Carater e Reforma intima



CARATER E REFORMA INTIMA

SUMÁRIO
Introdução 6
I - Definição de caráter 10
II - O que é reforma íntima 15
III - Enganos que impedem a nossa reforma íntima 20
3.1 - Egoísmo 21
3.2 - Orgulho 22
3.3 - Medo 23
3.4 - Tristeza 25
3.5 - Raiva 27
IV - Contribuição da terapia de vida passada para a "reforma íntima". 31
4.1 - Reprogramação 34
4.2 - Padrões de comportamento 35
4.3 - Contrapadrões de comportamento 36
4.4 - "Presenças" 37
4.5 - Ectoplasma 39
4.6 - Momento da morte 40

V - Conclusão 43
VI - Referências bibliográficas



INTRODUÇÃO
Quando comecei a pensar num tema para o trabalho de conclusão do curso de terapia de vida passada, me veio logo à mente a vontade de escrever sobre "reforma íntima". Talvez pela minha própria necessidade de reformar intimamente, talvez pela percepção diante do sofrimento das pessoas e dos meus pacientes e da procura em ser mais feliz e também para conhecer mais profundamente a TVP e seu alcance terapêutico com os pacientes, no sentido de uma melhora interna.

O homem desde o início dos tempos procura sempre se sentir melhor, ser mais feliz e usa de muitos meios para isso. Alguns caminhos tomados são motivados pelos sentimentos internos, às vezes positivos e às vezes negativos. A maioria dos seres humanos começa a buscar essa felicidade baseados em sentimentos egoístas, de orgulho, de inveja entre outros e se perde nas trilhas do tempo em erros, enganos e sofrimentos.
O homem vive sem saber o motivo da própria história, do porque de nascermos e morrermos, da .necessidade de convivermos com algumas pessoas
mais de perto (por exemplo, família) e das causas ou necessidades do sofrimento.
Há algumas décadas surgiu a Psicologia que veio para tentar ajudar o homem a se conhecer melhor, a se entender, a sofrer menos, porém a Psicologia poderá contribuir apenas com o conhecimento dos traumas e recalques não resolvidos da nossa presente existência. A psicologia ainda não admite a ideia de que o espírito é eterno e renasce várias vezes, com a necessidade de seu aprimoramento espiritual.
O espírito em busca desse crescimento comete erros e o que é refletido no
corpo ou na mente são só reflexos dos enganos do espírito. Era necessário mais,
era necessário tratar do espírito e não só da mente atual. A "cura" só ocorre quando




percebemos que a mudança tinha que ser profunda. Era preciso uma "reforma íntima", uma mudança de caráter e isso só ocorre com uma decisão do espírito. Mas a Psicologia só admite essa vivência e usando conceitos e técnicas para tentar essa mudança interna, ainda não conseguiu um efeito tão profundo.
A Psicanálise defina a "Reforma íntima" como elaboração dos conflitos internos.
Porém a "Reforma íntima" é um termo da literatura espírita, cujas bases estão no livro dos Espíritos de Allan Kardec - questão 919 - numa pergunta do mestre Lionês aos espíritos: "Qual é o meio mais eficaz para se melhorar na vida e resistir ao arrastamento do mal?" - Sendo respondido que o conhecimento de si mesmo é a chave do melhoramento individual, mas mostrando como é difícil alcançar esse conhecimento.
O Espírito Cairbar Schutel, no livro "Fundamentos da Reforma íntima", psicografado por Abel Glaser1 define a reforma íntima como "renovar das esperanças interiores, tendo por meta o fortalecimento da fé, a solidificação do amor, a incessante busca do perdão, o cultivo dos sentimentos positivos e a finalização no aperfeiçoamento do ser".
Entendo também que a "reforma íntima" pode ser percebida como um processo contínuo de auto-análise, de conhecimento de nossa intimidade espiritual, libertando-nos de nossas imperfeições e permitindo-nos atingir o domínio de nós mesmos, substituindo nossos defeitos por virtudes.
Quando conhecemos a Terapia de Vida Passada (TVP) que usa como instrumento terapêutico à regressão de memória e trabalha com princípios fundamentais os fatos traumáticos ocorridos no passado, reformulação de caráter,
padrões e contrapadrões de comportamento, "presenças", momento da morte e reprogramação (conceitos que serão mais adiante explicados) e procurando tratar o homem de forma integral, nos questionamos: Será que realmente essa teoria consegue alcançar o homem tão profundamente? Será que ela promove a mudança profunda de caráter, a "Reforma íntima?".
Mas como e quando ocorre a conscientização de que somos seres eternos? O que devemos fazer para chegar à perfeição? Qual o melhor caminho, depois de tantos desacertos? Como fazer para evoluir sem tantas quedas.
Foi baseada em tantos questionamentos que procuraremos entender neste levantamento bibliográfico se realmente a Terapia de Vida Passada ajuda efetivamente o ser humano a se conhecer melhor, a se reformar e evoluir enquanto ser biológico, psicológico, social e espiritual.





"... O essencial é saber ver
Saber ver sem estar a pensar,
Saber ver quando se vê,
E nem penar quando se pensa.
Mas isso (triste de nós que trazemos a

alma vestida)
Isso exige um estudo profundo

Uma aprendizagem de desaprender"
Fernando Pessoa





DEFINIÇÃO DE CARÁTER
O ser humano quer basicamente ser feliz e busca muitas vezes essa felicidade e afasta-se muitas vezes do caminho certo e verdadeiro. Mas essa felicidade só ocorre, quando percebemos que precisamos melhorar, precisamos crescer e mudar. Mudar nosso "jeito de ser", nossas características de personalidade, nosso caráter.
O caráter é um conjunto de características boas e ruins que diferenciam uma pessoa da outra, permitindo assim que cada um tenha traços diferenciados dos outros, sendo, portanto único, diferente.
Caráter, segundo Ribot, pode ser definido com "conjunto de qualidades afetivas e ativas que distinguem um homem do outro"2.
O termo caráter significa, portanto, o conjunto de traços que o ser humano tem e que manifesta de diversas formas. Esses traços podem ser bons ou ruins. É a nossa maneira de ser.
Segundo o Novo Dicionário Aurélio, caráter é:
"6 - o conjunto de traços particulares, o modo de ser de um indivíduo, ou de um grupo; índole; natureza, temperamento.
7 - Conjunto de qualidades (boas ou más) de um indivíduo, e que lhe
determinam a conduta e a concepção moral.
8 - Génio, humor, temperamento".
Freud estudou profundamente sobre o caráter. Ele dizia que os traços de caráter sublinham o comportamento e lhe dão o sentido real. Ele entendia que a essência básica do caráter não é um traço único, mas a organização total desses
2 Ribot, 1959, p. 183

