliza para justificar o seu pensar, sentir, acreditar e falar, junto com a sua esperança de realizar algo ou propiciar a realização de um determinado ato. Sem a Fé, a Palavra ou a Atitude se choca com o desequilíbrio, o desespero e a não realização. Por isso, muitos se dizem ter fé e nada conseguem.

Cada grau de Fé representa uma possibilidade de conquista e realização (Mt: 17, 20).

A Fé auxilia a manutenção do equilíbrio do ser humano, a propiciar-lhe assim, a conquista da pureza interna (coração) ou a manutenção dela.

"Fé é consistência daquilo que se espera, demonstração de realidades que não se vêem" (Hb: 11, 1).

Fé Inconsciente

A Fé Inconsciente é aquela encontrada nos seres humanos que não se incomodam com os acontecimentos, tampouco com o que falam e as suas conseqüências. Eles fazem o que devem fazer e não acreditam na sorte, no azar, em forças espirituais, em forças sobrenaturais, nos santos, em Deus, e em assuntos místicos ou em crendices e superstições. São os conhecidos "Burros Falantes", pois na maioria das vezes nem sabem o que seguem ou falam.

"Disse também Jesus: "Há entre vós alguns que não acreditam" (Jo: 6, 64).




Fé Filósofica

A Fé Filosófica é aquela em que agrupa os seres humanos que questionam, indagam, analisam se o que ocorreu com eles foi por automerecimento ou devido a fé que tiveram ou algo que deveria assim ocorrer (o acaso).

Analisa no que devem ter fé e procuram segui-lo. Se avaliarem que ter fé em determinado objeto ou sujeito satisfaz as suas necessidades internas e externas a promovem por meio de suas locuções ou partem para uma outra caminhada. Tudo com o objetivo de levar vantagem. São os conhecidos "Macacos Falantes", que dizem ter fé, mas nada realizam de concreto, ou seja, não praticam a referida fé. Somente esperam ganhar e falam por inquietação e devaneio, sem se importarem com a comprovação do que dizem.

A Carta de Tiago (2, 14) nos adverte:

"De que aproveita, meus irmãos a um dizer que tem fé, se não tem as obras".

Fé Popular

A Fé Popular, referente à Atitude, é aquela que agrupa pessoas que, promovem a manifestação comum de uma crença. É o crer por crer.

"Aquele que crê de leve, é leviano de coração, e ficará menoscabado: e o que peca contra a sua alma, não será tido em contra" (Eclo: 19, 4).

A pessoa acredita em algo, não por ela, mas porque uns grupos de outras pessoas desavisadas acreditam. Ela se torna um "Papagaio Falante", pois crê em algo que é acreditado por outras pessoas, e não por ela própria.

A Fé Popular aglutina pessoas que se preocupam com os seus bens materiais e sua auto-imagem, mas são inseguras. Qualquer motivo é sinal de desespero ou apego a qualquer outra crença que lhe dêem um pouco de alívio ou segurança.
"Ora o Espírito diz expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostarão da fé, para aderirem a espíritos enganadores e a doutrina diabólicas" (1 Tim: 4, 1).


Fé Fanática

A Fé Fanática ou Ignorante cega qualquer pessoa, a transformá-la num perigo para toda a humanidade. Ela contém em si o fanatismo, o qual é o ato de crer e pregar algo que se acredita de maneira inconsciente, cega e mecânica.

As pessoas fanáticas acreditam tanto em determinadas coisas ou palavras, independente se forem imorais ou ilegais, não conseguem desprender-se delas.

O fanatismo desequilibra a mente e perturba o coração do ser humano, pois acaba a andar pelas trevas e não sabe para onde se dirige (Jo: 12, 35).

O lábio do fanático é doce como mel, mas os seus frutos são ácidos corrosivos.

A Fé Fanática permite nenhum tipo de intromissão ou discussão com os seus fundamentos. Ela é doente. Prega e impõe a sua palavra como verdade única e pura. Somente ela está certa. A reflexão e análise, para ela, são ações demoníacas.

O fanatismo envolve na sua massa social: a religião, a política e os esportes. Ele pode ser imposto por alguém ou adquirido pela própria pessoa. Quando a pessoa se torna fanática por algo, somente enxerga aquilo que deseja enxergar.
A fé é algo que nasce com o ser humano e faz parte da sua tríplice vida: Material, Psicológica e Espiritual. Ela está inserida na Psicológica, isto é, está dentro da sua "psique". Cada pessoa tem um entendimento e evolução de sua consciência. Para umas, ser fanática é algo absurdo, para outras é algo imperceptível e inexistente, e sim, somente entendido como um preconceito ou discriminação pela visão alheia.

Jesus Cristo (Mt: 7, 15-16) nos acautela:

"Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós em veste de cordeiro, mas por dentro são lobo rapaces. Pelos seus frutos os conhecereis".

Fé Científica

"Disse Jesus a Tomé: "Crestes porque vistes? Felizes os que crêem sem terem visto"" (Jo: 20, 29).

A Fé Científica é aquela que agrupa pessoas que, somente acreditam em algo, após ser comprovado a sua existência ou veracidade. Não se deixam acreditar e lutam contra tudo que seja empírico, filosófico, inconsciente e fanático. Duvidam constantemente até o último detalhe. Preferem desconsiderar cem palavras verdadeiras a aceitar uma falsa. São pessoas desconfiadas ao extremo e chegam a serem cépticas, mas carregam em si a sua fé.

A Fé Científica faz com que as pessoas acreditam que a fé é o resultado de um trabalho. Sem trabalho não há fé. Não acreditam em "diz-que-me-diz", tampouco no "ouvi dizer" e o "falaram por aí". Crêem em palavras que possam ser provadas e comprovadas; logo, falam e acreditam somente no que é ou pode ser provado.
Fé Religiosa

A Fé Religiosa é aquela em que agrupa pessoas que acreditam somente na Doutrina e Pregação das religiões que escolheram para si. Afastam-se ou abominam as pregações ou doutrinas de outras religiões, independente se as suas dizem a verdade ou não. São pessoas que pronunciam palavras apoiadas na sua doutrina religiosa.

"Se alguém, sem refrear a língua, mas se iludindo no seu coração, se julga religiosa, é vã a sua religião" (Tg: 1, 26).


As pessoas adeptas a essa Fé, no afã de defender suas idéias religiosas, caluniam, injuriam e difamam por meio de palavras outras crenças religiosas sem conhecimento de causa, desrespeitando a liberdade individual de credo de cada indivíduo.

Elas, em suas consciências, crêem que a verdade está presente nas suas religiões; e falam, na maioria das vezes, sem ciência, e sim, por simples crença.

Na Carta de Paulo aos Gálatas (1, 7-9) há o apoio a unidade evangélica, a qual, quando mal-interpretada, faz menção à Fé Religiosa:

"De fato, não há dois evangelhos; o que há são alguns que lançam a desordem entre nós e propõem-se transtornar o Evangelho de Cristo. Pois bem, ainda que nós próprios ou um anjo do céu vos anunciasse um evangelho diferente daquele que vos anunciamos, seja execrado".

Fé Idólatra ou Totêmica

Ídolo, estritamente escrevendo, é um falso deus ou perfeição. O culto que se lhe presta se chama Idolatria. A Fé Idólatra é aquela que envolve pessoas que somente acreditam naquilo que elas possam ver sentir ou tocar. Elas necessitam desses objetos para concretizar em si a Fé.

Para o idólatra, as palavras são vãs se não houver tal sensação (visual, auditiva, olfativa, gustativa, ou tátil) a um objeto.
Os objetos idolátricos podem ser: livros com ilustrações; estátuas; esculturas; pinturas; fotografias; crucifixos; talismãs, tótens; a estender-se até ao meio ambiente: Sol, luz, trovão, furacões; e qualquer objeto que essas pessoas depositam ali o seu amor, o seu credo, a sua fé, a tornar-se um fã daquilo. A ausência de algum desses objetos referenciados provoca nessas pessoas a descrença.

São pessoas que, por meio de palavras, defendem fervorosamente seus ídolos.

A pessoa ter um objeto, como referencial religioso, até que não é prejudicial a ela, mas tê-lo como instrumento de salvação se torna insalubre. Sendo que, em dados momentos, devido a baixa auto-estima da mesma, um objeto qualquer pode ser a sua "tábua de salvação"¹.

"Filhinhos, guardai-vos dos ídolos" (1 Jo: 5, 21).

O idólatra propaga a sua crença e religião nos ídolos a todas as pessoas como fonte de salvação e milagres, a provocar assim, descaminhos espirituais.

"Deixai-vos! São cegos que guiam cegos. Ora, se um cego guia outro cego, ambos cairão nalgum barranco" (Mt: 15, 14).

Fé Inconstante

"Mas aquele que tem dúvidas, se come está condenado, porque não come por fé; e tudo o que não provém da fé é pecado" (Rom: 14, 23).

A Fé Inconstante é aquela que agrupa pessoas que, por algum motivo têm fé em algo, mas por um outro motivo, que não lhes agradaram, deixam de tê-la. Se os seus pedidos são realizados acreditam; se não o forem, desacreditam. Às vezes, são fervorosas pregadoras convictas, noutros momentos, tornam-se laicas e até descrentes da fé.
1.É uma expressão utilizada para designar: o único meio de uma pessoa se salvar diante da morte ou de um grande problema.
A Fé Inconstante realiza no ser humano um desequilíbrio, ou seja, num determinado momento ele fala e crê numa coisa e posteriormente, indagado à respeito de sua fala ou crença, se isso não lhe for positivo, responde que nada falou ou acreditou em tal coisa, ou que não se lembra de tê-la dito ou pregado a referida crença.

As pessoas que se identificam com esta fé não acreditam nem nelas mesmas (potencial) e por meio de suas falas tentam criar nas outras pessoas o espírito da descrença da existência Divina.

"Quem é esse Onipotente, para que o sirvamos, e que nos aproveita invocá-lo?" (Jó: 21, 15; 34, 27).

Fé Empírica

A Fé Empírica é aquela obtida, por meio de algum tipo de experiência que a pessoa vivenciou. São várias as pessoas que começam a ter fé, a partir do momento que, algum dos seus pedidos foram atendidos. Algumas nunca creram, e começam a crerem no instante que viram, sentiram ou foram suas preces atendidas, sejam elas quais forem.

A Fé Empírica agrupa pessoas que, na palavra, gostam de contar "casos" (testemunhos), que ocorreram em suas vidas e de outras pessoas. Tornam-se repetitivas e impõem e demonstram a sua fé, por meio de seus depoimentos, às vezes, reais, outras vezes, fantasiosas.

"Disse Jesus ao pai do menino possesso: "Tudo é possível a quem crê"" (Mc: 9, 23).



Fé Política

A Fé Política é aquela que agrupa pessoas que querem levar algum tipo de vantagem ou prazer. Elas praticam esta fé com o objetivo único de se darem bem nas situações que estão envolvidas.

No íntimo, elas não crêem em nada, mas conseguem, por meio de suas palavras ou de suas expressões, vender uma imagem de alguém que tem uma fé perfeita e convicta, principalmente no ambiente que atua.

A Fé Política é a atividade pela qual as pessoas "sugam" tudo aquilo que for prazeroso ou vantajosso para elas. Mas, no momento de participar ou contribuir para a permanência daquela referida ativividade, simplesmente se abstêm. É o defeito da avareza, a manifestar-se de uma forma contundente nessas pessoas sob esta fé.

"Hipócritas, bem profetizou Isaías a vosso respeito: Este povo honra-me com os seus lábios, mas seu coração está longe de mim. Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens" (Mt: 15, 7-9).

Fé Interna

Carta de Paulo aos Efésios (2, 8) nos orienta:

"De fato, é pela graça que fostes salvos, mediante a fé, e isto não procede de vós; é dom de Deus" .

A Fé Interna é aquela em que a pessoa tem em si uma fé, mas não a divulga. Crê em si ou em algo, mas não demonstra por meio de suas palavras ou ações tal crença. Acaba a ser uma fé tímida ou reclusa, somente vivida pela pessoa que a possui.
As demais pessoas acabam a identificar a pessoa que tem a Fé interna como uma descrente, pois não é vista em locais religiosos.

As pessoas que têm a Fé Interna respeitam todos os pontos de vista religiosos, mas se mantêm neutras a qualquer discussão ou menção a assuntos espirituais ou similares.

Esta Fé, se não cuidada e vigiada, pode tornar-se uma fé egocêntrica, porque essas pessoas não comungam sua fé com as demais. São conhecidas por manterem-se numa clausura religiosa ou particular. Mas, para elas, a Fé engloba a atitude e o comportamento particular e não uma demonstração social.

Carta de Paulo aos Romanos (8, 24-25) nos ratifica a Fé Interna:

"Pois nesta esperança somos salvos. Mas, a esperança que se vê não é esperança. Quem espera por algo que já tem? Mas, se esperamos o que não vemos, com perseverança o aguardamos".

Fé Consciente

Fé Consciente é aquela que agrupa seres humanos que têm consciência do que estão pensando, sentindo e fazendo em relação àquilo que acredita ou prega. Eles procuram manter equilibrado o seu raciocínio e sua emoção diante de sua fé.

A Fé Consciente é constante, esperançosa, forte, equilibrada, próspera, divina e amorosa.

As pessoas que nela habitam realizam obras com Sabedoria, em prol de si, dos outros e do ambiente em que vive.
"Tendo sido justificados mediante a fé, temos a paz, por meio do nosso Senhor Jesus Cristo" (Rom: 5, 1).

Sem a Fé, o Poder da Palavra se perde em si. Nada vale.

A Fé faz a atitude ter consistência e poder, mas se necessita da Sabedoria, para que ela não se tornar maligna, pois se a pessoa tiver uma fé em algo e não trabalhar com a Sabedoria acaba a utilizá-la para obtenção de vantagens para si e torna-se um ser cada vez mais mecânico e desumano, e com isso, fortalece ainda mais os seus defeitos psicológicos.

9.1.3. Sabedoria

Sabedoria é a qualidade do sábio, isto é, o ser humano que sabe o que sabe; sabe o saber; sabe fazer; sabe fazer saber; e procura, por meio dela, promover a harmonia entre as pessoas, as pessoas e os objetos, e as pessoa e os ambientes. Ela é um dos dons espirituais de Deus manifestado nas pessoas pelo poder do Espírito Santo.

Na Bíblia Sagrada, encontramos meios que a Sabedoria é despertada e desenvolvida:

. Oração (Tg: 1, 5-6);
. Vida de Santidade (Sab: 1, 4);
. Temor a Deus (Eclo: 1, 16);
. Humildade (Prov: 11, 2); e
. Interesse (Sab: 6, 12-17):

"A sabedoria brilha sem jamais empalidecer e deixa-se ver facilmente por aqueles que a amam e é encontrada por aqueles que a buscam. Antecipa-se a conhecer aos que a desejam; quem madruga para buscá-la, não terá de cansar-se, pois a encontrará sentada ao seu limiar. Pensar nela é portanto, flor de prudência, e quem lhe dedica as vigílias, depressa estará livre dos cuidados, pois ela mesma anda por todas as partes à procura dos que são dignos dela, e benignamente lhes aparece nos caminhos e vem ao seu encontro com toda a solicitude. Princípio da sabedoria é o mais sincero desejo da instrução e ânsia da instrução do amor".

A Sabedoria, para ser identificada como tal, além de ser composta por esses sete grandes grupos: 1) Inteligências; 2) Zelo (Prudência/Cuidado); 3) Intelectualismo; 4) Ambição; 5) Genialidade; 6) Educação; e 7) Conhecimento (Ciência), tem que ser: Pura, Pacífica, Moderada, Dócil, Misericordiosa, Imparcial e Verdadeira. Fora disso, não é Saberia.

"Então ouvi uma grande voz no céu, que dizia: Agora é chegada a salvação, e a força e o reino do nosso Deus, e o poder do seu Cristo. Pois já o acusador de nossos irmãos foi lançado fora, o qual diante do nosso Deus os acusava de dia e de noite" (Apoc: 12, 10).

Inteligências

Inteligências são os conjuntos de habilidades ou as habilidades de resolverem problemas. Referente à Higiene na Linguagem, as Inteligências envolvem as habilidades de utilizar o verbo de uma maneira excelente (eficaz e eficiente) na solução de questões próprias ou alheias.

Existem várias habilidades dentro de nós, as quais correspondem a algum tipo de nossas inteligências.

Dentre as Inteligências, destacam-se a: Lingüística; Musical; Emocional*; Lógico-matemática; Cinestésica, Intuitiva*; Administrativa*; Financeira*; Naturalística; Hormonal*; Espacial; Artística*; Metafísica*; Pessoal; e, Artificial* (GARDNER, 1994).



(*) Inserção do autor.
Cada uma dessas inteligências tem seu objetivo próprio para a sua execução, tal qual, têm características próprias de despertamento dentro de nós, como o seu desenvolvimento e aprimoramento.

Nós somos dotados de todas essas inteligências e para despertar e desenvolvê-las há necessidade inicial da prática de algumas dessas atividades: jogo de xadrez ou boliche ou golfe ou ginástica aeróbica ou dança.

Cada pessoa deve escolher uma dessas modalidades e praticá-las despreocupadamente. E com o passar do treino sentirá suas habilidades aflorarem.

"Vale mais adquirir a sabedoria do que o ouro. Possuir inteligência é mais estimável que a prata" (Prov: 16, 16; 3, 13-14).

Zelo (Prudência/Cuidado)

Zelo é o ardor que o ser humano emprega na defesa do bem social ou de uma causa ética.

Na Higiene na Linguagem, o Zelo, refere-se ao trabalho árduo do ser humano para o não cometimento de erros ou excessos no seu falar.

O Zelo envolve a união da Prudência com o Cuidado, ou seja, a cautela e o ato amoroso da preservação e conservação das palavras que nós mencionamos.

"Se alimentais em vossos corações zelo azedo e rivalidades, não vos glorieis, não mintais contra a verdade. Não é esta a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal, diabólica; porque onde existe tal zelo e rivalidades, aí se encontra a desordem e todas as coisas más. Mas, a sabedoria que vem do alto é, antes de tudo, pura, depois pacífica, moderada, dócil, cheia de misericórdia e de bons frutos, imparcial, não fingida. Um fruto de justiça semeia-se na paz para aqueles que praticam a paz" (Tg: 3, 14-18).

O Zelo é formado pelo: Equilíbrio; Bom Senso (Juízo); Responsabilidade (Cuidado); Disciplina; Exemplo; Precaução; e Veracidade.

Equilíbrio é o estado do Zelo que envolve a moderação, a sutileza, a sensibilidade e a tranqüilidade em expor idéias, pensamentos, opiniões e conselhos, ou seja, a fala deve ser equilibrada.

"Cristo se entregou a si mesmo por nós, para nos resgatar de toda iniqüidade e formar para si um povo que seja todo seu, purificado, zeloso pelas boas obras" (Tt: 2, 14).

Bom Senso (Juízo) é o outro estado do Zelo, que na Higiene na Linguagem envolve a diplomacia e o "politicamente correto", ou seja, devemos pronunciar palavras que não provoquem, um mau entendimento ou intriga, nas ou entre as pessoas.

O Bom Senso zela pela moderação, isto é, não devemos ser "nem 8 nem 80". Procuremos um meio termo, para as questões que envolvem a fala, ou seja, devemos ser "44".

Isto não representa que devemos estar em cima do muro, mas devemos procurar situarmo-nos com juízo. Nem para um lado, tampouco para o outro.

"Por certo, é bom ser objeto de solicitudes honestas, contanto que sejam duradouras, e não só quando estou presente entre vós, filhinhos meus por quem sofro novamente as dores do parto, até que Cristo não se tenha formado em vós. Bem quisera estar agora presente no meio de vós e cariar o tom da minha voz, pois me sinto muito perplexo a vosso respeito" (Gal: 4, 18-20).

Responsabilidade é o ato de sermos responsáveis, ou seja, de termos obrigações e pagarmos por elas. Esse ato envolve a ausência de dívidas; logo, se somos responsáveis não devemos.

Na Sabedoria, referente à Higiene na Linguagem, a Responsabilidade é o Zelo de saber que temos a obrigação de pronunciar palavras, na medida do possível, conscientes, e sabermos que, pagaremos por aquilo que falarmos inconscientemente, isto é, o que falamos materializa-se.

"Cuidai, pois, diligentemente, como deveis proceder; não como insensatos, mas como homens sábios. Aproveitai bem toda ocasião, porque vivemos em dias maus. Não sejais, portanto, irrefletidos, mas tratai de compreender bem qual seja a vontade de Deus" (Ef: 5, 15-17).

Disciplina, referente à Sabedoria, é o nosso trabalho constante na Higiene Lingüística, para a conquista e a preservação do pensamento equilibrado.

A Sabedoria sem a Disciplina, torna-se um saber sem o fazer ou um fazer sem o saber, colocando-nos num labirinto de teorias.

A Disciplina é a união da teoria com a prática, possibilitando para nós, os resultados necessários para a conquista de um coração puro, e com isso, uma pronúncia consciente.

"Para o prudente, a disciplina é como ornamento de ouro, e qual bracelete no pulso direito" (Eclo: 21, 24).

A pessoa zelosa utiliza o Exemplo para se fazer mostrar ou demonstrar alguma ação. Suas palavras seguem a sua Atitude (mental). Sua atitude, por meio da Sabedoria, é seguida pelo seu comportamento (motor), o qual tem na Higiene na linguagem sua prática constante.

"A ciência do sábio transbordará como uma inundação, e o seu conselho permanece como uma fonte de vida" (Eclo: 21, 16).

Precaução é o ato de precavermo-nos e prevenirmo-nos contra tudo aquilo que nos possa prejudicar ou a outrem.

A Precaução, referente à Higiene na Linguagem, orienta-nos a nos afastarmos das confusões ou possíveis intrigas do ambiente; a não estarmos presente em discussões desnecessárias e fúteis; e a não participarmos de atribulações em defesa de um e de outro, para que não pronunciemos palavras inconscientes durante o fervor do momento.

"Jesus se voltou ao povo e disse-lhe: "Quem, dentre vós, querendo construir uma torre, não se senta primeiro para calcular a despesa, para ver se tem com que acabá-la, a fim de evitar que, depois de lançar os alicerces, não podendo completá-la, todos os que o virem comecem a zombar dele, dizendo: "Este homem começou a construir não pode chegar ao fim" Ou qual é o rei que, partindo para combater contra outro rei, não se senta primeiro a examinar com dez mil soldados é capaz de enfrentar aquele que lhe vem ao encontro com vinte mil? De contrário, estando o outro ainda longe, deve mandar-lhe uma embaixada a pedir a paz"" (Lc: 14, 28-32).

A Veracidade é o estado complementar do Zelo que envolve a observação da verdade e da seriedade do fato, ou seja, quando a pensarmos, sentirmos ou pronunciarmos alguma palavra devemos fazê-lo com conhecimento de causa e não pelo "ouvi dizer"; e sempre a buscar a verdade dos acontecimentos e a fugirmos da mentira ou da "mãe das incertezas": o conhecido "acho".

"Quando a sabedoria entrar no teu coração e a ciência deleitar na tua alma, a reflexão velará sobre ti e o discernimento te guardará, preservando-te da seqüela dos maus, dos homens que falam perversidades" (Prov: 2, 10-11).

O início da prática do Zelo, da Higiene na Linguagem, é imprescindível para o auxílio na obtenção da pureza do nosso coração.

"Sê zeloso e emenda-te" é a advertência, para nós, segundo o livro de Apocalipse (3, 19).




Intelectualismo

Intelectualismo é o assunto relacionado à Sabedoria, referente à Higiene na Linguagem, de dar capacidade a mente humana em absorver, aprender, reter, interpretar, compreender, memorizar e conhecer fatos e acontecimentos que ocorrem ao seu redor.

O Intelectualismo, referente à Higiene na Linguagem, auxilia-nos em muito para o discernimento das palavras, principalmente na hora da Argumentação. Ele agrupa em si, alguns estágios: Alfabetização; Cientista ou Pesquisador; Literário; Erudito; e Acadêmico.

O Intelectualismo pode ser destinado aos assuntos reltivos à vida material, psicológica e espiritual. Tanto individualmente quanto coletivamente.

