Passividade do Estudante no Processo do Aprendizado



Ao nos referirmos ao estudante, temos como hábito chama-lo de Aluno, ficando desapercebido a origem dessa palavra. O prefixo "A" claramente representa negação, e "Luno" que aponta a idéia de luz, em latim. Dessa forma é possível ilustrar a visão cotidiana que se tem do estudante como sendo passivo no processo de aprendizagem.

E junto à extensa lista de problemas enfrentados pela educação, como a falta de infra-estrutura, a desvalorização do profissional de ensino, a perda da visão e da função social da escola, podemos adicionar mais algumas questões: Qual o papel do Estudante no processo de aprendizagem? Quais os impactos disso para o estudante e para a sociedade?

Atualmente o que estamos acostumados é o modelo ao qual o professor, ao mesmo tempo em que está submetido à um pesado cronograma e tendo seu papel e valor diminuídos, apresenta-se como a fonte unica de conhecimento em uma sala de aula, enquanto os alunos apenas tentam assimilar o que é dito pelo mesmo, para em um futuro não muito distante serem avaliados a partir do que foram capazes ou não de assimilar.

A primeira vista isso parece inofensivo. Porém olhando com um pouco de atenção percebemos que conforme os anos passam, cada vez menos os estudantes se interessam pelo conhecimento, torna-se comum, por exemplo, o estudante ter aversão ao conhecimento, e o ver como sendo um fardo. Dessa forma, grande parte dos discentes passam a repelir o conhecimento, ao invés de abraça-lo como se espera.

Os resultados disso são catastróficos. Além das dificuldades individuais dos pupilos, os mesmos tendem a encarar toda a informação da mesma forma a que foram submetidos em seu ensino, de forma passiva, dificilmente questionando-as. Isso, em uma escala mais ampla, significa a deterioração intelectual de uma sociedade.

E antes de posicionarem suas críticas, é preciso compreender que isso está fortemente enraizado na estrutura do ensino, muito além do alcance dos braços de cada professor, que comumente estão acorrentados ao conteúdo e a metodologia já escolhida, dificilmente sendo capaz de promover alguma mudança.

É imperativa e escandalosa a necessidade de criticar e de mudar o atual modelo, que mesmo após décadas em um mundo que muda constantemente, evolui à curtos passos. É necessário colocar em questão as avaliações baseadas na capacidade de assimilação do estudante, o papel e participação do mesmo no espaço do ensino, dentre outras coisas. É dever do indivíduo criticar o mundo ao seu redor, para que dessa forma seja possível promover as mudanças nele necessárias.
Autor: Pedro Adriano Goes Gavinho


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