traços. Para ele, "o destino do homem é o seu caráter". Tanto os pensamentos, sentimentos, quanto os atos das pessoas são, em sua maioria, determinados pela estrutura de suas paixões e não simplesmente resultado de reações racionais a situações realísticas. 3
Pra Fromm "o caráter é a forma específica na qual a energia humana é modelada pela adaptação dinâmica das necessidades humanas ao estilo de vida particular de uma dada sociedade. 4
Portanto o caráter é formado através de diversos fatores, tais como as tendências, fatores sociais e fisiológicos e é manifestada pelo homem, voluntariamente, em vista dos valores por ele recebidos ou elaborados.
O caráter manifesta-se através de atividades sociais, com implicações morais e éticas. Quando o indivíduo engana, rouba, sequestra, mata, entre outros, mostra traços negativos do caráter. Já quando ele é orgulhoso, egoísta, irresponsável, raivoso, etc..., demonstra principalmente as suas características também negativas de personalidade.
Um caráter, sob o ponto de vista psíquico, pode ser bom ou ruim, firme ou fraco e quando a característica predominante é negativa, a luta contra essa tendência é enorme e somente com uma decisão firme é que o indivíduo consegue mudar ou melhorar o seu caráter e isso ele consegue fazendo uma "reforma íntima".
Já para Guimarães, dentro da visão da TVP, afirma: caráter é um conjunto de tendências, boas e más, talentos e defeitos que trazemos embutidos dentro de nossa personalidade ao nascer. É como o ranço viscoso de nossas personalidades anteriores.
3Freud, 1961, p. 83 4 Fromm, 1964, p. 81





A porta
Se você abre uma porta,
você pode ou não entrar em uma nova sala.
Mas, se você vencer a dúvida, o medo,
e entrar, dá um grande passo:
nesta sala vive-se.
Mas, também, tem um preço
são inúmeras outras portas que você descobre.
Á vezes curte-se mil e uma.
O grande segredo
é saber quando
e qual porta deve ser aberta
A vida não é rigorosa
Ela propicia erros e acertos
Os erros podem ser transformados em acertos
quando com eles se aprende
Não existe segurança do acerto eterno.
A vida é generosa a cada sala que se vive, descobre-se tantas outras portas. E a vida enriquece quem se arrisca a abrir novas portas. Ela privilegia quem descobre seus segredos e generosamente oferece afortunadas portas.





Mas a vida também ode ser dura e severa. Se você ultrapassar a porta, terá sempre a mesma porta pela frente.
É a repetição perante a criação.
É a monotonia perante a multiplicidade das cores.
É a estagnação da vida.
Para a vida
as portas não são obstáculos,
mas diferentes passagens.
Içami Tiba.











O QUE É "REFORMA ÍNTIMA"
O caráter, como vimos no capítulo anterior, são características boas e ruins que tornam as pessoas diferentes, únicas. A "reforma íntima" é o esforço que o ser humano faz para melhorar-se moralmente. Mudar principalmente suas características ruins, tornando-as melhores, mais saudáveis.
Quando a pessoa conhece os seus defeitos e está empenhada em sua mudança, ela faz um processo de "reforma íntima" em sua vida, vive mais harmonicamente e alcança maior êxito em suas realizações.
O termo "reforma íntima" foi mencionado a primeira vez na literatura espírita e significa a mesma coisa que reformulação ou melhora do caráter.
Glaser, afirma que: "A reforma íntima deve ser compreendida como a chave mestra pra o sucesso de sua melhora interior e, conseqúentemente de sua felicidade interior. 5
Entendendo que a vida é eterna e que a "reforma íntima" é temporária, podemos perceber que é vantajoso para o espírito o sacrifício momentâneo de esforçar para melhorar, pois a reforma íntima serve para a evolução do espírito.
Machado, diz, que quando começamos a desenvolver nossa sensibilidade, a rever velhos conceitos e valores que não nos servem mais, tornamo-nos, assim, mais flexíveis e mais compreensivos em relação às nossas coisas e às dos outros. Uma verdadeira e silenciosa transformação começa a acontecer dentro de nós, à medida que vamos fazendo esta sutil afirmação interior. 6
'Glaser, 1999, p. 13 6 Machado, 2002, pág. 31


Quando nos tornamos conscientes da nossa necessidade de melhora interior, nosso eu interior, começa a buscar formas e maneiras de nos conhecer de conhecer o outro e para essa mudança é a própria vida que começa a nos oferecer inúmeras oportunidades de crescimento.Simonetti faz uma comparação entre a reforma íntima e a origem o nome do primeiro mês do ano (janeiro), que é uma homenagem a Jano, um Deus Romano e que representa o passado e o futuro, o começo e o fim, portas que se abrem e fecham. Quando nos reformamos internamente, estamos combatendo com árduo
esforço nossas imperfeições. Procuramos fechar o passado, superando mágoas e

ressentimentos, vícios e mazelas e buscamos o futuro, buscando cultivar o bem e a
verdade, no empenho da nossa renovação.
Platão, citando Sócrates (470 - 399 a.C.), alega que numa caverna viviam
seres humanos que ali nasceram e nunca saíram de lá, pois estavam acorrentados

de uma forma que só podiam ver o que estava à sua frente. Atrás deles ardia uma

fogueira e a luz do fogo projeta sombras na parede. Essas sombras são tudo que

essas pessoas viam. Entendiam a realidade através dos sonhos. Um deles se liberta
e deixa a caverna, deslumbra-se com a luz solar, a beleza da natureza e fica triste
com o tempo perdido.
A caverna de Platão simboliza as nossas limitações e ignorâncias que nos
impedem de ver o mundo verdadeiro, as sombras projetadas nas paredes são as
nossas ilusões diante da vida.
Simonetti alega que a caverna de Platão pode ser comparada também ao
nosso confmamento no corpo, a partir da reencarnação. O corpo físico nos impõe,