A intelectualidade é distinta da inteligência. Nela, a pessoa por meio do ensino e instrução está capacitada para resolver problemas. Já, na inteligência, a pessoa não necessita do conhecimento, pois possui habilidade para resolver tal questão. A união do Intelectualismo e da Inteligência produz a Competência, ou seja, um estado da Higiene na Linguagem, que a pessoa sabe resolver e não criar problemas.

O livro de Provérbios (22, 17-18) nos diz:

"Inclina o teu ouvido e escuta as palavras do sábios, aplica a tua mente à instrução. Porque te será agradável guardá-las no teu coração e tê-las já prontas sobre teus lábios".

Alfabetização

"Se quiseres, meu filho, podes tornar-te sábio, e se te aplicares, tornar-te-ás sagaz. Se ouvires de boa vontade, aprenderás, e se prestares atenção, serás doutrinado" (Eclo: 6, 33-34).

A Alfabetização é o primeiro passo para ingressarmos no caminho da intelectualidade, a qual se divide em: ensino familiar, ensino infantil, ensino fundamental, ensino médio, ensino superior e pós-superior.

O Ensino Familiar e o Ensino Infantil são os primeiros passos para um contato com a língua (os primeiros fonemas, palavras, frases e orações). Nesta fase a observação e vigilância dos responsáveis são imprescindíveis para o diagnóstico e correção das pronúncias, bem como a sua veracidade. O limite inicial com a instrução deve ser realizado para eliminação de defeitos psicológicos que querem manifestar-se.

Com a evolução do processo da alfabetização, chega-se ao Ensino Básico (Fundamental e Médio), que pelo seu desenvolvimento orgânico (crianças-adolescentes) promove-se neles o falatório intenso ou a inquietude estranha. Deve-se ainda, nesse período, serem observados pelos responsáveis, sob a base da instrução e do diálogo amigável, o posicionamento dos limites para os possíveis excessos, pois os defeitos psicológicos, por meio dos hormônios, estão à flor da pele dos respectivos jovens.

Após, esses ensinos, surgem o Superior e o Pós-Superior, que exige do estudante um autocontrole maior para o seu êxito. O falar consciente e adequado propicia um bom caminho (social e profissional) para ele.

A Alfabetização, referente ao Intelectualismo, envolve três indivíduos: o pseudo-alfabetizado, ou seja, aquele que somente possui o nível médio de ensino; o semi-alfabetizado, que possui o nível superior completo de ensino; e o alfabetizado, ou seja, aquela que possui no mínimo um Mestrado no seu processo de ensino-aprendizagem. Somente com o preenchimento deste último quesito, a pessoa será considerada alfabetizada na sua língua, segundo à Higiene na Linguagem.

Cientista ou Pesquisador

Geralmente, o Cientista ou Pesquisador é um semi-alfabetizado ou um alfabetizado, que trabalha no sentido de pesquisar sobre um determinado tema, que é um problema para ele ou para alguém e necessita-se que seja respondido, descoberto ou solucionado.

Nessa fase do Intelectualismo, referente à Higiene na Linguagem, exige-se certa seriedade do Cientista ou Pesquisador, tanto no seu falar como no seu escrever, para não cometer equívocos. Uma palavra mal colocada ou pronunciada pode provocar danos terríveis.

"Esforço-me para agradar a todos sem buscar a minha própria vantagem, mas a do maior número, para que se salvem" (1 Cor: 10, 33).

Literário

Independente do seu grau de alfabetização, o Literário tem grande responsabilidade, pois transmite palavras que podem construir ou destruir algum ambiente, objeto ou sujeito. Mas, é vangloriado pela sua capacidade (intelectualidade) ou habilidade (inteligência) em trabalhar com a palavra.

Destacam-se: os poetas, os trovadores, os atores, os compositores, os cantores, os apresentadores, os escritores, os jornalistas, etc.

"Vossas palavras iluminam e dá diligência aos simples" (Sl: 119, 130).

Erudito

O Erudito é um intelectual que se utiliza de sua oratória para expor suas mensagens. Por meio de palestras, seminários, congressos, assembléias, e outros eventos, promovem a propagação da palavra em várias instâncias de ensinagem (ensino-aprendizagem).

O Erudito é uma pessoa que tem um vasto conhecimento e deve preocupar-se ao máximo com a sua oratória (fala), pois o que ele fala é, muitas vezes, absorvido pelos ouvintes como pura verdade.

"Na assembléia prefiro dizer cinco palavras com a inteligência, a fim de poder instruir também aos outros, do que dez mil palavras em virtude do dom das línguas" (1 Cor: 14, 19).

Acadêmico

O Acadêmico é um Intelectual que está associado a uma Academia, seja ela, de Letras, História ou outras tantas. O imortal, como ele o é assim conhecido, tem grande responsabilidade na Higiene na Linguagem, pois promove o que deve ou não ser dito, aceito ou propagado, por meio da Palavra.

A voz de um Acadêmico ecoa infinitamente (Mt: 24, 35).

"Não desprezes as sugestões dos sábios e familiariza-te com as suas máximas, porque disso aprenderás instrução, de modo a poderes estar na presença dos príncipes" (Eclo: 8, 9-10).

O Intelectualismo, item importante da Sabedoria, promove muitos benefícios à Higiene na Linguagem quando aplicado adequadamente e constantemente.

Somente o louco e o diabólico desvalorizam uma boa educação ou uma intelectualidade conquistada.

Nosso Senhor Jesus Cristo (Lc: 8, 11-25) nos relata a importância do Intelectualismo, quanto à Palavra:
"Disse Jesus: "Este é o sentido da parábola: A semente é a palavra de Deus. Os grãos caídos à beira do caminho simbolizam aqueles que ouviram; em seguida, vem o demônio e tira-lhes a palavra do coração, para que não venham a crer e se salvem. Os que caíram sobre a rocha são aqueles que, depois de terem ouvido, recebem alegremente a palavra; mas esses não têm raízes: acreditam por algum tempo, mas no momento da provação voltam atrás. A semente que caiu entre os espinhos representa aqueles que ouviram, mas, com o andar do tempo, são sufocados pelos cuidados, pelas riquezas e pelos prazeres da vida e não chegam à maturidade. E a semente que caiu em boa terra indica aqueles que, depois de terem ouvido, conservam a palavra num coração bom e virtuoso e dão fruto com a sua perseverança".

Ambição

A Ambição é um dos instrumentos motivadores da Sabedoria, a ter certa importância, pois sem ela não há a busca, a vontade, o desejo, o querer praticar a Higiene na Linguagem.

Sem a ambição, o ser humano se torna inerte, ou seja, ocorre a estagnação e a conformidade (ele se conforma com a situação em que vive). E não é isso que Deus quer para ele (Jo: 10, 10).

O ser humano que não deseja a Sabedoria não há consegue. Há necessidade de querê-la sinceramente, e isso, dá-se pela Ambição.

Não se deve confundir a Ambição com a ganância, a qual é um desequilíbrio da vontade (fruto do defeito psicológico: Gula).

"Têm os olhos cheios de adultério, e são insciáveis no pecado; engodam as almas inconstantes; têm um coração exercitado na ganãncia, são filhos da maldição!" (2 Pd: 2, 14).

Na Atitude, referente à Higiene na Linguagem, a Ambição envolve o desejo de querer um coração puro, um pensamento equilibrado e um falar consciente, custe o que custar; pois, sem ela, torna-se bastante difícil em obter tais benefícios para os nossos corpos: material, psicológico e espiritual.
"Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para discernirdes qual é a vontade de Deus, o que é bom, aceito a Deus e perfeito" (Rom: 12, 2).

Genialidade

A Genialidade é a parte da Sabedoria, da Higiene na Linguagem, que agrupa pessoas com um alto grau de competência (intelectualidade e inteligência).

O gênio é capaz de criar, renovar, inovar, transformar qualquer coisa que deseja por meio da sua Sabedoria; e gera soluções e facilidades para uma vida mais equilibrada.

A Ética deve sempre acompanhar a Genialidade; senão, esse dom se afasta do bem e provocará malefícios à humanidade.

A Genialidade nasce com a pessoa. É uma benção de Deus, para que ela harmonize o mundo em que habita.

"Os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis" (Rom: 11, 29).

Educação

A Educação é o processo de progresso material, psicológico e espiritual do ser humano. Ela, referente à Higiene na Linguagem, dá base para a Sabedoria nos assuntos relacionados: à etiqueta; à discrição; à elegância; ao aprimoramento; e à vivacidade.

A Educação tem por objetivo combater os defeitos psicológicos que atuam no ser humano, por meio da ação do despertar e do desenvolvimento das suas antíteses, as Virtudes Psicológicas: a Humildade (oposto da Soberba); o Amor ao Próximo (contrário da Ira); o Jejum (distinto da gula); a Abnegação (oposto da Avareza); o Trabalho Voluntário (contrário da Preguiça); a Castidade (distinto da Luxúria); e a Solidariedade (oposto da Inveja); e seus frutos; com isso, promover a manutenção e conservação da Higiene na Linguagem.

Etiqueta

Etiqueta é um conjunto de cerimônias utilizadas no trato social. São normas ou regras de boas maneiras.

A Etiqueta, referente à Sabedoria, estende-se à comunicação, a expressão do linguajar adequado para um determinado momento e a sua contenção. Ela promove a autovigilância do próprio ser humano, e com isso, ele pratica a auto-observação.

Nosso Senhor Jesus Cristo (Mt: 5, 37) nos ensina:

"Seja o vosso falar: Sim, sim; não, não; porque, tudo o que passa disto procede do maligno".

Discrição

A Discrição, na Educação, refere-se àquela pessoa que não se faz sentir ou notar-se com intensidade ou demasia num determinado ambiente.

A pessoa indiscreta, falante, chamativa propicia escândalos e situações desarmônicas para as outras pessoas. Já a discreta, ao contrário, mantém-se equilibrada, constante e tranqüila em relação a outrem.

A carta de Paulo aos Efésios (5, 4) nos adverte:
"Nem haja linguagem torpe, conversações vãs e chistes grosseiros, todas coisas indecentes".

Elegância

A Elegância é o charme da Educação. Ela é a atitude própria do homem de sentimentos e ações nobres (cavalheiro), bem como o da dama, que envolve a mulher num domínio de suas emoções, palavras e postura diante de outras pessoas.

O cavalheiro e a dama são pessoas de fino trato e aguçado senso de sutileza, amabilidade, respeito, disciplina e autocontrole, principalmente no falar.

O Salmista (37, 30) vangloria a elegância da fala:

"A boca do justo profere sabedoria e a sua língua fala de retidão".

Aprimoramento ou Leitura de Mundo

Na Educação é essencial o Aprimoramento ou Leitura de Mundo, ou seja, necessitamos estar sempre atualizados para aperfeiçoar-nos diante dos acontecimentos e fatos sociais, políticos, econômicos, culturais, que envolvem o Mundo, bem como referente à moda (cabelos, roupas e acessórios), para evitarmos pronúncias inconscientes, isto é, as gafes.

O Aprimoramento ou Leitura de Mundo nos dá a oportunidade de pronunciarmos palavras com certo polimento, pois falaremos o necessário no momento adequado.

O livro de Jó (6, 25) nos adverte, quanto ao momento propício de se falar:

"Que de ofensivo têm minhas palavras sinceras?".

Vivacidade

A Vivacidade é a qualidade de vivaz, isto é, o modo de como falamos ou gesticulamos.

A educação não exige que nós sejamos nulos, paralíticos ou omissos, ao contrário, que sejamos e estejamos presentes e atuantes entre as pessoas e nos ambientes, mas de maneira equilibrada e comedida.

Quem não aparece desaparece.

Algumas ações que envolvem a vivacidade são os cumprimentos e saudações; as conversas; o entrosamento social; a participação em discussão equilibrada; e a demonstração de se estar presente ao ambiente.

O livro de Provérbios (15, 23) nos admoesta a falar na hora certa:

"Saber dar uma resposta causa alegria, e uma palavra dita a tempo quanto bem, faz".

Nesses 05 aspectos, a Educação tenta mostrar ao ser humano o caminho adequado para a conquista de um coração puro, no aspecto da correção do seu falar, mas deverá ser complementado com o despertar e desenvolvimento das virtudes, as quais combatem os defeitos psicológicos.

A outra função da Educação é auxiliar-nos no combate aos defeitos psicológicos: soberba, ira, gula, inveja, luxúria, preguiça e avareza. E para tal, utiliza-se e baseia-se na: oração, fé e jejum, para que assim consigamos trabalhar e fortalecer as antíteses desses demônios internos que atuam na nossa atitude.

"Mas esta casta de demônios não se expulsa senão por meio de oração e jejum" (Mt: 17, 21).

Por meio da oração a Deus, devemos pedir-Lhe que desperte e desenvolva em nossa Atitude a Ascese, ou seja, o exercício prático que leva à efetiva realização da Virtude, por meio: da Humildade, do Amor ao Próximo, do Ato do Jejum, da Abnegação, do Trabalho Voluntário, da Castidade ou Equilíbrio sexual/genital, e da Solidariedade; para que assim tenhamos uma força a mais para auxiliar-nos na nossa limpeza interna, isto é, na nossa Higiene na Linguagem.

Nosso Senhor Jesus Cristo (Mt: 6, 24) nos adverte sobre os dois lados:

"Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará um e amará ao outro, ou será dedicado a um e desprezará o outro. Não podes servir a Deus e a Mamom".

Humildade (Fé)

A Humildade é o caminho para a virtude, que nos leva a um conceito exato do que somos e a viver de conformidade com este conceito.

Ser humilde é aceitar o que somos e procurar melhorar-nos, nos aspectos: material, psicológico e espiritual. É reconhecermos quando somos vencidos por algo; e que, sempre existirá um superior a nossa frente. Quando vencemos não devemos humilhar o vencido tampouco nos vangloriarmos, pois na vida tudo tem 50% de dar certo ou errado; e que, às vezes, ganhamos e outras perdemos.

Na Sabedoria, referente à Higiene na Linguagem, a Humildade combate a Soberba e suas ramificações, e suas pronúncias promovem o bem-estar entre todos.

"Durante a ceia, como o demônio já tivesse metido no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, que o traísse, sabendo Jesus que o Pai tudo lhe pusera nas mãos e que Deus viera e que para Deus voltava, levanta-se da mesa, depõe o manto e, tomando uma toalha, cinge-a à cintura. Depois, deita água numa bacia e começa a lavar os pés aos apóstolos e enxugá-los com a toalha que cingira à cintura. Depois de lhes lavar os pés, retornou o manto e, pondo-se novamente à mesa, disse-lhes: "Compreendeis o que vos fiz? Vós me chamais Mestre e Senhor, visto que o sou. Se, portanto, eu, sendo Mestre e Senhor, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros. É que eu dei-vos o exemplo, para que, assim como vos fez, vos façais também" (Jo: 13, 2-5; 12-15).

Amor ao Próximo (Justiça)

O Amor ao Próximo, referente à Higiene na Linguagem, é o caminho para a virtude que combate à ira, que deseja a perversidade ao próximo. Essa virtude promove a exalação de palavras simpáticas, amigáveis e de amor ao coração do próximo.

Para amarmos o próximo há necessidade de nos amarmos anteriormente, para assim, termos condições verdadeiras de amar. Quando não nos amamos e dizemos amar o próximo, negligenciamos, ou seja, mentimos para nós mesmos.

Pela preocupação quiçá exagerada e constante de condenar o auto-amor (egoísmo) e de exaltar o altruísmo (amor ao próximo), distanciamo-nos do meio termo, ou seja, do equilíbrio, que é o amor-próprio.

Para verificar-se o resultado desastroso do ódio de alguém para consigo não se faz mister entrar num hospital psiquiátrico. Lá se vive e convive-se de freqüente com criaturas que arrastam suas tristezas, suas amarguras, seus ódios, suas revoltas, seus desesperos, unicamente porque não sabem verdadeiramente amar a si mesmas.

Não é de duvidar que depois do amor para com Deus, o maior amor é justamente aquele que se volta às pessoas. Tão radicado está este amor na própria natureza humana, no próprio instinto de conservação, que dispensou um mandamento específico, a estar explicitamente inserido no Segundo Mandamento (Mt: 22, 39-40).

A vida, embora penosa e fugaz, é um bem tão precioso que vale a pensa ser vivida mesmo à custa de todo sacrifício, pois ela é Única. Nós não poderemos viver duas ou mais vidas ao mesmo tempo ou em tempos diferentes, mesmo que haja a suposta reencarnação seremos uma outra pessoa, num outro corpo, numa outra época; logo, a vida é única em si.

Não é de duvidar, portanto, em concluir que, entre os seres humanos, o suicídio constitui um grave pecado, a suprema prova de desamor pessoal, já que o evangelista João não hesitava em ensinar que o ódio ao próximo ou a si mesmo é um homicídio ou suicídio respectivamente, passível de castigo externo (Jo: 3, 15).
Por mais paradoxal que pareça, o próprio suicídio o comprova, já que somente em circunstâncias extremamente desesperadoras e trágicas é que as pessoas a ele recorrem.

O suicídio é o ato em que a pessoa nada tem contra à Vida, mas sim como ela está e os problemas que a envolvem. Tirando-lhe os problemas, ele ? o suicida - ama a Vida. Essa perturbação que o leva ao suicídio é provocada pelos seus Defeitos Psicológicos (Ira).

"Não pagueis a ninguém o mal com o mal; tende o cuidado de bem proceder diante de todos os homens. Se for possível, quanto de vós depende, vivei em paz com todos. Não vos façais, justiça por vós próprios, caríssimos, mas daí lugar à ira divina, pois está escrito: "A mim pertence a vingança: eu que hei de retribuir, diz o Senhor". Mas, "se teu inimigo tem fome, dá-lhe de comer, se tem sede, dá-lhe de beber; pois fazendo assim, amontoarás carvões acesos na cabeça dele". Não te deixes vencer pelo mal; mas vence o mal com o bem" (Rom: 12, 17-20; Dt: 32, 35; Prov: 25, 21-22).

A palavra pode provocar o suicídio, bem como o homicídio, por isso, devemos aplicar o Amor às palavras, para evitar tais males.



Jejum (Prudência)

Para combater o defeito da Gula, há necessidade da prática do Jejum, que pode se líquido, sólido ou ambos.

O Jejum é um ato de expiação espiritual e de salutar benefício orgânico.

O ser humano deve praticar, às vezes, o Jejum de certos alimentos e líquidos, para dar um descanso ao seu organismo, principalmente após as 21:00 h, e retornar a alimentar-se somente na manhã seguinte.

O Jejum é um ato interno, ou seja, estimula o nosso lado espiritual ou religioso, o qual deve ser acompanhado da oração, do relaxamento, da concentração e da meditação. Ele promove o silêncio que, na Higiene na Linguagem, é muito salutar e positivo.

"Respondeu Jesus a seus discípulos: "Esta casta de demônios não expulsa se não com oração e jejum"" (Mc: 9, 28-29).

Abnegação (Fortaleza)

Para combater a Avareza, que existe dentro do ser humano, há necessidade de cultivar e semear a Abnegação, isto é, a renúncia de um afeto ou de um bem por outro maior e mais santo.

A Abnegação só tem valor e sentido se encarada num plano espiritual e divino, como defrontou Paulo:

"Não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós, que vos foi dado por Deus, e que vós não sois o senhor de vós mesmos" (1 Cor: 6, 19).

Não é pecado desfrutar daquilo que a civilização e a nossa própria condição social nos proporciona. O que não se deve é esquecermos o fim altíssimo para o qual fomos criados: "Amar ao próximo".

A Higiene na Linguagem, na Abnegação, transporta palavras de agradecimento, doação e pluralismo (NÓS e extingue-se o "eu").

"Todos os crentes, viviam juntos e tinham tudo em comum; vendiam propriedades e bens e as distribuíam por todos, conforme cada um precisava. Diariamente, preservando concordamente na freqüência ao templo e partindo o pão em suas casas, tomavam juntos o alimento com alegria e simplicidade de coração, louvando a Deus, e tendo o favor de todo o povo" (At: 2, 44-47).

Trabalho Voluntário/Boa Vontade/Caridade (Caridade)

Trabalho Voluntário/Boa Vontade/Caridade é a tríplice corrente do bem e da ética. É o caminho para a virtude que fazemos sem o objetivo da remuneração, seja ela, em forma de pecúnia ou presentes, ou seja, é a Caridade. Nessa ação voluntária não se necessita estar presente todo o período do dia, mas deverá estar presente em nossas vidas.
A Caridade manda e o próprio Cristo exige que se reconheça no próximo a imagem do próprio Deus:

"Em verdade vos digo que tudo o que fizestes a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim fizestes" (Mt: 25, 40).

"Em verdade vos digo que tudo o que não fizestes a um destes pequeninos, nem a mim o fizestes" (Mt: 25, 45).

O Trabalho Voluntário agrupa o próprio ato e comportamento de Nosso Senhor Jesus Cristo, quando diz que o ser humano é o Senhor do sábado (Mt: 12, 8).

A Boa Vontade nos liga ao mundo espiritual, isto é, a Deus. Ela, na Higiene na Linguagem, combate à Preguiça e suas pronúncias são palavras de auxílio, de otimismo, de confraternização, de alegria e de esperança.

"Quando existe a Boa Vontade, esta é bem aceita em atenção ao que se tem, e não ao que não se tem. Não se trata, pois, de querer que o proporcionar alívio as outras, vos seja causa de penúria; mas aplicando o princípio de igualdade, mas circunstâncias atuais, o vosso supérfluo compensa a sua indigência, para que, por sua vez, o seu supérfluo supera a vossa indigência, de modo que haja igualdade, conforme está escrito: "A quem muito recolheu, e não sobejou; e a quem recolheu pouco, não lhe faltou" (2 Cor: 8, 12-15).

Castidade ou Equilíbrio Sexual/Genital (Temperança)

A Castidade ou Equilíbrio Sexual/Genital é o caminho para a virtude que reprime e combate a Luxúria.
Para combatermos a luxúria há necessidade de oração, jejum e afastar-nos de diálogos e conversações sobre pornografia, erotismo, e tudo que envolve a luxúria (prazer carnal desequilibrado).

A Castidade nos auxilia no não pronunciar palavras sobre esses temas (eróticos e pornográficos) e é a arma necessária para a nossa higienização lingüística.
"Quem ama a pureza do coração, pela graça dos seus lábios, é amigo do rei" (Prov: 22, 11).

A Castidade deve ser empregada para os não casados e o Equilíbrio Sexual para os casados. Esse é o caminho para a pureza e a verdade.

Castidade é a preservação das energias sexuais e dos contatos genitais (abstinência).

Equilíbrio sexual/genital é a canalização dessas energias entre marido e mulher, ou seja, utilizar o ato sexual/genital com Amor, e por meio desse prazer comungá-lo para a fortificação simbólica (união) do relacionamento do referido casal. Essas energias são tão fortes e vitais, que conseguem purificar o coração, equilibrar o pensamento e promover falas conscientes.

"Felizes os que lavam as sus vestes, pois terão direito à arvore da vida e entrarão pelas protas, na cidade. Fora os cães, os feiticeiros, os luxuriosos, os homicidas, os idólatras e todos os amadores e obreiros de falsidades" (Apoc: 22, 14-15).

Solidariedade (Esperança)

Inimiga mortal da Inveja, a Solidariedade não se inquieta em observar o alheio, mas se preocupa em auxiliar a quem necessita. É o caminho da virtude que vincula o indivíduo à vida, ou aos extremos dum grupo social, ou de uma nação, ou da humanidade.

A cada atividade solidária, a inveja se enfraquece.

A Solidariedade, na Sabedoria, referente à Educação, auxilia na pureza do coração e na manutenção de uma chama acesa em seu interior.

"Como bom dispensadores das diversas graças de Deus, cada um de vós ponha à disposição dos outros o dom que recebeu" (1 Pd: 4, 10).

Estimular, despertar e desenvolver esses caminhos nos levam à virtude, e tal atividade torna-se necessário, para que possamos sermos fortes e vigorosos nessa luta contra o diabólico, que quer nos roubar, matar e destruir.

A Educação é um grande sinal da Sabedoria que, referente à Higiene na Linguagem, nos posiciona num determinado local, mostrando-nos as oportunidades e competências necessárias, para que possamos progredir em nossa caminhada.
"A vós, mortais, eu clamo e dirijo o meu apelo aos filhos dos homens. Ó inexperientes aprendei a sagacidade; e vós, néscios, adquiri a inteligência. Escutai, pois vou anunciar coisas nobres e abrirei meus lábios para sentenças de retidão. Sempre a minha boca diz a verdade, e os lábios iníquos eu abomino. Todas as minhas palavras são conformes à justiça; nelas não há nada de tortuoso, nem de perverso. Para o inteligente são todas retas, e claras para os que possuem o entendimento. Acolhei a minha doutrina, mas do que a prata; preferi a ciência ao fino ouro; porque a Sabedoria vale mais do que as pérolas e todas as alegrias não se lhe comparam" (Prov: 8, 4-11).

Conhecimento (Ciência)

O livro de Provérbios (3, 13-15) nos fala sobre o Conhecimento:

"Bem-aventurado o homem que encontra a sabedoria, e o homem que adquire conhecimento, pois ela é mais proveitosa do que a prata, e dá mais lucro que o ouro. Mais preciosa é do que os rubis; tudo o que podes desejar não se compara a ela".

O Conhecimento, referente à Higiene na Linguagem, é a idéia, a informação, a notícia, a ciência e a consciência da própria existência, ou seja, é tudo aquilo que nos auxilia a vivermos melhor, em equilíbrio e em harmonia.

O conhecimento é assimilado (herança genética) e adquirido durante a nossa vivência aqui na Terra.

Quando nascemos somos constituídos de inúmeras informações transmitidas (herdadas) pelos nossos pais, avós, bisavós, e assim por diante. E, a partir do momento que vivemos, adquirimos outras.

A cada momento na vida, aprendemos algo novo. Algo coberto é desvendado; por isso, há necessidade do estudo.

Estudar, na Higiene Lingüística, é conhecer os meios, pelos quais possamos realizar a limpeza e a purificação dos nossos corpos: material, psicológico e espiritual (teoria com a prática).
O Conhecimento é classificado, segundo à Sabedoria, em: Comum, Científico, Teológico, Filosófico e Global.

O Conhecimento Comum, para esta Higiene, é aquele que adquirimos, por meio de orientações que nos são passadas pelas pessoas mais idosas ou experientes. São os conhecidos avisos e conselhos: "prestar atenção nos mais velhos"; "escute mais e fale menos"; "o peixe morre pela boca"; "boca fechada não entra mosca", e outros.

"Nos cabelos brancos está a sabedoria e na longevidade a prudência" (Jó: 12, 12)


O Conhecimento Científico, para esta Higiene, é aquele que, por meio de provas e contraprovas estudiosas chegam a uma conclusão sobre métodos que promovem o resultado esperado: purificação do coração. É a ciência, conhecida como Psicologia, Psiquiatria, Neurologia, Pedagogia e outras.

"Meu filho, se acolheres a minha palavra e entesourares os meus preceitos á prudência; se invocares a inteligência e apelares para a cordura; se a procurares como a prata e a desenterrares como os tesouros, então compreenderás o temor de Deus e chegarás ao conhecimento do Senhor. Porque o Senhor dá a sabedoria e da sua boca se difunde a ciência e a inteligência" (Prov: 2, 1-5).

O Conhecimento Teológico, na Higiene na Linguagem, é aquele que, por meio do auxílio divino e bíblico, conseguimos ter forças e ânimo para purificar-nos, mediante as informações reveladas ou interpretadas do universo espiritual.

"Deus respondeu a Salomão: "Porque pediste tal coisa e não pediste para ti vida longa, nem riquezas, nem a morte de teus inimigos, mas somente de saberes compreender o direito, eis que faço como pediste; concedo-te um coração sábio e perspicaz, de sorte que jamais houve quem te igualasse, antes de ti, nem depois de ti seguirá outro igual" (1 Rs: 3, 10-12).

O Conhecimento Filosófico, na Higiene, envolve a nossa capacidade de análise, de verificação, do questionamento, quanto ao que é útil ou inútil para o nosso coração, no aspecto do nosso falar ou responder.
"Cuidai, pois, diligentemente, como deveis proceder; não como insensatos mas como homens sábios. Aproveitai bem toda ocasião, porque vivemos em dias maus. Não sejais, portanto, irrefletidos, mas tratai de compreender bem qual seja a vontade de Deus" (Ef: 5, 15-17).

O Conhecimento Global, da Higiene na Linguagem, é aquele que envolve todos os conhecimentos descritos anteriormente ao mesmo tempo, a proporcionar-nos uma visão global do que nos ocorre ou possa ocorrer, quando nos utilizamos bem ou mal da nossa fala.

"Naquele momento, exultou Jesus de alegria por virtude do Espírito Santo e disse: "Louvo-te e agradeço-te, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e aos hábeis, e as revelastes ao simples. Sim, ó Pai, porque isto foi do teu agrado"" (Lc: 10, 21).

Deus nos deu o Conhecimento para que o absorvemos e o pratiquemos, o qual é um ato de sapiência para conosco, pois auxilia no nosso equilíbrio material, psicológico e espiritual; quando o ignoramos, tornamo-nos imbecis.

O Conhecimento promove na fala, a Argumentação, a qual é a ação de apresentar provas que servem para afirmar ou negar um fato (MELHORAMENTOS, 1997).

Para argumentar, ou seja, falar com propriedade e de maneira persuasiva há necessidade de termos acesso um determinado conhecimento, em alguns casos até mesmo o Global, para que a nossa fala seja amparada pela lógica¹, no seu respectivo momento.

A Sabedoria é algo que pode ser adquirido pelo ser humano, mas somente com a permissão do Divino, há a possibilidade de propiciar o bem-estar em seus campos vibratórios.


1. Lógica é o ramo da filosofia que cuida das regras do bem pensar, ou do pensar correto, sendo, portanto, um instrumento do pensar. Podemos, então, dizer que a lógica trata dos argumentos, isto é, das conclusões a que chegamos por meio da apresentação de evidências que a sustentam (WIKIPEDIA).
"Toda sabedoria vem de Deus e está sempre com ele. A Sabedoria foi criada antes de qualquer coisa e a sábia inteligência desde todos os tempos. A quem jamais foi revelada a raiz da Sabedoria, e os seus desígnios quem os connhece? Um só é o sábio e sumamente terrível, sentado no seu trono: Deus" (Eclo: 1, 1-8).

9.1.4 Sexo

O Sexo, referente à Higiene na Linguagem, é o quarto poder do ser humano, no qual se encontra a longevidade e a energia necessária para combater os defeitos psicológicos.

O Sexo não é somente o ato genital (relação carnal), mas também o ato sexual.

O Ato Sexual, referente à Higiene na Linguagem, é a capacidade do ser humano de controlar e canalizar os seus impulsos hormonais e psicológicos.

No ato sexual, localiza-se: a atração, que pode ser mental, física, ou sexual; o gostar; a amizade; e a paixão; bem como os seus contrários: o repúdio ou indiferença; o desgosto; a antipatia, e o ódio respectivamente.

Controlar e canalizar os impulsos gerados pelos hormônios ou pelo psicológico, na fala, é sabermos pronunciar palavras doces; suaves; românticas; de ternura; de compaixão; de bom grado; excluindo as nossas falas agressivas; ásperas; rudes; violentas; as quais nos destroem, e principalmente, os nossos relacionamentos.

A energia sexual deve ser guardada no máximo possível, para auxiliar-nos no nosso relaxamento, concentração e meditação; e quando, invocarmos ao "Pai" para eliminar os nossos defeitos psicológicos. É dela que será extraída a força vital para o bom combate.
Ao desperdiçarmos aleatoriamente a energia sexual, por meio do estímulo da luxúria, acabamos não tendo a energia sexual necessária para o bom combate; logo, o nosso coração permanecerá impuro ou mais contaminado ainda.

"Não vos deixeis seduzir: as más companhias corrompem os bons costumes. Há em alguns de vós ignorância de Deus; para vossa vergonha vô-lo digo" (1 Cor: 15, 33-34).

O Ato Genital (conjunção carnal) deverá ser efetuada exclusivamente entre o casal heterossexual (marido e mulher) que tenham as Bênçãos Divinas, para que, a energia produzida por esse ato seja equilibrada e de grande valia para combater os defeitos psicológicos do casal.

Durante os enlaces amorosos, antes da cópula, deve-se ser trocado vários carinhos (beijos, toques e abraços), para preparar a energia sexual. Durante a cópula, cada um do casal, deverá mentalmente invocar o seu respectivo Pai, interno, e solicitar-Lhe que, por meio daquela energia sexual, mate os defeitos psicológicos que os perturbam.

Pode-se ser dito assim: "Pai, em nome do Senhor Jesus Cristo, transforme os defeitos psicológicos que me perturbam em virtudes e me dê compreensão".

Tal oração pode ser efetuada mentalmente ou oralmente, quantas vezes quiserem, durante o referido ato genital.

Nesse momento, é que a energia vital do sexo trabalha no interior do coração do ser humano e o alivia de suas impurezas.

Claro que, num único ato genital, não se sente tal modificação, mas com a prática se percebe certa mudança, principalmente na fala.
O trabalho com a energia sexual somente tem validade e potencialidade entre casais unidos pelos laços do amor (Ver em Vida Espiritual, mais detalhes). Se não existir o amor, não se consegue trabalhar com a energia do sexo, ao contrário, trabalha-se com a luxúria.

A realização da oração ora mencionada, no respectivo momento de Amor (ato sexual e genital), é um pouco complicado, haja vista, que nós somos ainda animais, e este nosso instinto, principalmente no ato genital, acaba, em alguns momentos, prevalecendo-se; mas, com a prática e tratando o ato genital, como uma benção divina, consegue-se equilibrar os momentos de mais compenetração (animal) com os momentos mais sublimes (humanos). E, nestes momentos sublimes, deve-se o casal invocar o Pai, para que Ele transforme os seus defeitos psicológicos em virtudes psicológicas.

"O corpo não é para a impureza; ele é para o Senhor, e o Senhor para o corpo" (1 Cor: 6, 13).

A energia Sexual promove a limpeza e a higienização do coração, do pensamento e da fala.

"Deus de fato, não nos chamou para viver na impureza, mas na santidade" (1 Tes: 4,7).

O Sexo tem tanto poder sobre nós, que consegue mexer com o nosso corpo, nossas idéias, o nosso falar, principalmente naqueles momentos mais íntimos. Ela é uma energia maravilhosa. Além de promover a procriação da espécie, nos dá prazer e auxilia na nossa limpeza interna.

Infelizmente, ela somente funciona como um purificador da alma, quando realizada por casais, como escreve anteriormente. Quando realizado por pessoas não casadas, ao invés de se purificarem, contaminam-se cada vez mais (luxúria).

A carta de Paulo aos Romanos (6, 9): nos corrige:
"Do mesmo modo que oferecestes os vossos membros para serem escravos da imundície e do desregramento, para viverdes na iniqüidade, assim agora ponde os vossos membros ao serviço da virtude, para viverdes na santidade".

Com essa orientação, descrita por Paulo, segundo a Bíblia, há possibilidade de se reverter o quadro em que se encontra tal pessoa, mas para tal, há necessidade dela ser forte, ou seja, trabalhar com o quinto poder do ser humano: a Força Psíquica.

9.1.5 Força Psíquica (Poder Mental)

Força Psíquica, referente à Higiene na Linguagem, é o Poder da Mente ou do Pensamento.

A atuação do Poder Mental (Pensamento) do ser humano promove o fortalecimento das suas estruturas psíquicas (VIPSFAC - Vontade, Inteligências, Prudência, Sabedoria, Força, Amor e Coragem) contra os seus defeitos psicológicos.
"Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti, porque ele confia em ti" (Is: 26, 3).

A Força Psíquica se apóia em quatro grandes colunas: Fortaleza; Adaptação; Imaginação; e Atração (Centro Magnético).

A Fortaleza, referente à Higiene na Linguagem, é a força mental que envolve a fala nos nossos atos conscientes, inconscientes e semiconscientes que sentimos, pensamos e pronunciamos.

"Quanto ao resto, fortalecei-vos no Senhor e no viger do seu poder. Revesti-vos da armadura de Deus, para poderdes resistir aos assaltos do demônio. Ficai, portanto, preparados, tendo cingida a cintura com a verdade, revestida a couraça da justiça, e calçados os pés com a expediência que dá o Evangelho da paz" (Ef: 6,10.11.14.15).

Geralmente os nossos atos conscientes não ultrapassam a 3% (três porcentos); sendo que, no seu restante 97% (noventa e sete porcentos) encontram-se nas esferas dos nossos semiconscientes e inconscientes, onde os defeitos psicológicos predominam-se.

A Fortaleza tem por objetivo não permitir o avanço dos defeitos psicológicos, ou seja, não permitir que eles atinjam os 100% (cem porcentos), e para isso, usa um escudo, que protege as nossas três partes conscientes (o Pai, o Filho e o Espírito Santo) que habitam em nós.

O referido escudo protetor, na fala, é a constante prática da nossa não-identificação junto aos eventos que presenciamos.

A Identificação, na fala, é quando ouvimos alguém falar sobre algum assunto e sentimo-nos bem ou mal com isso, ou seja, nós nos identificamos com o evento.

A Não-Identificação, na fala, é quando nós não nos deixamos abalar ou desequilibrar-nos com a referida conversa ou assunto falado. Mesmo que o tema seja sobre nós mesmos.

Por isso, que tal escudo se chama: Fortaleza. Porque o ato de não se identificar não é fácil, tampouco simples. Há necessidade de muita vontade, coragem e prática.

A prática se dá, como já descrevemos: na hora de dormir (respiração, concentração e meditação); quando somos atacados por pensamentos sinistros, e então, solicitamos ao "Pai" que transforme tal defeito psicológico, que esteja a perturbar-nos no referido campo vibratório naquele momento; afastar-nos do ambiente contaminado; ou proteger nosso umbigo e mentalizarmos situações agradáveis àquele que nos está perturbando.
O ser humano heterossexual casado poderá realizar tal prática durante o Ato Genital e Sexual com o seu cônjuge.

Os casados têm mais chance de eliminarem os defeitos, que os solteiros, se eles realizarem as práticas. Por isso, que se diz que, quando alguém é casado é responsável.

Devemos lembrar que temos dois ouvidos, ou seja, num entra a informação e no outro sai, sem que com isso, esquentemos a nossa cabeça. Isso é a prática da não-identificação.

O defeito psicológico não se cansa a perturbar-nos a todos os instantes. Ele atua sutilmente como uma picada de pernilongo.

Quando "a pernilonga" pica a nossa pele não sentimos nada, devido que a mesma nos injeta um "sedativo" e suga o sangue necessário. Quando ela está longe e depois de alguns segundos é que sentimos a mordida, ou melhor, a coceira.

O defeito é assim. Ele gera um pseudoprazer, mas ao passar a ilusão surge a realidade, o quão triste e danosa ela a é.

Observemos o que se passa numa rodinha de amigos ou conhecidos. Sempre há alguém que conta algum fato ou ocorrência com ele. Logo, surge uma outra pessoa que fala que um evento parecido ocorreu com ela também. E, logo, uma terceira e quarta contando outros fatos, como se os defeitos estivessem disputando qual a melhor história para verificar entre eles quem é o vencedor. E nesse ínterim, essas pessoas estão sendo sugadas, violentadas e mortas em suas consciências por esses demônios, pois numa conversa se encontra de tudo (verdades e mentiras), e "de boas intenções, o inferno está cheio", como diz o adágio popular.

Mesmo que estejamos falando somente verdades, estamos sendo manipulados pelos defeitos psicológicos, pois a nossa fala (verdade ou mentira), para a vida psicológica e material são convenções. O importante para o defeito psicológico é o falar inconscientemente e semiconscientemente.

Somente não é atingido aquele ser humano que fala de maneira consciente, com o pensamento equilibrado e o coração puro, ou seja, pela vida espiritual, mas isso é raro ocorrer.

Com a prática eficaz da não-identificação, sofreremos poucas influências e sugestões dos nossos defeitos psicológicos e das manifestações externas que queiram prejudicar-nos.
O Salmista ( 18, 29-32) vangloria o escudo protetor:

"Sim, vós, Senhor, conservais acesa a minha lâmpada, vós sois o meu Deus que iluminais as minhas trevas. Confiado em vós corro à luta e graças ao meu Deus escalo os muros. O proceder é inatacável; a palavra do Senhor, acrisolada, escudo é ele, para todos os que nele buscam refúgio. Quem é Deus afora o Senhor? E quem é rocha fora o nosso Deus?" .

A Fortaleza nos auxilia a tornarmo-nos serenos, por meio da não-identificação e da sua auxiliar, a projeção mental inversa.

A Projeção Mental Inversa é o trabalho com a Fortaleza, que promove defender-nos de ataques tanto verbais, quanto visuais, gerados por uma outra pessoa ou pelo local que freqüentamos.

Quando sentimos ou somos atacados por alguém (palavras) deveremos projetar sobre o atacante uma situação inversa, ao que está sendo apresentada. Devemos despejar sobre ele pensamentos benéficos, equilibrados e amorosos (no aspecto visual); e desejando-lhe sorte e felicitações (no aspecto oral).

Tudo isso para que, a nossa mente ou o nosso corpo não sofram as conseqüências desequilibradas das nossas próprias atitudes mentais e emocionais ao devolver ao atacante a mesma proporção do seu ataque para conosco.

Mas, para isso, se necessita muita coragem, pois o que ocorre geralmente é a troca de insultos e agressões verbais. Coragem essa, para ter amor e perdão em nosso coração quando somos ultrajados ou agredidos.

"Sede bondosos uns com os outros; misericordiosos, perdoando-vos com facilidade mutuamente, do mesmo modo que Deus também vos perdoou em Cristo" (Ef: 4, 32).

Temos o livre-arbítrio, ou seja, Deus nos deu a oportunidade de escolhermos como queremos viver e conduzir a nossa existência. Para que tenhamos uma vida (material, psicológica e espiritual) próspera e de abundância deveremos saber fazer escolhas, as quais, segundo a Fortaleza, nos imperam a da não violência.

"No princípio Deus criou o homem, e o entregou ao próprio juízo. Ele pôs diante de ti a água e o fogo, estende a mão para aquilo que desejares. A vida e a morte, o bem e o mal estão diante do homem; o que ele escolher, isso lhe será dado" (Eclo: 15, 14. 17.18)

A Adaptação é a parte do Poder Mental, da Higiene na Linguagem, que envolve o nosso adaptar-se, isto é, ajustar a nossa fala ao momento em que vivenciamos ou estamos a conviver com alguém.

Nós nascemos com os defeitos psicológicos e vivemos com eles durante muito tempo de nossas vidas, principalmente no aspecto do falar. E quando, desejamos disciplinar esse ato, há necessidade de uma mudança mental e física, para atingirmos esse êxito. Essa mudança se consegue por meio da Adaptação.

A Adaptação, na Higiene, é uma característica da Força Psíquica, que envolve a reeducação.

Reeducar-nos para uma nova existência, mediante à prática da Higiene na Linguagem, para assim obtermos uma melhora em nossa fala, transformando-a em pronúncias conscientes.

Nós fomos educados de alguma maneira e sob diversos equívocos, um deles foi o de não nos ensinarem como trabalharmos com os nossos defeitos psicológicos no sentido de transformá-los; logo, acabamos fortalecendo-os e sermos, a todo instante, dominados e manipulados por eles.

A Força Psíquica tem essa capacidade de reeducação, a qual é fundamental para reverter esse quadro desolador.

Nascemos com os defeitos, mas temos instrumentos internos importantíssimos para combatê-los e até transformá-los (Deus), e na pior das hipóteses convivermos com eles, adaptando-nos, sem sermos tão violentamente atingidos.

A segunda carta de Paulo aos Coríntios (4, 16) nos relata sobre a Adaptação humana:

"Por isso é que não nos deixamos bater, mas ainda que o homem exterior se vá desfazendo em nós, o nosso homem interior vai se renovando de dia para dia" .

A Imaginação é a faculdade da Força Psíquica humana, referente à Higiene na Linguagem, de realizar um trabalho na geração de idéias, pensamentos e imagens que, podem ajudar-nos no combate ao defeito psicológico.

A Imaginação pode ser trabalhada sob duas maneiras:

A primeira é aquela que deve ser empregada quando estamos sendo alvos de falas ou de um ambiente desequilibrado. Utilizaremos a nossa imaginação para transportar-nos mentalmente a um outro ambiente equilibrado e seguro, ou seja, imaginaremos que estamos num outro local mais tranqüilo e alegre durante a perturbação do referido ambiente ou fala.

"Pois onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração" (Mt: 6, 21).

A segunda, enviaremos pensamentos harmoniosos às pessoas ou ambientes que possam estar em desequilíbrio. Podem ser pensamentos de imagens calmantes, pacíficas e revitalizadoras, que estejam a circundar as pessoas e o respectivo ambiente perturbado.

"Amados, esta é a segunda carta que vos escrevo. Nas duas cartas procuro despertar pensamentos puros nas vossas mentes" (2 Pd: 3, 1).

O poder imaginativo no ser humano é bastante forte e extenso, o qual pode ser usado para a sua proteção ou higiene. Imaginar cachoeiras, as águas calmas de um rio ou de um mar, as montanhas e tudo aquilo que faça com que ele se sinta bem e equilibrado, ou seja, que obtenha Paz (Jo: 14, 27).

Muitas pessoas utilizam a sua imaginação para atividades que mais alimentam os seus defeitos psicológicos do que a ajudam a combatê-los. Deve-se, por meio da reeducação, inverter esse quadro e trabalhar com a imaginação para sua própria evolução como um ser humano, e não como um depósito de defeitos.
O Poder Mental, relativo à Higiene, é a atividade que auxilia a mente para a procura do seu equilíbrio e a proporcionar-lhe um bem-estar.

"Não descures o dom que está em ti e que te foi conferido por designação profética com a imposição das mãos do colégio dos presbíteros" (1 Tim: 4, 14).

A Atração (Centro Magnético), referente à Higiene na Linguagem, é a ação de atrair para nós tudo aquilo que sentimos, pensamos, e principalmente, o que falamos.
O que você sente, atrae.
O que você pensa, acontece.
O que você fala, materializa-se.

Quando atraímos algo para nós, fazemos por meio do nosso Centro Magnético, o qual está no nosso interior, em algum dos nossos campos vibratórios: mental, emocional, intuitivo, motor ou sexual.

Conforme o local que sentirmos a maior intensidade de vibração, lá atrairá o que desejamos.

O Centro Magnético (SAMAEL AUN WEOR, 1950)

"Na medula espinhal existem 7 centros magnéticos. Esses 7 centros estão conectados com os 7 plexos importantes dos sistema nervoso Grande Simpático. Nesses 7 centros , a Força de Atração se manifesta no ser humano"
"O primeiro centro magnético da medula espinhal é simbolicamente a sede da Igreja de Éfeso, o Poder do sexo (Campo Sexual). O segundo centro corresponde a área prostática. É simbolicamente a Igreja de Esmirna (água) (Campo Motor). O terceiro centro se localiza na altura do umbigo, em relação com o plexo solar. É simbolizado pela Igreja de
Pérgamo (fogo) (Campo Intutivo). O quarto centro da medula espinhal corresponde a área cardíaca. Esse é simbolizado pela sede sagrada da Igreja de Tiatira (sangue) (Campo Emocional). Esses são os quatro centros magnéticos inferiores do templo humano. A torre do templo é o pescoço e a cabeça (Campo Mental). Na torre existem três centros superiores. O quinto centro é simbolizado pela Igreja de Sardes. Essa é a Igreja do Verbo (Espírito Santo). Sem o Ele não existiria o som. A energia sexual se torna criadora com a palavra. O sexto centro magnético se relaciona com a área frontal. Esse é simbolizado pela Igreja de Filadélfia. A energia do sexo abre esse centro e o ser humano se torna clarividente, podendo assim ver a natureza invisível (Filho). O sétimo centro magnético é simbolizado pela Igreja de Laodicéia, situado na glândula pineal. É a onisciência presente (Pai).¹"
Quando sentimos uma vontade de algo, e o sentimos verdadeiramente, ou seja, profundamente em nosso interior, ao passar do tempo isso é atraído para nós e vivenciamos a realização da referida vontade.

Tudo o que sentimos de maneira forte e emocionante cria uma determinada energia, as quais pela ação da atração, puxam para nós e a vivenciamos.

Independente se sentirmos vontades equilibradas ou desequilirbadas a atrairá para nós. Melhor é sentirmos vontades agradáveis e equilibradas.