segundo ele, muitas limitações. Inibe tão forte nossas percepções que nem

7 Simonetti, 2000, pág. 123
conseguimos imaginar a vida nos planos etéreos, embora venhamos de lá e há duas maneiras de superar as sombras da caverna: A morte, que pode não ser interessante se partimos sem preparo, pois a vida espiritual nos ofuscará e nos perturbará e ficaremos alienados da realidade.
A outra maneira é através do exercício de nossa vontade - o conhecimento -que nos possibilitará enxergar melhor e ampliar nossos horizontes. Só então veremos quem somos de verdade e não quem supomos ser, na pálida visão das sombras. A nossa melhora interior faz com que nos habituemos à claridade e não nos ofusquemos quando chegar o nosso momento de deixar a caverna, ou melhor, dizendo, o nosso corpo.8
Ivone Pereira, em seu livro Memórias de um suicida, alega que "nenhuma tentativa para o reerguimento moral será eficiente se continuarmos presos à ignorância de nós mesmos. Será indispensável, primeiramente, averiguar quem somos, donde viemos e para onde iremos, a fim de que nos convençam do valor da nossa própria personalidade e à sua elevação nos dediquemos [...]". 9
Kardec, no Livro dos Espíritos, na pergunta 919, pergunta aos espíritos: "Qual o meio mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal?" No que é respondido que um sábio da antiguidade já havia recomendado:"conhece-te a ti mesmo". Kardec continua na pergunta dizendo que conhece toda a verdade daquela afirmação, porém queria saber qual o melhor meio de conseguir esse conhecimento ao que foi novamente respondido que a melhor forma era interrogar a consciência, passar em revista o que se havia feito, se não deixara de cumprir a algum dever e se ninguém tinha motivos para dele se queixar.
8 ibiden pág. 59 'Pereira, 19..., pág 468
E assim aos pouco o conhecimento de sim mesmo viria e com grande força do indivíduo o aperfeiçoamento do caráter também.Somos espíritos imperfeitos encarnados com o objetivo de evoluir. Cada um de nós se encontra em um momento de buscas e realizações. Mas cada um chega a um momento em que desperta para a necessidade de um entendimento melhor de si mesmo e da vida futura e começa a desejar a melhora e a modificação de muitas ilusões. É uma viagem que fazemos para dentro de nós e, quando isto acontece, passamos a nos conhecer verdadeiramente. Este conhecimento nos revela de maneira surpreendente, pois passamos a perceber quantos vícios possuímos. E é um processo bastante doloroso, pois há milénios "brincamos" de nos enganar. É preciso, porém que não nos cobremos demais, que saibamos conviver com as descobertas de nossos vícios, sem culpas, sem remorsos que só nos deixam mais infelizes. Quando iniciamos a reforma íntima, muitas vezes vamos nos sentir como se tudo estivesse muito mal. Parecer-nos-á que só temos defeitos e não os iremos superar nunca. Devemos ter paciência conosco! A natureza não dá saltos. Vícios de muitos anos precisam de tempo para ser modificados.Glase alega que jornadas seculares são empreendidas pelo ser até atingir a perfeição. A reencarnação é o instrumento necessário para que os degraus evolutivos sejam vencidos um a um 10

10
Glaser, pág. 27, 1999

ENGANOS QUE IMPEDEM A NOSSA REFORMA ÍNTIMA
Mateus (VII: 13-14) citando Jesus, diz "Entrai pela porta estreita, porque

larga é a porta e espaçoso o caminho que leva à perdição, e muitos são os que

entram por ela. Que estreita é a porta e que apertado o caminho que leva para a
vida e que poucos são os que acertam com ela!"
Jesus quis nos alertar que é mais fácil para nós seguirmos o caminho dos vícios, dos enganos, "da perdição". O caminho da salvação exige grandes esforços do indivíduo para vencer as más tendências, e poucos se resignam a isso.
Devemos ter cautela até com os pequenos desequilíbrios. Quaisquer causas, por insignificantes que pareçam, tem efeitos ou consequências correspondentes e inevitáveis. Portanto, devemos, para o bem de nossa saúde, avaliar bem os efeitos de cada atitude, evitando desequilíbrios físicos, emocionais e mentais que produzam efeitos maléficos. Os desequilíbrios da alma começam de quase nada, principalmente por atitudes e sentimentos aparentemente compreensíveis, mas que em muitas ocasiões se deslocam no rumo de ásperas consequências. Desconfiança. Dúvida. Irritação. Desânimo. Ressentimento. Impulsividade. Invigilância. Amargura. Tristeza sem nexo. Grito de cólera. Discussão sem proveito. Conversa vã. Visita inútil. Distração sem propósito.11Jesus mandou que a verdade fosse procurada e só ela nos libertaria. O que ele quis dizer com isso? Qual verdade ele mandava procurar? Talvez a maior de todas. A nossa verdade interna. E a busca por essa verdade exige de nós esforço contínuo. Exige principalmente que a gente queira mudar, E conseguimos essa
11 TEIXEIRA, Albino. XAVIER, Francisco Cândido. TEIXEIRA, Waldo. Ideal Espírita. Cap. 97. Edição CEC).
mudança, melhorando nossos defeitos, substituindo-os por qualidades. Alguns comportamentos ou sentimentos que são mais fortes ou "verdadeiros". Eles são: o orgulho, o egoísmo, o medo, a raiva e a tristeza, citando somente os negativos. E dependendo do comportamento ou sentimento que adotamos durante a vida, isso determina a psicopatologia que apresentamos e a cura só vem, quando mudamos esse "nosso jeito de ser", melhorando o nosso caráter, fazemos a nossa "Reforma Intima".
Falaremos dos principais vícios morais, portanto os mais difíceis de serem combatidos são o egoísmo e o orgulho, mas também falaremos neste capítulo do medo, da raiva e tristeza.
Egoísmo
O egoísmo é a raiz de todos os males morais que existem no homem, fonte
de todos os seus desvios e vícios de comportamento e causa principal de suas tendências negativas de toda ordem.
Glaser alega que ser egoísta é reduzir-se no indivíduo, pensar emsi mais do que pensa nos outros, sejam estes, de que relacionamentos forem.
A simplicidade da definição do egoísmo é tão singela quanto à dificuldade que as inteligências humanas têm para entendê-la. Basta olhar para si mesmo em primeiro lugar, agir em benefício próprio acima de tudo, voltar os interesses para o epicentro do seu "eu" e tudo estará guiando em torno do egoísmo.12
12 Glaser, pág 19, 1999