A lei de Atração não é boa ou má, justa ou injusta. Ela apenas atrai aquilo que sentimos com muita intensidade.

Devemos orar e vigiar, para sabermos o que realmente sentimos, para evitar que atraiamos perturbações ainda maiores até nós.

"Finalmente, sede todos de um mesmo sentimento, compassivos, cheios de amor fraternal, misericordiosos, humildes" (1 Pd: 3, 8)

1. Texto adaptado pelo autor (original: www.esoterikha.com).
O nosso pensamento (campo mental ? há três centros magnéticos), pela lei da atração, faz acontecer as nossas íntimas vontades.

Acontecer é realizar-se inopinadamente (sem opinião de alguém); passar a ser realidade; ocorrer; suceder; é a realização de algo (AURÉLIO, 2006, p. 8).

Quando pensamos (pensamentos equilibrados ou não) lançamos ao universo o nosso pedido mental (oração). Todas, às vezes, que pensamos oramos.

Orar é falar. O pensamento é uma fala somente audível para o pensante.

A audição humana somente capta os sons entre 20hz e 20Khz. Uma onda sonora tem um ciclo que compreende o intervalo entre dois picos ou dois vales.
1 Hertz (Hz) é igual a 1 ciclo/segundo. Logo, 20Hz = 20 ciclos por segundo e 20 Khz = 20 mil ciclos por segundo. O nome Hertz é uma homenagem ao físico alemão Heinrich Rudolf Hertz, que fez algumas importantes contribuições para a ciência no campo do eletromagnetismo.
Entendendo que quando falamos 60Hz estamos falando em freqüência, ou seja, a cada segundo acontecem 60 ciclos, sabemos agora que o ouvido humano é sensível a frequências de 20 Hz a 20Khz. Isso é o mais grave que o ouvido do homem consegue escutar. Abaixo disso fica tão grave que não se escuta mais. E 20 Khz é o mais agudo que o ser humano consegue escutar. Acima disso fica tão agudo que você não escuta mais. Com isso, compreendemos que a faixa de freqüência do ouvido humano é de 20hz a 20Khz (WNEWS, 2006).

Os nossos pensamentos que permanecem entre 20hz a 20Khz podemos escutá-los.

Ao pensarmos, estamos querendo (consciente, semiconsciente e inconscientemente) que esse ato aconteça. E o universo responde a nossa oração: "O seu pedido é uma ordem"¹.


1. Jargão utilizado pelo Gênio, na obra: Alladin e a lâmpada mágica.
Por isso, quando tivermos pensamentos desequilibrados (defeitos psicológicos atuantes), devemos imediatamente recorrer a Deus e solicitarmos que Ele transforme esses perturbadores em virtudes, para que não aconteça o que pensamos e soframos com isso futuramente.

"Pai, em Nome de Nosso Senhor Jesus Cristo,
transforme este pensamento em virtude
e me de compressão".

Isaias (55, 7) nos orienta:

"Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos. Converta-se ao Senhor, que se compadecerá dele, e torne para o nosso Deus, pois grandioso é em perdoar".

A nossa fala é um instrumento de materialização.

Materialização é o resultado obtido da transformação do abstrato (idéia/sentimento/pensamento) em concreto pela nossa própria potencialidade, ou seja, o que falamos ocorrerá realmente.

O que provém da fala (abstrato), vem do coração (sentimento-atração), passa pelo pensamento-emoção (realização) e gera a materialização (resultado concreto).

Os anjos dizem: "Amém" a tudo que falamos (1 Pd: 1, 12).

Quando escrevemos que, pagamos por aquilo que falamos, podemos dar um tom de punição ou castigo àquilo que se fala, mas ao contrário disso, ocorre também as bem-aventuranças produzidas pela fala, ou seja, tudo aquilo que falamos de prosperidade para conosco, ocorre também.
Quando desejamos ter uma vida de prosperidade e abundância, poderemos tê-la imediatamente. Basta começarmos a trabalhar com a Atração, no seu aspecto construtivo e lutarmos contra os pensamentos-sentimentos e falas destrutivas.

Procuremos, por meio da nossa fala, produzir e construir um presente e um futuro melhor e afastarmo-nos do nosso passado cruel, pobre e doente, esquecendo-o.

Comece hoje. Agora mesmo. A imaginar, a sentir profundamente e a falar palavras de agradecimento, prosperidade e abundância.

Pela Atração, referente à Força Psíquica, tudo o que desejamos poderemos ter. Não devemos deixar o ladrão (defeito psicológico) nos roubar, matar e destruir. Devemos estar junto ao Nosso Senhor Jesus Cristo (Consciência) para termos tudo o que for possível, em abundância, para as nossas vidas (Jo: 10, 10).

A Força Psíquica, sobre essas quatro colunas (Fortaleza, Adaptação, Imaginação e Atração) consegue dar-nos, mais instrumentos práticos, os quais são necessários para a purificação do nosso coração.

9.1.6 Memória

A Memória, referente à Higiene na Linguagem, representa a estrutura da Atitude, que promove a capacidade do ser humano em armazenar tudo aquilo que pode ser útil para ele em sua higienização cardíaca, ou seja, na purificação do seu coração.

Sem a Memória, a existência humana seria vã, pois a dificuldade de viver seria imensa.
Existem vários tipos de memória, os mais conhecidos são: Ativa; Passiva; Consciente; semiconsciente; Inconsciente; Temporária; Permanente; Pura; de Costume; Imediata; Remota; Mecânica; Lógica; e, Viciosa; cada qual, com a sua especificação e objetividade (DUNLOP, 1954).

A Memória auxilia em muito no trabalho da Higiene, pois ela carrega em si as compreensões e entendimentos da pessoa, para que não ocorram os mesmos erros, novamente e repetidamente.

"Em verdade vos digo que, onde quer que este evangelho for pregado em todo o mundo, também será referido o que ela fez, para memória sua" (Mt: 26, 9-13).

Para se conquistar um pensamento equilibrado há necessidade de uma memória vivaz.
"Guarda o teu coração com toda a cautela porque dele procede a vida" (Prov: 4, 23).

9.1.7 Potencial

Potencial é a estrutura da Atitude, da Higiene na Linguagem, que trabalha na realização ou materialização do pensamento, ou seja, torná-lo concreto.

Potencialidade é a faculdade que nós temos para concretizar o que desejamos ou sonhamos. Ela atua por meio das nossas Virtudes e Valores Sociais. Quanto mais potentes formos, mais eficazes e eficientes nos tornamos, conseguindo assim, a obtenção do sucesso na nossa Higiene Lingüística.

Virtude é a disposição firme e constante para a prática do bem. Qualidade própria para produzir certos efeitos (AURÉLIO, 2006). Em sentido teológico, é um hábito que aperfeiçoa as potências do espírito, levando-o a bem agir.

Nunca deverá ser proferidas palavras contra as Virtudes ou aos Valores Sociais.
"Nas muitas conversas não faltará o pecado, e o que refreia os seus lábios é sábio. A boca do justo é prata finíssima, mas o coração dos ímpios vale bem pouco. Os lábios dos justos nutrem a muitos, mas os estultos morrem por falta de entendimento" (Prov: 10, 19-21).

O despertar e o desenvolvimento das virtudes, bem como dos valores sociais auxiliam em muito na Higiene. As virtudes que devem ser trabalhadas são: as Teologais: Fé, Esperança, Caridade (1 Cor: 13,13); e as Cardeais: Temperança, Prudência, Justiça, Fortaleza (Is: 11, 2).

"Irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, quanto é puro, quanto é amável, tudo o que é granjeia bom nome, tudo o que é virtuoso e tudo o que é digno de louvor, seja objeto dos vossos pensamentos" (Fp: 4, 8).

Cada uma dessas virtudes promove dentro do nosso coração, a transformação necessária, para sermos novos seres humanos.

Quando essas virtudes não são praticadas no nosso coração, fugimos de ser seres humanos, tornando-nos agregados de defeitos, ou seja, animais intelectuais que sentem, agem e pensam, mas de maneira instintiva e egocêntrica denotando suas falas na seguinte oração: "Ema, ema, ema, cada um com o seu problema!".

Valor Social é a característica maior de um ser humano junto ao seu grupo e ambiente social a promover a harmonia de todos.

Os Valores Sociais, consoante à Higiene na Linguagem, promovem que o ser humano, por meio de sua fala faça parte e organiza-se junto a uma sociedade. Eles podem ser: Éticos, Morais e Capitais.

Os Valores Éticos, na fala, são aqueles que promovem o bem-estar da própria pessoa, a estender-se ao seu semelhante e ao ambiente em que vive. Eles agrupam: a Vida, o Amor, a Dignidade, a Verdade e a Justiça.

O caminho para a purificação do coração do ser humano, torna-se viável, quando é real a prática da linguagem (fala) sob esses valores.

"Uma língua saudável é árvore da vida, mas a língua enganosa esmaga o espírito" (Prov: 15, 3).

Os Valores Morais, na fala, são aqueles que promovem a organização social da pessoa, a qual, mediante a sua fala, trabalha com a disciplina, com o limite e a condução para o caminho da higienização na linguagem.

Existem vários Valores Morais, cada qual sob a sua respectiva cultura social, mas no referido assunto aqui exposto, identificamos três deles: a Família, os Hábitos e o Respeito.

Nenhum desses valores acima deve ser execrado pela língua, pois se assim ocorrer, a pessoa se entrega ao seu demônio avassalador, que habita em seu interior: o seu Defeito Psicológico.

"Feliz o homem que não pecou pelas suas palavras, que não é atormentado pelo remorso do pecado" (Eclo: 14, 1).

Os Valores Capitais (dinheiro), na fala, são aqueles conquistados por meio do trabalho. Eles envolvem: a Profissão, o Compromisso e os Bens Adquiridos.

A Fala tem grande importância, pois, conforme o que se diz, pode-se angariar mais valores capitais ou perdê-los.

"A língua falsa prejudica aquele a quem ela tem maravilhado, e a boca lisonjeira obra a ruína" (Prov: 26, 28).

O Potencial, segundo a Higiene na Linguagem, possibilita-nos a nossa distinção entre os demais seres humanos.

Vivemos num mesmo corpo, onde se encontram três características distintas: a mente, o físico e o espírito.

A atuação maior e mais predominante é da mente e do físico. Às vezes, a mente deseja algo, mas o físico repudia (iniciar um regime na segunda-feira: a mente está muito ansiosa, o físico não suporta e acaba o regime na terça-feira de manhã); outras, o físico quer algo, mas a mente não deseja fazê-lo, tampouco pensar sobre o mesmo (o físico quer resolver um problema, a mente foge, dormi ou pensa em outro assunto). Quando a mente e o físico têm uma determinada afinidade, a situação parece melhorar e acaba a dar certo.

O espírito permanece no meio, a sofrer os "choramingos" da mente, quando o físico não suporta fazer tal coisa, ou as "frustrações" do físico, quando a mente não cria nada para ajudá-lo.

A Atitude, na Higiene, promove o autoconhecimento, o autocontrole e proporciona a organização e limpeza inicial dos nossos corpos (material, psicológico e espiritual), para que possamos administrar conscientemente nossos pensamentos-sentimentos, e não sofrermos tanto com o desequilíbrio, provocado pelos nossos defeitos psicológicos, por meio da nossa fala.

Esse trabalho, na Higiene, necessita também da prática no aspecto do Comportamento, ou seja, às ações e reações, que o ser humano possa ter numa determinada fala ou diálogo.

9.2 Comportamento

O Comportamento, segundo à Higiene na Linguagem, é a maneira de se comportar, e também de: Admitir: (Jó: 22, 22); Permitir: (Hb: 6, 1-3); Suportar: (Tg: 1, 12); Conter-se em si: (Prov: 25, 28); Portar-se bem: (Hb: 13, 18); Proceder (Tg: 3, 10):
"Da mesma boca procedem benção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto sejam assim".

Quando uma pessoa é sensibilizada por palavras que a perturbam, pode ocorrer por parte dela uma Ação ou Reação, não somente por palavras, mas também por gestos e agressões físicas. Às vezes, as pessoas por não terem uma Proteção Física e uma auto-observação constante, deixam que os seus membros superiores ou inferiores ou até mesmo a cabeça, literalmente, reajam às palavras ofensivas captadas por seus ouvidos.

9.2.1 Ação

A Ação, referente à Higiene na Linguagem, é o Comportamento de atuar, ou seja, é o resultado da aplicação de uma força, a possibilitar a execução de algo. Ela pode ser: Voluntária; Involuntária; e Omissa.

"Agora emendai os vossos caminhos e as vossas ações, e ouvi a voz do Senhor vosso Deus. Então se arrependerá o Senhor do mal que falou contra vós" (Jer: 26, 13).

A Ação Voluntária, na Higiene na Linguagem, é aquela em que a pessoa faz algo, independente de preceitos legais ou morais. Ela pode ser originada por: Impulso (instintivo) ou Vontade Própria (racional/emocional).

O Impulso ou Insensatez é o tipo de Ação Voluntária que provém do instinto do ser humano; muitas vezes, seu resutado o coloca numa situação-problema.
O nosso instinto, dominado pelos defeitos psicológicos, fazem com que tenhamos uma postura de impulsividade ou insensatez, devido a busca frenética pelo prazer ou pela vantagem. Vivenciamos vários momentos de abalo emocional ou psicológico, que nos conduzem a agirmos de maneira "animalesca" e a gerar situações presentes e futuras desconfortáveis para conosco, a ratificar o dito popular: "Quando a cabeça não pensa é o corpo que sofre as conseqüências".

"Outrora nós também éramos insensatos, desobedientes, extraviados, servindo a várias paixões e prazeres, vivendo em malícia e inveja, odiosos e odiando-nos uns aos outros. Mas quando apareceu a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com os homens, não por obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, ele nos salvou mediante a higiene da regeneração e da renovação pelo Espírito Santo, que ele derramou ricamente sobre nós, por meio de Jesus Cristo nosso Salvador, a fim de que, justificados por sua graça, sejamos feitos seus herdeiros segundo a esperança da vida eterna. Fiel é a palavra. E que a proclamem com firmeza, para que os que crêem em Deus procurem aplicá-se às boas obras. Estas coisas são boas e proveitosas ao homem. Mas evita questões tolas, genealogias e contendas, e debates acerca da lei, porque são coisas inúteis e vãs" (Tt; 3, 3-9).

Na Higiene, a Vontade Própria é a Ação Voluntária movida pelo querer da própria pessoa, ou seja, ela faz por dolo para atingir o seu objetivo.

Dolo, segundo o Código Penal Brasileiro, é quando alguém deseja ter o resultado de algo que realiza.

O ser humano fala alguma palavra, sem se importar se ela é legal, moral ou ética. Ele fala por pura vontade, sem se preocupar com os resultados de sua pronúncia. Às vezes, tem noção do que se fala, outras não. Ele fala por falar.

Paulo em sua carta aos Efésios (4, 29) nos corrige, quanto ao falar:

"Que nenhuma palavra imoral saia de vossa boca, mas tão-somente alguma que seja boa, apta para edificar, quando for preciso, a fim de fazer bem àqueles que ouvem" .

A Ação Involuntária é aquela que praticamos, mas na realidade, não queriamos fazê-la. Nós falamos algo que no íntimo não queríamos dizê-lo, mas por culpa ou algum tipo de distúrbio mental acabamos proferindo-as.

Culpa, segundo o Código Penal, é quando uma pessoa não deseja provocar algo, mas acaba por: negligência; imperícia; ou imprudência a gerar tal ocorrência.
"Aquele que responde antes de ter ouvido é fatuidade e vergonha para ele" (Prov: 18, 13).

A Omissão é a Ação de não agir diante à necessidade de se agir.

Na Higiene, constitui-se no nada dizer, quando se deve necessariamente falar. A pessoa nada fala, não por sabedoria, mas por medo de sofrer alguma retaliação.

Há pessoas que, por medo, se calam e vêem um inocente sofrer as penas da injustiça.

A omissão é abominável por Deus (Sab: 4, 19):

"Os ímpios serão um cadáver desprezível e um objeto de escárnio para sempre entre os mortos; porque o Senhor os precipitará mudos e de cabeça para baixo, arranca-lo-á dos fundamentos; sofrerão ruína extrema e serão presa da dor, e sua lembrança perecerá".

As ações sempre existirão, pois elas são os motores da vida. Em contrapartida, toda pessoa que recebe uma ação provoca uma ação ao contrário, conhecida por: Reação.

"Antes de falar, informa-te" (Eclo: 18,19).


9.2.2 Reação

A Reação, referente à Higiene na Linguagem, é o Comportamento de agir de maneira adequada, sábia, equilibrada, diante de uma recepção de uma ação, que na maioria das vezes, surge desequilibrada.

Quando o ser humano recebe uma ação equilibrada é simples a sua reação, a qual será emitida na mesma intensidade de energia; mas, quando se recebe uma carga violenta ou sinistra, há necessidade de se utilizarem os métodos de defesa, já descritos anteriormente, para não provocar danos maiores a si e a outrem.

Reagir equilibradamente é bastante difícil, por isso, as práticas de Higiene na Linguagem devem ser exercitadas constantemente, para que nesse momento de ataque estejamos protegidos.

Quando não praticamos a Higiene na Linguagem acabamos cedendo à ação desequilibrada e a enviar mais desequilíbrio ainda; com isso, o caos predomina em nós, no nosso semelhante e no ambiente que vivenciamos.

Todas as pessoas reagem a algo e de maneiras diferentes, pois é uma Lei Física, mas a reação pode ser equilibrada e do bem.

"Buscai o bem, e não o mal, para que vivais. Então o Senhor dos Exércitos, estará convosco, como dizeis" (Am: 5, 14).

"Não retribuas mal por mal, nem injúria por injúria, ao contrário, respondei bendizendo, pois a isto fostes chamados, a conseguirdes a benção" (1 Pd: 3, 9).

A Reação (equilibrada ou desequilibrada) de uma pessoa demonstra o quanto está a reeeducação de sua Atitude e Comportamento, conforme as suas práticas na Higiene na Linguagem. Quanto mais ela praticar a Higiene, maior será o seu grau de equilíbrio em suas Reações.

Sabedores que somos que, o silêncio é a grande defesa de um ataque; também há outro exercício de grande valia para a canalização dessas energias recebidas (verbais, não verbais, pensamentos e gestos), que também devem ser utilizadas. Quando somos acometidos por pessoas ou vibrações desequilibradas, além de proteger nosso umbigo e irradiar sobre elas pensamentos harmoniosos, deveremos, após sair daquele ambiente conturbado ou da presença da referida pessoa ofensiva, permanecermos sozinhos num ambiente neutro e executar os seguintes passos:
Refrigeração

Ao sermos atingidos por pessoas desequilibradas (falas, gestos ou expressões) deveremos lavar o nosso rosto, a nuca, os pulsos e se possível um pouco a cabeça com água até sentir o frio da mesma; e também beber um pouco de água. Isso auxiliará a reverter a temperatura que estamos e esfriar a nossa cabeça e o corpo literalmente;

Respiração

Após, a refrigeração, deveremos inalar pelo nariz e exalar pela boca o ar, de maneira mais calma possível. Parando somente quando conseguirmos ouvir a nossa respiração.
Projeção

O próximo passo será a utilização de nossa imaginação.

Depositaremos todas essas cargas desequilibradas que estão nos envolvendo numa caixa.

A cada respiração deveremos imaginar que estamos abrindo a referida caixa e pela nossa exalação do ar (boca) colocaremos nela, a energia que nos envolve, até sentir que estamos aliviados.

Quando sentirmos que estamos aliviados, fecharemos e apanharemos a caixa (mentalmente) e a conduziremos, por meio de nossa imaginação, para o calvário de Jesus Cristo e aos pés da sua cruz deixaremos a caixa.
Retornaremos o nosso pensamento a nós, esquecendo totalmente dessa imaginação.
"Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei" (Mt: 11, 28).

Esse exercício de Reação deverá ser feito após sermos atacados por alguém. Sendo que, poderá ser executada, caso não haja local adequado no momento, ao deitar-se (à noite) antes de dormirmos.

A realização de tantos exercícios pode tornar-se um pouco complexa e até desanimador, mas devemos sempre lembrar-nos que: "Pagamos por aquilo que falamos", segundo a Bíblia Sagrada; e se não quisermos pagar nada, (no sentido de dramas) deveremos procurar o equilíbrio tanto na mente, como no nosso corpo, estendendo-se ao ambiente que freqüentamos.

Como o nosso corpo é quem sofre todos esses bombardeios externos e alguns internos, há necessidade de fortalecê-lo, a fim dele suportar todas essa cargas.

Para tanto, há necessidade de se realizar também algumas atividades comportamentais, para auxiliar nesse fortalecimento, ou seja, adquirirmos uma Proteção Física.


9.2.3 Proteção Física

A Proteção Física é um conjunto de ações que promovem o bem-estar material, psicológico e espiritual do ser humano. Ela pode ser conquistada ou adquirida por meio da valorização da auto-estima, a qual é obtida pela prática das seguintes atividades: Exercícios Físicos; Alimentação; Lazer (Hobby); Asseio Físico; Trabalho; Férias; e Consulta Médica.

A Auto-estima é o valor que damos a nós mesmos. Está abaixo do amor-próprio, que é um sentimento.
"O coração alegre faz bem ao corpo" (Prov: 17, 22).

Exercícios Físicos

"Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém profanar o templo de Deus, Deus o castigará. Porque sagrado é o templo de Deus, e tal templo sois vós" (1 Cor: 3, 16-17).

Exercícios Físicos ou a prática da educação física é a atividade essencial para manter o equilíbrio do nosso corpo e mente, a propiciar a canalização das nossas energias, ou seja, fazer com que o nosso corpo fique revigorado e as suas energias "pesadas" sejam transformadas e exaladas pela transpiração. A ocasionar assim, a nossa renovação energética; a tornar o nosso corpo mais saudável, resistente e com a coordenação motora mais ativa.

São diversos os exercícios físicos que podemos realizar, o importante é a prática constante deles: alongamento; caminhada; pedalada; corrida; salto; pescaria; esquiar; natação; surfe; dança; ginástica aeróbica; etc., sendo o importante, a manutenção do corpo em atividade, a trabalhar os nossos músculos e a nossa elasticidade diariamente.

Antes de qualquer atividade física é bom realizarmos um bom alongamento, para "aquecer" a musculatura; e também, conforme a prática esportiva escolhida passarmos por um exame médico.

Alimentação

"Meu filho, no teu sustento prova-te a ti mesmo e vê o que é nocivo e não to concedas; porque nem tudo é útil para todos e nem toda pessoa se compraz em qualquer alimento: Não sejais ávido de toda a delícia, nem te precipites sobre toda a iguaria" (Eclo: 37, 30-32).

A Alimentação é a base da sobrevivência do ser humano. Sem ela pouco tempo duraria a sua existência.
Para o aspecto da Higiene na Linguagem, referente ao Comportamento, a Alimentação é tudo aquilo que ingerimos e que, nos propricia benefícios físico e mental. Para tal, há necessidade de procurarmos alimentarmo-nos com produtos naturais e saudáveis; e não consumirmos produtos que produzem alterações metabólicas, como drogas, remédios controlados e bebidas fortes.

Uma Alimentação à base de legumes, verduras, frutas são as mais recomendáveis. Acompanhado com certo cuidado no consumo de carboidratos e carnes e uma dieta controlada das gorduras, frituras, açúcares e sal.

A atuação do defeito psicológico causa um terrível dano ao corpo material, pois libera os radicais livres, os quais são "terríveis" para o organismo humano. E para combatê-los, há necessidade de uma alimentação básica ou complementar de frutas frescas, legumes, verduras, e uma taça de vinho regularmente.

Por isso que na Bíblia Sagrada, no Novo testamento, expõem-se bem a prática da bebida do vinho. É uma maneira, quando realizada adequadamente e moderadamente, de proteger e fortificar o corpo (Jo: 2, 1-12).

Já no consumo líquido, deveremos beber muita água potável e sucos naturais. Controlar ou evitar o consumo de bebidas alcoólicas, principalmente às destiladas.

O consumo de vitaminas e proteínas (cápsulas) somente deverá ser consumido, por meio de supervisão e orientação médica, para não provermos descontrole do nosso organismo.

Os seres humanos devem saber que são o que comem. E sua alimentação irradia e manifesta-se nos campos: mental, emocional, intuitivo, motor e sexual.