O egoísmo é a base de todas as imperfeições do ser humano. Representa o princípio elementar de toda doença sentimental, emocional e psicológica. É fonte dos males que abraçam a humanidade. Dele deriva todo mal.
Kardec, na questão 917 do Livro dos Espíritos indaga aos espíritos: "Qual o meio de destruir-se o egoísmo?" - sendo respondido que "De todas as imperfeições humanas, o egoísmo é a mais difícil de desenraizar-se porque deriva da influência da matéria, influência de que o homem, ainda muito próximo de sua origem, não pôde libertar -se e para cujo entretenimento tudo concorre: suas leis, sua organização social, sua educação. O egoísmo se enfraquecerá à proporção que a vida moral for predominando sobre a vida material (...)".
Neto, relata que o sujeito egoísta, como resultado dessa maneira de ser, não consegue se relacionar com outras pessoas e nem permutar experiências e afetividade, se sentindo solitária e assim, compensa-se, acumulando bens.
Constrói torres e muralhas imensas para se proteger do empobrecimento que ela mesma vivência inconscientemente há muito tempo. Para ele, a colheita dos frutos do egoísmo é a incapacidade de se relacionar, repressão dos sentimentos de amor e fraternidade e a inconsciência de uma vida interna e eterna 13
Orgulho
O orgulho, segundo Glaser, é o filho primogénito do egoísmo, sendo esse o sentimento e o estado de espírito de quem se considera superior ao seu semelhante. Para ele o egoísmo e o orgulho são inimigos da evolução e ainda estão
13 Neto, pág 126, 1998
presentes de maneira muito forte no coração e nas atitudes da maioria dos encarnados.
Para Neto, quando menosprezamos alguém ou alguma coisa, estamos nos colocando acima de tudo e de todos, avaliando com arrogância os acontecimentos e fatos de cima do nosso orgulho. E com o tempo acaba ficando com baixa estima e procurando novamente no mundo Ainda segundo Neto, mesmo.
A pessoa orgulhosa tem a falsa crença de que deve ser muito amado ou temido. Não entende que pode viver no equilíbrio e quando não é ou amado ou íemido fica com raiva, fica com o "orgulho ferido" e isso mostra que não tem um processo de auto defesa e se desvaloriza. De modo geral confundimos amor próprio com orgulho. No amor próprio valorizamos o nosso mundo interno, nossas qualidades.
O orgulho procura a felicidade no mundo externo, na opinião dos outros e no consumo de bens materiais e tudo isso não gera felicidade, só alegria momentâneaexterno a resposta para sua infelicidade.

Medo
Quando sentimos medo, o sentimento que vem em seguida é o da impotência diante de uma situação de risco e em seguida de raiva por não controlarmos aquela situação.
O medo é um sentimento paralisante que nos coloca à margem do caminho, prestando atenção só em nós, nos nossos conflitos, dificuldades e fazendo-nos girar só em torno de nós mesmos, não avançando, não saindo do lugar e em consequência não caminhando rumo ao progresso.
Coisas ignoradas geram muito mais medo do que as conhecidas e nosso desconhecimento a respeito do nosso potencial interno, da nossa capacidade fazem com que reajamos de forma, tímida ou agressiva, quando estamos diante de uma situação inesperada, porque não temos confiança em nós mesmos e agimos baseados no medo, que nada mais é do que a pouca confiança que temos em nós mesmos.
Uma das maiores manifestações do medo, segundo Neto, são as fobias, desenvolvidas por alguns indivíduos, diante de algumas situações ou comportamentos e quando se torna crónica, começa a atrapalhar a vida dos indivíduos em todas as áreas do relacionamento humano.
O fóbico social, segundo ele, receia ser julgado e avaliado pelos outros, pois os comportamentos que mais temem são falar, comer e ou beber diante das pessoas, frequentar cursos, palestras festas ou qualquer atividade social em lugares movimentados.14
Ainda segundo Neto, as maiores dificuldades que envolvem a agorafobia 3 mais grave é a incerteza de nosso valor pessoal e as crenças de baixa estima que possuímos e que podem ter sido herdadas na infância.15
O sentimento de inferioridade produz uma necessidade de estarmos sempre certos e sempre sendo aplaudidos pelos outros. Tememos mostrarmos como somos e escondemos nossos erros, convencidos de que seremos desprestigiados perante nossos companheiros e amigos. Dissimulamos constantemente, fazemos pose e
14 Neto, 1998, pág69 13 ibiden pág. 70
forçamos os outros a nos aceitar. E se permanecemos dessa forma a insegurança aumenta que um dia passa a nos ameaçar.
O medo pode ter sua origem na infância com pais rudes e autoritários que
estabelecem uma educação dura e autoritária e que acaba criando nas crianças a
necessidade de mentir e fantasiar sempre. Dessa maneira, elas passam a viver de
forma que agradam mais aos outros do que a si mesmas. A origem do medo pode

estar também em existências passadas, em sofrimentos vividos no plano astral e do

assédio de entidades ignorantes.

Tristeza

Tristeza, segundo o Dicionário do Aurélio, é uma qualidade, um estado triste;
consternação; mágoa; melancolia; pena; desgosto; pesar.
Também segundo o dicionário TRISTE é o estado daquele que tem mágoa ou

aflição; que não tem alegria; que aflige que inspira tristeza; cheio de melancolia ou

de cuidados; lastimoso; infeliz; sombrio; deprimido; insignificante; pessoa infeliz que
inspira compaixão.
Podemos perceber pela definição do dicionário que uma pessoa triste é uma pessoa que tem mágoa. O mesmo dicionário também define que mágoa é a mesma

coisa que desgosto; pesar; amargura; tristeza.
A tristeza, portanto é sentimento interno que esconde uma mágoa e mágoa é
simplesmente uma raiva jogada para dentro, e guardada, cultivada, acalentada dentro da alma