Uma prova disso é a célebre frase: "Mau humor e cara feia são sinais de fome ou sono".

Se desejarmos ter um comportamento saudável e assim auxiliar no nosso objetivo maior, que é o coração puro, nós deveremos equilibrar-nos, procurando o ponto médio entre a gula e o jejum: a Prudência.

Um outro tipo de alimento para o nosso organismo é o Sono.

O livro de Eclesiástico (31, 23) nos orienta para a alimentação e sono saudáveis:
"Dor e insônia, tormento e cólicas, e rosto transtornado acompanham ao homem intemperante. Sono saudável ainda com um estômago moderado, e levanta-se de manhã com boa disposição".

Sono

O Sono ou o descanso é algo divino e vital para o ser humano. A ausência dele provoca abalo no seu sistema nervoso, deixando-o desgastado, irritado, a provocar danos terríveis à prática da Higiene na Linguagem.
O Sono, não se confundir com o sonho, é o alimento que o organismo necessita para recuperar-se do período que esteve atuante.

Até Deus descansou (Gên: 2, 3):

"Havendo Deus acabado no sétimo dia a obra que fizera, descansou nesse dia de toda a obra que tinha feito".

O período adequado para descansar o corpo humano, depende de pessoa para pessoa, mas especialistas dizem que se dá em torno de seis a oito horas de descanso por dia. O importante é a prática do relaxamento, e com isso conseguir ter um bom sono, seja qual período, haja vista que, muitas pessoas trabalham em horários diversos.

O bom sono provém do relaxamento. Quando executado adequadamente, como mencionamos anteriormente: desligando-se do mundo material em que se vive, ou seja, deixando as ocupações e preocupações, problemas ou qualquer assunto que o tente mantê-lo acordado de lado, nesse período sagrado do descanso.
"Quando te deitares não terás medo; repousarás e suave será o teu sono. Não terás que temer repentinos pavores, nem o infortúnio reservado aos ímpios, quando vier; porque Deus será o teu apoio e preservará o teu pé da captura" (Prov; 3, 24-26).

Dormir demais não significa dormir bem ou descansar o corpo. Muitas vezes, acaba a prejudicar a nossa saúde. Não são longas horas de sono que nos reenergizará, e sim, a qualidade do nosso sono.

"Não ames o sono para não empobreceres, abre os olhos e terás pão em abundância" (Prov: 20, 13).

Outra forma de alimentação é a Oração.

A oração é um grande alimento para o espírito, logo para o corpo material e psicológico.
Oração

A Oração, na Alimentação, é a parte da Proteção Física da Higiene na Linguagem, que envolve os dizeres que a pessoa pronuncia em particular ou em público a Deus.
"Não sejais inconsiderado com a tua boca, nem o teu coração se apresse a proferir palavras diante de Deus, porque Deus está no céu e tu na terra; por isso sejam poucas as tuas palavras. Dos muitos cuidados provém o sonho, e vozes de néscios, da abundância das palavras" (Ecl: 5, 2-3).

A Oração pode ser direta: quando se refere ao assunto da própria pessoa; indireta, quando se refere à alguém; e de agradecimento ou petição, quando se faz um pedido ou um voto. Ela pode ser executada na forma de Louvor ou Confissão.

O importante da Oração é fazê-la após uma reflexão do que se agradece ou solicita, para que o poder emanado de suas palavras realize o que realmente deseja.

Às vezes, nós rezamos ou oramos e pedimos tantas coisas que acabamos nós mesmos, não sabendo o que realmente queremos, e por fim, não obtemos nada.

No Evangelho de Mateus (20, 3-34) nos fala dos cegos de Jericó:

"Dois cegos estavam assentados à beira do caminho, e quando ouviram que Jesus passava, clamaram: Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de nós! A multidão os repreendia para que se calassem, mas eles clamavam cada vez mais alto: Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de nós! Jesus parou, chamou-os, e perguntou-lhes; "Que queres que vos faça?" Responderam-lhe: Senhor, que os nosso olhos se abram! Movido de compaixão, Jesus lhes tocou os olhos. Imediatamente recuperaram a vista e seguiram-lo".
Os cegos de Jericó criam que orando em alto tom seriam socorridos, mas foi pelo pedido direto e imperativo que eles obtiveram o seu êxito.

Tanto no agradecimento como na petição, as palavras da Oração devem ser diretas e imperativas. Nada de delongas ou rodeios. Por isso, a necessidade da reflexão, antes da Oração, para saber realmente o que se deseja fazer.

Refletir o que realmente quer agradecer e o que quer pedir, para que as súplicas sejam verdadeiramente eficazes. Há necessidade de crermos fielmente no que agradecemos e pedimos.

Antes de conversarmos com Deus, precisamos saber o que realmente queremos, para não gritarmos desesperadamente como os dois cegos de Jericó.

Imagine você que está lendo este livro. Se Deus parasse na sua frente e falasse para você: "O que você quer?"

Viu como é difícil! Nós pensamos que rezamos e oramos, mas no fundo somente gastamos salivas. O importante e muito importante é conversarmos com Deus, mas com propriedade, sinceridade, honestidade e verdadeiramente.

Não adianta mentirmos ou enganarmos a Deus. É perda de tempo.

Devemos utilizar palavras curtas e diretas. Como por exemplo: "Deus me dá tal coisa, mas seja feita a Vossa vontade e não a minha"; ou "Deus, obrigado por tudo!".

E não deve ser diferente, porque devido ao nosso imenso número de defeitos psicológicos acabamos pedindo um monte de coisa ou algo, e esse algo acaba atrapalhando-nos, devido a nossa impureza cardíaca e pensamentos desequilibrados.

Quantas pessoas pediram um carro a Deus e conseguiram-no, e acabaram desgraçando a sua vida ou de alguém. E, assim por diante.

Devemos pedir sempre (Mt: 7, 7), mas complementando com a oração: "seja feita a Vossa vontade e não a minha"; pois, Deus sabe o que é melhor para nós.

Como o próprio Jesus nos disse que, Ele sabe o que nós pensamos realmente (Mt: 6, 6).

A Oração é uma forte alimentação à vida do ser humano e um auxílio em sua Higiene na Linguagem.

"Se alguém, sem refrear a língua, mas iludindo-se no seu coração, se julga religiosa, é vã a sua religião" (Tg: 1, 26).

A Oração, no sentido do Louvor, é a faculdade da Ação em trabalhar a fala para a sua realização adjunto a Deus.

Na Higiene, o louvor pode ser realizado, por meio mental, oral e cantado; a propiciar um alívio ou harmonia em nossos campos vibratórios (mental, emocional, intuitivo, motor e sexual) revitalizando-nos, e assim, realizar uma limpeza interna e psíquica, tornando-nos eficazes contra os nossos defeitos psicológicos.

O Louvor (Oração Mental) é aquele que é produzido individualmente. Mesmo estando num ambiente coletivo pronunciamos as palavras da oração num tom baixo.

O Louvor (Oração Oral) é aquele produzido, geralmente num ambiente coletivo, mas se pode ser num ambiente particular, onde expressamos de forma audível e nossas palavras são percebidas por outras pessoas. Há locais que ocorrem a exaltação da fala, como uma maneira de descarregar energias.

Tanto a pronúncia baixa (mental) como a alta (oral) tem o mesmo resultado, sendo que cada pessoa deve procurar aquela em que se sinta melhor para a sua Higiene na Linguagem, propiciando-lhe um bem-estar material, psicológico e espiritual.

O Louvor (Oração Cantada) é aquele em que utilizamos da música e de instrumentos musicais (se houver), para ser realizado. Por meio dos cantos (falas musicais) exalta-se a Deus e pronunciam-se palavras equilibradas e harmônicas, a propiciar a nossa Higienização.

Quando estamos higienizados, sentimo-nos mais leve, sadio, curado e com um grande bem-estar, tanto no nosso corpo material, psicológico e espiritual.

"O Senhor me deu em minha recompensa uma língua; e com ela mesma O louvarei" (Eclo: 51, 30).

Para esses três tipos de Louvores, pode-se utilizar a manifestação do corpo (dançar, mexer-se, bater palmas, etc), como uma ginástica. Isso auxilia na coordenação do corpo e refrigeração da mente, a provocar o desprendimento de cargas elétricas em excesso e causando um alívio no nosso organismo.

Nós somos formados de átomos, logo temos inúmeras cargas elétricas dentro do nosso corpo. E isso pode ser observado quando estamos cansados ou agitados.

Quando estamos agitados, possuímos carga positiva em excesso em nosso organismo, e para nos equilibrarmos, necessitamos retirá-las, e para tal, precisamos fazer exercícios físicos ou andarmos descalços pelo chão.

O solo desprende naturalmente muitas cargas negativas. E sabemos que as cargas opostas se atraem, logo, o excesso positivo que temos em nosso corpo será atraído para o solo, e assim, nós nos sentiremos mais aliviados.

Quando estamos cansados e desanimados. O trabalho é o contrário. Nesse momento estamos com excesso de carga negativa e necessitamos liberá-las. Destacamos o toque (tato) e o convívio com outras pessoas.

Ao toque, expomos: a massagem, o abraço, o carinho pelo tato, o próprio ato sexual, o beijo (labial). Mas em específico, referente à Oração, a elevação do pensamento a locais de concentração de energia, como por exemplo: cachoeiras, mares, cascatas, furacões.

Para a realização dessa ação devemos sentar-nos ou deitar-nos e começar a mentalizar esses ambientes e ao mesmo tempo solicitar a Deus, que nos retire o excesso de cargas elétricas negativas do nosso corpo e nos equilibre.

É um exercício rápido e que num curto período sentir-nos-emos bem melhor. A excluir os casos de alguma deficiência de vitaminas, minerais ou proteínas no organismo, devido a uma má alimentação. Isso também pode causar desânimos e fraquezas no corpo.

"Se confessarmos os nossos pecados, Ele é tão fiel e justo, que nos perdoa os pecados e nos purifica de toda iniqüidade" (1 Jo: 1, 9).

A Confissão é o meio utilizado para falarmos com Deus, com o intuito de aliviarmos o nosso coração e alma, para serem perdoados os nossos delitos (culpa de consciência). Pode ser feito de maneira direta ou indireta. Direta, por meio da Fé em Deus. Indireta, por meio dos Presbíteros.

Cometemos tantas ações, reações e omissões com a palavra que acabamos engordando cada vez mais nossos defeitos psicológicos e enfraquecendo a nossa consciência; e por meio da Confissão, a qual é bastante difícil em se fazer, podemos pela Fé, aliviar-nos e enfraquecermos os defeitos e com isso fortalecer a nossa consciência.

A Confissão, para ser validada, deve ser seguida pela auto-observação com a autovigilância, para não se cometer erros maiores no ato da confissão.

Na Higiene na Linguagem, no aspecto da Alimentação, a Oração (Direta, Indireta, Agradecimento, Petição, Louvor, Confissão) é um nutritivo alimento e um bom banho de limpeza para os nossos corpos: material, psicológico e espiritual, pois promovem o fortalecimento e a regeneração dos mesmos para a contínua luta contra os nossos defeitos psicológicos.

"Enquanto digo ao ímpio: "Morrerás!", se ele se retrair de sua prevaricação e fazer o que é reto e justo; se desenvolver o penhor, restituir o que furtou, se encaminhar pelos estatutos de vida, sem cometer mais atos malvados, ele viverá, não perecerá. Todos os pecados que ele cometera não lhe serão mais lembrados; fez o que é reto e justo; ele viverá. Não obstante isso, os filhos do teu povo andam dizendo: "A via do Senhor não é reta", enquanto que são as sua palavras que não são retas. Se o justo se afasta de sua justiça e pratica ações iníquas, nelas morrerá. E se o ímpio se afasta da sua impiedade e faz o que é reto e justo, por isso viverá. E vós dizeis: "A via do Senhor não é reta!" (Ez: 33, 14-20).

Lazer (hobby)

"Todas as coisas têm o seu tempo e para cada ocupação chega a sua hora debaixo do céu: "Hora para nascer e hora para morrer ... hora de buscar, e hora de perder; hora de guardar e hora de atirar fora; ... hora de guerra, e hora de paz" (Ecl: 3, 1-8).

O Lazer ou "hobby" é o período em que estamos livres, ou seja, sem nenhum compromisso que envolva a nossa responsabilidade. Pode ser um período de descanso, folga, ócio, distração ou divertimento.

Para a Higiene na Linguagem, o Lazer é o momento em que realizamos algo que gostamos, por isso é conhecido por "hobby" . Sem esse período entraríamos numa situação de contração e obstinação, que nos levaria ao estresse prejudicando a nossa saúde.
O Lazer é uma Proteção Física. Ele deve ser efetuado de maneira descontraída. Sem o compromisso ou a seriedade de fazê-lo, pois se houver uma seriedade ou compromisso, não é mais um Lazer e sim uma Obrigação.

O "hobby", independente de qual seja, deve ser saudável a nós e a outrem. Ele auxilia em muito no resfriamento do nosso pensamento e corpos e a equilibrar um pouco nosso comportamento, melhorando-o, pois retira dele tensões desnecessárias e acumulativas.

Asseio

O Asseio na Higiene na Linguagem envolve a limpeza do corpo. A denotar os seguintes aspectos: Banhos Regulares; Cuidados Específicos; e Vestuário.

Banhos Regulares

Independente do local que estejamos, se tivermos a possibilidade, deveremos higienizar o nosso corpo. Havendo a oportunidade, o banho de chuveiro deverá ser realizado e o corpo deve ser limpo, fazendo-o com o auxílio de uma esponja e sabonete ou similares.

Especialistas indicam que o corpo antes de ser lavado, deve ser esfregado ou esfoliado ? levemente ? com uma esponja seca e macia. Somente após isso, deve ser lavado, ensaboado e lavado novamente.

O Banho Regular deve ser feito com prazer e o nosso corpo deve ser tocado com as nossas mãos intensamente por inteiro. Nenhuma parte deve ficar ausente do nosso próprio toque, durante a higienização.

Vale aqui um detalhe: o interessante é que lavemos um ao outro, ou seja, uma pessoa lava a outra, pois isso auxilia em muito na higienização física e psicológica. Mas, não tendo essa oportunidade, realiza-se sozinho mesmo.

É muito salutar este momento de higienização, mas, os casais nem sempre tem tempo de estarem juntos ou banharem-se juntos.

Lembremo-nos que, o frescor do banho ao passar do tempo, acaba-se e surge o odor da própria pele do nosso corpo, e a utilização de desodorantes, perfumes, águas de cheiro se faz necessário, pois os odores podem ser fortes ou fracos, dependendo do organismo. A utilização desses artifícios deve combinar com a nossa pele e em proporções adequadas para ter uma sensação agradável para si e para as outras que estejam ao nosso redor.

Referente, ainda, aos Banhos Regulares, qualquer tipo de excesso é prejudicial à saúde.

Existem locais, onde o Banho é algo bastante raro ou até mesmo discutido, independente dessa discussão, a higiene corporal deve ser feita diariamente no mínimo (banhos, toalhas umedecidas, vapores ou esfoliações).

"Quem subirá ao monte do Senhor? Quem estará no seu lugar santo? Aquele que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosamente" (Sl: 24, 3-4).

Cuidados Específicos

Os Cuidados Específicos envolvem, além do Banho Regular, a nítida higienização da pele, boca, olhos, ouvidos, unhas, órgãos genitais, pelos, pés e mãos. Tais cuidados são necessários, para que a higiene ocorra de maneira adequada. Nada vale a banhar-nos, durante horas, se não escovarmos os nossos dentes ou mantermos uma higiene bucal descente (mau hálito), e assim por diante; por isso, os Cuidados Específicos são vitais para a Higiene na Linguagem, no aspecto Comportamental.

As pessoas não gostam de permanecer ao lado de outras que, não exalam um odor ou uma aparência asseada.

Os cuidados com a pele, envolvem a sua conservação, no sentido de protegê-la, hidratá-la e asseá-la. Ela é o maior órgão do nosso corpo humano, então, necessita-se de bastante zelo.

A higiene da boca envolve as escovações dentárias; bochechos; e limpezas necessárias, bem como as visitas regulares ao dentista. Já, nos olhos há necessidade de utilizar-se, sempre que necessário e na medida do possível, um colírio para limpá-los ou lubrificá-los, pois refletem a nossa alma.

As unhas devem sempre estar aparadas, limpas e pintadas (se acaso desejar). Os pelos do corpo devem estar aparados e limpos, envolvendo os cabelos, as axilas, a barba, o buço, as sobrancelhas, os pelos da região pubiana, nos peitos, orelhas, nariz, pernas e pés, independente do sexo, deve-se mantê-los higienizados; e conforme, a preferência de raspá-los ou não.
A manutenção da higiene das mãos e dos pés é imprescindível, pois as mãos acabam a demonstrar quem nós somos e como nos cuidamos; os pés como são os nossos caminhos. A referida higienização evita para o nosso organismo maus odores, frieiras e contaminação em geral.

Os ouvidos devem ser higienizados e bem secos, para evitar inflamações ou problemas de audição; e por fim, têm-se os órgãos genitais e o ânus; sua higiene é fundamental para se ter uma vida genital e sexual agradável. Essas regiões são muito sensíveis e por sua proximidade ao ânus, o qual é uma região erógena com inúmeras bactérias, sem uma higienização adequada, podem ocorrer infecções, inflamações, fora as aquisições de doenças sexualmente transmissíveis, por meio do sexo promíscuo. A visita regular ao ginecologista (mulher) e urologista (homem) é um conselho para manter-se a higiene corporal.

Paulo e sua primeira carta aos Cortíntios (3, 16-17) se refere à higienização do corpo:
"Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Ora se alguém maltratar o templo de Deus, Deus maltrata-lo-á. Porque sagrado é o templo de Deus, e tal templo sois vós".

Vestuário

A condição existencial do ser humano é, por si, de nudez, diante do seu Criador. Mas, deixou-se de ser algo natural, e passou-se a ser vergonhoso.

A veste protege o corpo não só contra as intempéries, como também contra os olhos lascivos. Vestir o nu será sempre na Bíblia, um preceito básico, uma obra misericordiosa.

As roupas têm uma determinada importância, além de proteger o corpo, mas também de revelar o ser e ter de cada um de nós, bem como o nosso estado de ânimo em determinado momento. Elas não precisam ser novas, mas devem estar limpas e alinhadas, para entrar em sintonia ao corpo higienizado.

Conforme a ocasião presenciada, nós nos deveremos vestir adequadamente, para não constranger alguém ou envergonhar-nos.

As roupas e os acessórios devem de alguma maneira estar em harmonia, pois a discrepância causa choque, tanto para quem vê, como para nós mesmos, pois sentiremos a observação intensa ou o afastamento das pessoas do nosso redor.

A limpeza atrai limpeza. A sujeira atrai sujeira.

"Deus falou a Moisés, dizendo: "O purificado lavará as suas vestes, rapará, todos os pelos, banhar-se-á em água, e ficará novamente puro, podendo reingressar no acampamento, mas permanecerá sete dias fora da tenda" (Lev: 14, 8).

Trabalho

O Trabalho, na Higiene na Linguagem, refere-se à toda Atividade e Produtividade que o ser humano executa.

Produtividade é o trabalho exercido de maneira empregatícia, liberal, autônoma, que nos traz um retorno financeiro ou emocional.

Atividade é o trabalho exercido sem fins lucrativos, que envolve o nosso lado interior. É a prática da Higiene na Linguagem com o objetivo da conquista do nosso coração puro.

Para a Higiene, o Trabalho, é salutar e precioso para o equilíbrio material, psicológico e espiritual, pois disciplina e promove a dignidade e a honra no ser humano.
"Nós somos colaboradores de Deus, vós campos de Deus, edifício de Deus" (1 Cor: 3, 9).

Férias

"O Senhor falou a Moisés: "Durante seis dias trabalhar-se-á, mas no sétimo será repouso absoluto, consagrado ao Senhor; todo aquele que trabalhar em dia de sábado, morrerá irremissivelmente" (Ex: 31, 15).

No Comportamento, Férias é um período de grande higiene material, psicológico e espiritual, pois propicia o descanso merecedor e divino dae qualquer Produtividade ou Atividade. É o tempo para a ociosidade, descanso, revitalização das energias em renová-las, por meio do sossego e da tranqüilidade.

As Férias podem ser destinadas a vários motivos: Férias do Trabalho; Férias do Ambiente; Férias dos Problemas; e Período Sabático.

"Os apóstolos voltaram novamente a reunir-se com Jesus e contaram-lhe tudo quanto tinham feito e ensinado. Ao que Jesus lhes respondeu: "Vinde vós sozinhos para um lugar apartado e descansar um pouco"" (Mc: 6, 30-31).

Férias do Trabalho é o período legal e merecido do trabalhador (a), para que descanse seus corpos material, psicológico e espiritual para revitalizá-los.

Férias do Ambiente é o período que nos afastamos do nosso ambiente rotineiro que vivemos, trabalhamos ou permanecemos, para que ocorra sob a Higiene, uma revitalização dos nossos campos: mental, emocional, intuitivo, motor e sexual.
Esse período deverá ser de no mínimo quinze dias, por ano. Deveremos permanecer num outro ambiente diferente ou neutro do que estamos acostumados para que a higiene ocorra em nós.

"Jesus, porém, disse-lhes: "um profeta só deixa de ser honrado na sua pátria, e na sua casa, e entre os seus parentes" (Mc: 6,4).

Férias dos Problemas é necessário quando a situação se encontrar insuportável e os problemas não nos derem descanso. Então, há necessidade de tirarmos essas férias. Esquecendo os problemas, por um período, para que possamos refletir, respirar e refazer as nossas energias e termos condições saudáveis para enfrentá-los e resolvê-los.

"Por isso vos digo: "Não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que havei de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que o vestuário? Olhai para as aves do céu; não semeiam, não colhem, nem agitam em celeiros, e contudo, o vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas? Qual de vós poderá, com as suas preocupações, acrescentar uma única hora ao curso da sua vida? Quanto ao vestuário, porque andais ansiosos? Observai como crescem os lírios do campo. Eles não trabalham nem fiam. Eu, porém, digo-vos que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, vestiu-se como qualquer deles. Se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, não vestirá muito mais a vós, homens de pequena fé? Portanto, não andeis ansiosos, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou com que nos vestiremos? Pois, os gentios procuram todas estas coisas. De certo vosso Pai celestial bem sabe que necessita de todas elas. Mas buscai primeiro o seu reino e sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Portanto, não andeis ansiosos pelo dia de amanhã, pois o amanhã se preocupará consigo mesmo. Basta a cada dia o seu próprio mal" (Mt: 6, 25-34).

Período Sabático é o período de descanso ou de folga. Mas, diferente ao de Férias do Trabalho, do Ambiente ou de Problemas. É o tempo necessário que dispomos, no qual não estejamos trabalhando, tampouco estudando, mas a procura de conhecer outras atividades, produtividades ou experiências, para aumentarmos o nosso grau de conhecimento ou criação. É o período de férias que nos damos.
Esse período não tem tempo limite, tudo depende do orçamento que a pessoa consiga manter-se sem trabalhar, se for o caso.

"Durante seis anos semearás a tua terra e recolherás seu produto. No sétimo ano deixá-la-ás descansar, inculta, a fim de que dela comam os pobres de teu povo, e de seus sobejos se alimentem os animais do campo. Assim farás também com a tua vinha e com o teu olival" (Ex: 23, 10-11).

Consulta Médica

O livro de Eclesiástico (38, 1-8) nos orienta quanto a importância do médico em nossas vidas:
"Sê diferente para com o médico, porquanto dele se tem necessidade, pois também ele foi instituído por Deus. De Deus o médico recebe a perícia, e do rei costuma receber presentes. A ciência do médico permite que ele ande de fronte erguida e se conserve diante dos nobres. Deus faz sair da terra os medicamentos e o homem diligente não os despreza. Não adoçou Deus as águas com um lenho a fim de mostrar a cada um o seu poder? E ele deu aos homens conhecimento para que auferissem glória das suas poderosas obras. Por meio deles, o médico aplaca a dor e o farmacêutico prepara os seus remédios a fim de que a criatura de Deus não cesse, nem o são viver desapareça da face da terra".

A Consulta Médica é uma averiguação rotineira sobre o nosso estado físico, mental e emocional. Da Higiene na Linguagem extrai-se a oportunidade de verificar a situação da nossa saúde.

A Prevenção faz parte da Higiene, logo a Consulta Médica periódica auxilia em muito na purificação do ser humano e sua proteção física.

A Proteção Física, na Higiene na Linguagem, envolve o ser humano a proteger-se contra a Ação ou Reação, que ele possa receber ou realizar, quando atingida por palavras escritas, falada ou gesticulada.

Estas Ações e Reações devem sempre ser equilibradas, para se evitar danos maiores e penosos para si ou outrem. Para tanto, há necessidade de não se esquecer das práticas: a não-identificação, a auto-observação, a observação, a refrigeração, a projeção, a confiança; e as proteções físicas, para conseguir êxito nessa parte da Higiene na Linguagem.

Devemos sempre nos lembrar das máximas: "Mente sã, corpo são"; e "Quando a cabeça não pensa é o corpo que sofre as conseqüências".

Paulo em sua primeira carta aos Tessalonicenses (5, 23) nos orienta sobre a higienização do nosso corpo material (coração), psicológico (alma) e espiritual (espírito) para o porvir:

"Que ele próprio, o Deus da paz, santifique-vos até a perfeição, e que todo o vosso ser, o espírito, alma e coração conserve-se imprescindível para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo" .

Tanto a higiene relativa à mente quanto ao corpo são eficientes, quando o Ambiente em que vivemos, trabalhamos ou convivemos está higienizado, equilibrado e puro.
9.3 Ambiente

"Toda a casa é construída por alguém, e quem tudo construiu é Deus" (Hb: 3, 4).

O Ambiente é o espaço que cerca ou envolve os seres vivos e os objetos.

Na Higiene, o Ambiente, é todo o meio que está situado a Natureza. E para se trabalhar com ele, destacam-se três tópicos: Tipo; Características; e Manutenção e Conservação.


9.3.1 Tipo

Existem sob o aspecto da Higiene na Linguagem, quatro tipos de Ambientes: o Natural, o Artificial, o Sobrenatural, e o Virtual.

O Ambiente Natural, na Higiene, é aquele que não sofreu a influência brusca do ser humano. Quando adentrarmos a um deles, ao sairmos do mesmo devemos deixá-lo como o encontramos.

O Ambiente Artificial, na Higiene, é aquele que sofreu a influência humana, tais como: pavimentação, construção, desmatamento, etc.

Na Higiene na Linguagem, os Ambientes Artificiais, são aqueles estruturados pelo ser humano, que podem ser classificados como: Imóveis ou Móveis.

Os Imóveis, para a Higiene na Linguagem, são as conhecidas construções, moradias, local de trabalho, dependências da residência, área de trabalho ou qualquer local que possam estar presente pessoas.

Os Móveis, para a Higiene na Linguagem, são objetos que possam ser movimentados, tais como: veículos, eletrodomésticos, materiais domésticos e de consumo, instrumentos variados; e tudo aquilo que se possa trafegar, transportar ou portar.

Tanto os Imóveis como os Móveis, nos seus gerais, devem estar limpos organizados e bonitos. Não há necessidade de serem luxuosos ou novos, mas sim, asseados, arrumados harmonicamente para manter-se organizados; bonitos e simétricos, para transparecer a sua beleza.

O Ambiente Sobrenatural, na Higiene, é aquele que é desconhecido pelo ser humano, mas que o faz acreditar em sua existência, por meio do saber Popular, Teológico, Filosófico ou Literário.

Na Higiene na Linguagem, no aspecto do Ambiente Sobrenatural, verifica-se que o mesmo é somente percebido pela sensibilidade de algumas pessoas.

O Ambiente Sobrenatural, referente à Higiene na Linguagem, são os mesmos Ambiente Natural e Artificial, com um pequeno detalhe, os mesmos estão numa outra dimensão, ou seja, numa visão e percepção não material (altura, largura, comprimento), mas de sensibilidade, conhecida por estudiosos do assunto, como sendo o sexto sentido humano.
O sexto sentido segundo estudiosos do ramo, é o potencial do ser humano em poder ver ou sentir algo que esteja num determinado Ambiente Natural ou Artificial, mas imperceptível para os outros.

Às vezes, o Ambiente Natural ou Artificial está limpo, organizado e bonito, mas algo nele, não está agradável. Ou, ao contrário, ele está limpo, bonito e organizado e sentimo-nos muito bem nele. O sexto sentido humano faz em algumas pessoas terem, umas mais, outras menos, essa percepção, por meio de sua sensibilidade.

O Ambiente Virtual, na Higiene, é aquele local existencial que promove a prática da fala, por meio de tecnologia informatizada.

O Ambiente Virtual, na Higiene na Linguagem, é caracterizado pela tecnologia da informática, isto é, a linguagem utilizada nos computadores pessoais, por meio do correio eletrônico (e-mails); "chats"; "msn"; e outros.

Devido à globalização e a tecnologia da informação, o Ambiente Virtual, tornou-se um instrumento muito poderoso, principalmente nas mãos das crianças, jovens e contraventores penais.

A Higiene na Linguagem se preocupa com a fala empregada, bem como o que se é dito ou escrito no Ambiente Virtual, pois "Pagamos por aquilo que falamos", e na rede internacional (internet), estende-se para o que "escrevemos"; portanto, não somente o que falamos, mas o que nela falamos por escrito. Por isso, as pessoas devem ter muito cuidado e zelo no que elas escrevem; sempre preocupadas em ter uma linguagem limpa, organizada e bonita para não sofrerem as conseqüências imprevisíveis.

"Estendeu-o diante de mim, e ele estava escrito por dentro e por fora; nele se achavam escritas lamentações, e suspiros e ais" (Ez: 2, 10).

Na internet, a linguagem limpa, organizada e bonita é aquela que tem em suas bases: a Ética, a Legalidade e o Amor ao Próximo.

Por meio da internet, temos acesso à inúmeras informações, porém nem todas estão baseadas na ética, na legalidade e no amor ao próximo; logo, deveremos, mediante uma análise e reflexão, filtrar o que a rede nos fornece e aceitar aquilo que nos faz bem. Outro passo é ao acessar a rede, não nos deixarmos iludir pelas falsas e perigosas propagandas, que nos induzem a realizar ações que na nossa consciência não são benignas, e podem provocar-nos danos irreparáveis, tais como: acessar sítios pornográficos ou bater papo com estranhos e marcarmos encontros com os mesmos ou fornecer nossos dados pessoais.

Para finalizar todo o contato, fala e escrita na rede deve ter como, principal objetivo, promover o Amor ao próximo (paz, harmonia, auxílio, educação e cristandade). Sem esses passos, a internet se torna um meio de banalização da linguagem, e com isso, a ruína do ser humano navegante por esse mundo virtual.

Infelizmente, como a internet ainda é uma tecnologia pouco fiscalizada, por ser internacional, ocorre a manipulação de criminosos e contraventores, que querem ganhar e levar vantagens em tudo, e assim, utilizam-na como meio de expandir seus crimes e delitos, por meio da Pedofilia (crimes contra crianças); Pornografias; Terrorismo; Seqüestros, Golpes (Estelionatos) e tantos outros. Por isso, a atenção, para a Higiene na Linguagem, no Ambiente Virtual, deve ser o máximo possível. Principalmente contra os "vírus" que são espalhados a todo o momento na rede.

Todos os Ambientes devem estar limpos, organizados e bonitos, destacando-se os Ambientes Naturais, nos quais sem a atuação do ser humano, pode-se encontrar nele sua beleza natural.

Se o Ambiente não estiver limpo, organizado e bonito provoca repudia e mal-estar no ser humano que lá adentra, a promover danos a sua higiene (atitude e comportamento), desequilibrando-o, e assim, ocasionando a contaminação no seu falar.

"Ele foi subindo como renovo perante ele, e como raiz de uma terra seca. Não tinha parecer nem formosura; e, olhando nós para ele, nenhuma beleza víamos, para que o desejássemos" (Is: 53, 2).

9.3.2 Características

Quanto às características dos Ambientes, destacam-se os: Equilibrados ou Benéficos e os Desequilibrados ou Perigosos.

Nos Ambientes Equilibrados há a presença das harmonias auditiva, visual, olfativa, organizacional e da sensibilidade, as quais promovem a beleza ambiental. Na auditiva, identificam-se a presença da serenidade, da calma, do silêncio e da tranqüilidade com a possibilidade de até existir a sonoridade de músicas suaves. Na visual, identificam-se a simetria e harmonia na disposição dos móveis, cores e objetos neles contidos. Na olfativa se encontram odores de limpeza, de natureza, de flores, de fragrâncias suaves, a aromatizar todo o local e proporcionar assim um bem-estar. Na organizacional, todos os objetos que os compõem estão dispostos de maneira harmônica, não há discrepância que provoque choque ou repúdio ao ambiente. Na sensitiva, proporcionam aos presentes uma sensação de leveza, relaxamento, bem-estar e aconchego.

Os Ambientes Equilibrados ou Benéficos promovem à saúde e revigora as energias das pessoas presentes, dando-lhes força e disposição para iniciarem ou recomeçarem algum trabalho; é a própria sensação de paz divina, onde as palavras são pronunciadas sob o equilíbrio mental e originadas de corações amáveis.
"A paz de Deus, que supera todo conceito, guardará os vossos corações e as vossas mentes em Cristo Jesus" (Fp: 4, 7).

Nos Ambientes Desequilibrados ou Perigosos ocorre o inverso. Os ambientes são desarmônicos. Ocorrem gritarias, barulhos excessivos, ofensas verbais, sons perturbadores, choros, gemidos, risos descontrolados, agressão física; há presença do mau-gosto, da feiúra, da sujeira, da bagunça, das discrepâncias de cores e objetos. Esses ambientes exalam odores fortes, que provocam enjôos, dores de cabeça e aflição respiratória; e referente à sensibilidade ocasionam o mal-estar, sono (abrir a boca); dores pelo corpo; e pensamentos de ilegalidade, imoralidade, isto é, são locais que propiciam o desencadeamento de distúrbios no corpo material, psicológico e espiritual.

É muito complicado, mas não é impossível, um ser humano manter-se higienizado na sua linguagem vivendo ou freqüentando um Ambiente Desequilibrado, pois o meio interfere em muito no indivíduo.

"Vale mais um pedaço de pão duro com um pouco de paz, do que uma casa cheia de banquete, mas com litígios" (Prov: 17, 1).

A causa de um ambiente estar equilibrado ou desequilibrado se dá pelos indivíduos que lá vivem ou freqüentam. Nenhum objeto, decoração ou organização tem essa capacidade, e sim, somente a manifestação do ser humano para isso ocorrer.

Infelizmente devido ao defeito psicológico atuante no ser humano, ele reflete no ambiente em que vive ou freqüenta essas características perturbadoras, que o comandam; transformando, um ambiente que tinha todas as condições para ser harmônico num desequilíbrio suportável, insuportável e perigoso.

O ambiente com um desequilíbrio suportável, como o próprio nome diz, é aquele em que o ser humano consegue permanecer por certo período, sem sofrer tanto as suas influências ou vibrações desequilibradas.

O ambiente desequilibrado insuportável é aquele que é quase impossível a sua vivência ou freqüência sem sofrer as vibrações do mesmo.

O ambiente perigoso é aquele que o ser humano corre o risco de contágio ou morte.

Excluindo, claro, os indivíduos que têm uma afinidade psicológica com esse meio (suportável, insuportável e perigoso), o qual para eles esses ambientes são muito agradáveis e normais.

"Similum et similum" . Mas, para quem procura um coração puro, por meio da Higiene na Linguagem, é bastante complicada a freqüência ou a vivência nesses tipos de Ambientes Desequilibrados.



9.3.3 Manutenção e Conservação

"O mesmo Deus de paz vos santifique completamente. E todo o vosso espírito, alma e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda do Senhor Jesus Cristo" (1 Ts: 5, 23).

Para que possamos viver num ambiente harmônico deveremos realizar no mesmo dois trabalhos: a Manutenção e a Conservação.

A Manutenção, referente à Higiene na Linguagem, é a organização ou reorganização do ambiente, que envolve a limpeza do mesmo nos aspectos Físicos, Sobrenaturais e Virtuais.

A Limpeza Ambiental é a conhecida faxina, que deve ser feita no mínimo uma vez por semana no ambiente vivenciado ou freqüentado, com o objetivo de deixá-lo limpo, organizado e bonito; e por meio da Conservação, mantê-lo assim, após a sua ocupação ou utilização.

A faxina deve ser executada no espaço físico (natural e artificial) e extrafísico (sobrenatural).

No Ambiente Natural, segundo preceitos da Higiene na Linguagem, a limpeza deve ser efetuada sempre ao sair do mesmo, e deixá-lo, conforme o encontrou: limpo, bonito, organizado.

Infelizmente é muito comum ser encontrado, principalmente nas matas e praias, muita sujeiras inorgânicas e até orgânicas, provenientes das atividades realizadas lá pelos seres humanos, os quais ao saírem do referido Ambiente, não se preocupam em deixá-lo como o encontraram.

No Ambiente Artificial, a limpeza deverá se efetuada com a utilização de panos, água e produtos de limpeza (removedores, aromatizantes, desinfetantes, ceras, detergentes, etc.); e com certo cuidado e zelo, para que a mesma fique a contento (ambiente limpo, organizado e bonito). A limpeza não se deve restringir somente ao espaço físico, mas a estender-se nos móveis e objetos que lá se encontram.

Após, a realização da Limpeza no espaço físico, passa-se para o espaço extrafísico, ou seja, a higienização que envolve a área "energética" do respectivo Ambiente. Ela pode ser realizada por meio de: Orações ou Arranjos.

As Orações podem ser efetuadas, por meio de preces e cantos, que atraiam fluídos ou vibrações equilibradas para o Ambiente limpo.
"Efetivamente, toda coisa criada por Deus é boa e nada há para rejeitar quando se usa em ação de graças, pois é santificada pela palavra de Deus e pela oração" (1 Tim: 4, 4-5).

Os Arranjos são todos os tipos de trabalhos manuais que envolvem flores, folhas e raízes. Fazer Arranjos e colocá-los dentro do Ambiente higienizado, juntamente com preces, proporciona um grande benefício ao mesmo.

A Limpeza no aspecto físico e extrafísico essenciais para o início da harmonia ambiental, para obtermos o nosso equilíbrio material, psicológico e espiritual.

A Conservação, referente à Higiene na Linguagem, é o trabalho de manter o ambiente: Asseado, Organizado e Bonito; e para isso, ela trabalha com a Decoração do Ambiente.

A Decoração do Ambiente, referente à Higiene na Linguagem, é o trabalho realizado após a limpeza (Manutenção), que promove o ornamento e a composição adequada do local junto aos seus objetos, os quais farão parte do referido local.

A Decoração é a arte de saber posicionar, organizar e adequar os objetos, acessórios e as cores no Ambiente de uma maneira limpa, organizada e bonita. Com o objetivo de torná-lo um ambiente agradável, e com isso, atrair fluídos equilibrados e fazer com que as energias locais não se percam ou se dissipem.

Às vezes, a perda de energia é comparada a presença da "negatividade".

A Decoração no Ambiente Natural, referente à Conservação, consiste em deixá-lo e dispô-lo da maneira mais natural possível, ou seja, permitir e não alterar o posicionamento da fauna e flora do seu respectivo "habitat". A desorganização ou falta de conservação neste Ambiente provoca sérios riscos à saúde do ser humano, logo prejudica a sua Higiene na Linguagem.

A Decoração no Ambiente Artificial é a disposição organizada, limpa e simétrica dos objetos e cores que o envolvem, a dar-lhe a nítida sensação de higiene e beleza.

A Decoração no Ambiente Sobrenatural se dá, por meio da prática da leitura da Bíblia; de orações; de músicas suaves; da presença ostensiva e visual da Palavra de Deus a todos os olhares presentes ao Ambiente.

A Decoração no Ambiente Virtual se dá pela apresentação do mesmo, por meio da organização dos seus ícones e arquivos; pelo trabalho de acesso ético à internet, bem como a disposição de cópias dos programas em arquivos próprios; e um local adequado para a ocupação do referido computador.

"Na mão ele tem a pá, e limpará a sua eira, recolhendo o trigo no seu celeiro e queimando a palha com fogo que nunca se apagará" (Mt: 3, 12).
A Higiene na Linguagem, no aspecto da Atitude, do Comportamento e do Ambiente, é o meio pelo qual conseguimos, a partir do momento de sua execução, compreender a nossa vida e tudo que a envolve, despertando de dentro de nós a compreensão de algo maior.

Ao purificarmos o nosso interior (coração) refletiremos essa transformação automaticamente em nosso exterior.

Uma mente equilibrada, um corpo saudável e um universo sadio são os grandes objetivos da Higiene na Linguagem, a qual combate os defeitos psicológicos e promove a vitalidade e a prosperidade da pessoa.

Não basta a teoria ser adequada, há necessidade da nossa prática constante, para que a limpeza ocorra verdadeiramente no nosso coração; e com isso ,interrompamos o ciclo "maligno" do "Pagamos por aquilo que falamos" e somente tenhamos bons frutos realizados e materializados pelo nosso Poder da Palavra.
"Se andarmos na luz, como Deus está na luz estamos em comunhão mútua e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, purifica-nos de todo pecado" (1 Jo: 1,7).

Com a pratica da Higiene na Linguagem: o relaxamento, a concentração e a meditação, nós conseguiremos algum dia ter um coração puro, mas temos que ter amor dentro de nós para que, tudo isso, adiante ou resulte em algo próspero.

O Amor é o Grande Segredo, pois mesmo que nós tenhamos tudo, sem ele, nada possuímos realmente.

Quando descrevemos sobre a Higiene na Linguagem, na Atitude (vida psicológica) e no Comportamento e Ambiente (vida material), não devemos nos esquecer que há uma outra vida: a Espiritual; e por isso, existe uma maneira de poder de alguma forma purificá-la; e assim, com este último trabalho atingir com a graça e a benção divina a purificação do nosso coração.

Este trabalho é o Amor! O simples e complexo Amor.

O Amor não é um poder do ser humano, como aqueles dos quais descrevemos. Referente à Higiene na Linguagem, ele é mais íntimo e tem que ser despertado, desenvolvido eternamente. Não há limite para o Amor.

Não devemos confundir amor com atração ou sexo. Mesmo que na atração e no sexo possa haver amor, para haver o amor não precisa de atração, tampouco de sexo. Mas, antes de falarmos sobre o Amor, temos que esclarecer o que é a Vida Espiritual e o que nela está inserida.














CAPÍTULO X


10. VIDA ESPIRITUAL

A Vida Espiritual, como descrevemos, é uma importante parte da nossa harmonia divina. Ela é que nos liga ao Ser Supremo Divino e Eterno. Sem ela estaríamos sujeito ao tempo finito e não a eternidade.

Para a manifestação da Vida Espiritual há necessidade de um corpo espiritual, o qual é conhecido também por espírito, essência, chispa divina. Independente do rótulo que ele receba a sua importância se dá por ser moradia da Santa Trindade Divina: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

Se o Senhor Jesus Cristo é Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo ao mesmo tempo (1 Jo: 5, 7) e o ser humano é a semelhança e a imagem de Deus (Gên: 1, 26) logo, carregamos em nós essa Trindade Divina no nosso corpo espiritual.
"Assim como o corpo é um, tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, formam um só corpo, assim é Cristo também" (1 Cor; 12, 12).

Nosso Senhor Jesus Cristo também teve um corpo físico (vida material), corpo psicológico (vida psicológica - razão e emoção -, e um corpo espiritual (vida espiritual), num único corpo e Vida. Com o seu sepultamento, conseguiu elevar-se aos céus com seus três corpos juntos, devido ao seu altíssimo grau de Consciência e de Amor.

"Abençoando-os Ele, apartou-se deles e foi elevado ao céu" (Lc: 24, 51).
O Corpo Espiritual é a habitação do Pai, do Filho e do Espírito Santo e, quando somos batizados, essa Santa Potência é despertada e manifesta-se em nós, formando a Essência Divina que é o invólucro da nossa consciência.

A Santa Trindade está latente no nosso interior e depende somente de nós, por meio de nossa fé e das nossas obras, para ela manifestar-se.

"Portanto, ide e fazei discípulos de todos os povos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo" (Mt: 28, 19).

10.1 Dons Espirituais

Cada um de nós carrega os dons espirituais em nosso interior, os quais são oriundos do mesmo núcleo: o Espírito Santo de Deus, que habita no nosso corpo espiritual sob a nossa Vida Espiritual.

Esses dons surgem e manifestam-se quando há dentro de nós o equilíbrio espiritual.

Quando há o desequilíbrio no nosso corpo espiritual, a tendência orgânica no seu todo é manter o equilíbrio, e com isso, acaba a retirar para si as energias necessárias do corpo psicológico (razão e emoção) e a provocar com isso, alguns abalos temporários ou extensos, conforme cada caso, em nosso corpo psicológico, podendo surgir em nós alguns desequilíbrios ou desarmonias mentais e emocionais. Para corrigir essa nova inquietude, o nosso corpo psicológico retira as energias necessárias do corpo material, para se equilibrar e provoca novamente com isso, uma desestabilidade no corpo material, a gerar desde simples dores, mal-estares, doenças e a nossa morte física, conforme o desgaste.

Portanto: quando o corpo espiritual necessita de energia, retira-a do corpo psicológico, este para se equilibrar retira a energia necessária do corpo material, o qual se não tiver energia suficiente fica doente.

A morte física, em alguns casos, tem a sua origem no desequilíbrio da Vida Espiritual.
"Eu vos digo que todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens, mas a blasfêmia contra o Espírito Santo não será perdoada. E àquele que falar contra o Filho do homem será perdoado; mas, a quem falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste século nem no futuro" (Mt: 12, 31-32).

Quando estamos com um mal-estar ou uma doença representa que sua origem é no desequilíbrio da nossa Vida Espiritual e, que afetou o nosso corpo espiritual, depois o psicológico até o material.

Nosso Senhor Jesus Cristo passou por muitas agruras no seu corpo material e psicológico, mas como seu corpo e vida espirituais eram fortes suportou com honra e dignidade (Mt: 27, 26 e Mc: 15, 15).

Tudo que afeta o nosso corpo material denota dos desajustes da nossa mente (razão e emoção) e no nosso espírito. Sendo que, quando estamos equilibrados espiritualmente, mesmo que surjam problemas do mundo material, eles não nos atingem. O problema não nos prejudica, pois o corpo espiritual se alimenta energeticamente das ações do corpo material (sangue) e do psicológico (água), quando equilibrados.

Vivemos, hoje, num mundo bastante atribulado, principalmente porque o capitalismo nos transforma em máquinas de trabalho e consumo. E isso, acaba com a gente. Mesmo assim, se estivermos equilibrados espiritualmente, essas quedas e choques que tomamos quase todos os dias não nos derrubam.

Mas, é um pouco complicado para nós estarmos equilibrados em 100%. Infelizmente temos muitas preocupações e elas acabam a desequilibrar o nosso corpo espiritual.

Vivemos 24 horas do nosso dia, alimentando o nosso corpo material e psicológico, e pouquíssimo ou quase nada de tempo, o nosso corpo espiritual. Com o nosso corpo material o alimentamos com diversos tipos de comidas e bebidas (muitas vezes até desnecessárias); com o nosso corpo psicológico, nós nos alimentamos com a satisfação de nossos desejos (prazeres muitos deles desconhecidos e absurdamente desnecessários). E para suprir as necessidades do nosso corpo espiritual, ao invés de ingerirmos alimentos adequados para ele, substituímos por alimentos materiais e prazeres (guloseimas, sexo, compras, assistir TV, vídeos, cinemas, e outras diversões), sem haver realmente a necessidade disso. O que ocorre? Os corpos material e psicológico estão empanturrados, mas sentimos em nosso interior um grande vazio; logo, tentaremos saná-lo com remédios psiquiátricos ou similares, por não entendermos que, o que falta realmente é alimentar o nosso Corpo Espiritual.

Quando estamos em casa ou em algum outro local, com uma vontade de fazer algo (ansiedade), mas não sentimos fome, tampouco desejo de satisfazer a nossa fúria consumista, é o diagnóstico da necessidade de nos alimentarmos espiritualmente.

Às vezes, pode ser algum tipo de distúrbio psiquiátrico ou psicológico que possamos ter, mas mesmo sendo isso, tem a sua origem no desequilíbrio do corpo espiritual.