Conservar a mágoa, o rancor é uma maneira de ferir o próprio coração, se contaminar de um sentimento muito negativo, que pode trazer grandes consequências no futuro.
Divaldo, no seu livro Terapêutica de Emergência (1995, pág 179), diz que "se você guarda ressentimento, sem dúvidas cultiva cogumelos venenosos na área reservada para a ensementação da jovialidade, de que se deve enriquecer, a fim de adquirir paz.
As ocorrências desagradáveis devem ser superadas com legítimo esquecimento do mal que produziram.
(...) "O perdão, continua ele, para ter função terapêutica em quem o doa, necessita caracterizar-se pela total liberação do ressentimento".
(...) "Quem se atribui força, porque fomenta mágoa ou ressentimento, não passa de enfermo que se engana, mediante o processo de transferência psicológica da fraqueza em resistência inexistente, que se desenvolve na covardia".
O desenvolvimento desse sentimento faz com que a nossa vibração baixe e isso permite que as "presenças" se aproximem e nos controlem, fazendo com que nossos sofrimentos e tristezas aumentem.
A maneira de reagir diante dos sofrimentos depende muito da pessoa. Algumas se revoltam, ficam agressivas, demonstram raiva ou "tristeza", enquanto outras, mesmo passando por situações muito piores, manifestam alegria.
Dificilmente reconhecemos que os nossos sofrimentos são consequências de nossos erros, de nossos enganos, que somos responsáveis pelo nosso destino, por isso é necessário a dor, o sofrimento e procurar manter a alegria de viver.
Os obstáculos são as provas ou as expiações pelas quais o indivíduo deve passar, pois são fatores necessários ao progresso do ser.
Segundo Glaser16 sofrimento é, em tese, um estado de espírito desequilibrado que envolve o encarnado em determinadas fases de sua jornada, resultante da inadaptação ou rebeldia diante dos obstáculos de quaisquer espécies que lhe surjam à frente. Vemos, portanto, a necessidade de fazermos a reforma íntima, pois somente nos reformando é que ficamos fortalecidos e sentimos menos os abalos da vida e nos importamos menos com os motivos que de modo geral, fazem as pessoas sofrerem.
Raiva
Raiva, segundo o dicionário do Aurélio é um acesso violento de ira; fúria; ódio; aversão.
Já ódio, para o mesmo dicionário, é rancor profundo e duradouro que alguém
sente por outrem; sentimento que nos afasta violentamente de alguém, que nos leva
a causar-lhe mal ou a desejar-lho; repugnância que se sente por alguém ou por
alguma coisa; aversão, repulsão; horror, antipatia, desprezo.

Divaldo P. Franco17 através de Joana de Ângelis define "raiva como um fator

de frequentes conflitos, que aparece repentinamente, provocando altas descargas
de adrenalina na corrente sanguínea, alterando o equilíbrio orgânico e, sobretudo, o
emocional.

A sensação de raiva atual tem as suas raízes em conflitos não digeridos, que foram soterrados no subconsciente desde a infância e ressurgem sempre que
alguma vibração equivalente atinge o fulcro das lembranças arquivadas. Quando tal ocorre, ressumam inconscientemente, todos os incidentes desagradáveis que estavam cobertos com a leve camada de cinza do esquecimento, no entanto, vivos".
Esse mesmo autor esclarece que a raiva é um sentimento comum à condição humana e que o melhor para a saúde física e mental é que essa raiva seja liberada de uma forma saudável, ou seja, chorando, desabafando com alguém, fazendo uma corrida ou um trabalho estressante, entre outros, para evitar que a raiva seja internalizada e provoque diversos males, tais como: indigestão, diarreia, acidez, disritmia, inapetência, isso no físico e no emocional, nervosismo, amargura, ansiedade, depressão...
Podemos perceber que para nós, ainda é difícil não termos esse sentimento, que como paleativo é melhor usarmos algumas técnicas simples, mas eficientes, para liberar a raiva do nosso interior. Mas podemos também perceber que o remédio maior para esse "mal" é a nossa modificação interna, a nossa melhora, o nosso crescimento, a nossa evolução.© quando formos ofendidos, criticados, agredidos, devemos usar o ensinamento de Jesus que é o perdão das ofensas, pois só ele promoverá o esquecimento e sua total ineficiência em nos prejudicar.
Segundo a TVP, quando nutrimos o sentimento da raiva, abrimos mais uma vez o nosso canal de frequência, o que possibilita a aproximação de "presenças".
Como já foi explicado no capítulo sobre o assunto, as "presenças" nos cobram os grandes males que lhes fizemos no passado e que eles passam a reclamar o que julgam direito seu, trazendo mais transtornos para a nossa modificação mental fazendo uma renovação verdadeira, permitirá também a modificação dos nossos desafetos, nunca uma modificação assim nunca será solitária, sempre coletiva. Com

o nosso ajuste auxiliamos o processo de reajuste do outro. Pois não estamoí sozinhos, juntos, caminharemos todas para a cura.


Esse caminho tem coração

Tudo é um entre milhões de caminhos.

(Um caminõ entre cantidades de caminõs).


Portanto você deve ter em mente que um caminho, não é mais que um

caminho; se achar que não deve segui-lo, não deve permanecer nele, sob nenhuma
circunstância. Para ter uma clareza dessas é preciso ter uma vida disciplinada. Só

então você saberá que qualquer caminho não passa de um caminho e não há
afronta, para você nem para os outros, em larga-lo, se é isso o que seu coração lhe
manda fazer. Mas sua decisão de continuar no caminho ou larga-lo, deve ser isenta
de medo e de ambição. Eu lhe aviso. Olhe bem para cada caminho e com propósito.
Experimente-o tantas vezes quanto achar necessário. Depois, pergunte-se e só a si,
uma coisa. Essa pergunta é uma que nó os muito velhos fazem. Meu benfeitor, certa
vez me contou a respeito, quando era jovem, e meu sangue forte demais para poder

entende-la. Agora eu a entendo. Dir-lhe-ei qual é: Esse caminho tem coração?

Todos os caminhos são os mesmos: não conduzem a lugar algum. São
caminhos que atravessam o mato ou que entram no mato. Em minha vida, posso
dizer que já passei por caminhos compridos, compridos, mas não estou em lugar algum.
A pergunta do meu benfeitor agora tem um significado. Esse caminho tem coração? Se tiver, o caminho é bom, se não tiver, não presta. Ambos os caminhos não conduzem a parte alguma, mas um tem coração e outro não. Um torna a viagem alegre; enquanto você o seguir, será um com ele. O outro o fará maldizer sua vida. Um o torna forte; o outro o enfraquece.
Carlos Castâneda



CONTRIBUIÇÃO DA TERAPIA DE VIDA PASSADA PARA A "REFORMA ÍNTIMA".