Se não nos alimentarmos espiritualmente (dar alimento ao nosso corpo espiritual) teremos a desnutrição e as fraquezas espirituais, as quais promoverão a extração das referidas energias dos corpos psicológico e material.
10.2 Alimento Espiritual

Devemos cada vez mais alimentar o nosso corpo espiritual, e assim fortificar a nossa Vida Espiritual por meio da: Oração, Meditação, Louvor à Deus e a Prática da Vontade de Deus, ou seja, procurar em primeiro lugar o reino de Deus (Mt: 6, 33).

Mas, infelizmente fazemos o contrário, procuramos primeiro saciar as nossas vidas material e psicológica, e se der tempo ou em caso de perdas, procuramos alimentar com migalhas a nossa Vida Espiritual. Acabamos a procurar o caminho contrário e mais complexo, com isso danificanos todas as nossas vidas e corpos num grande conflito interno.

Como não se pode viver uma vida separadamente das outras aqui no mundo terreno, cada uma delas interfere na outra, como descrevemos anteriormente.

Devemos vivenciar todas as vidas de maneira igual e equilibrada (orar, pensar, sentir e trabalhar). Cada ação no seu respectivo tempo e espaço.

Não basta uma vida material para vivermos, temos a psicológica e a espiritual para darmos conta. E neste planeta com tantas dificuldades e momentos cruéis devemos nos apegar ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, e pedirmos para que nos auxilie nessa batalha.

Viver é um grande combate; e por isso que, Nosso Senhor Jesus Cristo (Mt: 6, 34) nos falou:

"Portanto, não andeis ansiosos pelo dia de amanhã, pois o amanhã se preocupará consigo mesmo. Basta a cada dia o seu próprio mal".

A Alimentação tanto da vida como do corpo espiritual se encontram na Missa e nos Cultos Religiosos, os quais proporcionam aos seus fiéis a nutrição necessária para o fortalecimento desse corpo espiritual.

Nessas atividades religiosas se encontram a prática da Oração, Meditação, Louvor a Deus (por meio de cantos e hinos) e a aplicação da Vontade de Deus (lendo e ouvindo a palavra Dele, e com isso, aprendendo a conduzir-nos até a perfeição).

"Sede vós, pois, perfeitos, como perfeito é o vosso Pai que está nos céus" (Mt: 5, 48).

Mas, não é somente na Igreja que encontramos esse alimento para a Vida Espiritual. Jesus nos fala, segundo à Bíblia, que quando quisermos algo ou querermos conversar com o Pai, que adentremos ao nosso quarto, fechemos a porta e lá sozinhos dialoguemos com Deus que está em nosso íntimo (Mt: 6,6), isto é, Oramos, Meditamos, Louvamos à Deus e praticamos uma das Suas Vontades (conversar com Ele) sem precisarmos ir à Igreja.

A Igreja (Congregação de Pessoas) auxilia no sentido de alcançarmos um costume, uma prática, uma disciplina, haja vista que, se tivermos que fazer algo por nós mesmos sozinhos, muitas vezes não o faremos por falta de motivação. E ao irmos a um local específico para isso, torna-se mais fácil esse exercício necessário (hábito alimentar) ao nosso corpo espiritual.

"Também vos digo que, se dois de vós concordarem na terra acerca de qualquer coisa que pedirem, ser-lhe-á concedida por meu Pai, que está nos céus" (Mt: 18, 19).

Muitas pessoas não vão a Igreja, mas em si tem um a prática religiosa que alimenta e sustenta a sua Vida Espiritual.

"Pois onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou eu no meio deles" (Mt: 18, 20).
Cada ser humano é diferente um do outro (indivíduo), mesmo que eles sejam aparência e semelhança de Deus (ser e ter).

Nessa aparência e semelhança, destacam-se três tipos de personalidades diferentes: a Personalidade na Vida Material; a Personalidade na Vida Psicológica; e a Personalidade na Vida Espiritual.

10.3 Personalidades Diversas

Personalidade é a qualidade de cada indivíduo possui (AURÉLIO, 2006). Essa qualidade pode ser passiva (fraca), moderada (concordante) ou ativa (forte) em relação às situações que o ser humano se defronta.

Na Personalidade, referente à Vida Material, caracteriza no ser humano a ausência de qualquer atributo ou vínculo aos assuntos correspondentes à Vida Espiritual. Somente há ocupação e preocupação pela vida material (alimentação, proteção e reprodução).

O ser humano, sob essa personalidade, recusa o alimento espiritual e somente procura alimentar-se ou responder suas questões ou ansiedades por métodos científicos, isto é, exclui e não dá valor aos assuntos sobrenaturais. Prefere ir ao Shopping para acalmar suas ansiedades e medos, do que ir a Igreja, orar. Não crê, salvo em últimas e emergenciais ocorrências, na Vida Espiritual e suas vinculações.

Na Personalidade, referente à Vida Psicológica, caracteriza no ser humano a importância da Razão e da Emoção equilibradas. O prazer e a vantagem são as suas necessidades vitais.

Esta personalidade agrupa pessoas conhecidas como laicas (sem religião), mas que acreditam em Deus. Não seguem nenhuma religião ou seita teológica. Procuram viver uma vida à base da ética e da cidadania. Ora, medita e até canta louvores à Deus e conversa com Ele, mas não sob bases teológicas ou religiosas, e sim, pela sua fé, mas concordantes com a sua vida social e cultural. Para elas, Deus é o símbolo da ética e da cidadania sócio-cultural. Acreditam nas Instituições Religiosas como organizações e não como intermediários de Deus ou símbolos de salvação.

Na Personalidade, referente à Vida Espiritual, caracteriza no ser humano a importância da Espiritualidade, como um complemento as suas vidas material e psicológica. Esta qualidade está acima das suas necessidades materiais e psicológicas.

Esta personalidade agrupa pessoas que são conhecidas como religiosas crentes ou fanáticas, pois há uma intensa e exclusiva dedicação à Vida Espiritual, que aos olhos leigos podem dar a impressão de desgaste e desequilíbrio racional.

A harmonia e o equilíbrio devem ser buscados a todos os momentos. Não podemos excluir uma personalidade em função da outra. Temos que trabalhar com as três, de uma maneira sensata e saudável, para que ocorra a Higiene na Linguagem e não prejudicar a fala.

Nós necessitamos da nossa Personalidade na Vida Material para suprir as nossas necessidades materiais; da Psicológica, para termos razão e emoção em nossas vidas (racionalidade) e da Espiritual, para promovermos uma tríplice Vida e Corpos saudáveis.

Devemos entender que, quanto mais alimentamos o nosso corpo espiritual, sem popular ou prejudicar os outros corpos, mais vida espiritual teremos e com isso surgirão ou manifestarão em nós, os Dons Espirituais ou Carismas de Deus, os quais são ótimos instrumentos de trabalho contra os nossos Defeitos Psicológicos.

10.4 Carisma

Carisma, do grego, "Kharisma", significa de um modo geral qualquer dom de Deus aos homens. Teologicamente significa um dom gratuito, sobrenatural e transitório conferido ao indivíduo para o bem do próximo e da Igreja.

"Como bons administradores da multiforme graça de Deus, cada um de vós ponha ao serviço dos outros o seu dom, conforme o recebeu; quem deve falar, como recebendo sugestão de Deus; quem exerce um ministério, como animado por foça que lhe é comunicada por deus; para que em todos seja glorificado, por Jesus Cristo" (1 Pd: 4, 10-11).

O Carisma ou dom de Deus aos seres humanos são: da Palavra da Sabedoria; da Palavra da Ciência; da Fé; da Cura; da Operação de Milagres; da Profecia; do Discernimento de Espíritos; do Falar Diversas Línguas; e do interpretar as Línguas (1 Cor: 12, 1-11).

Os tópicos da Sabedoria, Ciência e Fé, já descrevemos anteriormente no capítulo sobre a Higiene na Linguagem.

A Cura ou o dom de curar pode ser manifestado por meio da imposição das mãos, do olhar ou da fala e resulta inúmeros benefícios. Ele deve ser praticado, pois é uma das Vontades de Deus, para conosco, e principalmente, para aquele que despertou em si esse Carisma.

"Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça dai" (Mt: 10, 8).

A Operação dos Milagres é o dom de Deus, que identifica a união da Atitude e do Comportamento do ser humano abençoado, por meio da sua fala (palavras conscientes), que deve ser emitida com um pensamento equilibrado vindo de um coração puro.

Muitos dos milagres são realizados pela Fé que o ser humano tem em algum ser iluminado (Deus; Jesus; Santos; etc).

"Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço. E a fará maiores do que estas, porque eu vou para o Pai" (Jo: 14, 12).

Milagre, por definição, é um fato sensível, sobrenatural e divino. Sensível, pois pode ser verificado pelos sentidos humanos. Sobrenatural, isto é, não se explica pelas forças da natureza. Divino, pois, tem como próprio autor, a manifestação de Deus no ser humano abençoado pelo Carisma.

O Carisma da Profecia, do Discernimento dos Espíritos e de Interpretar Línguas, referem-se exclusivamente ao ato de Falar (Ver capítulo: "O que é e como se deve falar".

Paulo em sua primeira carta aos Coríntios (14, 3-4) nos exalta o poder dos Carismas:
"O que fala em língua se edifica a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja; fala aos homens para exortação e consolação".

Com uma Vida Espiritual regrada e com a prática da Higiene na Linguagem, esses dons se tornam divinos benefícios ao próprio ser humano e de toda Santa Igreja de Deus.

Devemos nos preocupar com aquilo que falamos, pois os defeitos psicológicos estão atentos para nos destruir, roubar e matar. Para que não consigamos evoluir à Santa Trindade que habita em nós, e sermos perfeitos como é o Nosso Senhor.
Mas, sem o amor isso nada tem valor para Deus. Pode ser de alguma maneira o ser humano consiga despertar os seus dons espirituais e manifestá-los, mas se não existir amor na sua prática nada significa para Deus.

"Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como metal que soa, ou como o sino que tine. Ainda que eu tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tu tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para o sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria" (1 Cor: 13, 1-3).


10.5 Amor

Somente iremos amar se nos considerarmos amados. O primeiro desfio na prática do amor é a experiência do mesmo em nossas vidas. Quando praticamos os mandamentos de Deus estamos dento de seu plano de amor. O que se torna para nós a verdadeira fonte de alegria e felicidade.

O ser humano não é feliz porque vive afastado de sua originalidade. Está longe de seu próprio centro. Quando nos sentimos verdadeiramente amados passamos a amar os nossos semelhantes em um amor desinteressado. Talvez por esta razão que nós cristãos não somos aceitos pela sociedade consumista.

O Amor é uma experiência íntima e viva situada no nosso Corpo Espiritual, o qual pode ser observado pela Atitude e Comportamento da nossa Vida Psicológica e Material.

Infelizmente, o defeito psicológico atua impiedosamente na nossa vida material e psicológica, logo esses poderes espirituais (o Amor e os Dons), quando exalados pela Vida Espiritual chega as nossas Vidas Psicológica e Material, mas acabam encontrando ambientes desequilibrados e transformam-se num poder equivocado (ações e reações desequilibradas) a gerar perturbações para nós mesmos, ao nosso semelhante e ao ambiente em que vivemos.

Quando nós nos enchemos de espiritualidade, mas esquecemos de trabalhar, no sentido de transformar os nossos defeitos psicológicos, nos tornamos um poder maligno.

Nós já ouvimos dizer que muitas pessoas já se mataram ou mataram alguém em nome o Amor. Ou que falaram ou fizeram coisas terríveis em nome de Deus, do Amor ou das boas intenções.

Para essas pessoas, o que elas fazem e fizeram era em nome do Amor, e por isso que, chegaram às últimas conseqüências.

Esse é o perigo do ser humano alimentar a sua espiritualidade, mas não transformar os seus defeitos psicológicos.

E, tantos outros que têm o dom de profetizar, falar em público e utilizam a Palavra de Deus para ganhar poder, dinheiro e "status".

"Nem todo o que me diz; Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus" (Mt: 7, 21).

O Amor é Deus. É o silêncio. Não pode ser descrito, somente sentido e absorvido. É algo que surge de dentro para fora. Algo inesperado, forte e presente. Ninguém pode dizer o que é o Amor, somente senti-lo. Quem descrever ou dizer o que é Amor tem em si um claro sinal do manifesto do seu defeito psicológico na sua Vida Psicológica e Material. Únicos que podem falar sobre o Amor são os puros de coração.

"O amor é paciente, é benigno. O amor não inveja, não se vangloria, não se ensoberbece. Não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal. O amor não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade. Tudo sofre. Tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha. Mas havendo profecias, cessarão, havendo línguas, desaparecerão; havendo ciência, passará" (1 Cor: 13, 4-8).

O Amor reside na nossa Vida Espiritual e não na Psicológica (gostar, simpatia, o apego e paixão), tampouco na Material (fisiológica), pois no desequilíbrio dessas duas vidas, ele se apresenta como loucura, obsessão e possessão.

Quando a pessoa com os seus defeitos psicológicos sentem a paixão, o afeto, o apego e a simpatia, referente à Vida Psicológica e, referente à Vida Material sente a necessidade fisiológica, acaba a confundir tudo isso com o Amor.

O Amor é despertado e desenvolvido por meio da prática da Higiene na Linguagem e os exercícios de relaxamento, concentração e meditação. Assim se consegue elevar o grau de consciência e purificação do coração, e com isso, liberar o Amor que reside no corpo espiritual, para o corpo psicológico e por fim, para o material. A partir daí, pode-se dizer claramente que, amamos verdadeiramente alguém, antes disso, é apenas o defeito psicológico, por intermédio da fala, manifestando-se.

O Amor somente se manifesta em sua totalidade num coração puro, podendo, conforme a evolução da nossa consciência, termos um lampejo desse amor (fagulha amorosa), mas ainda mascarada pelos defeitos da Vida Psicológica e Material.

O Amor é exalado pelo Pai, pelo Filho e pelo Espírito Santo; e é observado ou percebido pelo ser humano, por meio dos frutos e obras realizadas. Quanto maior o Amor, maiores são os seus benefícios, pois está sendo realizada a Vontade do Pai.
A partir do momento que esse Amor é exalado ocorre o resultado completo para a transmissão de Palavras Conscientes, isto é, o Verbo Divino se manifesta em nós. Temos um coração puro, uma mente equilibrada e uma fala conforme a Vontade de Deus (Consciente).

"Portanto, qualquer que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, irmã e mãe" (Mc: 3, 35).

"... pois não sois vós os que falais, mas o Espírito Santo" (Mc: 13, 11).


















CAPÍTULO XI

11. O QUE É E COMO SE DEVE FALAR?


"Meu filho, não unas a repreensão ao teu benefício, nem ajuntes ao presente a amargura das tuas palavras. Porventura, o orvalho não extingue o calor sufocante? Assim a palavra influi sobre a dádiva. Uma boa palavra não vale mais do que o presente? Uma e outra encontram-se no homem benfazejo. O insensato faz repreensões grosseiras, e a dádiva do hostil faz mal aos olhos" (Eclo: 18, 15-18).

A emissão de sons é produzida pelo aparelho fonador ou vocal do ser humano, o qual produz a voz e o Ato de Falar.

O Ato de Falar é algo nato no ser humano, mas o saber falar ou o como se deve falar é obtido por meio do raciocínio (razão).

Falar é um verbo intransitivo, logo não precisam de objetos, tampouco complementos para dar-lhe sentido. Ele é o que é; e assim, torna-se algo bastante forte e perigoso. Por isso deve ser usada adequadamente, essa palavra que designa ação, estado, qualidade ou existência, pois produz grandes acontecimentos.

Como Deus, que por meio da Sua fala tudo criou, assim será o ser humano: um novo ser criador; pois, ele é a Sua Aparência e Semelhança (Gên: 1, 26).

"E disse Deus: Haja luz. E houve Luz" (Gên: 1, 3).

A Fala, como já descrevemos, deve ser pronunciada de maneira Consciente, isto é: Amorosa, Humilde, Educada, Sábia, Ativa, Comedida e Verdadeira.

11.1 Fala Amorosa

A Fala Amorosa é aquela que pronunciamos por meio das palavras que expressam a amabilidade (agradável); a docilidade (fácil de ser entendida); a suavidade (meiguice); a gentileza (simpatia); e a caridade (compaixão).

Ela não vê defeitos; logo, não pronuncia os defeitos e sim as qualidades alheias. Aceita as coisas e as pessoas como são; então, não tenta mudá-las ou julgá-las, mediante a sua linguagem.

A palavra amorosa é contrária da palavra de ódio (ira, raia, rancor, vingança, maldade, castigo, traição, revolta, agressão e similares); e assim, a sua pronúncia carrega a força divina da união e da paz.

O ser humano deve sempre procurar falar palavras amorosas, mesmo em circunstâncias de hostilidade e de intrigas que possa estar envolvido ou atingido.

O amor supera qualquer ação desequilibrada.

"Que Cristo habite, pela fé, em vossos corações e que vós, radicados e alicerçados na caridade, sejais capazes de compreender, com todos os santos, qual seja a largura, o comprimento, a altura, e a profundidade, antes de conhecer a caridade de Cristo, que ultrapassa qualquer conhecimento, de modo que sejais repletos de toda a plenitude de Deus" (Ef: 3, 17-19).

11.2 Fala Humilde

A Fala Humilde é aquela que pronunciamos de maneira calma, sensata, branda, serena, tranqüila e fraterna a quem quer que seja.

"Aquele que possui sabedoria é parco de palavras, e o homem sensato é de espírito calmo. Até o néscio passará por sábio quando se cala; e por prudente, quando fecha os lábios" (Prov: 17, 27-28).
Falar calmamente; sem pressa; analisar cada pronúncia que sai de nossa boca; usar o bom senso; e não querer tirar vantagem do que dizemos, tampouco, vangloriar-nos do nosso discurso e procurar inicialmente falar somente o que se deve ser dito em determinado momento é um sinal para se chegar a fala consciente.

Na Fala Humilde, o ser humano utiliza para na sua pronúncia, a segunda pessoa do plural (NÓS), mesmo quando tal dizer, refere-se a si próprio.

O volume de sua voz, nessa fala, é agradável e demonstra tranqüilidade e fraternidade com todos os seus ouvintes. Nunca se destaca pelo som de sua voz, e sim, pelas palavras de sua fala e produz a análise e reflexão daqueles que às escutam.

A Fala Humilde é composta de palavras que provocam mudanças no interior de quem as ouve, a dar-lhes equilíbrio e bem-estar.

11.3 Fala Educada

A Educação na Fala promove pronúncias adequadas e convenientes a cada ambiente ou ao público auditivo presente e tem por objetivo a ausência de desrespeitos. Ela prima em ouvir primeiro e falar depois; somente responde àquilo que lhe foi questionado; nunca atravessa a conversa alheia; bem como, não fala sobre alguém que não esteja presente ao local.

"Aquele que é cauto de boca e de língua, preserva a si mesmo das angústias" (Prov: 21, 23).

A Fala Educada não é competitiva, isto é, não procura ser a primeira tampouco à última a falar, nem deseja ser a destaque numa oratória ou diálogo. Ela não se identifica com a política, que deseja somente falar aquilo que seus ouvintes querem ouvir; e sim, pronuncia somente aquilo que é necessário e conveniente ao momento.

"Frutas de ouro em salvas de prata é uma palavra dita a seu tempo" (Prov: 25, 11).

11.4 Fala Sábia

A Fala Sábia é aquela que contém em si a Sabedoria, isto é, está envolvida no muito ouvir e pouco falar.

O ser humano tem o domínio da sua fala, que geralmente nada pronuncia, mas quando exala algo permanece mais no: "sim", "sim"; "não", "não" (Mt: 5, 37). Ele tem a competência de calar-se; manter-se em silêncio nos diversos episódios que possam estar envolvido.

Sabem exatamente a hora de falar devido a sua forte ligação ao universo Espiritual, a tornar-se assim, um ser de de pouco contato social e pequena comunicação, pois não fala mentiras.

"Eu, porém vos digo: De maneira nenhuma jureis: nem pelo céu, por ser o trono de Deus; nem pela terra, por ser o estrado de seus pés; nem por Jerusalém, por ser a cidade do grande Rei. Não jures pela tua cabeça, pois não podes tornar um cabelo branco ou preto" (Mt: 5, 34-36).

Recolhe-se à reflexão na luta contra os seus pensamentos e naquilo que ouve, a guardar na maioria das vezes as suas opiniões para si mesmo, a não ser que saiba que deva falar algo. Vê muito, ouve muito, analisa muito e quase nada fala. Não utiliza "juras" em suas pronúncias.

"Nos lábios dos protervos transbordam de futilidades, mas as palavras dos sábios são equilibradas na balança. Na boca do néscio está o seu coração, mas no coração dos sábios está a sua boca" (Eclo: 21, 28-29).

11.5 Fala Ativa

A Fala Ativa é aquela em que predomina a energia, a certeza, a força imperativa (responsabilidade e prosperidade).

Referente à energia, a fala ativa, é a pronúncia que transmite uma carga elétrica (ondas) que é sentida pelos seus ouvintes. Identificada por uma firmeza na fala e um vigor, que promove, a sua execução, obediência e realização.

"Disse Jesus aos seus discípulos: "Aos que crerem acompanhá-lo-ão estes milagres: em meu nome expulsarão demônios, falarão novas línguas"" (Mc: 16, 17).

No aspecto da certeza, a fala é transmitida com fé e conhecimento absoluto, a excluir a dúvida.

"... se tiverdes fé e não duvidardes, não só fareis o que foi feito à figueira, mas até se a este monte disserdes. Ergue-te e precipita-te no mar, assim será feito" (Mt: 21, 21).

Relativo à força imperativa, a fala ativa, é transmitida de maneira que exprime ordem, isto é, ordena com otimismo e autoconhecimento; e tudo que se é dito é cumprido e assumido (responsável) pelo seu emissor, e ocasiona a prosperidade, devido ao seu falar.

"Disse Pedro: Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho t dou: Em nome de Jesus Cristo, o nazareno, levanta-te e anda" (At: 3, 6).

A Fala Ativa é aquela em que transmitimos suas palavras no "olho no olho", de maneira responsável e consciente. Sabemos o que estamos falando.



11.6 Fala Comedida

A Fala Comedida é o bom uso da língua, a qual deve ser discreta, moderada, cauta, prudente e diplomática, para não promover a censura, tampouco a condenação.

O livro de Eclesiástico (5, 13-15) nos orienta para sermos comedidos na nossa fala:
"Sê pronto a ouvir e lento para responder. Se tens o que responder, responde ao teu próximo; se não, põe a mão sobre a tua boca. Honra e infâmia estão à mercê do loquaz, e a língua do homem é a sua ruína".

A Fala Comedida é aquela que não fala de si, tampouco se vangloria ou propõe a sua glória. Ela luta contra a hipocrisia, beneficia o próximo, valoriza o superior e promove o crescimento do inferior. Está presente no equilíbrio e não escolhe posições, deseja sim, o bem-estar geral a impulsionar o "44", ou seja, ela foge dos extremos: "não é 8 nem 80".

A Fala Comedida não utiliza a língua para recriminação, tampouco em criminar; e sim, para a defesa, a deixar o juízo a Deus. O perdão é a sua grande fala juntamente com o semblante sereno e risonho daquele que a utiliza.

"Não julgueis, para que não sejais julgados. Pois com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido, hão de vos medir. Por que reparas no cisco que está no olho do teu irmão, mas não percebes a trave que está no teu? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o cisco do teu olho, estando uma trave no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então verás claramente para tirar o cisco do olho do teu irmão" (Mt: 7, 1-5).

11.7 Fala Verdadeira

A Fala Verdadeira completa o conjunto de pronúncias que transmitem as palavras conscientes, cuja fala denota a veracidade de um dizer. Sua oratória são sinceras, reais, honestas, fiéis, científicas, justas e argumentativas.
"Flauta e harpa produzem doce melodia, porém, mais do que elas uma língua sincera" (Eclo: 40, 21).

Na Fala Verdadeira não há espaço para fofocas, murmúrios, "ouvi dizer" e ausência da verdade.

Somente a verdade e sob ela deve ser falada todas as coisas, nos seus respectivos momentos adequados.