A nossa melhora interior, a mudança do nosso caráter, dos nossos defeitos só

ocorre quando ouvimos o nosso coração e conseguimos saber da nossa verdade e

desenvolvemos dentro de nós o AMOR, por nós mesmos e pelas outras pessoas.
Esse sentimento provém do nosso encontro com nós mesmos e não surge à revelia,

ele é resultado de um investimento pessoal.
A TVP - Teoria de Vida Passada - segundo Guimarães é um tratamento
psicológico que se processa com regressões de memória. Sessões de regressão no

tempo, partindo da informação, da decodificação que o terapeuta dá aos chamado
inconsciente do indivíduo, sobre o problema a ser resolvido, com a proposta de se
chegar ao passado (...), em busca dos episódios mal resolvidos.
A TVP parte do pressuposto de que já vivemos várias vidas e reencarnamos
sempre.
Para a TVP, qualquer tudo pode ser mudado, até o caráter (Guimarães, 1999, pág 69) basta que consigamos entender a causa verdadeira dos nossos problemas.
O principal objetivo da terapia de vida passada é tratar do espírito (da mente) e não do corpo, porque tudo que ocorre no corpo é efeito. Quem é levada à

regressão é o espírito e não o cérebro e para o espírito não existe vida passada, o
que existe são momento em que incorporamos um corpo mais denso para
manifestamos nossos sentidos.
Para o espírito não existe o hoje, o ontem, o amanhã. Não é outra vida, tudo

está, tudo é ao mesmo tempo, é presente e não vida passada, pois todas as minhas
"existências anteriores" estão presentes o tempo todo e é por isso que sofremos,
pois para nosso espírito, o nosso sofrimento gerado de nosso passado, não é passado, é presente. Não é página escrita e virada, é atual. É a mesma vida, antes, durante e depois, pois quem vive é o espírito.
"Em cada nova existência, o homem dispões de mais inteligência e melhor pode distinguir o bem do mal"18.
As nossas existências passadas estão presentes o tempo todo numa frequência diferente da de hoje e quando eu mudo a minha frequência por variações de pensamento ou emocionais, posso ser capaz de reter esses registros novamente, revivendo traumas, justamente por não ser fato acabado.
A TVP nos permite reformular, reelaborar aquele trauma, sem aquela carga emocional muito forte colocada no passado e através da nossa reprogramação, nossa reforma interior e hoje, numa outra frequência, acima daquela onde vivi o trauma, mudar de comportamento, melhorar o meu caráter, me reformular e viver mais feliz.
A TVP nos mostra e nos faz entender o porque de estarmos vivendo da forma que nos encontramos e nos permite fazer a nossa "reforma íntima", a nossa mudança de caráter, com mais facilidade, com mais responsabilidade, porque entendemos que aquilo já foi muito repetido, e abrandamos o nosso caráter, e aprendemos que muitas vezes também, como afirma Guimarães, o sucesso não significa vencer sempre. O sucesso, às vezes, significa abrir mão, recuar, desistir, aceitar, se resignar19.
A TVP permite um conhecimento das nossas outras personalidades do nosso "passado" e tornando possível a avaliação e o estudo do "nosso jeito de ser" dessa vida e podendo assim melhorar traumas, ansiedades, ataques de pânico, medos,
18Kardec, 1987, pág215 19 Guimarães, 1999, pág 196


fobias, bloqueios emocionais, relacionamentos difíceis, depressões, desordens
sexuais, dores de cabeça crónicas, enxaquecas, psicoses, neuroses obsessivas,
entre outras doenças do nosso espírito.

A TVP parte da hipótese da reencarnação e procura tratar dos traumas trazidos do passado e que ainda repercutem hoje em nossas vidas.
O objetivo da TVP, não é provar a reencarnação, seu objetivo de utilizar essa hipótese é somente terapêutico, pois com a identificação de situações traumáticas
do passado, a regressão permite que haja uma liberação das altas cargas
emocionais reprimidas que ainda interferem e determinam o sofrimento do nosso
cliente. Possibilitando através da reprogramação a eliminação desta dor.

Vários autores pesquisaram a reencarnação e para a TVP é fundamental

esse material fornecido por eles, pois como já dissemos, a TVP parte dessa hipótese

para melhor explicar as dores do cliente.
Um trabalho de grande importância é o da Dra. Helena Wanbach, que após
passar por uma regressão espontânea, começou a pesquisar sobre a reencarnação.
A Dra. Wanbach, uma psicóloga tradicional, se viu obrigada a aprofundar no assunto, após ter entrado em estado alterado de consciência e se viu indo diretamente para um livro e a reconheceu como seu e uma cena de uma vida anterior lhe surgiu a mente logo em seguida. A partir disso, Dra. Helena passou a pesquisar a reencarnação, aplicando hipnose em mais de mil indivíduos, o que lhe forneceu dados para escrever o livro "Recordando Vidas Passadas", publicado em 1993.
Um pesquisador muito importante também é o brasileiro, engenheiro e cientista Hernani Guimarães Andrade, que estuda e pesquisa reencarnação há muitos anos, tendo diversos livros escritos sobre o assunto.
Além desses, pesquisam também sobre o assunto Dr. Jorge Andréa, Herminio C. Miranda, autores brasileiros, que possuem grande número de livros escritos.
Para Guimarães, a pesquisa permite obter o máximo de segurança nesse tipo de investigação, quando o objetivo é, sobretudo demonstrar a realidade da

reencarnaçao .
A resistência de algumas pessoas e da ciência em admitir a hipótese da reencarnaçao tem dificultado muito a compreensão integral do ser humano, porém a TVP tem mostrado, com o uso dessa hipótese que é possível reduzir e até mesmo eliminar o sofrimento do homem.
O dogma da reencarnaçao, segundo Guimarães, está presente em quase todas as grandes filosofias religiosas, sendo sua ausência em algumas mais recentes. O que chega a ser praticamente uma exceção21.
A religião católica é uma das principais religiões contra a reencarnaçao, mas a maioria de seus adeptos desconhece que até 532 d.C., o povo era reencarnacionista, até que no V Concílio de Constantinopla, o Imperador Justiniano a "pedido" da Imperatriz Teodora, condenou e proibiu a divulgação da ideia da preexistência da alma e consequentemente da reencarnaçao.
Ao adotar esse pressuposto da reencarnaçao, a TVP, procura trabalhar o ser humano em todos os seus aspectos, biológico, psicológico, social e principalmente o espiritual.
Reprogramação
20 Viajantes, 14
21 Viajantes, pág. 12

Padrão de comportamento
O padrão de comportamento, é uma reação do nosso inconsciente, após
termos passado por uma situação muito traumática, que gerou uma carga emocional
nosso caráter e melhorar nossa vida, alcançando a raiz dos problemas e através da reprogramação, saná-los.
22 Santos, 1990, pág. 75

registra aquela situação, momento, pensamentos, decisões, sensações físicas entre outras coisas e estabelece tudo como regra, como se sempre fosse ocorrer da mesma foram e determina um comportamento nosso no futuro. Isso faz com que sempre a gente reaja sempre da mesma forma, mesmo em situações diferentes, mas com alguns fatores parecidos com aquela do passado como se sempre fossemos sofrer diante daquela situação e ele precisasse nos proteger.
Mantemos um padrão de comportamento, primeiro, porque é muito difícil mudarmos nossa maneira de agir. Em segundo, porque com esse comportamento acabamos tendo lucros, isto tendo em vista que o padrão de comportamento protege o nosso traço de caráter. As decisões que vamos tomando ao longo de nossas vidas, vão moldando o nosso comportamento e reforçando o nosso padrão, nosso jeito de ser. Decisões que para uma certa época da vida poderiam ser aceitáveis, mas que agora não se justificam mais.
Contrapadrões de comportamento.
Contrapadrão é o comportamento inverso ao adotado como padrão durante várias vidas, sempre com o objetivo de fugir de uma tragédia final. São tentativas radicais do indivíduo de fugir do seu padrão de comportamento.
Procurando mudar suas tendências que se repetem sempre com muito sofrimento, procurando manter o ganho secundário, mantendo o nosso caráter.
Às vezes, repetimos o padrão de comportamento, vida após vida, comportamento esse que pode ser negativo ou positivo. Quando percebemos que a repetição é negativa, sofremos as consequências desses atos e decidimos mudar, é quando reencarnamos numa vida de contrapadrão e fazemos o inverso oposto. Mas
muitas vezes, essas vidas também não trazem felicidade, pois não buscamos o equilíbrio e sim um jeito totalmente contrário ao nosso comportamento habitual.
"Presenças"
Outro conceito muito importante trabalhado pela TVP são as "presenças".
As "presenças", segundo Guimarães, são personagens do passado que interagiram, que viveram conosco em outras vivências e com as quais temos problemas mal resolvidos. São personagens ativos de nossos caminhos, do nosso passado, e que frequentemente "visitam" o setting terapêutico durante as regressões, também não se detêm a procurar ou entender as causas das misérias que passaram em nossas mãos. Comportam-se exatamente como nós, isto é, como se não tivessem tido um passado e não nos perdoam23.
O principal objetivo de se trabalhar com as "presenças" na TVP é porque elas mostram mais claramente o caráter negativo do cliente, o que possibilitou inclusive que a presença o identificasse. .
Trabalhar com a "presença" mostra também que às vezes o cliente continua comportando-se como no passado. Quando o cliente percebe isso, vê que nem sempre foi a vítima da situação e que a responsabilidade de seus males são seus.
Seria ingenuidade nossa pensar que ao longo de todas as nossas existências, sempre fomos vítimas e sempre sofremos injustiças dos outros. Muitas vezes fomos nós quem fizemos várias outras vítimas, pessoas que sofreram com nossos atos, nossas irresponsabilidades e não nos perdoaram por isso.


A Terapia de vida passada tem como foco principal o nosso cliente e isso impede que o cliente faça "pseudo-acordos" com as "presenças". Ao cliente não é permitido usar argumentos tais como "quero ajudá-lo", 'quero separá-lo", pois o setting terapêutico , não é nunca usado para tratamentos espirituais do cliente e nem para as "presenças". O trabalho principal do terapeuta é fazer com que o cliente entenda que sua responsabilidade é grande e que é necessário pedir perdão pelo que fez no passado aos outros, mas também é importante que se perdoe e faça a partir daí diferente.
Segundo a mitologia grega, quando Tétis, esposa de Peleu, rei de Ftia na

Tessali, teve seu filho Aquiles, pretendeu que seria imortal. Passou ambrósia no seu

corpo e o mergulho no rio Estige, cujas águas deveriam torná-lo imortal. Ao fazê-lo,
segurou-o por um calcanhar, a única parte de seu corpo que não recebeu o banho mágico.
Na Guerra de Tróia, Aquiles foi morto por Paris que lhe desfechou uma flecha envenenada, atingindo-o no pé desprotegido - daí a expressão "calcanhar de Aquiles" - o ponto fraco - a parte vulnerável, num mecanismo, numa estrutura de uma pessoa.
Simonetti alega que a reencarnação é como um mergulho nos turbilhões da matéria. Segundo ele, revestimo-nos de uma "armadura carnal" que nos oferece relativa proteção diante das investiduras dos "inimigos e malfeitores" do além e se não fosse assim, estaríamos inteiramente à sua mercê, coo desprevenidos viajores em terra de assaltantes. (...) Quando sofremos influências espirituais, gerando tensões e angústias que repercutem em nossos pontos vulneráveis, com consequências imediatas, podendo ser físicas ou psíquicas, mas a verdadeira vulnerabilidade, "nosso calcanhar de Aquiles", situa-se na sintonia mental desajustada, a partir de pensamentos e sentimentos que cultivamos em
determinadas circunstâncias. É ela que abre as portas de nossa alma, facultando a

pressão das sombras. Os desajustes que surgem a partir daí - físicos e psíquicos, situam-se por mero efeito. É preciso disciplinar a mente. É preciso reformar principalmente nosso caráter.