Dentre essas várias maneiras de falar (Amorosa, Educada, Sábia, Ativa, Comedida e Verdadeira) a fala se mostra capaz de construir, renovar e transformar a pessoa (velho) num novo ser humano capaz de trabalhar, conhecer e dominar suas próprias vidas numa única existência real e verdadeira e fazer a Vontade de Deus.

Falar por falar é fácil, todos falam. Falar com qualidade somente os Puros de Coração tem essa excelência.
FALAS FINAIS


Pagar por aquilo que se fala é uma maneira pedagógica que Deus nos proporcionou, para que aprendamos a conter-nos, e com isso, a purificar-nos, pois a língua inconsciente e semiconsciente trazem inúmeros malefícios a nós mesmos, ao seu semelhante e ao ambiente em que vivemos.

Outra característica do Pagamos por aquilo que falamos, segundo a Bíblia Sagrada, é a importância e responsabilidade de que temos na prática de lutarmos contra os nossos próprios demônios internos ? os defeitos psicológicos - e impedi-los que eles a cada segundo de nossa vida tentem roubá-las, matá-las e destruí-las. Para tanto, devemos aproximar do Pai, o qual está sempre desejoso em auxiliar-nos, independente da hora e local em que estejamos sob ataque dos nossos defeitos.

"Fiel é a palavra. E quero que a proclames com firmeza, para que os que crêem em Deus procurem aplicar-se às boas obras. Estas coisas são boas e proveitosas aos homens" (Tt: 3, 8)

Os defeitos psicológicos são os nossos vícios que temos herdado e desenvolvidos, que por suas ligações neurológicas no nosso organismo fazem com que tenhamos a mesma atitude e comportamento equivocados de sempre (vício psicológico). Devemos pensar sentir e falar de outra maneira, para que essas ligações neurológicas mudem e possamos viver de maneira equilibrada e harmônica.

Pagamos por aquilo que falamos se dá em diversos momentos e para quase todos nós, seja quando falamos algo que nunca iremos fazer, e ao passar do tempo, acabamos fazendo justo aquilo que mencionamos que não iríamos fazer. Outras vezes, quando falamos várias coisas ? equilibradas e desequilibradas ? e elas ocorrem. Ele pode ser benéfico (falas conscientes) ou maléfico (falas inconscientes e semiconscientes).

Com a Higiene na Linguagem conseguiremos ter uma oportunidade de reeducação e com isso ter abundância e prosperidade em nossas vidas, por meio do nosso pensamento equilibrado e falas conscientes (Poder da Palavra), pois cada uma de nossas células tem uma chispa de Consciência, e se a higienizarmos por meio da nossa nova prática mental e corporal seremos novas pessoas.

Não há mistério, basta ter Fé e seguir o que Cristo ensinou: "Perdoar e Amar os seus inimigos" (Mt: 5, 44), os quais são aqueles que nos ofendem, insultam, torturam, mas que são grandes instrumentos de nossa Evolução Material, Psicológica e Espiritual.

"O ladrão só vem para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância" (Jo: 10, 10).

O que sentimos atraímos (Coração Puro)
O que pensamos acontece (Pensamento Equilibrado)
O que falamos realiza - materializa-se (Poder da Palavra)

Mas, qual é o objetivo da Vida, a não ser a realização plena da nossa mente, corpo e espírito, baseados sob a Ética, a Moral e a Legalidade?!

A realização plena da nossa mente e do corpo de cada personalidade e características individuais. Cada um procura satisfazer-se da melhor e mais adequada maneira ética, legal e possível.

"Glória, honra e paz para todo aquele que opera o bem" (Rom: 2, 10).

Já a realização plena do nosso espírito envolve a purificação do nosso coração e o encontro com a verdade, e juntos, conquistar a liberdade, isto é, ver e estar junto a Deus.

"Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus" (Mt: 5, 8).

"Dizia Jesus aos judeus que nele tinham crido: "Se permanecerdes constantes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos e conhecereis a verdade e a verdade tornar-vos-á livres"" (Jo: 8, 31-32).

A conquista do Coração Puro não é fácil, mas não é impossível, principalmente àquele que tem fé. Toda grande premiação exige a mesma proporção de esforço. Pela própria "Lei Natural", o nada não vem do nada, tudo tem sua origem seja finita ou infinita.

O trabalho com a palavra; com a linguagem consciente pronunciada; com o silêncio adequado; com a prática da higiene na linguagem; e a real vontade de purificar-nos traz os benefícios para que vivamos em harmonia e prosperidade neste mundo, tanto na nossa vida material, psicológica e espiritual.

Viver somente a Vida Material é colocar-nos sob um piloto automático (vida mecânica). Viver somente a Vida Psicológica é sonharmos e nada realizarmos. Viver somente a Vida Espiritual é sermos fanático (cegos e surdos).

Não devemos esquecer uma vida e promover a outra. Temos que viver todas elas. E há possibilidade para isso. Não devemos ser "8" ou "80", necessitamos aprender, ser e buscar a vivência dos "44", isto é, do equilíbrio e harmonia (bom senso).

"Cuidai, pois, diligentemente, como deveis proceder; não como insensatos, mas como homens sábios. Aproveitai bem toda ocasião, porque vivemos em dias maus. Não sejais, portanto, irrefletidos, mais tratai de compreender bem qual seja a vontade de Deus" (Ef: 5, 15-17).

" DEUS, EM NOME DO SENHOR JESUS CRISTO,
MATE ESTE DEFEITO PSICOLÓGICO
E DAÍ-ME COMPREENSÃO "

Utilizar sempre essa oração. Nunca esquecê-la, para que aos poucos consigamos a nossa auto-realização. Não permitindo que os defeitos psicológicos que estão dentro de nosso coração a maltrate e a perturbe. Utilizemos dessa poderosa arma divina, que é a fala, numa boa causa.

"Esta instrução te dou, meu filho Timóteo, que segundo as profecias, que houve acerca de ti, por elas combatas o bom combate, conservando a fé, e a boa consciência, a qual alguns havendo rejeitado, vieram a naufragar na fé" (1 Tim: 1, 18, 19).

Não é fácil matar ou despojar-se da velha pessoa ou do velho homem que, éramos, para, a partir deste momento, tornar-nos um verdadeiro filho de Deus, isto é, um novo homem, uma nova pessoa.

"E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do voso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus" (Rom: 12, 2).

O que passou, passou. O importante é olhar o hoje. Olhar-nos. Ver-nos. Iniciar o trabalho bendito: o combate divino, pois o Senhor dos Exércitos invoca-nos para que lutemos e levantemos o nosso cajado e separemos as águas e atravessemos o mar (Ex: 14, 16).

Levantemos, andemos e lutemos por nós. Deus dá essa oportunidade. Não importa o que tenhamos feito; não importa quem somos ou temos; não importa a nossa idade, sexo, crença ou etnia. Nascemos para prosperar físico-psíquico-espiritualmente.

Portanto, desnudemos das obras das trevas, saiamos da caverna e revistemo-nos das armas da luz: da couraça da fé e da caridade, do elmo da esperança da salvação; com nossos rins cingidos com a verdade e os nossos pés calçados com o zelo do Evangelho (1 Ts: 5, 8).

"Digo-vos e conjuro-vos, em nome do Senhor, que não torneis a proceder como procedem os gentios, na futilidade do seu pensamento, os quais têm o intelecto entenebrecido e estão alheios à vida de Deus, por causa da ignorância em que se encontram e do endurecimento do seu coração. Perdido todo o senso de honestidade, entregaram-se a uma desenfreada libertinagem, lançando-se, com ardor insaciável, a toda sorte de impurezas. Vós, porém, foi bem outra coisa que aprendestes com Cristo, se é que dele ouvistes o anúncio e nele fostes instruídos, segundo a verdade que existe em Jesus, isto é, a vos despojardes, relativamente à vida anterior, do homem velho, que se vai corrompendo ao sabor das paixões enganadoras a vos renovardes no espírito da vossa mente, e a vos revestirdes do homem novo, criado à imagem de Deus na justiça e na santidade verdadeira" (Ef: 4, 17-24).

Não devemos esquecer do "Silêncio de Gabriel"; "do Poder da Palavra"; "do Reflexo da Comunicação"; "do Pensamento"; "da Consciência"; "do Coração Puro"; "das Tagarelices Internas e Canções Psicológicas"; "dos Defeitos Psicológicos"; "da Higiene na Linguagem"; e "do Como Falar", para que, ao final da nossa existência atual, possamos colher os louros da nossa grande vitória. Um novo ser de luz, de exemplos e de prosperidades. Sejamos ricos aqui neste mundo e preparemos a nossa riqueza para o mundo que surgirá: a "Nova Jerusalém" (Apoc: 21, 9-27).

"Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, dar-me-á naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda" (2 Tim: 7, 8).

Procuremos sempre sermos e estarmos em Jesus Cristo, por meio da Santa Fé e da Graça de Deus, pois fomos convocados para essa batalha interna.

"Senhor, quão numerosos são os meus inimigos! Quantos se insurgem contra mim! Muitos são os que dizem a respeito de minha vida: "Não há salvação para ele, em Deus". Mas vós, Senhor, sois escudo para mim; minha glória, por vós levanto a minha fronte. Com grande voz invoco o Senhor, e ele me ouve do seu santo nome. Deitei-me, dormi, despertei, porque o Senhor me sustém. Não temerei as miríades do povo que a minha volta me assediam. Erguei-vos, Senhor, salvai-me, Deus meu! Vós que feristes na face os meus inimigos, quebrastes os dentes dos malvados. Do Senhor vem a salvação: sobre o vosso povo desça a vossa bênção!" (Sl: 3, 1-8).

Nós, após a nossa batalha, sairemos vencedores e adentraremos ao reino dos céus com os louvores e as bênçãos merecidas.

"Quem vencer herdará todas as coisas, e eu serei seu deus, e ele será meu filho" (Apoc: 21, 7).

Mas, pena do ser humano que continuar a sua senda de vida às bases de seus defeitos psicológicos e de sua língua voraz, pois as portas do céu não a aceitarão.
"Mas, quanto aos medrosos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos adúlteros, e aos feiticeiros, e aos idólatras, e a todo os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre, que é a segunda morte"(Apoc: 21, 8).

Nós, cristãos, não devemos perder tempo. Devemos sempre procurar sermos uma nova pessoa e aborrecermos e solicitarmos ao Pai que transforme os nossos defeitos em virtudes.

"Se alguém está em Cristo é uma nova criatura. As coisas antigas passaram; ei-las que novas surgiram! (2 Cor: 5, 17).

Enfim, estaremos com um coração puro e seremos ocupados e vividos - não por nós -, e sim, pela força do Cristo vivo e Único Salvador, que habitará e manifestar-se-á em nós.

"Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim. Enquanto eu vivo a vida mortal, vivo na fé do Filho de Deus, que me amou e entregou-se a si mesmo por mim" (Gál: 2, 20).

O segredo se encontra na forma que pensamos, sentimos e falamos, para podermos mudar os aspectos interno e externo das nossas vidas!










OBRAS CONSULTADAS


ANJOS, Ivan Gonçalves dos. Física. São Paulo: IBEP, 2002.

BÍBLIA SAGRADA. Trad. João Ferreira de Almeida. São Paulo: Vida, 1996.

BÍBLIA SAGRADA. Trad. Pe. Antonio Pereira de Figueiredo. São Paulo: Iracema, 1979.

DUNLOP, Erwin. "Your and you memory" Psychology, 1954, 18, n.3.

EDIPE: Enciclopédia Didática de Informação e Pesquisa Educacional. 8. ed. São Paulo: Iracema, 1991.

FARACO & MOURA. Gramática. 19. ed. São Paulo: Ática, 2003.

FERREIRA, AURÉLIO Buarque de Holanda. Dicionário da Língua Portuguesa. Curitiba: Positivo, 2006.

GARDNER, Howard. Estruturas da mente: teorias das Inteligências Múltiplas. Porto Alegre: ArtMed, 1994.

GEWANDSNAJDER, Fernando. Ciências ? Matéria e Energia. 2. ed. São paulo: Ática, 2005.

HOUAISS, Antonio. Minidicionário da Língua Portuguesa. Objetiva/Moderna, São Paulo, 2006.

LEGISLAÇÃO BRASILEIRA. Código penal Brasileiro. Juarez de Oliveira, org. 24. ed. São Paulo: Saraiva, 1986.

LEVI, Eliphas. Dogma e Ritual de Alta Magia. São Paulo: Pensamentos, 1993. p. 90 e 254.

MANON, Simone. Platão. São Paulo: Martins Fontes, 1992.

MELHORAMENTOS. Dicionário da Língua Portuguesa. São Paulo: Cia Melhoramentos, 1997.

NOGUEIRA, Carlos Roberto F. Diabo no imaginário cristão. Bauru: Universidade do Sagrado Coração, 2000.

OLIVEIRA, Frei Pio Sampaio de, OFMCap. A Bíblia às suas ordens. São Paulo: Paulinas, 1975.

PLATÃO. Diálogos. Teeteo/Crátilo. Tadução Carlos Alberto Nunes. Belém: Editora Universiátia. UFPA, 2001.

REZENDE, Jofre M. de. Linguagem Médica. 3. ed. Goiás: AB Editora, 2006.


















SÍTIOS CONSULTADOS


http://mahabaratha.vilabol.uol.com.br/ensaios/simbologia00estrela.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/V%C3%A1Cuo

http://wikipedia.org/wiki/L%C3%B3gica

http://wnews.uo0l.com.br/site/colunas/materia.php?id-secao=9&id-conteudo=156

http://www.cfh.usfsc.br/nplanetar/textos/fisimod.htm

http://www.esoterikha.com/saude-testiculos-ovarios.php

www.bibliasagrada.web.pt/

www.direitonet.com.br/dicionario_latim/

www.divinaciencia.com/dowload.php/psicologiarevolucioonaria

www.divinaciencia.com/licao.php?cmd=1&id=14

www.doutrinacatolica.com/modules/news/article.php?storys=151

www.//fil.absolutamente.net/noesis.html

www.//fil.absolutamente.net/eikasia.html

www.//fil.absolutamente.net/pistis.html

www.opusdei.org.br
www.paulus.com.br

www.positivo.com.br

www.pt.wikipedia.org/wiki/choro_ fisiologia

www.pt.wikipedia.org/wiki/herodes_ogrande

www.pt.wikipedia.org/wiki/herodes_antipas

www.pt.wikipedia.org/wiki.herodes_agripas I

www.pt.wikipedia.org/wiki.judas_iscaiotes

www.saosebastiaoportoalegre.org.br/evangeli/EVANDOM/B_pascoa07.htm

www.//usuarios.cultura.com.br/jmrezende/umbigo.htm













ÍNDICE REMISSIVO

Sumário, 4
Falas Iniciais, 5
Capítulo I, 8
1. Silêncio de Gabriel, 8
1.1 Ato de Fé, de Esperança e Resignação, 9
1.2 Vontade de Falar, 9
1.3 Visto da Sabedoria, 10
Capítulo II, 11
2. O Poder da palavra, 11
2.1 Linguagem, 12
2.2 A Língua (idioma), 13
2.3 A Fala, 13
2.4 Utilização da Palavra, 16
Capítulo III, 18
3. Caracterítica da Palavra Falada, 18
3.1 Significados da Palavra Falada, 18
3.2 A intensidade da palavra Falada, 20
3.3 Qualidade do orador da Palavra Falada, 22
3.4 Efeito produzido pela Palavra Falada, 23
3.5 Obrigação à Palavra Falada, 25
Capítulo IV, 27
4. Defeitos Psicológicos, 27
4.1 Origem dos defeitos psicológicos, 30
Hereditariedade, 30
Influência, 32
Influência Angelical, 32
Convenção, 34
Influência Demoníaca, 34
4.2 Qualificação dos defeitos psicológicos, 35
4.2.1 Soberba, 37
4.2.2 Avareza, 40
4.2.3 Ira, 41
4.2.4 Inveja, 42
4.2.5 Inveja, 42
4.2.6 Preguiça, 45
4.2.7 Luxúria, 47
Adultério, 46
Bestialidade, 46
Concubinato, 46
Estupro, 47
Fornicação, 47
Masturbação, 47
Meretrício, 47
Onanismo, 47
Sedução, 47
Sodomia, 47
Assédio, 47
Assédio Sexual, 48
Assédio Moral, 48
Tortura psicológica, 48
O Choro, 50
4.3 Objetivos dos defeitos psicológicos, 52
4.3.1 Roubar, 53
Verdade, 53
Mentira, 54
4.3.2 Matar, 56
Falsa Moralidade, 57
Blasafêmia, 57
Imprecação, 57
Maldição, 58
4.3.3 Destruir, 59
Calúnia, 60
Injúria, 60
Difamação, 60
Delação, 61
Crítica, 61
Fofoca, 62
Pornografia, 62
Zombaria, 63
Negativismo, 63


Capítulo V, 65
5. Consciência, 65
Simbologia do triângulo, 66
5.1 Limbo, 67
5.2 Eikasia, 68
5.3 Pistis, 69
5.4 Noesis, 70
5.5 Apostolado, 71
Pedro, 71
André, 72
João e Tiago, 73
Filipe, 74
Bartolomeu, 74
Tomé, 75
Mateus, 76
5.6 Traidores, 77
Judas Iscariotes, 77
Pôncios Pilatos, 78
Trio Herodes, 79
Capítulo VI, 81
6. Pensamento: a Base da Palavra, 81
6.1 Relaxamento, 82
6.2 Concentração, 84
6.3 Meditação, 85
6.4 Dificuldades para Relaxar e Concentrar, 86
6.5 Coração, 88
6.5.1 Meios de Purificação do Coração, 90
Fogo, 90
Água, 91
Sangue de Cristo, 92
Palavra de Deus, 92
Batismo, 93
Voto de Fé, 93
Esperança em Cristo, 94
Oração, 94
Tríplice Vida, 94


Capítulo VII, 97
7. Tagarelice Interna e Canção Psicológica, 97
7.1 Tagarelice Interna, 97
7.2 Canção Psicológica, 99
7.3 Macaco Falante, 101
7.4 Papagaio Tagarela, 102
7.5 Burro Falante, 104

Capítulo VIII, 106
8. Reflexo da Comunicação, 106

Capítulo IX, 110
9. Higiene na Linguagem, 110
9.1 Atitude, 111
9.1.1 Palavra
Leitura, 112
Oratória Pacífica, 113
Interiorização, 115
Auto-observação, 115
Auto-análise 117
Autocontrole, 118
Ingestão, 121
Prudência, 122
Conselho, 125
Maturidade, 125
Experiência, 125
Amorização, 126
9.1. 2 Fé, 127
Fé Inconsciente, 128
Fé Filosófica, 129
Fé Popular, 129
Fé Fanática, 130
Fé Religiosa, 131
Fé Idólatra, 132
Fé Inconstante, 133
Fé Empírica, 134
Fé Política, 135
Fé Interna, 135
Fé Consciente, 136
9.1. 3 Sabedoria, 137
Inteligências, 138
Zelo (Prudência/Cuidado), 139
Equilíbrio, 140
Bom senso, 140
Responsabilidade, 140
Disciplina, 141
Exemplo, 141
Precaução, 141
Veracidade, 142
Intelectualismo, 143
Alfabetização, 143
Cientista ou Pesquisador, 145
Literário, 145
Erudito, 145
Acadêmico, 146
Ambição, 147
Genialidade, 148
Educação, 148
Etiqueta, 149
Discrição, 149
Elegância, 150
Aprimoramento ou Leitura de Mundo, 150
Vivacidade, 151
Humildade, 152
Amor ao Próximo, 153
Jejum, 155
Abnegação, 155
Trabalho Voluntário, 156
Castidade, 157
Solidariedade, 158
Conhecimento (Ciência), 159
Conhecimento Comum, 160
Conhecimento Científico, 160
Conhecimento Teológico, 160
Conhecimento Filosófico, 160
Conhecimento Global, 161
Argumentação, 161
9.1.4 Sexo, 162
Ato Sexual, 162
Ato Genital, 162
9.1.5 Força Psíquica, 165
Fortaleza, 165
Projeção Mental Inversa, 168
Adaptação, 169
Imaginação, 171
Atração, 172
Audição, 174
Materialização, 175
9.1.6 Memória, 176
Tipos de memória, 177
9.1.7 Potencial, 177
Virtudes, 177
Valores Sociais, 178
Valores Éticos, 179
Valores Morais, 179
Valores Capitais, 179
9.2 Comportamento, 181
9.2.1 Ação, 181
Ação Voluntária, 181
Ação Involuntária, 183
Omissão, 183
9.2.2 Reação, 184
Refrigeração, 185
Respiração, 185
Projeção, 185
9.2.3 Proteção Física, 187
Exercícios Físicos, 187
Alimentação, 188
Sono, 189
Oração, 191
Louvor, 193
Confissão, 195
Lazer (hobby), 196
Asseio, 197
Banhos Regualres, 197
Cuidados específicos, 199
Vestuário, 200
Trabalho, 201
Produtividade, 201
Atividade, 201
Férias, 201
Férias do Trabalho, 202
Férias do Ambiente, 202
Férias dos Problemas, 203
Período Sabático, 203
Consulta Médica, 204
9.3 Ambiente, 205
9.3.1 Tipo, 206
Ambiente Natural, 206
Ambiente Artificial, 206
Ambiente Sobrenatural, 207
Ambiente Virtual, 207
9.3.2 Características, 209
9.3.3 Manutenção e Conservação, 212
Manutenção, 212
Faxina, 212
Orações, 213
Arranjos, 213
Conservação, 213
Decoração do Ambiente, 213

Capítulo X, 217
10. Vida Espiritual, 217
10.1 Dons Espirituais, 218
10.2 Alimento Espiritual, 221
10.3 Personalidades Diversas, 223
Personalidade na Vida Material, 223
Personalidade na Vida Psicológica, 223
Personalidade na Vida Espiritual, 224
10.4 Carismas, 225
10.5 Amor, 227

Capítulo XI, 231
11. O que é e como devemos falar?, 230
11.1 Fala Amorosa, 232
11.2 Fala Humilde, 232
11.3 Fala educada, 233
11.4 Fala Sábia, 234
11.5 Fala Ativa, 235
11.6 Fala Verdadeira, 236
11.7 Fala Verdadeira, 236

Falas Finais, 238

Obras Consultadas, 234

Sítios Consutlados, 246

Índice Remissivo, 248

Glosário de Abreviaturas, 256



















GLOSSÁRIO DE ABREVIATURAS



VELHO TESTAMENTO


Gên: Livro de Gênesis
Êx: Livro de Êxodo
Lev: Livro de Levítico
Núm: Livro de Números
Dt: Livro de Deuteronômio
Jos: Livro de Josué
1 Rs: 1º Livro de Reis
2 Rs: 2º Livro de Reis
Tb: Livro de Tobias
Jd: Livro de Judite
Jó: Livro de Jó
Sl: Livro dos Salmos
Prov: Livro dos Provérbios
Ecl: Livro de Eclesiastes
Sab: Livro da Sabedoria
Eclo: Livro do Eclesiástico
Is: Livro de Isaías
Jer: Livro de Jeremias
Ez: Livro de Ezequiel
Dan: Livro de Daniel
Os: Livro de Oséias
Am: Livro de Amós
Hc: Livro de Habacuque
Mal: Livro de Malaquias



NOVO TESTAMENTO


Mt: Evangelho, segundo Mateus
Mc: Evangelho, segundo Marcos
Lc: Evangelho, segundo Lucas
Jo: Evangelho, segundo João
At: Atos dos Apóstolos
Rom: Carta de Paulo aos Romanos
1 Cor: Carta de Paulo aos Coríntios
2 Cor: Carta de Paulo aos Coríntios
Gál: Carta de Paulo aos Gálatas
Ef: Carta de Paulo aos Efésios
Fp: Carta de Paulo aos Filipenses
Cl: Carta de Paulo aos Colossenses
Ts: Carta dePaulo aos Tessalonicenses
1 Tim: Carta de Paulo a Timóteo
2 Tim: Carta de Paulo a Timóteo
Tt: Carta de Paulo a Tito
Hb: Carta de Paulo aos Hebreus
Tg: Carta de Tiago
1 Pd: 1ª Carta de Pedro
2 Pd: 2ª Carta de Pedro
1 Jo: 1ª Carta de João
2 Jo: 2ª Carta de João
Jud: Carta de Judas
Apoc: Apocalipse

Autor: Alvaro Richelie


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