Ectoplasma

Sempre que falamos de "presenças", precisamos nos lembrar que elas usam

o nosso ectoplasma para situarem no plano físico. Mas como isso ocorre? O que é
ectoplasma? Quais os males que ele provoca no nosso organismo?
Em primeiro lugar vamos entender o que é ectoplasma. É uma matéria

produzida pelo corpo físico de forma inconsciente e automática, mas também
existente nas plantas, animais e minerais. O ser humano, em determinadas situações, libera esse ectoplasma que pode produzir fenómenos diversos, tais como a materialização de espíritos e também "efeitos físicos" que ocorrem na presença de pessoas que podem fornecer ectoplasma.
As "presenças" não podem produzir ectoplasma, mas podem manipulá-lo, e usam o ectoplasma das pessoas que por motivos diversos o têm em excesso.
O ectoplasma é uma energia natural, o problema é quando lhe se acumula no organismo pode provocar diversas doenças no indivíduo. E quando a pessoa não sabe que a causa dos seus males físicos é o excesso de ectoplasma, acabam recebendo dos médicos a diagnóstico de doenças de fundo emocional. Isso segundo mostra o Tubino não está de todo errado, pois essas alterações do ectoplasma ocorrem quando estamos desequilibrados, desajustados, desarmonizados, enfim,
quando estamos ainda precisando fazer a nossa "reforma íntima", que é a grande solução para a melhora definitiva.
Como é difícil para nós mudarmos tão de repente, melhoramos internamente de forma drástica, foi apresentado pelo autor, maneiras de se liberar esse ectoplasma para o alívio momentâneo.
O autor alega que são mais de cem doenças que o acúmulo de ectoplasma provoca no organismo humano. Esses diversos sintomas se apresentam no sistema digestivo, sistema respiratório, aparelho auditivo, além de diversos outros sintomas gerais. O local que apresenta o problema físico é considerado um ponto frágil. Ele nos mostra o que precisamos melhorar na nossa personalidade.
Pessoas que acumulam ectoplasma podem ter também muitas alterações psicológicas. Não se sabe ainda se o ectoplasma é o efeito ou a causa, mas é muito importante sabermos de seus males quando acumulado no organismo, para orientarmos o paciente e também lhe explicarmos sobre como as "presenças" o manipulam.
Nós seres humanos somos também uma usina transformadora de ectoplasma, pois o captamos através da alimentação (principalmente o carboidrato). O ectoplasma é a única substância capaz de permear os dois mundos. Quando o temos em excesso, o espírito veste uma luva com o ectoplasma e é capaz de impressionar nossa terceira dimensão.
A nossa única saída para melhorar esse descontrole do ectoplasma no organismo é doarmos o excesso e principalmente, melhorarmos o nosso caráter.



Em TVP sempre se leva até o momento da morte do personagem, porque nesse momento o espírito sempre toma muitas decisões fortes e algumas erradas. Essas decisões interferem na maneira de ser do indivíduo em várias vidas seguintes, trazendo às vezes, muito sofrimento.
Uma constatação importante também para o indivíduo é que após a morte, continuamos a ser nós mesmos, o que geralmente traz alívio. Percebe-se que não mudamos nem para melhor, nem para pior e que após esse momento sempre

vamos para lugares, onde as pessoas têm mais ou menos o nosso grau de
evolução, período entre a vida e outros, chamados de intervidas. Nesse período de
nossa vida, não conseguimos mais fingir sermos o que não somos, "ficamos

transparentes e com uma placa de neos na cabeça". Mostramos quem realmente
somos.
É um período em que revemos os nossos erros e tomamos várias decisões para a próxima vida. É um período de grande aprendizado e grandes decisões.

Essas decisões são chamadas de "carmas", que são sempre decisões canetas que

programamos para a próxima vida. Nossa "destino" somos nós mesmos que
decidimos. Nossa história é escrita por nós mesmos.
"Você escolhe: pode tornar-se um navegante do rio da vida ou permanecer nas suas margens, contemplando a passagem das águas que se dirigem, ora tranquilas, ora tempestuosas ao grande oceano que banha todas as praias do mundo".
Max Noldem.


CONCLUSÃO
Neste trabalho pudemos observar a grande importância da "reforma íntima" em nossa vida e a contribuição valiosa da Terapia de Vida Passada em relação à nossa mudança e melhora de caráter.
A TVP nos oferece uma arma poderosa para mudarmos a nossa maneira de ser, que é a regressão de memória, é uma grande oportunidade de vermos a nós mesmos no passado, de ver os nossos erros e das nossas burrices de vida passada e da nossa chance de mudarmos através da reprogramação.
A TVP nos esclarece os motivos de sermos tão irritadiços, raivosos, desagradáveis, quando nos mostra nossos muitos motivos de sermos o que somos hoje, mas há também inúmeros motivos para querermos mudar e melhorar a nossa vida atual e consequentemente, a nossa próxima vida.
Para fazermos a nossa reforma íntima, precisamos de muita coragem, mas essa coragem está contida dentro de nós e o nosso despertar, faz com que alcancemos a felicidade que buscamos.
O processo de cura que procuramos ocorre com o conhecimento de que somos seres biológicos, psicológicos, sociais e espirituais, e quando fazemos a reforma íntima.
Quando nos conscientizamos de que somos seres eternos, quando abrandamos o nosso caráter frente à vida. Vamos nos curando também quando nos resignamos diante de problemas e transformamos esses problemas em oportunidades de aprendizagem, crescimento.
O ser humano busca a felicidade sempre com a satisfação dos desejos, se o desejo é satisfeito, ficamos felizes, se não ficamos tristes e cada vez mais
desejamos mais e nos frustramos sempre, até percebermos que a felicidade deve ser buscada muito mais fundo, dentro de nós e só a alcançaremos quando nos conhecermos mais e nos propormos a modificar os nossos desvios e desacerto. Quando nos conscientizarmos que não estamos sozinhos nessa jornada, que podemos ser felizes e completos com os outros e apesar dos outros. Quando buscamos em primeiro lugar o nosso crescimento e respeitamos o nível de evolução de cada um.
A TVP é uma grande oportunidade que a vida nos oferece, nos facilitando em muito a nossa tarefa de mudança e de transformação do nosso caráter.
A grande verdade é que você é a pessoa que escolhe ser. Todos os dias você decide se continua do jeito que é ou muda. A grande glória do ser humano é poder participar de sua autocriaçao".
Roberto Shinyashiki
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Autor: Tania Lucia Marques Pereira


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